ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA

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Transcrição:

ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA DEPARTAMENTO DE ESTUDOS CAEPE 2011 MONOGRAFIA (CAEPE) A Governança de Tecnologia da Informação na Administração Pública Federal e seus Reflexos para o Exército Brasileiro Código do Tema: 19/321 Cel Com Fortunato Menezes da Silva

FORTUNATO MENEZES DA SILVA A GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL E SEUS REFLEXOS PARA O EXÉRCITO BRASILEIRO Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Cel R1 Heleno Moreira Rio de Janeiro 2011

C2011 ESG Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitida a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG Biblioteca General Cordeiro de Farias Silva, Fortunato Menezes da A Governança de Tecnologia da Informação na Administração Pública Federal e seus reflexos para o Exército Brasileiro / Coronel de Comunicações Fortunato Menezes da Silva Rio de Janeiro: ESG, 2011. 51 f.: il. Orientador: Cel R1 Heleno Moreira Trabalho de Conclusão de Curso Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2011. 1. Tecnologia da Informação. 2. Governança de TI. 3. Processo de Transformação. I. Titulo

ao Nosso Senhor Jesus Cristo, Divina presença a me guiar os passos, Autor e Consumador da minha fé. "Quem sou eu, SENHOR? e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui?.[...] trataste-me como a um homem ilustre. [...] riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e nela está o engrandecer e o dar força a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos. (Rei Davi, de Israel, I Livro das Crônicas)

AGRADECIMENTOS A Deus, o Altíssimo, a quem pertence a magnificência, o poder, a honra, a vitória, a majestade e tudo quanto há nos céus e na terra. [ ] Aquele que tem domínio sobre o reino dos homens, e a quem quer constitui sobre ele. (Antigo Testamento). Aos meus pais, que vislumbraram uma estrela brilhante no meu futuro e não mediram esforços para que ela se tornasse realidade. À minha querida esposa Isabel, mulher virtuosa, idônea, plena de amor, paciência e compreensão, pela agradável companhia e incondicional apoio prestado durante esta jornada profissional, em todas as dimensões em que foi possível se expressar. Aos meus queridos filhos Isabelle e Fellippe, pelo amor demonstrado, mesmo à distância, pelas palavras de incentivo e pela maturidade das iniciativas, o que deu tranquilidade aos pais durante essa jornada. À Igreja Memorial Batista de Brasília, verdadeira família, pelo apoio espiritual. Ao meu irmão e amigo Cel Callai, pela presteza das respostas às minhas solicitações e contribuições sempre bem vindas. Ao Corpo Docente da ESG pelos novos conhecimentos que induzem a maiores reflexões sobre o destino do nosso Brasil, particularmente ao companheiro Cel R1 Heleno Moreira, pela camaradagem e pertinentes observações durante o processo de orientação da monografia. Finalmente, agradeço aos amigos da Turma "Segurança e Desenvolvimento", do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra, no ano de 2011, pelo agradável convívio, particularmente durante as viagens, visitas e trabalhos em grupo, com destaque para o Grupo Delta.

Se seus sistemas e processos estão ultrapassados, você terá de mudar o modo como pensa sobre TI e como implementar processos digitalizados. [ ] Mais importante, você terá que liderar a transformação para uma empresa com conhecimento em TI. (Conhecimento em TI, de Peter Weill & Jeanne W. Ross)

RESUMO Esta monografia trata da governança de tecnologia da informação como um dos fatores necessários à eficiência e eficácia do processo de transformação do Exército Brasileiro, que pretende modernizar seus sistemas e transportar-se para a era digital. O objetivo deste estudo é mostrar que o êxito desse processo é dependente dos mecanismos daquela governança, tomando como ponto de partida o diagnóstico elaborado pelo Controle Externo em auditorias realizadas no âmbito do governo, nos últimos cinco anos. Além de considerar a experiência profissional do autor como oficial de Comunicações, a metodologia aplicada amparou-se numa pesquisa bibliográfica e documental embasada em dois relatórios do Tribunal de Contas da União sobre governança de Tecnologia da Informação (2007 e 2010), do modelo Control Objectives for Information and related Technology (COBIT), versão 4.1 (INFORMATION TECHNOLOGY GOVERNANCE INSTITUTE, 2007) e das obras A Terceira Onda (Alvin Toffler, 2001) e Conhecimento em TI (Peter Weill e Jeanne W. Ross, 2010). O estudo aborda como principais tópicos a governança de TI, o processo de transformação do Exército e a organização com Conhecimento em TI (Ibidem). Finalmente, faz uma análise crítica do nível de governança existente no Exército, abordando os avanços e retrocessos institucionais na área de TI. A conclusão aponta para a necessidade preliminar de elaboração de um plano estratégico específico de TI e do efetivo envolvimento do Alto-Comando na composição do Conselho Superior de TI do Exército. Palavras chave: Tecnologia da Informação. Governança de TI. Processo de transformação.

ABSTRACT This monograph refers to the Information Technology (IT) Governance as one of the essential factors to reach efficiency and effectiveness on the process of transformation of the Brazilian Army, which intends to modernize its systems and transport itself to the new Digital Era. The objective of this study is to demonstrate that the success of this process depends on mechanisms of the aforesaid governance, taking as a starting point the diagnosis elaborated by the External Control in audits taken place in the scope of government over the last five years. In addition, it should be taken in consideration the professional experience of the author as a Signal Officer, as well as the methodology applied, which was founded on a bibliography and documental research based in two reports of the Tribunal de Contas da União about Information Technology Governance (2007 e 2010), the Control of Objectives for Information and related Technology (COBIT) framework, version 4.1 (Information Technology Governance Institute, 2007) and other works as The Third Wave (Alvin Toffler, 2001) and Knowledge in IT (Peter Weill and Jeanne W. Ross, 2010). The study deals with as main topics the IT Governance, the process of transformation of the Brazilian Army and Knowledge in IT organization (Ibidem), addressing the institutional progresses and retrogrades on the IT area. The conclusion leads towards the preliminary need of elaboration of a specific strategic plan of IT and the effective involvement of the High-Command on the composition of the Army s IT Steering Committee. Keywords: Information Technology. IT Governance. Transformation process.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 11 2 GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO... 14 2.1 CONCEITOS ADOTADOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL... 14 2.2 A IMPORTÂNCIA DA TI E DA SUA GOVERNANÇA... 15 2.3 CONTROLE EXTERNO DA GOVERNANÇA DE TI... 18 2.4 HISTÓRICO DA GOVERNANÇA DE TI NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 22 2.5 A GOVERNANÇA DE TI NO EXÉRCITO... 25 3 PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO EXÉRCITO... 33 3.1 ASPECTOS DO PROCESSO QUE EVIDENCIAM A IMPORTÂNCIA DA GOVERNANÇA DE TI... 3.1.1 Vetor Doutrina... 34 3.1.2 Vetor Educação e Cultura... 36 3.1.3 Vetor Gestão Corrente e Estratégica... 36 34 4 ORGANIZAÇÃO COM CONHECIMENTO EM TI... 38 4.1 PROPOSTAS... 40 5 CONCLUSÃO...... 41 REFERÊNCIAS... 44

LISTA DE ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APF - Administração Pública Federal BDCP - Base de Dados Corporativa de Pessoal BRASSCOM - Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação C&T Ciência e Tecnologia C2 Cmb - Comando e Controle em Combate C4IVR - Sistema de Comando e Controle, Comunicações, Computação, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento CADS - Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas CBD - Curso de Banco de Dados CCOMGEx - Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército CDCiber - Centro de Defesa Cibernética do Exército CDS - Centro de Desenvolvimento de Sistemas CEGE - Comitê Executivo de Governo Eletrônico CGSI - Curso de Gestão de Sistemas de Informações CGTI - Curso de Gestão de Tecnologia da Informação CIE - Centro de Inteligência do Exército CIGE - Centro Integrado de Guerra Eletrônica do Exército CISL - Comitê de Implementação do Software Livre CITEx - Centro Integrado de Telemática do Exército (CITEx) CMA Comando Militar da Amazônia CML - Comando Militar do Leste CMNE - Comando Militar do Nordeste CMO - Comando Militar do Oeste CMP - Comando Militar do Planalto CMSE - Comando Militar do Sudeste COBIT - Control Objectives for Information and related Technology COTIM - Conselho de Tecnologia da Informação da Marinha CPEx Centro de Pagamentos do Exército CRC - Curso de Redes de Computadores CT&I - Ciência, Tecnologia e Inovação

CTPED - Curso de Tecnologia de Processamento Eletrônico de Dados DCT - Departamento de Ciência e Tecnologia DCT - Departamento de Ciência e Tecnologia DCTA - Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial DCTIM - Diretoria de Comunicações e Tecnologia da Informação da Marinha DGP - Departamento-Geral do Pessoal DMCEI - Diretoria de Material de Comunicações, Eletrônica e Informática DOM - Diretoria de Obras Militares DTCEA - Departamento de Controle do Espaço Aéreo DTI - Diretoria de Tecnologia da Informação da Aeronáutica EB - Exército Brasileiro EBCORP - Base de Dados Corporativa do Exército Brasileiro EGTI - Estratégia Geral de Tecnologia da Informação EME - Estado-Maior do Exército END - Estratégia Nacional de Defesa E-PING - Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico FA - Forças Armadas GSI - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República igovti - índice de Governança de Tecnologia da Informação IN - Instrução Normativa ITGI - INFORMATION TECHNOLOGY GOVERNANCE INSTITUTE MD - Ministério da Defesa MPOG - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão NuCDCiber Núcleo do Centro de Defesa Cibernética do Exército ODF - Open Data Format ODG - Órgão de Direção Geral ODS - Órgão de Direção Setorial OGU - Orçamento Geral da União OM - Organização Militar OPIP - Órgãos Pagadores de Inativos e Pensionistas OPUS - Sistema Unificado do Processo de Obras PEG Programa de Excelência Gerencial PGP - Gestão por Processos PIB - Produto Interno Bruto

PR - Presidência da República QGEx Quartel-General do Exército. SAF - Secretaria da Administração Federal SC2FTer - Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre SCT - Secretaria de Ciência e Tecnologia SecCTM - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha SE-EB - Sistema de Excelência no Exército Brasileiro SEF - Secretaria de Economia e Finanças SEFTI - Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação SGBD Sistema Gerenciador de Banco de Dados SGE/BSC - Sistema de Gestão Estratégica / Balanced Scorecard SIAPPES - Sistema Automatizado de Pagamento de Pessoal SiCaPEx - Sistema de Cadastramento do Pessoal do Exército SIG - Sistema Integrado de Gestão SIGADEx - Sistema Informatizado de Gestão Arquivística e Documental do Exército SIMATEx - Sistema de Material do Exército SIP - Seção de Inativos e Pensionistas SIPLEx - Sistema de Planejamento do Exército SiPPes - Sistema de Pagamento de Pessoal do Exército SISFRON - Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras SISP - Sistema de Administração dos Recursos de Informação e Informática SLTI - Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação SPED - Sistema de Protocolo Eletrônico de Documentos STI - Secretaria de Tecnologia da Informação TC - Tecnologia da Comunicação TCU - Tribunal de Contas da União TI - Tecnologia da Informação TIC - Tecnologia da Informação e Comunicações

11 1 INTRODUÇÃO A Terceira Onda faz mais do que simplesmente acelerar os fluxos de informação; ela transforma a profunda estrutura de informação de que dependem nossas ações diárias. (TOFFLER, ALVIN. A Terceira Onda, 25. ed. Rio de Janeiro: Record. p.164, 2001) É incontestável o fato de que as tecnologias da informação (TI) provocaram uma revolução na era industrial e conduzem o mundo para a era do conhecimento, produzindo um grande volume de acontecimentos inusitados. Uma vez que reduziu distâncias espaciais e temporais, com uma velocidade surpreendente, essa era digital trouxe vários benefícios acompanhados de sérias dificuldades: diante da automatização de processos, dos novos modos de se comunicar, da intensificação das relações em diversos níveis e do aperfeiçoamento da capacidade de gestão administrativa e operacional, confrontam-se o aumento do fluxo de informações, a dificuldade de discernimento, o controle de gastos, os riscos associados e a divergência entre os objetivos atingidos e os resultados esperados. Visando superar os óbices apresentados por essa nova realidade, as organizações têm envidado esforços de toda ordem para controlar e dirigir os processos. Na verdade, o que se deseja é obter a capacidade de atingir os objetivos de negócios, aproveitando as oportunidades, contornando os riscos inerentes, aliando a otimização dos investimentos à velocidade requerida pela era da informação. No setor público, a preocupação principal é realizar essa tarefa observando os princípios constitucionais, particularmente os da economicidade e da legalidade. Para isso, o Tribunal de Contas da União (TCU) vem realizando levantamentos, que revelam a existência de grandes desafios relacionados à governança de Tecnologia da Informação (TI) na Administração Pública Federal (APF), ressaltando aspectos referentes ao planejamento estratégico, à segurança da informação, à estrutura de pessoal de TI, ao desenvolvimento de sistemas e a auditorias (TCU, 2007, 2010). Vários problemas foram identificados, merecendo recomendações específicas daquela Corte de Contas, para todo o poder público, com base em referenciais consagrados, de melhores práticas de aceitação internacional. O Exército, instituição interessada na excelência gerencial, participou dos levantamentos, tendo obtido um resultado favorável em comparação com os demais órgãos. Contudo, uma vez que pretende ingressar na era do conhecimento, vivencia

12 um processo de transformação que exigirá um esforço institucional sem precedentes, diante dos novos sistemas e estruturas, que vão desafiar hábitos arraigados e barreiras departamentais existentes, com fluxos de informação cada vez maiores e mais intensos (TOFFLER, 2001). Este trabalho pretende abordar a seguinte questão: em que medida a governança de TI pode contribuir para a consecução dos objetivos do processo de transformação do Exército Brasileiro? Para nortear a pesquisa, estabeleceu-se como objetivo geral estudar esse processo e verificar que a sua eficácia é diretamente proporcional à adoção dos critérios e modelos de governança de TI. À luz dos mecanismos supracitados, foram relacionados quatro objetivos específicos, a saber: Verificar o resultado das ações do Controle Externo no âmbito da administração pública federal. Verificar a situação do Exército referente à TI. Identificar os aspectos do processo de transformação que evidenciam a importância da governança de TI. Descobrir qual o nível de conhecimento sobre TI necessário a uma organização que pretende entrar na Sociedade do Conhecimento. O referencial teórico constitui-se de dois levantamentos sobre governança de TI realizados pelo TCU (2007 e 2010) e da obra Conhecimento em TI de Peter Weill & Jeanne W. Ross (2010). A fim de atingir um melhor entendimento do trabalho proposto, esta monografia está organizada em cinco capítulos, incluindo a introdução (capítulo 1) e as considerações finais (capítulo 5). No capítulo 2 serão apresentados uma visão geral da governança de TI, os principais conceitos em vigor, a importância da TI e da sua governança, as ações do Controle Externo relacionadas ao tema, um breve histórico da governança de TI na administração pública e a respectiva situação do Exército. O Capítulo 3 abordará o processo de transformação do Exército, estudando três vetores: Doutrina, Educação e Cultura e Gestão Corrente e Estratégica, de onde serão extraídos os aspectos que evidenciam a importância da governança de TI na transição da Instituição da era industrial para a era do conhecimento, também chamada de era digital ou sociedade da informação (EME, 2010).

13 No Capítulo 4 serão discutidos as principais características de uma organização com Conhecimento em TI (WEILL & ROSS, 2010, p.1), relacionandoas com o Exército Brasileiro. São também apresentadas propostas de medidas necessárias ao aperfeiçoamento e ao exercício de uma eficiente governança de TI no Exército Brasileiro, a fim de concluir o processo de transformação com eficácia.

14 2 GOVERNANÇA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Onde não há conselhos fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito. (Provérbios) Governança de Tecnologia da Informação (TI) é um tema de importância estratégica crescente, que vem despertando a atenção dos agentes econômicos em todo o mundo, principalmente empresas e governos, tendo em vista a magnitude dos valores financeiros envolvidos, a característica pervasiva e ubíqua da TI nos diferentes setores da sociedade e o impacto que ela causa nas relações interpessoais, nas atividades das organizações, enfim na governança corporativa. Embora seja relevante, é um conceito ainda desconhecido por atores envolvidos no setor público. No Brasil, a importância desse tema pode ser avaliada pela amplitude das ações do Tribunal de Contas da União, traduzidas pela adequação de sua estrutura organizacional, em 2006, e a realização de levantamentos específicos, no âmbito da APF (TCU, 2007 e 2010), com nítidas repercussões para todos os órgãos públicos, particularmente o Exército Brasileiro, que se encontra em processo de transformação institucional (EME, 2010). 2.1 CONCEITOS ADOTADOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL Tecnologia da Informação (TI) é o termo que designa o conjunto de recursos necessários para realizar a gestão da informação, atividade caracterizada pelas etapas de aquisição, processamento, armazenamento e difusão das informações (ABNT, 2009). Conforme classificação do Information Technology Governance Institute (ITGI), os recursos de TI abrangem aplicativos, informações, infraestrutura e as pessoas, que viabilizam a existência e o funcionamento de sistemas de informações e serviços. (ITGI, 2007, grifo nosso). Embora já definido em norma técnica 1 (ABNT, 2009, apud TCU, 2010), TI é um conceito cujo significado ainda guarda certa ambiguidade. Algumas vezes, envolve apenas os recursos relacionados à tradicional área de informática, em outras, envolve também os da área de comunicações (telecomunicações). A sigla TI abarca também as expressões Tecnologia da Comunicação (TC) e Tecnologia da 1 ABNT. NBR ISO/IEC 38500:2009 Governança corporativa de tecnologia da informação.

15 Informação e Comunicação (TIC), entendimento que é claramente expresso nos levantamentos realizados pelo Controle Externo (TCU), acrescentando que os termos TI e TIC se equivalem, sendo sinônimos (Ibidem). Embora isto ocorra, os termos comunicações e TI são tratados de modos distintos, tanto pelo setor público quanto pelo setor privado, o que será abordado mais adiante. Outros conceitos importantes estão ligados à ubiquidade e pervasividade, características básicas inerentes à TI que a fazem presente em toda a organização, influenciando cada uma das decisões organizacionais, conferindo à governança de TI o atributo de fazer parte da governança corporativa. É o que se pode verificar na visão da Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação (SEFTI) do TCU 2 : Governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas e controladas. Pode ser entendido como o conjunto de ações e responsabilidades exercidas pela alta administração da empresa, órgão ou entidade, com o objetivo de oferecer orientação estratégica e garantir que os objetivos sejam alcançados, com simultânea gerência de riscos e verificação de que os recursos são utilizados de forma responsável. Governança de TI ou governança corporativa de TI é o sistema pelo qual o uso atual e futuro da TI é dirigido e controlado. Significa avaliar e direcionar o uso da TI para dar suporte à organização e monitorar seu uso para realizar os planos. Inclui a estratégia e as políticas de uso da TI dentro da organização. A governança de TI é de responsabilidade dos executivos e da alta direção, consistindo em aspectos de liderança, estrutura organizacional e processos que garantam que a área de TI da organização suporte e aprimore as estratégias e objetivos da organização (TCU, 2010. p.101, grifo nosso). 2.2 A IMPORTÂNCIA DA TI E DA SUA GOVERNANÇA As características básicas inerentes à TI já seriam suficientes para aquilatar a sua importância e concluir sobre a sua influência em todas as expressões do poder nacional. Preliminarmente, os indícios apontam para a predominância da expressão econômica, no entanto, existem bases consistentes que ampliam esse entendimento e identificam outros fatores relevantes, que podem ser constatados. Segundo Walton Alencar Rodrigues, ministro-presidente do TCU, A TI é o verdadeiro motor das organizações modernas podendo tanto impulsioná-las muito adiante como emperrar o seu progresso 3 (TCU, 2008, p. 5). Entre outros aspectos, esta afirmação tem suporte nas várias evidências identificadas nas auditorias de TI realizadas na administração pública federal. 2 Levantamento de governança de TI 2010. Glossário. 3 Sumários Executivos. Levantamento acerca da Governança de Tecnologia da Informação na Administração Pública Federal. 2008.

16 Em seguida, é preciso destacar que TI é uma função de governo, prevista em lei 4 e abrangida pela função Administração 5, sendo, portanto, alvo permanente das atenções do Controle Externo. Por conta disso, o TCU vem realizando levantamentos e constatando a necessidade de maior controle referente a essa função, tendo em vista o seu aspecto estratégico e o expressivo crescimento da sua despesa associado à dificuldade de identificar as despesas com precisão 6 : Do estudo [...], concluiu-se que a estrutura do OGU [Orçamento Geral da União] não permite a identificação precisa dos gastos efetuados pela APF em TI por não conter classificações orçamentárias específicas para todos os tipos de bens e serviços relacionados ao domínio de tecnologia da informação, assim como pela dispersão desses dispêndios nas ações finalísticas e de apoio de cada órgão ou entidade, restando sem identificação parcela significativa dos gastos em TI. A despeito das restrições encontradas, verificou-se que os gastos identificáveis em TI executados pela APF cresceram de 4,2 a 6,5 bilhões de reais, de 2002 a 2006. O estudo indica que o montante real dos gastos em TI pela APF supera o valor mensurado. Os dados levantados revelaram, também, uma predominância dos gastos de TI em serviços. (TCU, 2008, não paginado, grifo nosso). O Relatório do TCU 7 sobre as contas do governo da República, no, exercício de 2008, também registra: a segunda maior subfunção realizada foi 'Tecnologia da Informação' com 7% do total das 'Subfunções Administrativas', equivalente ao empenho de R$ 4.859.000.000,00 (quatro bilhões e oitocentos e cinquenta e nove milhões de reais) (TCU, 2009, p. 234). Apenas para comparar, a função Comunicações empenhou R$ 531.000.000,00 (quinhentos e trinta e um milhões de reais), enquanto que Ciência e Tecnologia empenhou R$ 5.225.000.000,00 (cinco bilhões, duzentos e vinte cinco milhões de reais) (Ibidem, p. 80). Assim, a garantia da aplicação judiciosa de recursos se torna cada vez mais importante, tendo em vista que somente na Administração Federal o gasto em TI ultrapassa seis bilhões de reais por ano [...] (TCU, 2008, p. 2) 8. Entretanto, outros aspectos vão além das questões orçamentárias, estando diretamente relacionadas ao papel da governança de TI na segurança e na eficácia governamental, pois a governança adequada da área de TI na Administração Pública Federal promove a proteção de informações críticas e contribui para que as organizações atinjam seus objetivos institucionais. (Ibidem). 4 Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. 5 Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 6 Acórdão nº 371/2008-TCU. 7 Relatório e pareceres prévios sobre as contas do governo da República: Exercício de 2008 - TCU. 8 Acórdão nº 1603/2008-TCU.

17 Em outro relatório, o TCU relembra a relevância do fator econômico, mas também ressalta o caráter estratégico ampliado pela expressão política 9 : a importância da governança de TI no âmbito da APF pode ser aquilatada tanto pela estimativa de gastos em TI para 2010, que é de cerca de R$ 12,5 bilhões, quanto por sua importância estratégica, ao ser amplamente utilizada na condução de políticas públicas suportadas por um orçamento federal de R$ 1,86 trilhão [...]. (TCU, 2010, p. 6, grifo nosso) Para o setor privado, no que concerne ao setor de tecnologia da informação, os aspectos econômicos são aqueles que merecem maior destaque, pois carregam grandes promessas de lucro, apesar de atreladas a problemas complexos. Isto pode ser constatado no estudo elaborado pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) veiculado pelo site da Revista Veja: A Associação [...] (Brasscom) acaba de divulgar números expressivos sobre a área, revelando que, em 2010, o setor movimentou mais 85 bilhões de dólares. É o equivalente a quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O estudo, elaborado pelo centro de pesquisas IDC, aponta ainda que, se o segmento de telecomunicações for adicionada ao bolo, o total pula para 165,69 bilhões, alcançando quase 10% do PIB. A meta para 2020 (sem ajuda de telecomunicações) é elevar o peso do setor para 6,5% do PIB, com faturamento de 200 bilhões de dólares, [...]. As oportunidades são imensas, mas os desafios também são grandes. O país precisa reduzir os custos da mão de obra, porque eles consomem em torno de 70% das receitas das empresas, [...]. Os números revelam ainda um detalhe importante. Do faturamento total do setor, 98,5% (ou 163,3 bilhões de dólares) são provenientes do mercado interno. As operações internacionais foram responsáveis por apenas 2,39 bilhões de dólares. No mundo, o setor de TI aliado à área de telecomunicações chegou a 1,5 trilhão de dólares. A cifra deve duplicar até 2020. [ ] (REVISTA VEJA, 2011, não paginado, grifo nosso). Essa informação confirma a constatação do TCU em seus levantamentos e corrobora as afirmações de que os gastos com a tecnologia da informação continuarão aumentando em quase todas as empresas, segundo Weill & Ross (2010, p.13). Porém, as expectativas são alvissareiras e envolvem todas as expressões do poder nacional: maior faturamento para as empresas do setor, novas oportunidades de emprego de mão de obra e maior potencial cientifico e tecnológico, o que pode ser muito favorável ao desenvolvimento da indústria nacional de defesa e, consequentemente, ao aumento do produto interno bruto. Contudo, questões consideradas relevantes em passado recente deverão estar presentes nas mesas de negociação de expressão política, tais como: 9 Levantamento de governança de TI 2010.

18 formulação de políticas públicas para incentivo ao crescimento do setor; redução de impostos e tarifas de importação que impactam os custos de produção e o acesso às tecnologias de informação; de São Paulo, 2004). proteção da propriedade intelectual; flexibilização das leis trabalhistas; existência de um marco regulatório claro e transparente. (Jornal O Estado Por sua vez, o Information Technology Governance Institute (ITGI), entidade de referência internacional em governança de TI, destaca em seu modelo 10 : a necessidade da avaliação do valor de TI, o gerenciamento dos riscos relacionados à TI e as crescentes necessidades de controle sobre as informações são agora entendidos como elementos-chave da governança corporativa. Valor, risco e controle constituem a essência da governança de TI. (ITGI, 2007, p.7, grifo nosso). Como pode ser constatado, as características básicas da TI, o seu caráter de função de governo, a complexidade das questões envolvidas entre os setores público e privado, a magnitude dos recursos empregados nas esferas governamentais e a tendência de crescimento da sua despesa alimentam as expectativas do empresariado e projetam a real dimensão da importância da governança de TI como instrumento essencial da governança corporativa, particularmente no âmbito da administração pública federal. 2.3 CONTROLE EXTERNO DA GOVERNANÇA DE TI Continuando com o ministro-presidente Walton Alencar Rodrigues, após destacar a importância da TI, ele ressalta o papel preponderante do TCU como indutor do aperfeiçoamento do nível da gestão pública, tendo em foco que Um dos grandes desafios da Administração Pública Federal na atualidade é a elevação do seu grau de governança (TCU, 2008, p. 5). Depois, afirma que a governança de TI é essencial para conseguir o aperfeiçoamento dessa área e informa os motivos que levaram o TCU a modificar a sua estrutura, nos seguintes termos: A dimensão estratégica da tecnologia da informação (TI), a complexidade de sua gestão, o aumento dos gastos públicos com TI na administração pública e a quantidade crescente de denúncias e representações sobre aquisições nessa área, levaram, no final de 2006, à criação da Secretaria de Fiscalização de TI (Sefti). (Ibidem). 10 Control Objectives for Information and related Technology (COBIT) 4.1. ed. 2007.