O USO DE DROGAS POR ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE - RS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS: QUÍMICA DA VIDA E SAÚDE FERNANDO CORRÊA SENNA O USO DE DROGAS POR ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE - RS Porto Alegre 2014

Fernando Correa Senna O uso de drogas por estudantes do ensino fundamental de uma escola pública do município de Porto Alegre - RS Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação e Ciência: Química da Vida e Saúde. Departamento de Bioquímica da Universidade do Rio Grande do Sul. Requisito a obtenção ao título de Mestre em Educação em Ciência: Química da vida e Saúde. Orientadora: Profa. Dra. Luciana Calabró Berti Co-orientador: Prof. Dr. Diogo Onofre de Souza Porto Alegre 2014

Quem espera que a vida Seja feita de ilusão Pode até ficar maluco Ou morrer na solidão É preciso ter cuidado Pra mais tarde não sofrer É preciso saber viver Toda pedra do caminho Você pode retirar Numa flor que tem espinhos Você pode se arranhar Se o bem e o mal existem Você pode escolher É preciso saber viver Compositor: Erasmo Carlos/Roberto Carlos

AGRADECIMENTOS Em minha caminhada de tantos esforços não foi fácil chegar aqui. Através de um processo de seleção e a minha classificação para o mesmo Mestrado. Não foi tranquilo em relação à família e encarando uma estrada. Gostaria de agradecer a todos aqueles que sempre confiaram em mim, desde o início de minha trajetória. À Sra. Clara Izolina Correa, minha mãe aqui deixo registrado meu amor e carinho por sempre me dar uma palavra de consolo nas horas certas. À Sra. Andréia Corrêa Senna, minha irmã por sempre estar ao meu lado nas horas mais difíceis de minha vida. Os Senhores Gilberto Ronaldo e Giselda Torma Rodrigues, minha segunda família onde sempre estão ao meu lado em todos os momentos, sempre me dando um abraço colhedor quando eu precisava e sempre me aconselhando em minha vida. Ao Prof. Mestre Sr. Sandro Torma Rodrigues, pela grande ajuda e compreensão para comigo. À Sra. Ediane Gheno, pela grande ajuda nos últimos meses de meu trabalho no mestrado onde a mesma vai ter sempre minhas considerações e meu grande respeito. Ao Profº Mestre Sr. Rogério Sacramento Burkert, pela grande ajuda em meu processo de seleção com seu conhecimento e aprendizagem de suas experiências, onde sempre me deu grande força e entusiasmo para cursar o mestrado, aqui meus agradecimentos. Agradeço também aos colegas de mestrado e doutorado: Angélica Ono, Bruno de Fraga, Rodrigo Couto, Regina Morgavi, por vários encontros em sala de aula, se tornavam mágicas as brincadeiras. As disciplinas cursadas no Departamento de Bioquímica onde tivemos muito que estudar e elaborar os trabalhos. Iram sempre ficar em meu coração. Agradecimento mais que especial: À Profª. Drª Luciana Calabró, minha orientadora, meus agradecimentos pela paciência, dedicação, pelos ensinamentos e correção desse trabalho. Com certeza a senhora irá ficar marcada em meu coração para o resto de minha vida, fique sabendo que a senhora é uma pessoa especial, onde eu sou eternamente grato. Aonde sempre me acolheu com sorriso, delicadeza e educação, onde sempre me senti como um grande amigo seu ao de ser aluno. Obrigado!!!!

Ao Profº. Drº Diogo Onofre de Souza, meus agradecimentos pela orientação, dedicação e encaminhamento deste trabalho. Minha grande gratidão, carinho pela sua compreensão e dedicação para comigo, saiba que o senhor faz parte já de minha vida. Onde o senhor em suas reuniões para orientação com a professora Luciana sempre me fizeram sorrir mesmo quando eu não tinha motivos. Obrigado por me acolher e sempre me mostrar o caminho certo a seguir. Obrigado!!!

LISTA DE ABREVIATURAS CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CBRID Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas ECA Estatuto da Criança e do Adolescente PCN S Parâmetros Curriculares Nacionais POA- Porto Alegre UFGRS Universidade Federal do Rio Grande do Sul FURG- Universidade Federal do Rio Grande UFSM - Universidade Federal de Santa Maria OMS Organização Mundial de Saúde IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica LSD - Dietilamida do Ácido Lisérgico

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Faixa etária dos estudantes distribuídos por anos escolar FIGURA 2 Correlação entre ano escolar e consumo de bebida alcoólica FIGURA 3 - Gênero dos estudantes e consumo de bebida alcoólica FIGURA 4 Relacionamento familiar e consumo de bebidas alcoólicas FIGURA 5 Uso de energético e consumo de bebida alcoólica FIGURA 6 Auxilio governamental

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 7 2 OBJETIVOS... 10 2.1 OBJETIVO GERAL... 10 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 10 3 A IMPORTÂNCIA DO DOCENTE NA PREVENÇÃO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA... 11 4 DROGAS E SUA DEFINIÇÃO... 15 5 ARTIGO: O USO DE DROGAS POR ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE - RS... 17 6 PERSPECTIVAS... 41 REFERÊNCIAS... 42

7 1 INTRODUÇÃO De acordo com o índice de aumento ao consumo de substâncias psicoativas lícitas e ilícitas, tem um papel fundamental importância as pesquisas e estudos referindo-se a dependência química e suas correlações em seu tema. Dessa forma, reconhecendo que a problemática das drogas é crescente, é de grande relevância a consciência preventiva nos jovens para que não venham a usar drogas. Nesse caso, considerando a escola um local onde se encontram crianças e jovens de diferentes faixas etárias, fases em que é comum a inserção no mundo das drogas, é esperado que o espaço escolar colaborasse com a redução desse problema, assumindo o seu papel de agente preventivo. O ambiente escolar é favorável para essa finalidade, pois serve como espaço educativo capaz de desenvolver trabalho sistemático e contínuo. Os educadores estão próximos das crianças, dos adolescentes e até mesmo de outros adultos, sendo responsáveis pela formação de opinião e pela formação de novas gerações de seres humanos inseridos no contexto social. Logo, a sala de aula é um instrumento para a formação integral do sujeito, do cidadão consciente do seu papel no mundo em que vive. Essa percepção foi reforçada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que em conformidade com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, consiste em um conjunto de diretrizes gerais e específicas capazes de nortear os currículos e seus conteúdos mínimos, com base em um processo flexível e articulado. Assim, em respeito às temáticas sociais presentes na vida cotidiana. Diante dessas considerações, cabe a pergunta: Qual a droga que os alunos utilizam frequentemente em sua fase de adolescência na vida escolar? Esse questionamento norteou o trabalho aqui apresentado. Cabem ressaltar que são consideradas drogas quaisquer substâncias capazes de provocar modificações em um organismo. Drogas psicoativas são aquelas que agem sobre o sistema nervoso central, causando alterações na maneira de pensar, sentir e agir (CALANCA, 1982). Conforme Lent (2008, p. 338) A adicção se caracteriza pela vontade incontrolável de consumir a droga, procura compulsiva pela mesma, certeza de sua obtenção e grande tendência à recidiva. É, portanto, uma alteração comportamental. Para o autor o uso abusivo de drogas pode desencadear a dependência, caracterizada pela dificuldade de autocontrole da administração e frequentemente tolerância e aparecimento de sintomas abstinência quando se

8 tenta interromper o uso (p.338), sendo que essa é de origem multifatorial, resultantes de interações complexas entre fatores sociais, psicológicos e biológicos. No que diz respeito ao consumo abusivo de drogas pelos adolescentes, segundo Masur (1989), uma das principais razões que levam os jovens a experimentar e usar regularmente certas substâncias que acabam causando dependência é o fato de que a adolescência é um período muito conturbado da vida, no qual o jovem se vê cercado por informações novas e demonstra curiosidade acerca do mundo que o rodeia. Dessa forma, a adolescência constitui um período crucial no ciclo vital para o início do uso de drogas, desde a simples experimentação até o consumo ocasional, indevido ou abusivo, sendo que drogas lícitas ou ilícitas, por meio do consumo de álcool, fumo e maconha (MINAYO, 1999). Assim, os adolescentes na verdade, constituem um grupo de alto risco para a utilização de drogas, sendo que [...] apresentam comportamento de risco, como usar drogas, em um índice mais elevado do que qualquer outro grupo de idade. (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2005, p. 391) Conforme Friderick (1989), não só a própria vontade do adolescente desencadeia o uso e ao aumento no consumo de drogas, pois fatores como idade do consumidor e o ambiente em que vive também estão associados ao consumo de certa substância psicoativa. Segundo Steinberg (1996), adolescência é um período de crescimento no qual o indivíduo precisa realizar diversas tarefas para efetuar a passagem da infância à vida adulta. Essas tarefas estão relacionadas a algumas mudanças características deste período, sendo que a principal é a busca pela identidade sexual, social e psíquica. Para Abadi (1991) a identidade social e psíquica está fundamentada nos processo de interação vivido pelo adolescente, o qual experiência um conflito gerado diante da necessidade de independência dos pais e da aproximação e dependência do grupo de amigos. Assim, pais e amigos têm papéis fundamentais para a formação de um código de valores próprios do adolescente. É no âmbito familiar que se constrói o ser humano, sendo ela o principal agente responsável pelo desenvolvimento da criança e do adolescente, pois as características de uma família têm influência direta nas características do adolescente. É necessária uma atitude familiar essencialmente positiva no sentido da alteração de hábitos, e esta deve acontecer primeiramente nos membros adultos, pois eles se constituem modelos para os adolescentes (GAUDERER, 1998). Exemplificando, é comum nos meios sociais, inclusive familiares, beber para comemorar uma ocasião especial, sendo que a droga, mesmo lícita, ganha conotação positiva (STRYJER, 2003). Segundo Marllat, citado por Gazzaniga e Heattherton (2005, p. 209), em

9 celebrações o álcool funciona como um elixir mágico, [...] capaz de aumentar às habilidades sociais, o prazer sexual, a confiança, o poder e a agressão [...]. Os adolescentes podem ver os bebedores como sociáveis e adultos, duas coisas que eles desejam desesperadamente, ser. Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o que se refere ao risco que constitui a atitude positiva da família com relação ao uso de drogas, reforçando a iniciação dos jovens (KANDEL, 1978). De acordo com Hawkins (1992) e Brown (1993), os padrões de comportamento dos pais e as interações familiares, e não só o fato de eles beberem, é em boa parte responsável pelas atitudes dos filhos. Embora o consumo de drogas pelos pais esteja relacionado à maior risco de os filhos se tornarem usuários, uma vez que o comportamento parental lhes serve de modelo, é a atitude permissiva dos genitores o que mais pesa nessa equação. É incomum encontrarmos lares que não possuam bebidas alcoólicas e demais variedades de drogas, como sedativos, calmantes e anfetaminas utilizados pelos pais como medicamentos. De modo geral, Rapport (1998) lembra que a droga passa a representar um paraíso artificial, no qual o sujeito alivia suas tensões seus problemas. Desse modo, não só o acesso dos adolescentes a essas substâncias fica facilitado, mas soma-se a isso o fato de que a conduta dos pais frente ao consumo de drogas pode colaborar para uma visão da droga como necessidade, influenciando a forma como o adolescente reage à ampla oferta de droga na sociedade atual. Os problemas enfrentados na adolescência podem ser plantados na infância, uma vez que as crianças percebem que as pessoas que bebem se divertem (NJAINE, 2004; GAZZANIGA; HEATHERTON, 2005). Acrescenta-se ainda que a mídia, como fonte incrível de transmissão de conhecimento, possui grande influência sobre os membros de uma família. É o caso das propagandas de bebidas alcoólicas e cigarros veiculados nos meios de comunicação que estimulam o consumo dessas drogas denominadas lícitas, socialmente toleradas e legalmente permitidas. Determinadas marcas de bebidas e/ou cigarros fazem analogias à riqueza, sucesso, prestígio e ao estado de felicidade. Essas evoluções de práticas culturais dificultam o desenvolvimento saudável da criança e do jovem (SETZER, 1999). De acordo com Amarante Silva e Sinnott Silva (2005, p. 46) a prevenção envolve métodos e técnicas com a finalidade de evitar o consumo inadequado de drogas e deve ser praticada pela sociedade em geral, cada um no seu momento e com a competência que dispõem.

10 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL O objetivo principal do estudo foi investigar o uso de drogas por estudantes do ensino fundamental nas diferentes faixa etária de idades, em uma escola pública do município de Porto Alegre- RS. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Buscar informações sobre as características dos jovens usuários de substâncias psicotrópicas; Comparar os diversos tipos de drogas lícitas e ilícitas, e seu consumo nas mais variadas faixa etárias.

11 3 A IMPORTÂNCIA DO DOCENTE NA PREVENÇÃO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA Considerando que a educação tem um papel primordial na transformação social, venho me inquietando desde minha formação no curso do magistério em 2000, quando comecei a atuar como professor na rede pública de ensino. Reconhecendo que a problemática é crescente, é de grande importância o desenvolvimento da consciência preventiva nos jovens para que não venham a usá-la. A educação pode ser um instrumento no processo da transformação social e seu papel é possibilitar ao indivíduo uma formação que envolva competência científica, ao mesmo tempo em que compreensão humanística. O processo educativo precisa preparar o indivíduo para melhor conhecer o mundo com que interage, para o entendimento de si mesmo como sujeito que se auto-organização permanentemente e que pode optar por determinada forma de participação do contexto onde vive. É realmente indispensável que as instituição de ensino adotem uma postura diante dos demais setores sociais assim, esclarecendo e prevenindo os jovens de consumir tais substâncias, a escola é o local propício para ajudar na prevenção das drogas, no sentido em que reúne várias qualificações que corroboram para a difusão de tal perspectiva na comunidade escolar. Contudo, a escola apesar de ocupar-se com a aquisição de conhecimentos, [...] está longe de realizar um processo educativo planejado que priorize a formação de atitudes e convicções. As preocupações escolares com a disciplina escolar e com os conteúdos são insuficientes para formar o cidadão [...] (PAVIANI, 2003, p.83) Para Moraes (2004) é necessário uma educação que promova a evolução do sujeito na sociedade, que construa um diálogo com o cotidiano, levando em consideração práticas individuais e coletivas, de forma que os fenômenos do dia-a-dia sejam apropriados pelo indivíduo se tornem conhecimento e gerem transformações. No que se refere à droga dicção, certamente a educação pode atuar no âmbito preventivo, profilático. Tiba (2007, p.202) ressalta que As escolas tem por obrigação capacitar-se para enfrentar o maior mal evitável do século, as drogas. [...] A escola precisa ajudá-los a fortalecer a opinião contrária ao uso. Quando na sala de aula são abordados os conteúdos articulados de cada disciplina, verificam-se problemas vivenciados pelos alunos, é possível colaborar para gerar comportamentos frente ao uso de drogas, pois de acordo com Lent (2001, p. 594) a retenção de informações na memória advinda de aprendizagens nos torna capazes de orientar o comportamento e o pensamento.

12 Segundo Moraes (2000), os conhecimentos cotidianos, juntamente com todo o conhecimento prévio dos sujeitos, constituem o fundamento do entendimento e interferem na aquisição de novos conhecimentos. O conhecimento científico pode promover um aperfeiçoamento gradual do conhecimento cotidiano. Dessa forma, considerando que professores e alunos tem conhecimento prévio sobre as drogas, esses devem ser ponto de partida para que o tema seja abordado em sala de aula. Nesse sentido, a inserção de temas transversais nos Parâmetros Curriculares Nacionais, não só contribuem para incentivar a abordagem de assuntos que fazem parte do cotidiano dos alunos, mas também para respaldar politicamente o professor na exploração de temas polêmicos, sujeitos a uma pluralidade de visões em sala de aula. De acordo com os PCNs (1997), o papel da escola ao trabalhar temas transversais é facilitar, fomentar e integrar as ações de modo contextualizado, através da interdisciplinaridade e transversalidade, buscando não fragmentar em blocos rígidos os conhecimentos, para que a Educação realmente constitua o meio de transformação social. Sem dúvida, a presença desse tema tem caráter utilitário, uma vez que a drogadição é um problema intensamente vivido pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano. Isso permite que o assunto drogas seja reconhecido como questão importante que deve ser debatida em sala de aula, permeando as áreas do conhecimento via práticas pedagógicas interdisciplinares. Essa possibilidade foi enfatizada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), quando preconizada a abordagem do tema transversal ser humano e saúde como meio de tratar assuntos cotidianos relacionados à saúde pública a partir da exploração do temas nas diversas disciplinas que compõem o currículo escolar, pois nele assunto droga se encontra inserido. Convém lembrar que interdisciplinaridade se traduz como: [...] enfoque científico e pedagógico que se caracteriza por buscar algo mais do que mera justaposição das contribuições de diversas disciplinas sobre um mesmo assunto, e se esforça por estabelecer um diálogo enriquecedor entre especialistas de diversas áreas científicas sobre uma determinada temática (ASSMANN, 2001, p. 162). Nessa mesma linha de pensamento, Robaina (2010, p.43) assevera que, uma das possibilidades de avançarmos com a problemática drogadição é adoção de práticas educativas e de estratégias de ensino, pensadas e executadas conjuntamente por toda a equipe de educadores da escola.

13 Segundo Lück (1994), na interdisciplinaridade ocorre a abordagem conjunta do problema na busca de soluções, respeitando-se as análises advindas de diferentes disciplinas. Entretanto, considerando que a atuação do professor é fundamental na educação preventiva, a exploração de temas transversais tem implicações na preparação docente. Conforme Perrenoud (2000) a competência docente requerida atualmente vai além do domínio dos conteúdos, ele deve estar apto a construí-los em situações amplas, aproveitando acontecimentos, partindo dos interesses dos alunos e favorecendo a apropriação ativa e a transferência de saberes. Pensando dessa forma o diálogo entre os saberes transmitidos pelos educadores e entre os saberes dos educadores com os saberes dos educando são de suma importância para o combate a drogadição. Porém, Fonseca (2009) lembra que o professor, como profissional de formação pedagógica, psicológica, social e cultural, deve ser mais preparado para desenvolver a prevenção ao abuso de drogas entre seus alunos. Segundo Bucher (1988, p.51) os educadores estão despreparados para abordar a questão, seja em sala de aula ou fora dela. Portanto, o professor deve estar bem informado para que sua atitude possa contribuir de forma positiva para evitar o consumo de drogas. Sem dúvida, as escolas enfrentam problemas relativos ao uso abusivo e ao tráfico de drogas. Assim, para Robaina (2010, p 41) Há uma necessidade urgente por estudos sobre os saberes e a formação de professores que abordem a problemática da drogadição, sendo importante o conhecimento dessas drogas e de seus efeitos sobre o organismo. Ainda de acordo com o autor esses saberes docentes na área será ponto de partida para estratégias para o combate às drogas. Brandão (2005, p. 225) destaca que A literatura especializada aponta a educação como um dos mais importantes meios de prevenção ao uso indevido de drogas, elegendo o professor como um dos agentes mais indicados para realizar o trabalho preventivo, desde que devidamente capacitado. No entanto, no entendimento de Carlini-Cotrim (1998), embora a escola realmente tenha um leque variado em termos de ações concretas para que o estudante possa ser mais estruturado, consciente e questionador no que diz respeito ao consumo de drogas, colaborando para que não se envolva patologicamente com drogas, as intervenções não precisam necessariamente visar o estudante, podendo também modificar o ambiente em que ele vive. Dessa forma, delega ao professor a atribuição de gerar através de suas atividades pedagógicas

14 não só um ambiente intelectual, mas também um ambiente de vida, ultrapassando a visão educativa.

15 4 DROGAS E SUA DEFINIÇÃO Atualmente o tema drogas se revelado objeto de discussão mundial, reconhecendo que a problemática é crescente, é de grande importância despertar uma consciência preventiva nos jovens para que os mesmos não venham usá-las. Sendo a adolescência um período de transição entre a família e a vida adulta caracterizada pela necessidade de interação social, busca de autoafirmação e da independência individual, além da consolidação da identidade sexual e emoções conflitantes (Pratta e Santos, 2006). Dando continuidade ao pensamento e relatando previamente sobre o histórico (definição) de drogas. Considerando que o homem faça uso de drogas desde seus primórdios, o abuso de drogas por adolescentes foi reconhecido como um problema sério somente no século XX, ao final dos anos 50, com os primeiros relatos do uso de solventes. O consumo de drogas, respaldado pela juventude Hippie que marcou a década de 60, se expandiu e substâncias químicas, como maconha e alucinógenos, começaram a integrar a vida de muitas pessoas. Desde então, o consumo de drogas tem destaque no cenário nacional e internacional (LEBLANC, 1991). Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é toda a substância que introduzida no organismo vivo modifica uma ou mais das suas funções. Esta definição engloba substâncias ditas lícitas - bebidas alcoólicas, tabaco e certos medicamentos e, igualmente, as substâncias ilícitas como a cocaína, LDS, ecstasy, opiáceos, entre outras. Assim, a dependência como sendo um estado psíquico e por vezes físico, caracterizado por comportamentos e respostas que incluem sempre a compulsão e necessidade de tomar a droga, de forma contínua ou periódica, de modo a experimentar efeitos físicos ou para evitar o desconforto da sua ausência, podendo a tolerância estar ou não presente. Algumas substâncias são usadas para modificar as funções cerebrais, assim, causando alterações em seu estado mental que são chamadas de drogas psicotrópicas. De acordo com site Senad-2007 o termo, psicotrópico é formado por duas palavras: psico e trópico. Psico está relacionado ao psiquismo, que envolve as funções do sistema nervoso central; e trópico significa em direção a. Drogas psicotrópicas, portanto, é aquelas que atuam sobre o cérebro, alterando de alguma forma o psiquismo. Por essa razão, são também conhecidas como substâncias psicoativas. As drogas psicotrópicas dividem-se em três grupos: depressoras, estimulantes e perturbadoras. Existem 3 tipos de drogas de acordo com os efeitos que produzem no Sistema

16 Nervoso Central (SNC):1) Drogas depressoras ex. heroína; 2) Drogas estimulantes ex. cocaína; 3) Drogas alucinógenas ex. LSD. Não pode se deixar de mencionar que não são todas as substâncias que agem no sistema nervoso central (SNC), possuem a capacidade de provocar dependência. Uma gama enorme de substâncias é utilizada com efeitos benéficos, como tratamento de várias doenças sendo considerados assim, medicamentos.

17 5 ARTIGO: O uso de drogas por estudantes do ensino fundamental de uma escola pública do município de porto alegre - RS Fernando C. Sennaᵇ Ediane Ghenoᵇ Diogo O. Souzaᵇ Luciana Calabró*ᵇ ª CAPES Coordenação de Aprimoramento de Pessoal de Nível Superior ᵇ Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Básicas de Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil Programa de Pós Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde. *Autor Correspondente - Rua Ramiro Barcellos,2600 ( prédio anexo), Porto Alegre, RS, Brasil - CEP: 90035-003 - Fone: 51-33085538/5540 e- mail: luciana.calabro@ufrgs.br

18 Parte desse trabalho foi submetido como artigo para a Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ver anexo)

19 O uso de drogas por estudantes do ensino fundamental de uma escola pública do município de Porto Alegre - RS. Drug use by elementary school students from a public school in the city of Porto Alegre - RS. Resumo Este trabalho tem por objetivo investigar o uso de drogas por estudantes de uma escola pública, localizada em uma região de vulnerabilidade social do município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Através da aplicação de um questionário desenvolvido pelo Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas, identificamos algumas características dos 163 estudantes que o responderam. O uso de maconha, crack, heroína, merla, narguilé, medicamentos foi quantitativamente muito baixo (4,3%). Entretanto, o consumo de bebida alcoólica foi relevante (34%). Assim, nossa análise dos resultados buscou correlacionar algumas características dos estudantes somente com o consumo de bebida alcoólica, o que não foi feito com as outras drogas devido ao baixo número de estudantes que fizeram uso delas. As variáveis que se correlacionaram com o consumo de bebida alcoólica foram: idade, gênero, relacionamento familiar, consumo de bebida energética e auxílio governamental. Estes resultados poderiam contribuir para melhoria de políticas públicas voltadas para diminuir o consumo de álcool por estudantes jovens. Pelo menos neste estudo, a escolaridade dos pais e o acesso a informações educativas sobre o consumo de drogas parecem não afetar o número de estudantes que consomem bebida alcoólica. Dentro deste contexto, o espaço escolar poderia ser um local para que estas informações gerassem mudanças benéficas de conduta, tanto em parâmetros gerais de vida como em relação às drogas/consumo de bebidas alcoólicas. Palavras chaves: Drogas; Escola Pública; Estudantes. Abstract The main goal of this work was to investigate the use of psychotropic drugs among public school students from a very poorly developed neighborhood in Porto Alegre, Rio Grande do Sul. By using a questionnaire which was developed by the Brazilian Center of Information regarding Psychotropic drugs we have identified some features related to 163 students. The use of marijuana, crack, heroin, merla and hookah was very low (4,3%). By contrast, the use of alcohol was substantially higher (34%). Due to the very low use of other

20 drugs, we opted to correlate some characteristics of the students only with alcohol consumption. The following variables were correlated with the alcohol consumption: age, gender, family relationships, consumption of energy drinks and governmental aid. Our results shed light on the need of an improvement on the public policies for reducing alcohol consumption by young students. Additionally, here, we have identified that parents' education and access to educational information regarding drugs seems to not have an impact in the number of students that consume alcohol. Finally, the school should be the place for obtaining valuable information for changing behavior in terms of using drugs and alcohol. Key words Drugs; Public School; Students INTRODUÇÃO Drogas são substâncias, sintéticas ou naturais, que introduzidas no organismo do ser humano, modifica suas funções. O termo droga é tido como uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, alterando as sensações, o humor e o comportamento. (NOVO, 2010). O uso de drogas entre adolescentes e jovens é, sem dúvida, a preocupação das famílias dos usuários, do governo e da sociedade. As suas consequências implicam diretamente na vida social, devido à vulnerabilidade que o uso de dessas substâncias causam. Alguns problemas apresentados pelo Ministério da Saúde do Brasil quanto ao uso de álcool pelos jovens são: acidentes de trânsito, agressões, depressões e distúrbios de conduta. Além disso, há riscos no âmbito sexual e a transmissão do HIV pelo uso de drogas injetáveis (BRASIL, 2003). Segundo um estudo realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), o álcool é a substância mais consumida pelos estudantes: 75,9%. A seguir, destaca-se o consumo de tabaco com 32,8%, e solventes 13,8%. (GALDURÓZ; NOTO; CARLINI, 1997). Segundo as políticas do Ministério da Saúde do Brasil para a atenção integral a usuários de álcool e outras drogas (BRASIL, 2003), as condições dos usuários podem piorar caso não houver uma intervenção imediata para o início do tratamento: O diagnóstico e tratamento precoce da dependência ao álcool tem papel fundamental no prognóstico deste transtorno. Em 2009, o Relatório Brasileiro sobre Drogas, publicado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas se refere aos anos de 2001 e 2005, onde 108 cidades foram avaliadas, sendo os sujeitos participantes pessoas de 12 a 65 anos (BRASIL, 2009). Nesse estudo, as drogas mais prevalentes foram: álcool (68,7%) e tabaco (41,1%). A região Sul apresentou um consumo total de drogas de 14,8%, não tendo diferenças estatisticamente significativas em relação ao quadro nacional sobre os tipos de drogas mais usadas. O estudo de Godoi et al (1991) aponta que o consumo de drogas apresenta crescimento em relação à idade. As faixas etárias de 16 e 18 anos prevalece na

21 experimentação de substâncias lícitas e ilícitas. Nesta fase da vida, o uso de substâncias pode ser movido pela curiosidade de experimentar, levando ao consumo de forma despretensiosa ou mesmo esporádico, como pode também ser de forma indevida ou abusiva (SCHENKER e MINAYO, 2004). Entretanto, no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente ECA (BRASIL, 1990), regido pela lei 8069 de 1990, há duas décadas tenta coibir a comercialização das substâncias lícitas como o álcool entre menores de 18 anos. Segundo a Organização das Nações Unidas para o Controle do Crime e das Drogas (UNODCCP, 2000), o abuso de drogas é um fenômeno global e ocorrendo em praticamente em todos os países. A adolescência é etapa na qual, frequentemente, inicia a experimentação de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Conforme previsto na Lei n 11.343, drogas ilícitas são drogas que tem sua produção, comercialização e consumo proibidos. Já as drogas lícitas são aquelas que têm sua produção, comercialização e consumo permitidos, sendo elas o álcool, o tabaco e fármacos. Segundo Almeida, Oliveira e Pinho (2008) há informações consistentes sobre elementos que influenciam o início ou mantêm o uso de substâncias psicoativas pelos adolescentes e jovens. Além da influência do meio escolar e do grupo de amigos, a família também exerce influência. Fatores relacionados à estrutura de vida do adolescente desempenham papel fundamental na progressão de um padrão de uso experimental frequente ou compulsivo, ou seja, na origem da dependência de drogas. Diante do exposto, a presente pesquisa visa contribuir para produzir conhecimento sobre a realidade do uso abusivo de drogas entre a comunidade escolar. Este estudo tem por objetivo identificar o uso de bebidas alcoólicas, energéticos e outras drogas no contexto escolar por alunos do ensino fundamental em uma escola pública no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. METODOLOGIA A amostra refere-se a uma escola do município de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, que apresentou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) baixo nos últimos anos (2,5 em 2007; 2,9 em 2009; 3,0 em 2011). A escola está situada na Ilha Grande dos Marinheiros, uma das 16 ilhas que compõem o Bairro Arquipélago da capital gaúcha. Segundo dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a região possui 8.330 habitantes, representando 0,59% da população do município, com área de 44,2 Km. Apesar de serem dados oficiais, estima-se que há cerca de 14.000 residentes segundo informações obtidas através de Associações Comunitárias. É uma região caracterizada por déficit com relação à oferta de vagas nas escolas, alto índice de violência, fome, alcoolismo, drogadição, habitações precárias, doenças endêmicas, variações dos níveis de água que causam enchentes nas estações chuvosas, vulnerabilidade social e a marginalização. Segundo o Observatório da Cidade de Porto Alegre (PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 2014), a taxa de analfabetismo da Região Ilhas é de 7,71%, a mais elevada do município.

22 Essa pesquisa foi realizada através de um estudo quantitativo por meio de aplicação de 1 (um) questionário. O questionário e os procedimentos utilizados na coleta de dados foram validados e adaptados (CARLINI-COTRIM, GAZAL-CARVALHO e GOUVEIA, 2000) em muitas pesquisas nacionais e internacionais, sendo o questionário recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas CEBRID. Os questionários são anônimos, de autopreenchimento, composto por 31 questões. A aplicação foi coletiva, em sala de aula, após prévia assinatura do termo de consentimento pelos responsáveis dos alunos, pedido de autorização para a escola e para os professores responsáveis pela aula no momento da aplicação. Os aplicadores retornaram às escolas, em até duas ocasiões subsequentes, para aplicar o questionário aos alunos que estavam ausentes nas aplicações anteriores. A opção pelo anonimato da informação prestada é essencial quando se trata de assunto de natureza privada, como é o caso do uso de drogas, aumentando, dessa forma, a chance de se obter informações mais fidedignas permitindo uma comparação dos resultados obtidos com outros estudos. O questionário foi aplicado em agosto de 2014, com alunos do ensino fundamental (6º, 7º e 8º ano), manhã e tarde, com idades entre 10 e 19 anos. Foram avaliados 163 questionários: 72 alunos no 6º ano; 41 alunos no 7º ano; 48 alunos no 8º ano. RESULTADOS E CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA Dos 167 questionários entregues, dois estavam incompletos. Dois alunos se recusaram a preencher o questionário. Portanto, 163 estão incluídos na análise dos dados. Figura 1: Faixa etária dos estudantes distribuídos por ano escolar. Algumas características deste grupo de estudantes são: a) com relação ao gênero: 44% (72) eram do sexo masculino e 56% (91) do sexo feminino; b) com relação às idades: 58

23 alunos entre 10-12 anos (maioria no 6º ano), 89 alunos entre 13-15 anos (6º, 7º e 8º ano), 11 alunos entre 16-19 anos (8º ano). Cinco alunos não informaram a sua idade (Fig. 1). O presente estudo visa avaliar o uso de drogas (tabaco, maconha, crack, merla, cocaína, LSD, heroína, bebidas alcoólicas) por estudantes em uma escola pública. Observa-se que houve um baixo número de estudantes (4,3%) que fizeram uso de drogas (com exceção de bebida alcoólica). Embora haja certa tendência em aumentar o número dos que usam estas drogas com o aumento da idade, esta análise não será detalhada devido ao baixo número de usuários. Porém, o uso de bebidas alcoólicas prevalece entre os alunos, representando mais de 34%. Esse dado confirma estudos prévios (GALDURÓZ; NOTO; CARLINI, 1997). Assim, as análises dos dados são divididas entre dois tipos de parâmetros investigados no questionário: as que não se correlacionaram com o uso de bebidas alcoólicas e as que se correlacionaram (gênero, questão 1, relacionamento familiar, questão 4, consumo de bebida energética, questão 7, e auxilio governamental, questão 30). Pessoas com quem moravam (questão 3), falta às aulas (questão 5), consumo de cigarro (questão 8), consumo de narguilé (questão 9), consumo de drogas de cheiro (questão 10), consumo de maconha (questão 11), consumo de medicamentos (questões 12,13,14,17,19,22 e 23), consumo de cocaína (questão 15), consumo de crack ou merla (questão 16), consumo de heroína ou ópio (questão 19), consumo de LSD ou chá de cogumelo (questão 20), consumo de êxtase (questão 21), escolaridade dos pais ou responsáveis (questão 25), recebimento de informações educativas (questão 27), procura de informações educativas (questão 28), intensidade de futuro melhor (questão 29) e obrigatoriedade de cumprir alguma medida sócio-educativa do governo (questão 31) são parâmetros que não tiveram nenhuma correlação com o consumo de bebida alcoólica, independente do ano escolar. Somente os parâmetros que apresentaram correlações com o consumo de bebida alcoólica serão analisados a seguir. Figura 2: Correlação entre ano escolar e consumo de bebida alcoólica (Questão 6A).

24 Consumo de bebida alcoólica e ano escolar (Fig. 2): no 6º ano, 18 % (13 alunos); no 7º ano, 32% (13 alunos); no 8º ano, 62% (30 alunos). Assim, somente no 8º ano o número de alunos que experimentaram bebida alcoólica superou o número dos que não consumiram o que, potencialmente, pode ser devido ao aumento da idade dentro da amostra avaliada (Fig. 1). Dois alunos não responderam esta questão. Figura 3: Gênero dos estudantes e consumo de bebida alcoólica (Questão 1). A Fig. 3 indica que o predomínio de alunos que consumiram bebida alcoólica, observado no 8 0 ano (Fig. 2), se deve ao gênero masculino. Figura 4: Relacionamento familiar e consumo de bebidas alcoólicas (Questão 4). Do total da amostra, 55% dos pais vivem juntos, 37% vivem separados (8% declaram que um dos pais já morreu). Somente no 7 0 ano há uma correlação entre o consumo de bebida alcoólica e relacionamento familiar: no grupo E predomina o número de pais que

25 vivem separados, comparado com o grupo NE, onde predomina o número de pais que vivem juntos. Nos 6 0 e 8 0 anos está correlação não existe. Figura 5: Uso de energético e consumo de bebida alcoólica (Questão 7B). Dos 158 alunos que responderam à questão 7B, mais de 36% experimentaram bebida energética, mas somente 20% misturaram com bebida alcoólica. a. Nos grupos NE, o consumo de bebida energética isolada diminui sensivelmente do 6 0 ao 8 0 ano; nos grupos E permanece estável ao correr dos anos escolares e em baixo nível. b. No grupo E somente no 7 0 ano predominou o número de estudantes que misturaram bebida energética com bebida alcoólica sobre os estudantes que a tomaram sem bebida alcoólica. c. Nos grupos E, o número de estudantes que misturou bebida energética com bebida alcoólica aumentou do 6 0 ao 8 0 ano, o que reforça os dados das Figs. 2 e 3. Figura 6: Auxílio governamental (Questão 30).

26 O programa Bolsa Família é uma iniciativa do governo federal, Plano Brasil Sem Miséria, e tem como objetivo erradicar a pobreza extrema do país. Trata-se da transferência direta de renda para famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza (BRASIL, 2014). Na questão de auxílio governamental, do total (163) de alunos entrevistados, 54% recebem Bolsa Família e 15% não recebem (31% não sabem). Somente no 8 0 ano há uma correlação entre o consumo de bebida alcoólica e o recebimento de Bolsa família: no grupo E predomina o número de estudante que receberam Bolsa Família, comparado com o grupo NE. Nos 6 0 e 7 0 anos está correlação não existe. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho, investigamos o uso de drogas por estudantes de uma escola pública de POA. Através da aplicação de um questionário (ver anexo), inicialmente identificamos algumas características dos 163 estudantes que o responderam. O uso de drogas como: cigarro, narguilé, consumo de drogas de cheiro, maconha, medicamentos, cocaína, crack ou merla, heroína ou ópio, LSD ou chá de cogumelo e êxtase foi quantitativamente muito baixo (4,3%). Entretanto, o consumo de bebida alcoólica foi relevante (34%). Observou-se que, quanto ao uso de drogas, o álcool apareceu como a substância mais consumida entre estudantes escolares, o que está de acordo com outros estudos, tanto no Brasil (CARLINI et al., 2010). Assim, nossa análise dos resultados buscou correlacionar algumas características dos estudantes somente com o consumo de bebida alcoólica, o que não foi feito com as outras drogas devido ao baixo número de estudantes que fizeram uso delas. As variáveis que se correlacionaram com o consumo de bebida alcoólica foram: i) idade (através dos anos escolares; ii) gênero (predomínio do gênero masculino); iii) relacionamento familiar (no 7º ano, predomínio dos pais separados no grupo E ); iiii) consumo de bebida energética; iiiii) auxílio governamental (bolsa família): no 8º ano a bolsa família predominou no grupo E.

27 Com relação à ausência de correlação com o consumo de bebida alcoólica, nos parece importante salientar alguns dos parâmetros avaliados: i) informação da escolaridade dos responsáveis dos alunos; ii) informações educativas referentes ao uso de drogas; iii) interesse pela busca de informações referentes ao uso de drogas; iiii) intensidade de um futuro melhor. Estes resultados poderiam contribuir para melhoria de políticas públicas voltadas para diminuir o consumo de drogas por estudantes jovens. Pelo menos neste estudo, a escolaridade dos pais e o acesso a informações educativas sobre o consumo de drogas parecem não afetar o número de estudantes que consomem bebida alcoólica. Além disto, a expectativa de um futuro melhor não parece ser afetada pelo consumo, cerca de 25 % da amostra avaliada neste estudo tem, igualmente, baixa ou alta intensidade com relação ao futuro, por estudantes que consomem ou não bebida alcoólica. Isto poderia reforçar a ênfase em políticas públicas abrangentes capazes de tocar outras esferas de via dos estudantes que, potencialmente, pudessem direcionar jovens para escalas de valores/atividades que os afastassem do consumo de drogas, claramente prejudiciais. Os jovens atualmente tem fácil e rápido acesso à informação em geral, incluindo informações sobre drogas. Dentro deste contexto, o espaço escolar poderia ser um local para que estas informações gerassem mudanças benéficas de conduta, tanto em parâmetros gerais de vida como em relação às drogas. Este estudo buscou contribuir para esta caminhada, identificando parâmetros, intuitivamente capazes de diminuir o consumo de drogas (por exemplo, escolaridade dos pais, acesso à informações sobre drogas, expectativa quanto ao futuro), aparentemente não exerceram este efeito. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. M.; OLIVEIRA, M. A.; PINHO, P. H. O tratamento de adolescentes usuários de álcool e outras drogas: uma questão a ser debatida com os adolescentes? Revista Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 35, supl. 1, 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0101-60832008000700016&script=sci_arttext>. Acesso em: 5 dez. 2014. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA. Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Ministério da Educação. Índice De Desenvolvimento Da Educação Básica IDEB. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/index.php?itemid=336>. Acesso em: 1 ago. 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação Nacional de DST e AIDS. A Política Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. (Série B. Textos Básicos de Saúde) CARLINI-COTRIM, B.; GAZAL-CARVALHO, C.; GOUVEIA, N. Comportamentos de saúde entre jovens estudantes das redes pública e privada da área metropolitana do Estado de São Paulo. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 6, dez. 2000. Disponível em:

28 <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-89102000000600012>. Acesso em: 5 dez. 2014. CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTRÓPICAS CEBRID. Disponível em: < http://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/index.php>. GALDURÓZ, J. C. F.; NOTO, A. R.; CARLINI, E. IV levantamento sobre o uso de drogas entre estudantes de 1º e 2º graus em 10 capitais brasileiras - 1997. São Paulo: Departamento de Psicobiologia e Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Unifesp; CEBRID, 1997. CARLINI, E. L. de A.; NOTO, A. R.; SANCHEZ, Z. V. M.; CARLINI, C. M. de A.; LOCATELLI, D. P.; ABEID, L. R; AMATO, T. de C.; OPALEYE, E. S.; TONDOWSKI, C. S.; MOURA, Y. G. de. VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras. Brasília, DF: SENAD, 2010. Disponível em: <http://www.obid.senad.gov.br/portais/obid/biblioteca/documentos/publicacoes/328890. pdf>. Acesso em: 5 dez. 2014. GODOI, A. M. M.; MUZA, G. M.; COSTA, M. P.; GAMA, M.L.T. Consumo de substâncias psicoativas entre estudantes da rede privada do Distrito Federal. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 150-6, 1991. Disponível em: < http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-89101991000200010&lng=pt>. Acesso em: 8 dez. 2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Cidades 2010. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php>. Acesso em: 5 dez. 2014. NOVO, M. C. D. Drogas: fora da lei e dentro do usuário. Vox Forensis, Espírito Santo do Pinhal, v. 3, n. 1, fev./abr. 2010. PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 2014. Observatório da Cidade de Porto Alegre. Região Ilhas. Disponível em: <http://portoalegreemanalise.procempa.com.br/?regioes=16_0_0>. Acesso em: 5 dez. 2014. SCHENKER, M.; MINAYO, M. C. S. Fatores de risco e de proteção para o uso de drogas na adolescência. Cienc. Saúde Colet., v.10, n.3, p.707-17, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-81232005000300027>. Acesso em 5 dez. 2014. UNODCCP. United Nations Office for Drugs Control and Crime Prevention World Drug Report, 2000. New York: Oxford Press. Disponível em: <http://www.undcp.org.adhocworld drug report 2000/report.html>. Acesso em: 10 dez. 2014.

29 ANEXO Questionário do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) Ensino Fundamental.

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41 6 PERSPECTIVAS Pretende-se dar continuidade a esse estudo, de forma aprofunda-lo e expandi-lo. Para isto, deveremos: Promover capacitação de professores e funcionários da escola pesquisada; Ver a correlação de uso de drogas e prevenção de DST s e AIDS nos alunos que utilizam substâncias psicotrópicas. Investigar o consumo e o comportamento dos adolescentes na vida escolar e familiar no uso de bebida alcoólica. Incluir outras escolas que possuem o IDEB baixo.

42 REFERÊNCIAS ABADI, S. Adolescencia y droga: um sintoma em La cultura. La Psychanalyse dans La Civilization, 4, p. 603-613, 1991. ALMEIDA, M. M.; OLIVEIRA, M. A.; PINHO, P. H. O tratamento de adolescentes usuários de álcool e outras drogas: uma questão a ser debatida com os adolescentes? Revista Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 35, supl. 1, 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0101-60832008000700016&script=sci_arttext>. Acesso em: 5 dez. 2014. ASSMANN, H. Reencantar e Educação: Rumo à Sociedade Aprendente. Petrópolis: Vozes, 2001. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA. Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Ministério da Educação. Índice De Desenvolvimento Da Educação Básica IDEB. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/index.php?itemid=336>. Acesso em: 1 ago. 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação Nacional de DST e AIDS. A Política Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. (Série B. Textos Básicos de Saúde) CALANCA, A. A Toxicomania entre doença, delinqüência. IN: BERGERET, J. CAMARGO, P. O mestre da educação. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1982. CARLINI, E. L. de A.; NOTO, A. R.; SANCHEZ, Z. V. M.; CARLINI, C. M. de A.; LOCATELLI, D. P.; ABEID, L. R; AMATO, T. de C.; OPALEYE, E. S.; TONDOWSKI, C. S.; MOURA, Y. G. de. VI Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada de Ensino nas 27 Capitais Brasileiras. Brasília, DF: SENAD, 2010. Disponível em: <http://www.obid.senad.gov.br/portais/obid/biblioteca/documentos/publicacoes/328890.pdf >. Acesso em: 5 dez. 2014. CARLINI-COTRIM, B.; GAZAL-CARVALHO, C.; GOUVEIA, N. Comportamentos de saúde entre jovens estudantes das redes pública e privada da área metropolitana do Estado de São Paulo. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 6, dez. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-89102000000600012>. Acesso em: 5 dez. 2014.

43 CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTRÓPICAS CEBRID. Disponível em: < http://www2.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/index.php>. FONSECA; S. M. Praticas pedagógicas em prevenção ao uso de droga: aspectos motivacionais. EDT- Educação Temática Digital, Campinas, v. 10. Nsp, p. 329-346, out. 2009. FRIDERICK, N. Aprender a viver. In: BUCHER, R. Prevenção ao Uso indevido de drogas: Programa de Educação Continuada. Brasília: Ed. UNB 1989. 2 v. GALDURÓZ, J. C. F.; NOTO, A. R.; CARLINI, E. IV levantamento sobre o uso de drogas entre estudantes de 1º e 2º graus em 10 capitais brasileiras - 1997. São Paulo: Departamento de Psicobiologia e Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Unifesp; CEBRID, 1997. GAUDERER, C. Crianças, Adolescente e Nós. Rio de Janeiro: Revinter, 1988. (Guia Prático para os pais, Adolescentes e profissionais) GODOI, A. M. M.; MUZA, G. M.; COSTA, M. P.; GAMA, M.L.T. Consumo de substâncias psicoativas entre estudantes da rede privada do Distrito Federal. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 150-6, 1991. Disponível em: < http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0034-89101991000200010&lng=pt>. Acesso em: 8 dez. 2014. HAWKINS J.D.; CATALANO, R.F.; MILLER, J.Y. Risk and protective factors for alcohol and other drug problems in adolescence and early adulthood: implications for substance abuse prevention. HORKHEINER, M. La Família y El-Autoretarismo. In: HORKHEINER, M. et al. La família. Barcelona: Península. 1970. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Cidades 2010. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php>. Acesso em: 5 dez. 2014. KNDEL D. B; KESSLER R. C; MARGULIES R. Z. Antecedents of adolescent initiation into stages of drug use: a developmental analysis. Jouenal of Yuth and Adolescence, v. 7, n. 1, p. 13-40. LEBLANC, J. Toxicomanias: Uma visão Multidisciplinar. Porto Alegre: Artes Medicas 1991.