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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

TIRE SUAS DÚVIDAS PRÊVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. Palestrante: Maurício Viot

Transcrição:

hsd PREFEITURA MUNICIPAL?%k mm. OFÍCIO N* SMAS/AJ/075-2001 ''ooolililò ORIGEM: Secretaria Mun.Coord. Adm. Recursos Humanos 5 ASSUNTO: Consulta PARECER CLASSIFICADO DE N9 9302/2002 V EMENTA: Contrato de adolescentes de rua disciplinado pela Lei Municipal 6833/95. Não é devido o pagamento de duplo «Seguro - ao INSSI é a seguradora privada. V ; s» Sr. Procurador Geral, Versa o presente sobre consulta da Assessoria Jurídica da SCOMARH referente obrigatoriedade da contribuição ao INSS, relativa a contratação de Adolescentes de Rua, disciplinada pela Lei Municipal 6.833 de 16/02/95, que regulamentou a contratação por necessidade temporária de excepcional interesse público, prevendo, como direito do referido contratado, seguro contra acidentes pessoais e de trabalho. I - HISTÓRICO Nos termos do oficio em epígrafe, íl.3 e 04, e da minuta de convênio, fl. 05 a 07, a SCOMARH vinha pagando seguro de acidentes pessoal junto à Companhia de Seguros Marítima, sjendo que após auditoria realizada pelo INSS a -SCOMARH não mai^ efetuou o pagamento à referida seguradora e que o mesmo, doravante, seria substituído pelo r-ecolhimento de contribuição ao INSS. > II - PARECER 1. DA JURIDICIDADE DA SUBSTITUIÇÃO DO PAGAMENTO DO SEGURO PRIVADO PELA CONTRIBUIÇÃO AO INSS.

SU PREFEITURA MUNICIPAL íi ^T A Lei Municipal 6833/95, disciplina a contratação por necessidade temporária de excepcional interesse público, nela incluindo a contratação de adolescentes de rua, dispondo em seu artigo 5 o, in verbis: " Art. 5 o - São direitos do contratado, além da remuneração premsta nos Capítulos respectivos: VI- seguro contra acidentes pessoais e de trabalho " Verifica-se que a lei, no dispositivo citado, limita o seguro ao evento "acidentes" pessoais e de trabalho, não disciplina, por exemplo, valor do benefício em caso de sua ocorrência; em que o mesmo se constitui, não fez escolha da seguradora, não instituiu obrigação de contratação de seguro privado. Assim é que, em face das disposições legais quanto ao seguro oferecido pelo INSS, observa-se que este oferece maiores garantias, tem um alcance maior quanto aos eventos cobertos, senão vejamos: A Constituição Federal, dispõe, in verbis: "Art. 201 - A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - Proteção à maternidade, especialmente à gestante; Iü - Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao conjugue ou companheiro e dependentes, observado o disposto no parágrafo 2 o." ob

PREFEITURA MUNICIPAL ÉL A Lei 8213/91, que, em seu artigo 18, regulamenta o inciso I do artigo 201 da CF, assegura como benefício do segurado, em face de doença e acidentes pessoais e do trabalho, auxílio-doença e auxílio-acidente, aposentadoria, se necessário, o que, nem de longe, é atendido pelos seguros comuns privados, além dos demais benefícios ali garantidos. Em vista das considerações até aqui apontadas, não resta dúvida de que a filiação ao INSS constitui uma forma de seguro mais vantajosa que a contratação de seguro privado, pelo que atende perfeitamente ao disposto na lei municipal quanto ao direito do contratado ao seguro. Diante da constatação de que a filiação ao INSS constitui condição mais vantajosa para o contratado, resta, ainda, a indagação quanto à juridicidade de simples substituição do seguro privado, que vinha sendo pago, pela contribuição ao INSS. O seja, se a contribuição atende o direito garantido no mencionado artigo 5 o da Lei 6.833/95, ante a possível interpretação de que o seguro previsto na lei municipal constituiria um plus aos direitos do contratado, que o direito ali garantido seria o pagamento de um seguro, além do seguro social, disciplinado em legislação federal própria, que se aplicaria ao contrato em comento, independentemente da previsão na lei municipal. Vê-se que, a vontade do legislador municipal, posto que inscreve no artigo I o da lei que aquele contrato de direito administrativo não constitui relação funcional entre o contratante e o contratado, foi garantir algum seguro ao contratado na falta de qualquer outro, até mesmo do INSS, já que não se tratava de relação estatutária, nem celetista ou cargo comissionado, nem outra relação para qual a Lei federal, pelo menos à época, determinasse contribuição ao INSS. /d A obrigação do servidor contratado temporário contribuir com a previdência social foi instituída a partir da edição do Decreto 2.172 de 05-03-97, artigo 6 o, I, "1", sendo atualmente disciplinada no Decreto 3048 de 06-05-99, in verbis: "Art. 9 o - São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas: I - como empregado: l - o servidor contratado pela União, Estado, Distrito federal ou Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do artigo 37 da Constituição Federal' 3

X^gf PREFEITURA MUNICIPAL e. Ademais, viesse a PBH a pagar a contribuição social e ainda manter o pagamento do seguro privado para os contratados adolescentes de rua, tal medida constituiria inobservância ao princípio da isonomia com relação aos demais contratados pessoa física do Município, seja estatutário, celetista ou outros que não têm direito a este duplo seguro. Portanto, a conclusão é de que a contribuição ao INSS, porque mais vantajosa, e pelas demais razões apontadas, substitui o pagamento do seguro privado que vinha sendo pago e atende, plenamente, o direito previsto no artigo 5 o da Lei 6833/95. 2. DA ALTERAÇÃO DO TEXTO DO CONTRATO DE ADOLESCENTES DE RUA QUANTO AO..ITEM SEGURO Em razão do pagamento da contribuição social, a alteração da minuta do contrato, em sua cláusula sétima, fl.06 do procedimento de consulta, se impõe, substituindo-se a garantia do direito, através da seguradora Marítima, pela garantia assegurada em vista do pagamento das contribuições legais ao INSS. III - CONCLUSÃO Ante o exposto, concluo, em resumo, que: a) A contribuição ao INSS assegura mais vantagens ao contratado, pelo que substitui plenamente a obrigatoriedade de pagar seguro comum, este instituído pela Lei Municipal 6.833/95 em falta de previsão legal, á época, de obrigatória contribuição ao INSS, em relação ao contrato referido, devendo o contrato ser alterado para estabelecer a substituição do seguro privado pelo seguro da previdência social. d) Dar-se-á simples substituição do pagamento do seguro privado pelo pagamento da contribuição ao INSS, não sendo devido o duplo pagamento de seguro, que então constituiria em privilégio não assegurado aos demais contratados do Município, que não têm igual direito. A superior consideração, Belo Horizonte, l^üd dezembro de 2.001. i*- U- 1717É77 1 Adeládia Vieira Lop Assessora da PGM U] OAB/MG-77.782 4

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