UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA ANA PAULA HOCH INTOXICAÇÃO EXÓGENA INTENCIONAL EM JOVENS: Uma revisão sistemática FLORIANÓPOLIS (SC) 2012

ANA PAULA HOCH INTOXICAÇÃO EXÓGENA INTENCIONAL EM JOVENS: Uma revisão sistemática Monografia apresentada ao XIV Curso de Especialização em Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Saúde Pública. Orientador: Profª Drª Fátima Büchele FLORIANÓPOLIS (SC) 2012

ANA PAULA HOCH INTOXICAÇÃO EXÓGENA INTENCIONAL EM JOVENS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Essa monografia foi analisada pelos professores e julgada e aprovada para obtenção do grau de Especialista em Saúde Pública no Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, 12 de abril de 2012. Profª Dra. Jane Maria de Souza Philippi Coordenadora do Curso Prof. Dr. Fátima Buchele Orientador do trabalho

RESUMO O objetivo deste trabalho é contribuir para a análise das tentativas de suicídio por sobredose intencional de medicamentos e substâncias que podem causar toxicidade. A metodologia baseou-se em uma revisão sistemática da literatura a partir de dez estudos que atenderam aos critérios de seleção pré-estabelecidos. Dos estudos incluídos, a Saúde Pública apresentou o maior número de artigos, sendo responsável por 50% do todo, na seqüência, temos o campo da Medicina, com 20%, seguida da Enfermagem, Psicologia e Farmácia, cada uma com 10% de contribuição. Este estudo possibilitou estabelecer uma espécie de perfil do jovem que pratica a intoxicação exógena intencional: eles são na grande maioria do sexo feminino apresentam alguma dificuldade no convívio familiar, a intoxicação é principalmente por medicamentos e o ato é geralmente praticado na própria residência. Há de se reconhecer que por meio do perfil levantado seja possível aos órgãos de saúde responsáveis, e mesmo aos profissionais de saúde, elaborar ações de detecção e diminuição dos fatores de risco, com o intuito de estabelecer estratégias que previnam o surgimento de novos casos e de reincidências.

SUMÁRIO 1 Introdução... 05 2 Objetivos... 06 2.1 Objetivo geral... 06 2.2 Objetivos específicos... 06 3 Metodologia... 07 4 Discussão... 08 5 Considerações finais... 12 Referências... 13

5 1 INTRODUÇÃO A intoxicação do tipo intencional pode acontecer a partir da vivência de uma situação de angústia e conflitos levando, muitas vezes, a tentativas suicidas, sendo a fase da adolescência e início da vida adulta o período de maior vulnerabilidade (VIEIRA et al., 2007). Essa fase se caracteriza por intensas modificações de ordem fisiológica, mental e social, em que se experimentam novas sensações e experiências antes completamente desconhecidas, sendo assim considerado, por excelência, o período de risco em relação ao uso de substâncias psicoativas e danos eventualmente associados a este consumo (BOCHNER, 2006). Botega et al. (1995) em um de seus estudos, observaram que o comportamento de tentativa de suicídio ocorre, majoritariamente, entre mulheres adolescentes e adultas jovens, sendo o método mais utilizado o que oferecia maior facilidade de acesso, ou seja, a ingestão excessiva de medicamentos, em 60% dos casos, seguido da ingestão de venenos, 20% dos casos. Não somente em números absolutos, mas também em termos de sofrimento humano e em termos econômicos, o fenômeno do suicídio e a sua tentativa, em vários países do mundo, é um problema de saúde pública de primordial importância, particularmente entre adolescentes e adultos jovens (FICHER; VANSAN, 2008). Sendo assim, o objetivo deste presente trabalho é contribuir para a análise das tentativas de suicídio por sobredose intencional de medicamentos e substâncias que podem causar toxicidade, uma vez que esse é o método utilizado em mais da metade desses eventos. Esse conhecimento tem sua importância para medidas de detecção, assistência e prevenção do comportamento suicida, considerando que, aproximadamente um quarto dos pacientes tentam novamente o suicídio no ano seguinte, e 30% a 47% dos suicídios consumados apresentam histórico de tentativa prévia (BERNARDES; TURINI; MATSUO, 2010).

6 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Identificar na literatura científica nacional, no período compreendido entre 2001 e 2011 os principais motivos da intoxicação exógena intencional entre os adolescentes e adultos jovens. 2.2 Objetivos específicos a) Conhecer o conjunto de pesquisas brasileiras sobre intoxicação exógena entre os jovens; b) Identificar os principais motivos da intoxicação exógena entre os jovens brasileiros;

7 3 METODOLOGIA Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, ou seja, uma pesquisa bibliográfica que compreende a leitura, seleção, fichamento e escolha dos tópicos de interesse para a pesquisa em questão, visando conhecer as contribuições científicas que se efetuaram sobre determinado assunto (FERRARI, 1982). A realização desta revisão iniciou-se com a formulação de uma pergunta que definiu qual material seria usado pelo presente estudo e onde localizá-lo. O levantamento de dados considerou apenas as publicações nacionais feitas entre os anos de 2001 a 2011, nos seguintes bancos de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Base de Dados de Enfermagem (Bdenf) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). Ainda como critério de inclusão foi considerada a idade dos pesquisados, 16 a 25 anos, que poderia estar totalmente ou parcialmente contemplada nos estudos de interesse. A avaliação crítica permitiu determinar quais estudos iriam ser utilizados na revisão, utilizando, para tal, doze termos livres: envenenamento; intoxicação; intoxicações; overdose; jovens; jovem; adolescentes; adolescência; puberdade; suicídio; morte; mortalidade; além de "2001"; "2002", "2003"; "2004"; "2005"; "2006"; "2007"; "2008"; "2009"; "2010" e "2011" como anos de publicação.

8 4 DISCUSSÃO A pesquisa resultou num total de 94 artigos, sendo 11 na base Scielo, 5 na base Bdenf e 68 na base Lilacs. Após análise, 70 artigos foram excluídos de acordo com o quadro abaixo: Scielo Bdenf Lilacs Fuga ao tema 3 2 19 Outro idioma 2 0 22 Estudo não conduzido em humanos 3 0 5 Intoxicação por substância específica 1 0 5 Fora da faixa etária 1 2 5 Selecionados para o estudo 1 1 12 TOTAL 11 5 68 Quadro 1: Distribuição dos artigos segundo banco de dados e critérios de exclusão. Dos 14 artigos incluídos no estudo, 4 eram duplicados e portanto, uma das versões foi desconsiderada, os outros 10 estão identificados com título, autor (es) e ano de publicação de acordo com o quadro abaixo: Título Autor (es) Ano Tentativas de suicídio em jovens: aspectos epidemiológicos dos casos atendidos no setor de urgências psiquiátricas de um hospital geral universitário entre 1988 e 2004 Análise epidemiológica da morbimortalidade por suicídio entre adolescentes em Minas Gerais, Brasil Perfil das intoxicações em adolescentes no Brasil no período de 1999 a 2001 Ficher & Vansan 2008 Abasse et al. 2009 Bochner 2006 Relato de dois casos de intoxicação intencional em adolescentes Vieira et al. 2007 Intoxicações por agentes químicos em adolescentes Fonseca & Pardal 2010 Uso de medicamentos psicoativos: um estudo com jovens que tentaram suicídio em Maringá - PR Aspectos epidemiológicos da intoxicação por medicamentos em crianças e adolescentes atendidos no centro de assistência toxicológica do estado do Ceará Rabelo 2008 Viana Neto et al. 2009 Perfil das intoxicações exógenas em um hospital universitário Zambolim et al. 2008 Tentativas de suicídio em um hospital geral no Rio de Janeiro, Werneck et al. 2006

9 Brasil Tentativas de suicídio por substâncias químicas na adolescência e juventude Marcondes Filho 2002 Quadro 2: Identificação dos artigos por título, autor (es) e ano de publicação. As intoxicações, acidentais ou intencionais, são importantes causas de doenças. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 1,5 a 3% da população é intoxicada anualmente. Para o Brasil, isto representa até 4.800.000 novos casos a cada ano. Aproximadamente 0,1 a 0,4 % das intoxicações resulta em óbito (WERNECK et al., 2006). Sendo assim, justifica-se o interesse das várias especialidades da área da saúde em abordar a temática, como se observa no gráfico a seguir, com a distribuição dos artigos incluídos de acordo a especialidade que o publicou. 5 4 3 2 1 0 Enfermagem Psicologia Saúde Pública Medicina Farmácia Gráfico 1: Distribuição dos artigos segundo especialidade de publicação. A Saúde Pública apresentou o maior número de artigos, sendo responsável por 50% do todo, na seqüência, temos o campo da Medicina, com 20%, seguida da Enfermagem, Psicologia e Farmácia, cada uma com 10% de contribuição. Dos dez estudos que foram considerados para este trabalho por atenderem os critérios de inclusão definidos desde o início, quatro foram conduzidos a partir de atendimentos feitos em hospitais localizados no Rio de Janeiro, Maringá PR, Ceará e Minas Gerais; dois tratavam do assunto especificamente relacionado ao estado brasileiro em que foi desenvolvido e; os outros quatro abordaram o tema de forma geral, levando em consideração índices e dados nacionais. A intoxicação por medicamentos e outras substâncias atinge mais adolescentes e adultos jovens em todo o mundo, uma vez que as inovações tecnológicas produzidas pelas indústrias farmacêuticas favorecem um consumo de medicamentos, bem como oferece uma maior disponibilidade de produtos que podem causar toxicidade. O aumento desses casos de

10 intoxicação, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, resulta, portanto em um grave problema de Saúde Pública. Este fato não se diferencia no Brasil, pois a totalidade dos artigos analisados aponta o uso de medicamentos como principal fonte de intoxicação exógena em todas as faixas etárias, principalmente em adolescentes e adultos jovens. Exemplificando trazemos os seguintes dados: de todas as ocorrências de intoxicações notificadas ao Centro de Informações Toxicológicas de Belém (CIT-Belém), período de março de 1998 a março de 2006, 5,5% foram de intoxicações por agentes químicos em jovens, destes, 71,3% corresponderam à faixa etária de 15 a 19 anos e 68,8%, ao sexo feminino. A tentativa de suicídio contou com 44,6%. Os medicamentos e raticidas foram responsáveis por 36,1% e 30,6% dos casos, respectivamente (FONSECA; PARDAL, 2010). Fonseca e Pardal (2010) sugerem que este fato deve-se a grande disponibilidade de medicamentos e produtos tóxicos como venenos, raticidas e praguicidas, a que se tem acesso atualmente. Observou-se que boa parte das intoxicações exógenas por medicamentos ocorreram na própria residência, e os fármacos utilizados estavam disponíveis no local, seja para uso racional da própria vítima ou de algum familiar. Todos os textos incluídos neste estudo trouxeram consigo a questão da tentativa de suicídio associada à intoxicação exógena intencional, sendo que esta tem grande importância como marcador demográfico e social na intoxicação voluntária, particularmente entre os adolescentes. As taxas de suicídio no mundo tendem a aumentar com a idade, no entanto, alguns países como Canadá, exibem valores elevados na faixa de 15 a 24 anos de idade, que se assemelham aos índices observados nos países em desenvolvimento (VIEIRA et al., 2007). A OMS (apud ABASSE; OLIVEIRA; SILVA; SOUZA, 2009) considera que o suicídio é um importante problema de saúde pública. Os dados mundiais relativos ao ano de 2000 mostram que aproximadamente um milhão de pessoas cometeram suicídio; a cada 40 segundos, uma pessoa morre por essa causa; a cada 3 segundos, uma pessoa atenta contra a própria vida; para cada suicídio, existem pelo menos dez tentativas, suficientemente sérias a ponto de exigir atenção médica; para cada tentativa registrada, ocorrem outras quatro desconhecidas; cada suicídio tem um sério impacto em pelo menos outras seis pessoas; o impacto psicológico, social e financeiro em uma família e comunidade é imensurável. Outra evidencia que chamou a atenção é a totalidade dos estudos apontarem o sexo feminino como principal vítima de intoxicação exógena. Avanci, Pedrão e Costa Júnior (2005), examinando o perfil epidemiológico desses atendimentos em adolescentes em um hospital universitário, encontraram uma proporção

11 maior dos casos no sexo feminino (77,8%), na faixa etária de 15 a 19 anos, sendo a ingestão de medicamentos o procedimento mais utilizado nas suas tentativas de suicídio. Werneck et al. (2006) estudando também o perfil dos casos de tentativas de suicídio atendidos em um hospital geral do Rio de Janeiro, entre abril de 2001 e março de 2002, observaram que a maioria deles (68%) era do sexo feminino, sendo quase dois terços das mulheres (62%) e 42% dos homens com menos de 25 anos de idade. Os procedimentos mais utilizados pelas mulheres foram, na mesma proporção, a ingestão de pesticidas e de medicamentos, e o mais empregado pelos homens, em dois terços dos casos, a ingestão de pesticidas. As causas apontadas como justificativa das tentativas de suicídio por auto-intoxicação, de forma geral, foram as seguintes: perdas interpessoais, desemprego, pobreza, tristeza, abandono, baixa autoestima, fracasso escolar ou no trabalho, perda de ente querido, ruptura de relação afetiva e principalmente, relação familiar conflituosa. A família é considerada a base de tudo para o ser humano, ela é a primeira forma de interação que proporciona ao indivíduo conhecimento, valores e normas que são reconhecidas socialmente. Aspectos como a tristeza de não conseguir ver potencialidades na própria vida, ou o medo de não dar conta do próprio futuro, das responsabilidades impostas, ou seja, do não conseguir ser alguém, reconhecido e valorizado pela sociedade e pela família, podem abrir portas para o indivíduo deprimir-se e elevar seus pensamentos autodestrutivos (BELLASALMA, 2003). Em termos gerais, em todo o mundo, a atual crise social, familiar, econômica e moral está incidindo desfavoravelmente no comportamento das pessoas e, principalmente dos adolescentes e jovens adultos, que ao não encontrarem valores e sentido na sua vida, buscam a tentativa de suicídio como solução.

12 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Somente os casos de intoxicação exógena que chegam ao serviço de saúde são notificados, e ainda assim há de se considerar a subnotificação. Portanto, apesar das dificuldades metodológicas existentes na medição da verdadeira magnitude do fenômeno, esses resultados já sugerem que as tentativas de suicídio, especialmente as que ocorrem entre adolescentes e adultos jovens, representam um importante problema de saúde pública, que demanda esforços contínuos de pesquisa, visando à identificação de fatores de risco que possam contribuir para o desenvolvimento de estratégias preventivas e assistenciais. Considerando as diversas possibilidades de atuação do profissional de saúde, em especial o enfermeiro, cabe a ele melhor compreender o paciente e sua família como um todo; para isto, precisa estar adequadamente preparado, ser ouvinte atencioso e fornecer suporte profissional e pessoal com vistas a diminuir o sofrimento, angústia e desespero enfrentados pela família e pelo indivíduo que vivencia a situação de autointoxicação. Este estudo possibilitou estabelecer uma espécie de perfil do jovem que pratica a intoxicação exógena intencional: eles são na grande maioria do sexo feminino apresentam alguma dificuldade no convívio familiar, a intoxicação é principalmente por medicamentos e o ato é geralmente praticado na própria residência. (MARCONDES FILHO, 2002). Dentre uma gama muito variada de fatores, a história pregressa de tentativa de suicídio tem sido o evento merecedor de maior destaque na literatura; estimativas apontando para chances 20 a 30 vezes mais elevadas de suicídio em indivíduos que referem este tipo de experiência anterior (WERNECK et al., 2007). Sendo assim, há de se reconhecer que por meio do perfil levantado seja possível aos órgãos de saúde responsáveis, e mesmo aos profissionais de saúde, elaborar ações de detecção e diminuição dos fatores de risco, com o intuito de estabelecer estratégias que previnam o surgimento de novos casos e de reincidências.

13 REFERÊNCIAS ABASSE, Maria Leonor Ferreira; OLIVEIRA, Ronaldo Coimbra de; SILVA, Tiago Campos; SOUZA, Edinilsa Ramos de. Análise epidemiológica da morbimortalidade por suicídio entre adolescentes em Minas Gerais, Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n.2, p. 407-416, abr. 2009. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/s1413-81232009000200010> Acesso em 21 mar. 2012. AVANCI, Rita de Cássia; PEDRÃO, Luiz Jorge; COSTA JÚNIOR, Moacyr Lobo. Perfil do adolescente que tenta suicídio em uma unidade de emergência. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 58, n.5, p.535-539, set./out. 2005. Disponível em <http://dx.doi.org/10.1590/s0034-71672005000500007> Acesso em 21 mar. 2012 BELLASALMA Ana Carolina Manna. A visão da família face a tentativa de suicídio de um de seus membros. Ciência, Cuidado e Saúde. 2003. 2(supl): p.45-7. BERNARDES, Sara Santos; TURINI, Conceição Aparecida; MATSUO, Tiemi. Perfil das tentativas de suicídio por sobredose intencional de medicamentos atendidas por um Centro de Controle de Intoxicações do Paraná, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.26, n.7, p. 1366-1372, jul. 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/s0102-311x2010000700015> Acesso em 03 abr. 2012. BOCHNER, Rosany. Perfil das intoxicações em adolescentes no Brasil no período de 1999 a 2001. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.22, n.3, p.587-595, mar. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-311x2006000300014> Acesso em 20 mar. 2012. BOTEGA Neury José, et al. Tentativa de suicídio e adesão ao tratamento: um estudo descritivo em hospital geral. Jornal Brasileiro de Psiquiatria. v.44, n.1, p. 19-25, 1995. FERRARI, Alfonso Trujillo. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil; 1982. FICHER, Ana Maria Fortaleza Teixeira; VANSAN, Gerson Antonio. Tentativas de suicídio em jovens: aspectos epidemiológicos dos casos atendidos no setor de urgências psiquiátricas de um hospital geral universitário entre 1988 e 2004. Estudos de Psicologia, Campinas, v.25, n.3, p.361 374, jul./set. 2008. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/s0103-166x2008000300005> Acesso em 20 mar. 2012. FONSECA, Carla de Aviz; PARDAL, Pedro Pereira de Oliveira. Intoxicações por agentes químicos em adolescentes. Revista Paraense de Medicina, Belém, v.24, n.3/4, jul./dez. 2010. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-

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