CAPÍTULO 4 Evangelho de Marcos (1ª Parte) - Quem é Jesus? Trecho Lembrança da passagem... Tipo Conteúdo do Trecho

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Transcrição:

CAPÍTULO 4 Evangelho de Marcos (1ª Parte) - Quem é Jesus? Trecho Lembrança da passagem... Tipo Conteúdo do Trecho 3:7-12 O ministério de Jesus R Momento 3:13-19 A chamada dos doze CH Importante 3:20-35 A visita da família de Jesus e dos escribas E-C 4:1-34 As parábolas E Ensino (4:1-34) Jesus com dois grupos - os que o desejavam, os que o detestavam. 3:20-35 A visita da família de Jesus e dos escribas E-C 4:1-34 As parábolas E Ensino Marcos em seu evangelho aborda temas muito relevantes e indispensáveis ao cristão de forma muito particular. Em vários momentos o evangelista usa conflitos, exortações, medo, temor e choque para que seus ouvintes sejam impactados pela presença do Criador e Redentor neste momento específico da história da humanidade. Algumas situações impactantes: A referência à profecia de Malaquias (Mc 1: 2-3) em contrataste com a profecia de Isaias - Aquele que trás consolo e juízo é uma única pessoa com toda a autoridade e poder. Céu e inferno, reconciliação e perdição estão nas mãos do Deus encarnado, andando no meio do povo. O Comprimento de todo o antigo testamento, (Mc 1:15) o início da manifestação de toda luz. A surpreendente autoridade manifestada em Seu ensino, trazendo choque e admiração ao ver a autoridade da palavra no meio do povo (Mc 1:22 e 27) A loucura da manifestação de fé em atos de extrema confiança na pessoa certa (Mc 2:4-5). Aquele que conhece e controla tudo é o único que pode perdoar pecados (Mc 2:8 e 12). Aquele que chama as multidões, também se retira e chama para si uns poucos a quem confere autoridade em seu nome (Mc 3:13-19). A loucura daqueles que blasfemam contra aquele que é o único capaz de abrir os olhos para a salvação revelada em Cristo (Mc 3:20-30). Qual o papel deste capítulo neste livro? Até este momento Jesus chegou, mostrou sua autoridade e logo enfrentou oposição por causa do perdão livre que oferece. Agora os líderes dizem que ele é de satanás e sua família diz que ele está louco. Precisamos entender essas parábolas no seu contexto. Onde ele estava? Porque pregava esta mensagem? As parábolas em Marcos lidam com uma pergunta muito básica aos leitores que levam Jesus a sério: Como é possível o rei que tem autoridade para transformar vidas ser rejeitado a ponto de quererem mata-lo? Porque tanta rejeição? Esse é o contexto! Existe uma grande tensão. Como ver as parábolas a luz disso? Devemos nos preparar para lidar com uma pergunta básica que deve aparecer a essa altura do texto: Por que o grande Rei do mundo está sendo rejeitado pelos conhecedores da lei e por aqueles que o conhecem intimamente? Já sabemos que Jesus chama pecadores, então, diante disso, chegamos a seguinte conclusão: Quem o segue é salvo, Quem o rejeita é condenado. Não há neutralidade diante do chamado de Jesus, Sua palavra sempre causa uma das duas reações: Aceitação ou rejeição. Pg 1

Nesse contexto temos as parábolas. Para os que o seguem ela se torna transparente, para os que o rejeitam ela se torna obscura, indecifrável. (4:1-20) Parábola do semeador e sua explicação Esta parábola tem vários pontos para os quais as outras parábolas dessa sequência apontam. Essa primeira é chave determinante para as demais parábolas que seguem. O semeador teve resultados mistos dependendo do local onde caiu a semente e é possível ter resultados mistos sem problemas com o semeador ou a semente. Notamos que o fator determinante na parábola não foi o semeador, pois era o mesmo; não foi a semente, pois era a mesma; o diferencial foi o solo. No solo e estava o problema para as sementes vingarem ou não. Essa cena era algo absolutamente normal naquela região e isso já nos coloca bem no contexto. Alguns recebem e outros não aceitam a mensagem do evangelho. Jesus diz que o evangelho tem sua normalidade em resultados mistos. Tudo isso é muito normal. Jesus está percebendo os resultados mistos no seu ministério. Não há problema algum, essa parábola, de certa forma, é defensiva e expressa que mesmo que no começo seja difícil no final há um fruto maravilhoso. Temos a interpretação da parábola do semeador dada pelo Senhor Jesus no próprio texto (Mc 4:13-20). Jesus está dizendo: Não se preocupem com a rejeição, isso é normal!, é como se ele estivesse perguntando: Há um futuro maravilhoso, mas qual é a sua parte nesse futuro? No final das contas, não importa como os líderes de Israel ou a família de Jesus reagiram, o que importa é que tipo de solo você é. Diante disso devemos anunciar o evangelho, ainda que os resultados sejam diferentes. Os que são do reino sempre irão produzir e, como não sabemos quais são, devemos anunciar indistintamente. O alvo de Jesus é o longo prazo, não o curto prazo. Jesus está dizendo: não se preocupem com os acontecimentos do presente. Agora é tempo de várias reações, incluindo até mesmo aceitação e rejeição. Até a aceitação do momento pode ser uma preocupação em médio prazo (momento da crucificação, por exemplo, a multidão irá se dispersar). O que importa é o resultado no futuro. O agricultor pode ficar muito angustiado ao ver as aves comendo as sementes por que ele só pode ver as sementes que estão na superfície, e não as que estão cobertas pela terra. Mas estas as aves também não as veem. O bom agricultor deve se preocupar com aquela parte do campo que logo cresce por estar em terra rasa, pois essa planta não chegará ao momento final, o momento da colheita. Este mesmo bom agricultor deve ficar tranquilo esperando a colheita em longo prazo, porque sabe que é o longo prazo que vai trazer uma boa colheita. Diante disso entendemos que: Não importa a rejeição de agora, o reino de Deus está vindo. Já foi dado o início do processo e no futuro o veremos sem contestações, ele virá de forma gloriosa. Não importa se você se envolve ou não se envolve, o reino de Deus não depende de você. Mas se você já sabe que ele vem, envolva-se! (4:21-25) Candeia A candeia é um pequeno aparelho de iluminação que funciona com a queima de óleo. Naquela época a candeia tinha o propósito de trazer luz ao lugar em que a pessoa estava. A candeia era colocada no velador (pedestal), um suporte apropriado para ela e dessa forma prolongava-se as atividades do dia na presença dessa luz. Jesus tem em mente aqui o transporte de um lado para o outro da candeia e do velador. Primeiro se pega a candeia e a leva até o lugar que se quer iluminar, depois se pega o velador e o leva até a candeia. Nisso, deixa-se por um pouquinho de tempo a candeia no chão. Pg 2

Se a candeia fica no chão é por pouco tempo, logo se tem a candeia no velador e assim haverá luz em tudo. No verso 21, o verbo vem possui uma conexão com a própria utilização desse termo por Jesus, pois ele diz: Eu vim. Por pouco tempo Jesus que é a candeia ficará no chão, mas logo ele revelará sua glória. Aqui também temos uma aplicação relacionada com pecados: Pessoas que pecam escondidos um dia terão tudo isso revelado. Nos versos 24 e 25 está explícito que aquele que rejeita a palavra agora não recebe a graça da Palavra no futuro. Quem se abre para a Palavra agora terá um futuro maravilhoso (4.8). Isso tem a ver com o capítulo 3, as portas do perdão e a blasfêmia contra o Espírito Santo. Esse contexto tem uma ligação escatológica, no fim e não no período do ministério de Jesus, há uma conotação disso em Filipenses 2.10-11 1. Diante disso chagamos a seguinte conclusão: O Reino chegou, luz foi acesa em meio à escuridão do pecado. Seu resultado é certo e não pode ser contido. Ele caminha para o triunfo, para o momento em que ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem se lhe será tirado. (4:26-29) A parábola da semente Automaticidade O Reino de Deus Começa de forma tímida, mas se torna algo grandioso. Em suma, o reino de Deus está vindo, não importa como você se porte, ele está instituído e tomando forma, seu fim é glorioso. É assim como... Não importa o comportamento do semeador. O processo tem um começo e um fim. O semeador pode observar o processo ou não, isso não faz diferença. Ver Dn 2 Uma pedra destruiu os impérios, uma pedra que parecia insignificante acabou com o sistema, compare isso ao Grão de mostarda. Uma característica do Reino de Deus é a discrição. Não é óbvio, não é fácil reconhecer, mas está lá, ativo até o dia da consumação. Diante disso entendemos que: Uma vez iniciado o processo, essa irá até o fim. Foi iniciado um processo automático, o processo já começou e no futuro irá se concretizar. Imaginemos um ônibus que partiu de um local e possui um destino, ele para no ponto onde estamos para depois continuar seu percurso. Se pegamos o ônibus ou não pouca diferença faz, pois ele continuará seu percurso independente de nós. Assim é o reino de Deus. (4:30-32) - A parábola do grão de mostarda O Pequeno-grande A parábola anterior fala de automaticidade, essa fala de pequeno-grande. Uma semente pequena, aparentemente sem valor, produz uma grande árvore com grandes ramos. Todas essas parábolas tocam em aspectos da parábola do semeador. Pequeno-grande Pessoas começando bem e terminando mal (Judas Iscariotes, por exemplo), todavia, o futuro é glorioso! Nada vai destruir esse processo, ele tem um fim. Podemos ficar muito interessados com o crescimento do Reino de Deus no mundo, ou não nos importarmos com isso. Porém, o que importa é que no último dia todos dobrarão os joelhos diante de Jesus Cristo. Algo que hoje é pequeno se tornará em algo que é maior que tudo no futuro. Daniel, capítulo 2, nos fala de uma pequena pedrinha que destruiu a glória dos reinos anteriores. No contexto de Daniel estava se falando para os reis, aqui, nessa parábola, falando para agricultores. Marcos, capítulo 4, diz que a história é linear e que devemos esperar pelos acontecimentos futuros. 1 Marcos se refere à cruz como um lugar de humilhação, Já João não fala da cruz dessa forma, fala da cruz como um momento de glória, Pg 3

Assim como numa pequena semente se encontra tudo o que é necessário para formar uma grande hortaliça; o reino pode se apresentar de forma tímida no início, mas uma vez instaurado cresce e deita grandes ramos a ponto de até aqueles que não são cidadãos do reino usufruem dos seus benefícios. (4:33-34) O propósito da parábola era explicar para uns e esconder de outros, explicar para quem queria aprender e esconder de quem não demonstrava este desejo. No verso 11 Marcos cita Isaías 6 Isaías 6:9-13 Disse, pois, ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e entenda com o coração, e se converta, e seja sarado. Então disse eu: Até quando, Senhor? E respondeu: Até que sejam assoladas as cidades, e fiquem sem habitantes, e as casas sem moradores, e a terra seja de todo assolada, e o Senhor tenha removido para longe dela os homens, e sejam muitos os lugares abandonados no meio da terra. Mas se ainda ficar nela a décima parte, tornará a ser consumida, como o terebinto, e como o carvalho, dos quais, depois de derrubados, ainda fica o toco. A santa semente é o seu toco. Isaías pregou para aumentar a culpa do povo, esse era o ministério de Isaías. Um ministério sem conversões e sim com o propósito de aumentar a culpa. Jesus está falando da discrição do Reino, da oposição dos líderes etc., Porém as parábolas falam do futuro. O caráter misterioso do Reino de Deus tem a ver com a forma de ensino através de parábolas na simplicidade do linguajar cotidiano. Quem aceita, aceita pela forma da exposição e quem rejeita, rejeita pela forma da exposição. Isso devido à simplicidade que atrai os interessados, aguçando a curiosidade. E afastando os que se acham superiores por se tratar de uma linguagem simplória (ex.: escribas e fariseus). Até a forma da exposição serve de peneira (25) para separar aqueles que reconhecem Jesus daqueles que não o reconhecem (3:29). As frases chave para o entendimento desse capítulo Mc 4:9 - Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Mc 4:11-12 - A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas, 12 para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se, e haja perdão para eles. Mc 4:23-25 - Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. 24 Então, lhes disse: Atentai no que ouvis. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará. 25 Pois ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Ou seja, desejar o reino de Deus começa por dar valor a palavra de Deus - Solo que produz a trinta, sessenta e a cem por um. Agora podemos perceber que faz todo sentido o evangelista registrar no capítulo 4 toda essa grandeza histórica e eterna que vem de encontro ao homem caído, ele está falando que os resultados podem ser complexos, mas os frutos do reino sempre vão produzir para o reino com ou sem a nossa participação, não importa quem somos. Isso deve nos encorajar, desafiando-nos a anunciar o evangelho, pois é através do evangelho que os olhos e ouvidos são abertos para que haja arrependimento e perdão de pecados (Mc 4:12). O reino chegou, seu crescimento é certo e inevitável, ainda que não entendamos como isso se dá, ele frutifica e quando estiver maduro, o tempo de seu crescimento estiver cumprido e for chegada a ceifa, fará toda a diferença se você só se aninhou à sua sombra ou é um dos seus ramos (Mc 4: 29 e 32). Pg 4

(4:35-41) - A tempestade Os discípulos ficam com medo, pensam que vão morrer, Jesus acalma o mar e os discípulos ficam com mais medo ainda por causa da autoridade manifestada por Jesus (4:41). Há uma diferença entre um leigo de primeira viagem dizer que iria morrer e pescadores experientes dizerem que iriam morrer. Parece que esses homens passaram por uma situação desesperadora, o Mas se fizéssemos um gráfico que relacionasse o medo e o tempo, notaríamos que os discípulos num primeiro momento estavam com medo da morte, porém, após verem o poder sobrenatural de Jesus, eles tiveram mais medo de Jesus do que da própria tempestade. O poder de Jesus mete medo, impressiona! Detalhes do texto: Em 4:40 lemos: Porque não tendes fé? Será que é justo Jesus falar isso? Precisamos notar como Marcos estrutura a narrativa e percebermos as ligações entre as histórias narradas. Em 4.35 diz: Naquele dia..., que dia? o O dia em que Jesus proferiu as parábolas. Por isso, não podemos desligar essa situação da passagem anterior, as parábolas. No verso 38 há a expressão: Mestre sendo usada pela primeira vez. o O veem como professor, alguém que ensina, isso veio após ter proferido as parábolas. Fé é crer na Palavra de Deus. Abraão tinha que acreditar na bênção prometida sem que de antemão tivesse a manifestação da mesma. Os discípulos ainda não tinham visto Jesus acalmar uma tempestade. Porém, após um dia todo ouvindo sobre a inevitabilidade do reino, isso deveria fazer com que os discípulos compreendessem que mesmo que o barco afundasse e eles morressem, aquela glória vindoura viria de qualquer maneira, com ou sem eles, eles não fariam diferença alguma. O que Jesus exigia deles era uma confiança numa Palavra de glória futura que faz diferença no presente, isto é, confiança em Jesus que muda o meu jeito de viver as tempestades do presente. Qual palavra nos mostra graça abundante no verso 38? A palavra é: Assim tímidos. o Não era que não poderiam ter medo da morte, é legítimo ter um certo medo de morrer. Jesus disse: Porque sois assim tímidos?. o Eles estão tímidos como se fossem homens do mundo que não tinham ouvido palavra nenhuma. Jesus estava dizendo: Sua crença na glória do futuro deve mudar o seu jeito de morrer!. I Tessalonicenses 4.13 diz:... para não vos entristecerdes como os demais.... Com a esperança que temos não podemos agir da mesma forma como agem os demais, o Ou seja, os não cristãos diante dos momentos mais difíceis e da morte. O primeiro milagre fica completamente ligado com as parábolas. Pg 5

Há coisas difíceis nessa vida como: morte, nudez, fome, mas com confiança na Palavra de Deus que vem do passado e apresenta o futuro, essa Palavra deve gerar uma confiança no presente, atingindo também o emocional do indivíduo. Temos de enfrentar a tempestade com medo; porém, com menos medo, porque temos Jesus. Nesse grande quadro da vida cristã, pintado pelo evangelista com coisas extraordinárias acontecendo, encerar um bloco o mostrando o medo dos discípulos diante da tempestade, que é a nossa vida, e o grande temor diante daquele que possui as chaves do reino em crescimento, faz todo sentido. (Mc 4:35-41). Pg 6