COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS UTILIZANDO DOIS PONTOS DE CORTE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE IDOSOS FREQUENTADORES DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS POLICIAIS MILITARES DE UM BATALHÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO

ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 2017 E NUTRITIONAL STATUS OF WOMAN IN THE CLIMATERIC PERIOD 2017 E 2018

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

RELAÇÃO ENTRE INDICADORES DE MUSCULATURA E DE ADIPOSIDADE COM MASSA CORPORAL E RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE. SUBÁREA: Nutrição INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM CRIANÇAS DE UMA CRECHE NA CIDADE DE FORTALEZA UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

FIEP BULLETIN - Volume 82 - Special Edition - ARTICLE I (

RELAÇÃO ENTRE O NOVO ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS. Ivair Danziger Araújo

Introdução. Nutricionista FACISA/UNIVIÇOSA. 2

Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde

Os escolares das Escolas Municipais de Ensino Fundamental

ESTADO NUTRICIONAL DE COLABORADORES DE REDE HOTELEIRA

APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN) E AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA EM IDOSOS. Kiss, S. A., Caselato de Sousa, V.M. 1

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE CAMBIRA- PR

Avaliação do Índice de Massa Corporal em crianças de escola municipal de Barbacena MG, 2016.

RELAÇÃO ENTRE CIRCUNFÊRENCIA DE PESCOÇO E OUTRAS MEDIDAS INDICADORAS DE ADIPOSIDADE CORPORAL EM MULHERES COM SOBREPESO E OBESIDADE.

DESCRIÇÃO DA DEMANDA POR ATENDIMENTO CLÍNICO NUTRICIONAL EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. 1

Apostila de Avaliação Nutricional NUT/UFS 2010 CAPÍTULO 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ADULTOS

O CLIMATÉRIO, O ESTADO NUTRICIONAL E PERFIL LIPÍDICO NAS DIFERENTES FAIXAS DE IDADE 1

PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DAS ESCOLAS DE CANÁPOLIS/MG E CAMPO ALEGRE DE GOIÁS/GO

INTERAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, COM FLEXIBILIDADE E FLEXÕES ABDOMINAIS EM ALUNOS DO CESUMAR

OBESIDADE SARCOPÊNICA EM IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE 1 SARCOPENIC OBESITY IN ELDERLY RESIDENTS IN THE COMMUNITY

ESTADO NUTRICIONAL E RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS

INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DE COLABORADORES DE UMA PANIFICADORA

AUTOR(ES): LUIS FERNANDO ROCHA, ACKTISON WENZEL SOTANA, ANDRÉ LUIS GOMES, CAIO CÉSAR OLIVEIRA DE SOUZA, CLEBER CARLOS SILVA

Trabalho realizado durante o Estágio de Saúde Coletiva II do Curso de Graduação em Nutrição da Unijuí em

Fhiama Karoline Santos Oliveira (1); (1); Sônia Cristina Pereira de Oliveira Ramalho Diniz

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

RELATO DE EXPERIÊNCIA: FEIRAS DE SAÚDE COMO INSTRUMENTO PARA VIGILÂNCIA E EDUCAÇÃO NUTRICIONAL DE ADULTOS E IDOSOS EM GOVERNADOR VALADARES - MG.

CORREÇÃO DAS MEDIDAS DE QUADRIL: ESTUDO DE

CORRELAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA E NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS EM UMA CIDADE DO NORDESTE BRASILEIRO

Beatriz de Oliveira Matos1 Lais Miranda de Melo2 Maria Grossi Machado3 Milene Peron Rodrigues Losilla4

Avaliação Nutricional

PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E A RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL (RCQ ) E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) EM ESTUDANTES

FACULDADE PITÁGORAS TÓPICOS ESPECIAIS EM NUTRIÇÃO I AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE ACAMADO

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL E DO RISCO CARDIOVASCULAR DA CORPORAÇÃO DE BOMBEIROS DE MARINGÁ/PR

PERFIL NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM OS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE JANDAIA DO SUL PR

PERFIL NUTRICIONAL DO PACIENTE GERIÁTRICO EM AMBIENTE HOSPITALAR

SEMINÁRIO TRANSDISCIPLINAR DA SAÚDE - nº 04 - ano 2016 ISSN:

Avaliação e Classificação do Estado Nutricional

TÍTULO: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO QUESTIONÁRIO HOLANDES DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

COMPOSIÇÃO CORPORAL: análise e comparação entre alunos do ensino fundamental do município de Muzambinho e Guaxupé

ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS SEGUNDO A CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO E PREGA CUTÂNEA TRICIPITAL NA CIDADE DE JOÃO PESSOA- PB

ALTERAÇÕES DA GLICEMIA DE JEJUM EM NUTRICIONISTAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO

ANÁLISE COMPARATIVA DE SOBREPESO E OBESIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA PARTICULAR E UMA ESCOLA PÚBLICA DE FORTALEZA.

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DOS IDOSOS ASSISTIDOS EM TERESINA PI ASSESSMENT OF NUTRITIONAL STATUS OF ELDERLY PEOPLE ATTENDED IN TERESINA -PI

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE IDOSOS ASSISTIDOS POR CENTROS DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

EXCESSO DE PESO, OBESIDADE ABDOMINAL E NÍVEIS PRESSÓRICOS EM UNIVERSITÁRIOS

V CONGRESSO SUDESTE DE CIÊNCIAS DO ESPORTE

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS NOS ESF DO MUNICÍPIO DE SÃO LUDGERO NO ANO DE 2007

ESTADO NUTRICIONAL E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, RIO GRANDE DO SUL

Quais os indicadores para diagnóstico nutricional?

DIAGNÓSTICO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

SOBREPESO E OBESIDADE

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL UTILIZANDO A MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN) EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

DIFERENÇAS NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES RESUMO

Professora adjunta da Faculdade de Nutrição/UFPEL Campus Universitário - UFPEL - Caixa Postal CEP

ÍNDICE. CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO Introdução Pertinência do trabalho Objectivos e Hipóteses de Estudo...

MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NO DIAGNÓSTICO DO IDOSO HOSPITALIZADO

Avaliação da composição corporal de acadêmicos dos cursos de educação física e nutrição

Palavras-Chave: Obesidade; Educação Nutricional; Avaliação Nutricional

O Perfil Nutricional de Idosos Institucionalizados num Município do Interior do Mato Grosso Do Sul.

Avaliação nutricional e percepção corporal em adolescentes de uma escola pública do município de Barbacena, Minas Gerais

PERFIL CLÍNICO E NUTRICIONAL DOS INDIVÍDUOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE NUTRIÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO (HUPAA/UFAL)

O FUTURO DA OBESIDADE NO BRASIL: UMA PREVISÃO A PARTIR DO MÉTODO LEE-CARTER ( )

3. Material e Métodos

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA

Estado nutricional e risco de doença cardiovascular de moradores da comunidade do Bixopá, município de Limoeiro do Norte - Ceará

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RELAÇÃO ENTRE INATIVIDADE FÍSICA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM CRIANÇAS DA REDE MUNICIPAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO PE.

PERFIL FUNCIONAL E NUTRICIONAL DE IDOSOS ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA - PB

IMC DOS ALUNOS DO 4º PERÍODO DO CURSO TÉCNICO EM ALIMENTOS DO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS CAMPI/INHUMAS.

ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE PARTICIPANTES DO PROJETO DE EXTENSÃO NO PIQUE DA PUCC

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS

INSATISFAÇÃO CORPORAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR EM PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE ESCOLARES DE 10 A 14 ANOS DA CIDADE DE JOAÍMA, SITUADA NA ZONA DO MÉDIO JEQUITINHONHA - MINAS GERAIS RESUMO

PROMOÇÃO DA SAÚDE FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM FATIMA DO PIAUÍ.

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PRIVADA DE ENSINO, DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

LEVANTAMENTO DOS FATORES DE RISCO PARA OBESIDADE INFANTIL E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA ENTRE ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE REDENÇÃO-CE

CONEXÃO FAMETRO: ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE XII SEMANA ACADÊMICA ISSN:

PERFIL CLÍNICO, ANTROPOMÉTRICO E AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR EM IDOSOS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ-RN

Aluna do curso de Graduação em Nutrição da UNIJUÍ, bolsista PROBIC/FAPERGS, 3

TÍTULO: ACURÁCIA DA ESTIMAÇÃO DO PRÓPRIO TAMANHO CORPORAL E DE OUTROS INDIVÍDUOS E ATIVIDADE FÍSICA EM UNIVERSITÁRIOS

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE GUARAPUAVA, PR. PALAVRAS-CHAVE: crianças; diagnóstico nutricional; obesidade; desnutrição.

VIGITEL BRASIL Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA CONCEPÇÃO DO USO DE SUPLEMENTOS ESPORTIVOS ENTRE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA EM NATAL/RN

INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS E O RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UM GRUPO DE IDOSOS PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO

ANALISE DESCRITIVA DO IMC DOS IDOSOS PARTICIPANTES DE UM GRUPO DE GINÁSTICA DE UMA INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE PORTO ALEGRE.

LEITURA DE RÓTULOS DE ALIMENTOS RELACIONADA COM A ESCOLARIDADE E ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES NO PERÍODO DO CLIMATÉRIO 1

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

PERFIL DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DOS ESCOLARES INGRESSOS NO INSTITUTO FEDERAL DO TOCANTINS Campus Paraíso do Tocantins

Multimorbidade e medidas antropométricas em residentes de um condomínio exclusivo para idosos

Risco nutricional em idosos acompanhados no Centro Especializado de Atenção a Saúde do Idoso em Natal/RN

Incorporação das novas curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde na Vigilância Nutricional

CLIMATÉRIO E AUMENTO DE PESO

Transcrição:

Interdisciplinar Santa Maria, v. 42, n.1, p. 147-154, jan./jun. 2016 COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS UTILIZANDO DOIS PONTOS DE CORTE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL COMPARISON OF ELDERLY S NUTRITIONAL STATUS USING TWO CUTOFF POINTS OF CLASSIFYING BODY MASS INDEX Shelly Westphalen Palma 1, Sandréli Terezinha da Cruz 1, Loiva Beatriz Dallepiane 2, Vanessa Ramos Kirsten 3, Rosane Maria Kirchner 4, Cariza Teixeira Bohrer 5, Vanessa Bischoff Medina 6 RESUMO Objetivo: Comparar dois pontos de corte do Índice de Massa Corporal (IMC) para idosos para avaliação do estado nutricional. Métodos: estudo do tipo quantitativo, descritivo e transversal realizado com a população acima de 60 anos da cidade de Palmeira das Missões, RS. Amostra calculada compreendeu 424 idosos selecionados aleatoriamente, considerando uma margem de erro de 5%. As variáveis estudadas foram as características sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade e renda) e o IMC cuja classificação foi comparada utilizando-se dois pontos de corte: Nutrition Screening Initiative e Organização Pan Americana de Saúde. Resultados: Os participantes foram predominantemente do sexo feminino (68,4%), com idade entre 60 a 69 anos (50,2%), e baixa renda. Os dois métodos concordaram em 100% quando comparados na categoria pré-obesidade e obesidade com o sobrepeso; na categoria baixo peso e eutrofia concordaram 70%. Conclusão: os dois pontos de corte de classificação do IMC para idosos concordam entre si particularmente na avaliação do sobrepeso e obesidade. Descritores: Envelhecimento; Índice de Massa Corporal; Idosos; Estado Nutricional. ABSTRACT Objective: To compare two cutoff points of body mass index (BMI) for seniors to evaluate nutritional status. Methods: Quantitative, descriptive and cross-sectional study performed with over 60 years old population in the city of Palmeira das Missões, RS. The sample comprised 424 elderly randomly selected considering an error margin of 5%. The variables were sociodemographic characteristics (gender, age, education and income) and BMI whose classification was compared using two cutoff points: Nutrition Screening Initiative, and the Pan American Health. Results: Participants were predominantly female (68.4%), aged 60-69 years (50.2%), and low income. The two methods agreed to 100% when compared in pre-obesity and overweight in obese category; in underweight and normal weight category 70% agreed. Conclusion: the two cutoff points of BMI classification for older agree with each other particularly in the evaluation of overweight and obesity. Descriptors: Aging; Body Mass Index; Aged; Nutritional Status. 1 Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. 2 Doutora em Ciências da Saúde: Geriatria pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil. 3 Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil. 4 Doutora em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 5 Doutora em Administração pela Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil. 6 Especialista em Atividade Física, Desempenho Motor e Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil.

COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS UTILIZANDO DOIS PONTOS DE CORTE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL Introdução Nos países em desenvolvimento, como no Brasil, são considerados idosos os indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos de idade, enquanto que para países desenvolvidos essa faixa etária aumenta para 65 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde 1. O envelhecimento causa alterações no corpo humano, que podem interferir no estado nutricional de uma pessoa; assim, a avaliação nutricional é muito importante para detectar alterações precoces e se necessário, intervir de forma adequada, objetivando a prevenção de doenças, a promoção de uma vida saudável, mantendo ou recuperando o estado nutricional 2. A avaliação nutricional precisa ser criteriosa e considerar que o idoso enfrenta uma alteração da composição corporal, inerente ao envelhecimento 2, com o aumento do tecido adiposo e diminuição da massa magra, o que pode afetar a força e mobilidade e ainda, favorecer quedas além da diminuição do metabolismo basal, visto que a força muscular tende a diminuir a partir da sexta década de vida 3,4. A avaliação do estado nutricional do idoso tem a finalidade de diminuir ou evitar danos à saúde e consequentemente afetar a capacidade funcional do mesmo, podendo-se utilizar vários parâmetros para avaliação 5, dentre eles, cita-se a Mini Avaliação Nutricional (MAN) 6, circunferência da panturrilha, como um indicador de perda de massa muscular 7, dinamometria manual ou teste de força de preensão palmar 8, Índice de Massa Corporal (IMC) 5 entre outros. O envelhecimento humano relaciona-se com modificações na composição corporal deixando os idosos mais propensos à riscos nutricionais 9. Essas alterações nas circunstâncias da vida tornam mais difíceis para os idosos manterem seus hábitos alimentares normais 10. São escassos os estudos referente à determinação de pontos de corte de IMC para idosos, sendo assim classificações inadequadas podem estar sendo utilizadas para pacientes geriátricos 11,12. De acordo com Marucci e Barbosa 13 este índice tem a vantagem da facilidade de cálculo, pouca correlação com a estatura e boa correlação com o percentual de gordura corporal e associação com a morbimortalidade. A partir da avaliação nutricional pode-se identificar os indivíduos que apresentam risco nutricional, permitindo assim, uma intervenção apropriada 14. A antropometria tem se mostrado importante indicador do estado nutricional. Além de fornecer informações das medidas físicas e de composição corporal, é método não invasivo e de fácil e rápida execução. No caso de idosos, as medidas antropométricas mais utilizadas são: peso, estatura, perímetros e dobras cutâneas 15. Na população adulta o método mais usado para classificação de baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade é o IMC. É um método que utiliza equipamentos de baixo custo, de uso prático sem necessidade de grandes treinamentos, de fácil e rápida mensuração 16. No entanto, apresenta divergências em função do decréscimo da estatura, mudança da composição corporal e diminuição da quantidade de água no organismo nessa faixa etária 17. A inexistência de consenso acerca dos pontos de corte para determinação da desnutrição, eutrofia e excesso de peso em idosos, por meio do IMC, dificulta o diagnóstico do perfil nutricional da população idosa, além de prejudicar comparações entre estudos 18. Assim, este trabalho objetivou comparar dois pontos de corte do índice de massa corporal para idosos para avaliação do estado nutricional. Metodologia Trata-se de um estudo do tipo quantitativo, descritivo e transversal realizado com a população acima de 60 anos da cidade de Palmeira das Missões, RS. Nesta cidade a população total é de 33.846 habitantes, sendo 4.037 idosos, correspondente a 11,93% da população. A amostra calculada compreendeu 424 idosos, considerando uma margem de erro de 5% 19. A seleção destes indivíduos foi realizada por meio de sorteio aleatório dos domicílios com cobertura de todos os bairros da cidade. Estes foram agrupados em intervalos de idade sendo que o número de idosos para amostra foi proporcional a população de idosos de cada intervalo. Após a identificação do domicílio foi feita a verificação da disponibilidade e aceite dos idosos à pesquisa, sendo que quando não havia o consentimento ao estudo o critério seguia o primeiro domicílio na sequência. A coleta dos dados foi realizada no domicílio tendo como critérios de inclusão ter mais de 60 anos, ambos os sexos e aceitar a participação na pesquisa. Foram excluídos os idosos acamados pela dificuldade de aferição do peso e estatura para posterior cálculo do IMC. 148 Saúde (Santa Maria), Vol. 42, n. 1, p. 147-154, Jan./Jun, 2016

COMPARISON OF ELDERLY S NUTRITIONAL STATUS USING TWO CUTOFF POINTS OF CLASSIFYING BODY MASS INDEX INTERDISCIPLINAR As variáveis estudadas foram as características sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade e renda) e IMC. A escolaridade foi avaliada em anos de estudo, sendo agrupadas para esta pesquisa em inferior a 5 anos e superior a 5 anos, considerando que o antigo ensino primário correspondia a menos de 5 anos de estudo 20. O IMC foi calculado através da divisão do peso em quilograma (kg) pelo quadrado da estatura em metros e o resultado expresso em Kg/m 2. O peso foi verificado com a utilização de uma balança portátil digital aferida de acordo com normas do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), com capacidade máxima de até 180kg. A balança foi posicionada em local plano e os indivíduos tiveram seus pesos aferidos com agasalhos leves, sem sapatos e objetos nos bolsos. A medida foi registrada em quilogramas; a estatura foi aferida em centímetros com auxílio de um estadiômetro portátil, com o indivíduo em posição ereta, com os braços estendidos para baixo e pés unidos. A classificação do IMC foi comparada utilizando-se dois pontos de corte: Nutrition Screening Initiative (NSI) 21, que considera baixo peso (IMC < 22kg/m 2 ), peso adequado ou eutrofia (22-27kg/m 2 ) e sobrepeso (>27kg/m 2 ) e da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) 22, que considera baixo peso (IMC 23kg/m 2 ), peso adequado (IMC>23 e <28kg/m 2 ), pré-obesidade (IMC 28 e <30kg/m 2 ) e obesidade (IMC 30kg/m 2 ). No presente estudo buscou-se IMC com indicação de uso diferenciado do adulto, sendo específico para idoso por considerar as mudanças na composição corporal neste ciclo de vida. Usou-se o NSI 21 por ser um índice antropométrico adotado pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde 23. O outro critério é o da OPAS 22 por ter recomendado o uso destes pontos de corte para o estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE), na cidade de São Paulo, SP, com idosos brasileiros 13. Os dados foram analisados, utilizando a estatística descritiva e o teste qui-quadrado com o auxílio do software estatístico SPSS 18.0. Este trabalho é parte integrante de uma pesquisa maior denominada Situação Alimentar e Nutricional da população idosa de Palmeira das Missões, RS, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade Federal de Santa Maria, sob o CAAE n 0135.0.243.000-10. Após a concordância, os participantes da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para os idosos não alfabetizados o TCLE foi consentido pela aposição da impressão digital. Resultados Participaram do estudo 424 idosos, sendo 290 (68,4%) do sexo feminino. De forma geral, a idade prevalente foi entre 60 e 69 anos (50,2%), em ambos os sexos, embora um pouco mais elevado no masculino, enquanto que acima de 80 anos a maior frequência foi para o sexo feminino, não sendo diferente estatisticamente entre os sexos. A escolaridade, independente do sexo foi inferior a 5 anos de estudo (60,1%), destacando que as mulheres têm maior tempo de estudo. A renda de ambos os sexos prevaleceu entre 1 a < 2 salários mínimos (SM) (68,4%), de acordo com a Tabela 1. Tabela 1 Variáveis sociodemográficas dos idosos. Palmeira das Missões, RS. 2010-2011. Feminino Masculino Total Variáveis Nº % Nº % Nº % Sexo 290 68,4 134 31,6 424 100 Idade (anos) 60 a 69,9 144 49,7 69 51,5 213 50,2 70 a 79,9 99 34,1 46 34,3 145 34,2 80 ou mais 47 16,2 19 14,2 66 15,6 Escolaridade* Menos de 5 anos 163 56,2 92 68,7 255 60,1 5 anos ou mais 127 43,8 42 31,3 169 39,9 Continua... Saúde (Santa Maria), Vol. 42, n. 1, p. 147-154, Jan./Jun, 2016 149

COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS UTILIZANDO DOIS PONTOS DE CORTE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL Renda (SM) SM: Salário Mínimo/2010. Feminino Masculino Total Menos de 1 SM 32 11 16 11,9 48 11,3 1 a < 2 SM 203 70 87 64,9 290 68,4 2 a < 3 SM 32 11 19 14,2 51 12 3 ou mais SM 23 7,9 12 9 35 8,3 *p<0,05 (Teste Exato de Fischer) De acordo com a Tabela 2, o estado nutricional dos idosos utilizando a classificação do IMC pelo parâmetros do NSI 21 teve uma predominância para o excesso de peso tanto no sexo feminino quanto no masculino, 53,8% e 46,3% respectivamente, diferente dos parâmetros da OPAS 22, que classificou com peso adequado o sexo feminino (39%) e masculino (53,7%). Ainda, pelo método OPAS 22 quando foram agrupadas as categorias de pré-obesidade e obesidade foi alcançado no sexo feminino 44,5% com o peso acima do considerado adequado sendo superior aos de peso adequado (39,0%) enquanto que no sexo masculino o valor alcançado neste somatório foi de 30,6%, inferior ao percentual de pessoas com peso adequado (53,7%). Tanto o IMC pelo parâmetro do NSI como da OPAS teve relação estatisticamente significativa com o sexo. Tabela 2 Estado nutricional dos idosos de acordo com as duas classificações do Índice de Massa Corporal Feminino Masculino Total Variáveis Nº % Nº % Nº % IMC (NSI)* Magreza 40 13,8 11 8,2 51 12 Eutrofia 94 32,4 61 45,5 155 36,6 Excesso de peso 156 53,8 62 46,3 218 51,4 IMC (OPAS)* Baixo peso 48 16,6 21 15,7 69 16,3 Peso adequado 113 39,0 72 53,7 185 43,6 Préobesidade 40 13,8 19 14,2 59 13,9 Obesidade 89 30,7 22 16,4 111 26,2 NSI: Nutrition Screening Initiative 21 ; OPAS: Organização Pan Americana de Saúde 22. *Teste Qui-quadrado: p<0,05 Na classificação do IMC para idosos entre o NSI 21 e a OPAS 22, observa-se que os dois métodos concordaram em 100% nas categorias pré-obesidade e obesidade (OPAS) com o sobrepeso da NSI. Já, o baixo peso e eutrofia tiveram uma concordância ao redor de 70% entre os dois métodos (Tabela 3). 150 Saúde (Santa Maria), Vol. 42, n. 1, p. 147-154, Jan./Jun, 2016

COMPARISON OF ELDERLY S NUTRITIONAL STATUS USING TWO CUTOFF POINTS OF CLASSIFYING BODY MASS INDEX INTERDISCIPLINAR Discussão Tabela 3 Comparação da classificação do IMC de idosos pelos métodos NSI e OPAS. Palmeira das Missões, RS. 2010-2011. IMC OPAS Baixo peso n(%) Eutrofia n(%) IMC NSI Sobrepeso n(%) IMC: Índice de Massa Corporal; NSI: Nutrition Screening Initiative 21 ; OPAS: Organização Pan Americana de Saúde 22. Na comparação do IMC entre os métodos NSI 21 e OPAS 22 observou-se a concordância total quando foi avaliada a questão do sobrepeso e obesidade em idosos. Quando se analisou a comparação dos métodos para avaliar o baixo peso percebe-se que o ponto de corte entre os dois métodos foram mais rigorosos na OPAS 22, pois compreendeu todos os idosos com IMC 23 kg/m 2 enquanto que o NSI 21 considerou baixo peso os idosos abaixo de 22kg/m 2. Assim, aproximadamente 25% dos idosos considerados em baixo peso pela OPAS foram categorizados como eutróficos pelo NSI. Já, quanto aos idosos em eutrofia, novamente aproximadamente 25% considerados em eutrofia pelo NSI foram considerados baixo peso pela OPAS. Por outro lado, em torno de 25% classificados em peso adequado pela OPAS foi classificado com sobrepeso pelo NSI. Esta diferença deve-se aos pontos de corte utilizados para esta classificação, ou seja, no NSI eutrofia é considerada entre o IMC 22 a 27kg/m 2 enquanto que a OPAS utiliza como peso adequado indivíduos com IMC 23 e IMC<28kg/m 2. Em estudo populacional no Distrito Federal com 426 indivíduos acima de 60 anos observou-se novamente discrepâncias nas classificações pontos de corte do IMC. Verificou-se que 37% foram considerados eutróficos em ambas as classificações (OPAS e NSI), 15% desnutridos pela OPAS e 11% pela NSI; quanto excesso de peso (única classificação NSI) 52% e OPAS pré-obesidade 30,5% e excesso de peso 52% 18. Há uma grande variação nos estudos relacionados ao estado nutricional de idosos que utiliza o IMC como parâmetro, uma vez que não há ainda claramente uma definição dos limites de corte do IMC para este ciclo de vida 12,24. Para a OMS 25, pode-se usar os mesmo pontos de corte para adultos na classificação do IMC para idosos, enquanto que para Silveira, Kac e Barbosa 12 não parece adequado a utilização dos mesmo pontos de corte, e ainda sugerem a adoção de IMC >27kg/m 2 para classificação de sobrepeso. Na idade entre 50 a 65 anos o maior problema nutricional entre os idosos é o sobrepeso que está relacionado com as doenças crônicas não transmissíveis, no entanto depois dos 80 anos a preocupação maior refere-se à magreza e a perda de massa magra. O baixo IMC está relacionado com doenças como tuberculose, doença pulmonar obstrutiva, câncer de pulmão e de estômago 25. Para Silveira, Kac e Barbosa 12 deve-se ter cautela ao utilizar os valores de corte de IMC para idosos, especialmente se esses não consideram as modificações na composição corporal que ocorre com o envelhecimento. A relação entre o IMC e a mortalidade parece ser menos evidente em idosos do que em adultos jovens, segundo um estudo denominado The Rotterdam Study 26, provavelmente pela sobrevivência seletiva dos idosos, fenômeno observado nos estudos longitudinais em que os idosos que permaneceram por mais tempo nos grupos observados eram mais saudáveis do que aqueles, que por alguma razão o abandonaram. Em idosos longevos a desnutrição parece ter uma ação mais significativa sobre a mortalidade do que a obesidade. Total n(%) Baixo peso 51 (73,9) 17 (24,6) 1 (1,4) 69 (100) Peso adequado 0 138 (74,6) 47 (25,4) 185 (100) Pré-obesidade 0 0 59 (100) 59 (100) Obesidade 0 0 111 (100) 111 (100) Total 51 (12,0) 155 (36,6) 218 (51,4) 424 (100) Saúde (Santa Maria), Vol. 42, n. 1, p. 147-154, Jan./Jun, 2016 151

COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS UTILIZANDO DOIS PONTOS DE CORTE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL Uma pesquisa em Florianópolis-SC avaliou idosos em relação aos pontos de corte de IMC de 25, 27 e 30 kg/m 2 e usou como padrão-ouro o percentual de gordura corporal medido pela Absortometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA). O ponto de corte de IMC 30kg/m 2 apresentou os menores valores de sensibilidade para ambos os sexos enquanto que o IMC de 27kg/m 2 no sexo masculino foi o de maior concordância com percentual de gordura corporal, além de estar relacionado com maior mortalidade dos idosos acima desse ponto. Como resultado deste estudo, o autor fez uma sugestão de pontos de corte baseados no IMC para o diagnóstico de obesidade para idosos de ambos os sexos: para homens, IMC 27,5kg/m 2 (não obeso) e IMC >27,5kg/m 2 (obeso) e mulheres IMC 23kg/m 2 (não obeso) e IMC >23kg/m 2 (obeso) 27. A falta de consenso sobre os pontos de corte de IMC para idosos dificulta a comparação de resultados de pesquisas nacionais e internacionais. Segundo o estudo de Florianópolis 27 a definição de pontos de corte únicos para idosos devem ser usados com cautela. Ainda, no mesmo estudo foi observado, que os pontos de corte adotados pela OMS, pela NSI e Lipschitz não são bons indicadores de obesidade para idosos de ambos os sexos por oferecer baixa sensibilidade. Essa baixa sensibilidade não classifica como obeso muitos indivíduos com alto percentual de gordura corporal, desse modo, não identificando-os em risco de desenvolver patologias associadas. Assim, para uma melhor classificação de IMC para pessoas com mais de 60 anos de idade os pesquisadores sugerem uma revisão nos critérios, principalmente em relação à diferença entre os sexos 27. Considerações Finais No presente estudo os dois métodos de classificação de IMC para idosos concordaram quando o estado nutricional foi classificado como sobrepeso e obesidade, no entanto divergiram quando a avaliação se referiu para baixo peso e eutrofia uma vez que os pontos de corte são diferentes. Mais estudos com a população idosa fazem-se necessários, visto que não há uma uniformidade de pontos de corte na classificação do estado nutricional dos idosos. Assim, pode-se tornar possível uma determinação dos pontos de corte para classificação do IMC mais apropriados para a população idosa brasileira. Referências 1. Organização Mundial da Saúde (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan- Americana de Saúde; 2005. 2. Silveira VN. A Nutrição no Envelhecimento. Porto, 2012. 21 p. Revisão temática. Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, 2012. 3. Pícoli TS, Figueiredo LL, Patrizzi LJ. Sarcopenia e envelhecimento. Fisioter Mov. 2011;24(3):455-62. 4. Ramos LJ. Avaliação do estado nutricional, de seis domínios da qualidade de vida e da capacidade de tomar decisão de idosos institucionalizados e não-institucionalizados no município de Porto Alegre, RS. Porto alegre, 2008. Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2008. 5. Acuña K, Cruz T. Avaliação do Estado Nutricional de Adultos e Idosos e Situação Nutricional da População Brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab 2004; 48(3):345-61. 6. Guigoz Y, Vellas B. A Mini avaliação nutricional (MAN) na classificação do estado nutricional do paciente idoso: apresentação, história e validação da MAN. In: Mini Avaliação Nutricional (MAN):pesquisa e prática no idoso. Nestlé Nutr Workshop Ser Clin Perform Programme 1998; 1:01-02. 7. Menezes TN, Marucci MFN. Perfil dos indicadores de gordura e massa muscular corporal dos idosos de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cad Saúde Pública 2007; 23(12):2887-95. 8. Schlüssel MM, Anjos L, Kac G. A dinamometria manual e seu uso na avaliação nutricional. Rev Nutr 2008; 21(2):223-35. 9. Nascimento CM, Ribeiro AQ, Cotta RMM, Acurcio FS, Peixoto SV, Priore SE, Franceschini SCC. Estado nutricional e fatores associados em idosos do Município de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2011;27(12):2409-18. 10. Wunderlich S. et al. Eating Behaviors of Older Adults Participating in Government-Sponsored Programs with Different Demographic Backgrounds. Global Journal of Health Science. 2012;4(6):204-15. 11. Scherer F, Vieira JLC. Estado nutricional e sua associação com risco cardiovascular e síndrome metabólica em idosos. Rev Nutr. 2010;23(3):347-55. 12. Silveira EA, Kac G, Barbosa LS. Prevalência e fatores associados à obesidade em idosos residentes em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil: classificação da obesidade segundo dois pontos de corte do índice de massa corporal. Cad. Saúde Pública. 2009;25(7):1569-77. 152 Saúde (Santa Maria), Vol. 42, n. 1, p. 147-154, Jan./Jun, 2016

COMPARISON OF ELDERLY S NUTRITIONAL STATUS USING TWO CUTOFF POINTS OF CLASSIFYING BODY MASS INDEX INTERDISCIPLINAR 13. Marucci MFN, Barbosa AR. Estado Nutricional e capacidade física. In: Lebrão ML, Duarte YAO. SABE Saúde, Bem Estar e Envelhecimento O Projeto Sabe no município de São Paulo uma abordagem inicial. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2003. p. 93-117. 14. Camarano AA, Kanso S, Melo JL. Como vive o idoso brasileiro? In: Camarano AA (org.). Os novos idosos brasileiros muito além dos 60? Rio de Janeiro: Ipea, 2004. p.1-604. 15. Menezes TN, Marucci MFN. Antropometria de idosos residentes em instituições geriátricas, Fortaleza, CE. Rev Saúde Pública. 2005;39(2):169-75. 16. Nunes RR, Clemente ELS, Pandini JA, Cobas RA, Dias VM, Sperandei S et al. Confiabilidade da classificação do estado nutricional obtida através do IMC e três diferentes métodos de percentual de gordura corporal em pacientes com diabetes melito tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(3):360-7. 17. Souza R, Fraga JS, Gottschall CBA, Busnello FM, Rabito EI. Avaliação antropométrica em idosos: estimativas de peso e altura e concordância entre classificações de IMC. Rev. bras. geriatr. Gerontol. 2013;16(1):81-90. 18. Figueredo AC. Fatores Sociodemográficos, comportamentais e da saúde associados à obesidade em idosos do Distrito Federal. Brasilia, 2010.134 p. Dissertação (Pós -Graduação) Universidade de Brasília, 2010. 19. Barbetta PA. Estatística aplicada às ciências sociais. 7ª ed. Florianópolis: UFSC; 2007. 20. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo demográfico de 2000. IBGE; 2000. [acesso 2014 Ago 10]. Disponível em: http://www.ibge.br. 21. Nutrition Screening Initiative. Incorporating nutrition screening and interventions into medical practice. A monograph for physicians. Washington, D.C. US: American Academy of Family Physicians. The American Dietetic Association. National Council on Aging Inc; 1994. 22. OPAS. Organização Pan-Americana. XXXVI Reunión del Comitê Asesor de Ivestigaciones en Salud Encuestra Multicêntrica Salud Beinestar y Envejecimeiento (SABE) en América Latina e el Caribe Informe preliminar. Disponível em: <URL:http://www.opas.org/program/sabe.htm.> (mar. 2002). 23. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Sistema de vigilância alimentar e nutricional. Orientações para coleta e análise dos dados antropométricos em serviços de Saúde. Normas técnicas do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN. Brasília; 2011 24. Rauen MS, Moreira EAM, Calvo MCM, Lobo AS. Avaliação do estado nutricional de idosos institucionalizados. Rev. Nutr. 2008;21(3):303-10. 25. Wold Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: Wold Health Organization. WHO technical report series 854; 1995. 26. Visscher TLS, Seidell JC, Molarius A, Van der Kuip D, Hofman A, Wittema JCM. A comparasion of body mass index, waist-hip ratio and waist circuference as predictors of all-cause mortality among the elderly: the Rotterdam study. Int J Obes Relat Metab Disor 2001;25(11):1730-5. 27. Vasconcelos Francisco de Assis Guedes de, Cordeiro Braian Alves, Rech Cassiano Ricardo, Petroski Edio Luiz. Sensitivity and specificity of the body mass index for the diagnosis of overweight/obesity in elderly. Cad. Saúde Pública. 2010;26 (8):1519-1527. Saúde (Santa Maria), Vol. 42, n. 1, p. 147-154, Jan./Jun, 2016 153

COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS UTILIZANDO DOIS PONTOS DE CORTE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL Shelly Westphalen Palma Endereço para correspondência Av. Independência, n 1371, Bairro: Vista Alegre, CEP: 98300-000, cid,, Brasil. E-mail: shelly-wp@hotmail.com Lattes: http://lattes.cnpq.br/5606768431112756 Sandréli Terezinha da Cruz sandrelicruz@hotmail.com Loiva Beatriz Dallepiane loiva.dallepiane@hotmail.com Vanessa Ramos Kirsten kirsten.vr@gmail.com Rosane Maria Kirchner rosanekirchner@gmail.com Cariza Teixeira Bohrer catenut@hotmail.com Vanessa Bischoff Medina vanessa.bm06@gmail.com Enviado em 19 de agosto de 2014. Aceito em 18 de março de 2016. 154 Saúde (Santa Maria), Vol. 42, n. 1, p. 147-154, Jan./Jun, 2016