ANÁLISE DE PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS RELACIONADAS AO CONSUMO CONSCIENTE DE ESTUDANTES DO ENSINO PÚBLICO DE ITAPETIM, PERNAMBUCO

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03- Observe abaixo a figura de duas vertentes, uma em condições naturais (A) e outra urbanizada (B), e responda às questões.

Transcrição:

ANÁLISE DE PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS RELACIONADAS AO CONSUMO CONSCIENTE DE ESTUDANTES DO ENSINO PÚBLICO DE ITAPETIM, PERNAMBUCO Anna Fernanda Beatriz Amorim Cavalcante Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR); E-mail: annaf4085@gmail.com Robson Victor Tavares Universidade Federal de Campina Grande UFCG/CSTR; E-mail: rvictor13@gmail.com Laianne de Souza Guilherme Universidade Federal de Campina Grande UFCG/CSTR; E-mail: laiannnesouza.2014@gmail.com Pedro Silva dos Santos Universidade Federal de Campina Grande UFCG/CSTR; E-mail: pedrosantos88@gmail.com Edevaldo da Silva Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural; E-mail: edevaldos@yahoo.com.br RESUMO: Os resíduos gerados pelas atividades antrópicas se destacam pelo impacto negativo ao ambiente físico. Esse trabalho objetivou analisar as práticas socioambientais relacionadas ao consumo consciente de produtos adquiridos por estudantes do ensino médio público da cidade de Itapetim, Pernambuco. Foram entrevistados 81 estudantes por meio da aplicação de um questionário constituído por oito afirmações segundo o modelo da escala de Likert, com cinco níveis de respostas. Dentre os estudantes 64,2% (n = 52) foi do gênero feminino e 35,8% (n = 29) do gênero masculino, entre 15 e 20 anos. Verificou-se que 37,0% (n = 30) se preocupou em diminuir o uso de sacolas plásticas, 34,5% (n = 28) preferiu pilhas e baterias recarregáveis, 51,8% (n = 42) usou produtos ecologicamente corretos para a higiene pessoal, 44,4% (n = 36) comprou aparelhos elétrico-eletrônicos energeticamente mais eficientes, 54,3% (n = 44) utilizou produtos específicos para a limpeza da casa e 80,2% (n = 65) priorizou o uso de utensílios domésticos reutilizáveis em detrimento dos descartáveis, entretanto 28,4% (n = 23) foi indiferente quando se referiu à compra de produtos que causam menos danos ao ambiente quando estes são mais dispendiosos e 28,4% (n = 23) não levou em consideração a possibilidade de reaproveitamento dos resíduos gerados pelos produtos que consomem. Assim, apesar de ser um tema recorrente, a Educação Ambiental, particularmente, os hábitos relacionados ao consumo consciente necessitam ser mais inseridos no contexto escolar para que estas ações socioeducativas se tornem uma prática cotidiana que melhore as expectativas das gerações futuras.

Palavras-chave: Atividade humana, Resíduos, Sustentabilidade, Semiárido, Educação Ambiental. 1 INTRODUÇÃO O homem, em suas origens, era subordinado e adaptava-se ao meio ambiente, mas esse período foi curto e logo o homem reagiu contra o meio e passou a degradá-lo (CORTEZ, 2011). O uso excessivo dos recursos naturais na década de 1970, devido à grande expansão da indústria, provocou uma diminuição na qualidade de vida da sociedade da época, motivando os primeiros questionamentos sobre a degradação ambiental (FERREIRA, 2011). Essa revolução industrial transformou a forma de produção e aumentar os lucros, gerando prejuízos ao meio ambiente presentes até os dias atuais, dentre esses malefícios, poluição de águas e solos e desmatamento podem ser destacados (CUBA, 2010). Como nos demais países do mundo, o Brasil também apresenta diversas ameaças e degradações aos seus biomas devido a industrialização desenfreada. Os primeiros movimentos ambientalistas nesse território vieram com a fundação da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural na década de 1970 (DIAS, 1991). É evidente a necessidade de trabalhar a sensibilização ambiental com os indivíduos, objetivando diminuir as ameaças ao ambiente, para que isso seja alcançado o trabalho deve ser executado na escola, local importante na formação como ser crítico. A conscientização para o consumo, requer que os homens utilizem os recursos naturais sem prejudicar as gerações posteriores, ou seja, utilizar apenas o necessário sem exageros, reduzindo o desperdício (VAN BELLEN, 2002). Segundo Silva; Gomez (2010) há muito tempo é discutido o tema desenvolvimento sustentável, mas para que o tema seja atingido existe a necessidade de amadurecer o pensamento que se encontra entrelaçado ao consumismo, por isso a necessidade de trabalhar o consumo consciente nas escolas. Como tal processo é atingível a longo prazo as autoras destacam a importância de executar atividades ambientais em todos os níveis escolares. Com a mudança no modo atual de consumo, o qual tende a explorar os indivíduos de

classes sociais inferiores, a qualidade de vida melhoria para todos, sem discriminação, tanto para os seres humanos como para os demais seres. Essa mudança deve ser individual e assim poderá atingir o coletivo. Bovo (2007) menciona que a escola deve nortear-se para trabalhar o tema ambiental, com o papel de habilitar o estudante a pensar criticamente e ser capaz de resolver futuros problemas e Santos (2005) relata que a escola é um local beneficiado para se trabalhar temas educativos, pois tais ensinamentos extrapolam o ambiente escolar. Tozoni-Reis; Campos (2014) dizem que a educação tem o papel de formar humanos no processo de humanização, ou seja, tem o objetivo de formar cidadãos críticos, para que possam atuar sobre a realidade. E afirmam que, se o homem não traz naturalmente em si as ferramentas para compreender o mundo, a educação social tem esse compromisso. As autoras supracitadas concluem que, a Educação Ambiental é importante na escola, para sensibilizar a sociedade para a necessidade de ações críticas e transformadoras diante da sociedade consumista e desigual. Há então, a necessidade de alargar os meios de informação e os conteúdos escolares referentes a Educação Ambiental, com o intuito de majorar a conscientização ambiental, e assim diminuir a degradação do meio e levar formação de seres capazes de exercer seu papel de responsabilidade com o ambiente (JACOBI, 2003). Com o aumento da população e a sua concentração em ambientes urbanos, consequentemente o número de resíduos sólidos também têm crescido, então surge a preocupação de como gerenciar esses resíduos (GUNTHER, 2008). A Educação Ambiental enfatiza a ânsia de trabalhar esses temas, já que essa migração tem elevado o consumo. O padrão de desenvolvimento por acumulação de bens e aumento de lucros em sua maior parte se apropria dos recursos naturais e usa-os abusivamente, gerando assim um desiquilíbrio que afeta a qualidade de vida dos seres vivos (MARQUES et al., 2014). A sociedade necessita de sensibilização, para que possa desenvolver-se sem prejudicar o meio ambiente, para isso há necessidade de aperfeiçoamento de profissionais educativos (JACOBI, 2003).

Para Marques et al. (2014) tais ações têm destruído o meio ambiente devido à falta de consciência dos atos das pessoas, por esse fato a Educação Ambiental tem o intuito de mudar a visão do homem, para que esse possa ter atitudes ambientalmente corretas. Corroborando o trabalho de Tozoni-Reis e Campos (2014) onde afirmam que apenas a educação crítica pode formar um ser humano pleno na superação do consumismo. É possível perceber, no dia-a-dia, que o consumismo tem provocado graves danos ambientais como: diminuição de fauna e flora e contaminação do solo e do ar. Por isso, o aumento da necessidade de enfatizar a Educação Ambiental em todos os âmbitos, principalmente o educacional, para levar a sensibilização e apontar a necessidade para o controle e reaproveitamento do que se consome. Para que a partir de então, o homem amadureça seu pensamento e perceba que para sua sobrevivência é essencial uma interação respeitosa com o ambiente, e só assim, trabalhos como reciclagem, reaproveitamento, coleta seletiva, entre outros, farão sentido e prosperarão. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi analisar as práticas socioambientais relacionadas ao consumo consciente de produtos industriais adquiridos, dos estudantes do ensino público do município de Itapetim, Pernambucano. 2 METODOLOGIA Esta pesquisa foi realizada na Escola de Referência em Ensino Médio Teresa Torres, município de Itapetim, Pernambuco (Figura 1). Itapetim é um município localizado na macrorregião do Sertão pernambucano e na microrregião do Pajeú, sua área territorial de 408,0 km² e população de 13.881 habitantes (IBGE, 2015). Foram entrevistados 81 estudantes concluintes. As informações foram coletadas por meio de 8 questões extraídas da escala de sustentabilidade proposta por Guler; Afacan (2012). Elas versavam sobre aspectos relacionados ao consumo consciente de produtos, sendo construída no modelo da escala de Likert, com 5 níveis de respostas: 1. Concordo completamente; 2. Concordo em parte; 3. Nem concordo nem discordo; 4. Discordo em parte

e 5. Discordo completamente. Figura 1 Localização geográfica do município de Itapetim, Pernambuco. À esquerda mapa da América do Sul, com destaque para o Brasil, em cinza. À direita, em preto, o município de Itapetim, Pernambuco. Fonte: Autores Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, utilizando o software Microsoft Excel 2013. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram entrevistados 81 estudantes, sendo 64,2% (n = 52) do gênero feminino e 35,8% (n = 29) do gênero masculino, com faixa etária de 15 a 20 anos. Desses, 90,1% (n = 73) estudaram apenas em escola pública durante toda carreira escolar (Figura 2). As respostas dos estudantes para todas as questões, em suas cinco alternativas estão relacionadas na Tabela 1. A maioria 28,4% (n = 23) não leva em consideração, antes da compra, se os resíduos gerados pelos produtos que adquirem são recicláveis e apenas 6,2% (n = 5) tem essa

preocupação. Figura 2 Estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio Teresa Torres durante aplicação do questionário, município de Itapetim, Pernambuco. Fonte: Autores Atualmente, o tema sustentabilidade e consumo consciente tem apresentado maior destaque na sociedade e mídia, mas apesar desse avanço ainda é possível perceber que em alguns aspectos não foi possível atingir os indivíduos, a partir disso evidencia-se a necessidade de novas abordagens acerca da Educação Ambiental para trabalhar os valores dos indivíduos e reverter o quadro negativo que se apresenta. Por outro lado, como o consumo é inevitável, é preciso exigir do poder público e privado uma gestão consciente e destinação final adequada, tais como, a implantação de coleta seletiva e a produção de reciclagem para assim ajudar na diminuição dos resíduos (PASCHOALIN FILHO et al., 2014). Dentre os estudantes entrevistados, 37,0% (n = 30) dos estudantes entrevistados

tendem a diminuir seu uso quando fazem compras, essa atitude é uma forma de diminuir os danos ao ambiente, levando em consideração que uma sacola plástica, como os demais derivados de polietileno, leva mais de 100 anos para se degradar no meio (VIANA,2010). Tabela 1. Frequência (%) da escala de atitudes para cada nível da escala de sustentabilidade sobre práticas socioambientais relacionados ao consumo consciente. Itens 1 2 3 4 5 Antes de comprar um produto, você leva em conta se seus resíduos são recicláveis ou não. 6,2 24,7 23,5 17,3 28,4 Você se esforça para colocar o que está comprando no mínimo possível de sacolas. 37,0 25,9 19,7 9,9 7,4 Você compra pilhas/baterias recarregáveis ao invés daquelas que não podem ser recarregadas. 34,6 23,5 16,0 8,6 17,3 Você compra produtos ecologicamente corretos para os cuidados pessoais (higiene pessoal). 51,8 17,3 23,5 3,7 3,7 Você compra aparelhos elétricos (telefone, notebooks, eletrodomésticos) que usam menos 44,4 24,7 18,5 9,9 2,5 eletricidade. Prefere comprar produtos ecologicamente corretos, mesmo que eles sejam mais caros. 19,7 25,9 28,4 11,1 14,8 Você usa produtos específicos para a limpeza da sua casa (desengordurante, alvejante, limpa vidros, 54,3 23,5 16,0 2,5 3,7 etc). No dia-a-dia, você usa copos, pratos, garfos e facas que podem ser lavados em vez de descartáveis. 80,2 9,9 6,2 1,2 2,5 Nota: 1. Concordo completamente; 2. Concordo em parte; 3. Nem concordo nem discordo; 4. Discordo em parte e 5. Discordo completamente. Cerca de 34,6% (n = 28) usa os modelos de pilhas e baterias recarregáveis em detrimento às demais, mesmo sendo o maior percentual ainda é preocupante, pois 17,3% (n = 14) prefere as pilhas e baterias que não podem ser recarregadas, valor elevado. Os avanços tecnológicos geram um número demasiado de resíduos eletrônicos e o descarte inadequado desses materiais é prejudicial à saúde humana e animal, além de poluir solos e lenções freáticos, pois possuem substâncias tóxicas em sua composição (VIANNA, 2015). Por isso a preocupação com os valores apresentados.

Para mudar esse cenário é preciso reconhecer que o consumismo tem afetado e degradado o meio ambiente e consequentemente diminuindo a qualidade de vida. E para a transformação das ações desses indivíduos, é fundamental a transmissão de informações que argumentem o tema. Em relação aos produtos de uso diário; 51,8% (n = 42) tem o cuidado de escolher produtos ecologicamente corretos para sua higiene pessoal, possivelmente pelo grande apelo das grandes empresas; ao mesmo tempo 80,2% (n = 65) utiliza utensílios domésticos (copos, pratos e talheres) que podem ser reutilizados após lavados em vez dos descartáveis. Os estudantes priorizaram o uso de utensílios reutilizáveis, uma vez que apesar da praticidade dos descartáveis esses geram preocupações pois depois de usados são geralmente acumulados em lixões levando bastante tempo para degradação. Para reduzir esse impacto é importante o uso de materiais reutilizáveis e, quando necessário o usar de materiais descartáveis, destiná-los para reciclagem quando possível. Observou-se que 44,4% (n = 36) dos estudantes preferiu aqueles aparelhos-eletrônicos que consomem menos energia, enquanto 18,5% (n = 15) não emite juízo de valor a esse respeito e 2,5% (n = 2) não tiveram essa preocupação. De acordo com Reis; Santos (2014) várias tragédias ambientais e sociais das últimas décadas, relacionaram com o uso exagerado de fontes de eletricidade, isso acontece porque a atual matriz energética carece de 80,0% de combustíveis fósseis, os quais aumentam a emissão de gases de efeito estufa, além de usar abusivamente os recursos naturais. Por isso, a importância da preocupação em utilizar produtos que economizem o máximo possível energia elétrica, consequentemente diminuir os impactos ambientais. A maior parte 28,4% (n = 23) declarou serem indiferentes aos produtos ecologicamente corretos, mesmo sendo mais caros. Quanto ao uso de produtos de limpeza para a casa, 54,3% (n = 44) usa produtos de específicos para a limpeza da casa, o que pode favorecer o maior consumo de produtos para fins específicos, sendo que 16,0% (n = 13) não tem opinião formada a respeito do uso. Fidelis (2013) em seu trabalho com alunos do Ensino Médio da cidade de Maringá,

Paraná, mostrou na categoria de resíduos sólidos resultados diferentes aos aqui encontrados, pois no seu trabalho apenas 4,4% dos estudantes tem preocupação em reduzir a produção de resíduos. O que significa que a minoria dos estudantes de Maringá está consciente com o impacto que tais atitudes geram ao meio ambiente. Como descrito por Jacobi (2005), a sustentabilidade defronta com a sociedade consumista, implicando a necessidade de práticas sociais e educacionais voltadas ao saber ambiental. 4. CONCLUSÃO Em virtude dos dados obtidos é possível perceber que a maioria dos estudantes entrevistados apresenta interesse em assuntos relacionados ao meio ambiente e que já estão realizando ações ligadas ao consumo consciente. Mas, também é observado um bom número de estudantes que apresentam indiferença ao tema. Devido à maneira ainda superficial com que a abordagem sobre os resíduos sólidos é vivenciada nas escolas, é emergente a necessidade da inserção de uma Educação Ambiental capaz de sensibilizar ambientalmente por meio de ações práticas e transversais sobre o bom aproveitamento e gestão dos recursos naturais, particularmente sobre o consumo consciente e os resíduos sólidos. 5. REFERÊNCIAS BOVO, M. C. Desenvolvimento da educação ambiental na vida escolar: avanços e desafios. Revista Urutágua, Maringá, n. 13, p. 1-15, 2007. CORTEZ, A. T. C. O lugar do homem na natureza. Revista do Departamento de Geografia, v. 22, p. 29-44, 2011. CUBA, M. A. Educação ambiental nas escolas. Educação, Cultura e Comunicação, v. 1, n. 2, p. 23-31, 2011. DIAS, G. F. Os quinze anos da educação ambiental no Brasil: um depoimento. Aberto, Brasília, v. 10, n. 49, p. 3-14, 1991.

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