Análise do limiar de auto-estima e autoimagem em idosos com deficiência asilados praticantes de atividade física

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Transcrição:

Análise do limiar de auto-estima e autoimagem em idosos com deficiência asilados praticantes de atividade física Storch, Jalusa Andréia 1 Borella, Douglas Roberto 2 Stocco, Jeferson 3 Harnisch, Gabriela Simone 4 Frank, Robson 4 Duarte, Anne 4 Schone, Angela 4 Resumo Pessoas idosas que vivem em asilos normalmente estão sujeitas a tornarem-se sedentárias, resultando em comprometimentos na condição física, psíquica e social, e dentre estas alterações, prejudicando significativamente a própria auto-imagem e auto-estima. Sendo assim, por meio de uma pesquisa de campo descritiva, objetivou-se analisar a influencia da prática regular de atividade física na auto-imagem e auto-estima de idosos com deficiência pertencentes ao Asilo Lar Rosas Unidas, da cidade de Marechal Cândido Rondon/PR. Como amostra, contou-se com a colaboração de seis idosos com deficiência, com faixa etária entre 60 a 82 anos, sendo dois (02) do gênero feminino e quatro (04) do gênero masculino. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista validado por Steglich (1978), porém, adaptado para fins deste estudo visando contemplar as peculiaridades da amostra analisada. Os resultados revelaram que prática de atividade física regular direcionada aos idosos com deficiência produziu efeitos satisfatórios no que concerne a auto- -estima e auto-imagem em 80% dos casos. Acredita-se que por meio das práticas físicas regulares, os idosos analisados sentem-se mais otimistas e confiantes consigo mesmos, fomentando a melhora da própria saúde, da funcionalidade motora, ampliando as relações sociais, estimulando o convívio em grupo, tornando-se assim um processo terapêutico de restauração e qualidade de vida no ambiente de asilo. Palavras-chave: Atividade física. Idosos com deficiência. Auto-estima. Auto-imagem. 1 Fisioterapeuta, bacharel em Educação Física e mestranda em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos UFSCar. E-mail: jalusa_s@hotmail.com 2 Doutor em Educação Especial. Professor do colegiado de Educação Física da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE E- mail:douglasborella@hotmail.com 3 Licenciado em Educação Física - UNIOESTE 4 Acadêmicos do curso de Educação Física - UNIOESTE 73

Introdução De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), considera-se idoso a pessoa com idade igual ou superior a 65 anos nos países desenvolvidos, e 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento (NASCIMENTO, et al., 2009). Comparados aos demais grupos etários na última década, a população idosa foi a que mais cresceu, repercutindo assim com o chamado envelhecimento populacional, com forte tendência para a predominância da população feminina entre os idosos, visto ser resultante da maior mortalidade masculina (CAMARANO, 2003). Em relação à prevalência da população idosa no Brasil, verificou-se que no ano de 1980 havia sete milhões de pessoas idosas; em 2002, aproximou-se da casa de 15 milhões de idosos, correspondendo a 8,6 % da população total; já para o ano de 2025, estima-se que haverá cerca de 32 milhões de idosos, onde a expectativa de vida do para os brasileiros será de aproximadamente 68 anos para as mulheres e de 64,8 anos para os homens (IBGE, 2008). Em relação à proporção de idosos e crianças, o índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população brasileira, onde no ano de 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existiram 24,7 idosos de 65 anos ou mais; já em 2050, o quadro mudará para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172,7 idosos (IBGE, 2008). Este rápido crescimento da população idosa vem exigindo respostas do Estado e da sociedade brasileira, tal como a implantação da Política Nacional do Idoso (Lei 8.842/94 e Decreto 1.948/96), que deve ser complementada por ações desenvolvidas pelos estados e municípios (BRASIL, 1994). No que tange a disponibilidade de serviços voltados a saúde do idoso, o Capítulo IV - na área de cultura, esporte e lazer da Política Nacional do Idoso é destacado o incentivo a criação de programas de lazer, esporte e atividades físicas que proporcionem a melhoria da qualidade de vida do idoso e estimulem sua participação na comunidade (BRASIL, 1994). Diante destes dados, constata-se que os desafios trazidos pelo envelhecimento da população brasileira têm diversas dimensões e dificuldades, cujo fator influencia na melhor distribuição de consumo, transferência de capital e propriedades, impostos, pensões, mercado de trabalho, saúde e assistência médica, além da composição e organização da família, pois o envelhecer é um processo fisiológico, inevitável, irreversível e que não deve ser encarado como uma doença. Portanto, torna-se justo e necessário garantir ao idoso uma condição plena de saúde e a sua integração na sociedade, o qual não deve ser tratado ou atendido apenas com soluções paliativas, mas deve-se garantir o seu pleno acesso a intervenções sérias de ordem social, econômica, ambiental e de saúde. Devido à melhoria nas condições de vida dos brasileiros, bem como o acesso aos meios de saúde e assistência social, muitos idosos vêm envelhecendo com melhor qualidade de vida; mas para que isto ocorra é necessário que haja um limiar de equilíbrio e bem-estar entre o homem enquanto ser humano, e, este bem relacionado com o seu corpo e sociedade em que está inserido, pois de acordo com Papaléo Neto (2002), a velhice tranqüila é resultante do somatório de tudo quanto beneficie o idoso como por exemplo, exercícios físicos, alimentação saudável, espaço para o lazer, relações afetividades e de amizade, além do bom relacionamento familiar. Por outro lado, sabe-se que o processo de envelhecimento é acompanhado por uma série de alterações fisiológicas ocorridas no organismo, bem como pelo surgimento de doenças crônico degenerativas advindas da própria idade, pelas condições biológicas do organismo e por hábitos de vida inadequados, tais como o tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de atividades laborais executadas ao longo da vida, além da ausência de atividades físicas regulares. Em virtude destes aspectos principalmente ligados a uma condição de vida sedentária, acredita-se que a participação do idoso em programas de atividades físicas regulares pode influenciar no processo de envelhecimento de modo saudável, com impacto positivo sobre a qualidade e expectativa de vida, repercutindo na melhoria das funções orgânicas, independência pessoal e inevitavelmente resultando num efeito benéfico de controle, tratamento e prevenção de doenças, tais como: diabetes, enfermidades cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica (CHOGAHARA, COUSINS e WANKEL, 1998; McAULEY et al., 2000; MAZO, 2003; ARGIMON et al., 2008). O processo do envelhecimento pode implicar, dentre outras consequências, no declínio gradual das aptidões físicas, onde o idoso tende a ir alterando seus hábitos de vida e rotinas diárias por atividades e formas de ocupação pouco ativas. No que tange a qualidade de vida de idosos asilados, Papaléo Neto (2002) e Mazo (2003) avaliam que os efeitos associados à inatividade e a má adaptabili- 74

dade ao local de convívio são muito sérios, os quais podem acarretar numa redução do desempenho, habilidade motora, capacidade de concentração, de reação e de coordenação, gerando processos de auto-desvalorização, apatia, insegurança, perda da motivação e a solidão. Remetendo-se às alterações psicossociais nos idosos, verifica-se que o acréscimo da idade implica na diminuição da sociabilidade, depressão, mudanças no controle emocional, isolamento social, baixa auto-estima e auto-imagem, advindas da aposentadoria, pela dificuldade auditiva, visual e motora, síndrome do ninho vazio (saída dos filhos, de casa), impotência sexual, entre outras condições associadas (MIRANDA e GODELI, 2003; MOSQUERA e STOBÄUS, 2006; MOÇO, 2009). Para o idoso, a imagem corporal e a auto-estima desempenham um papel importante sobre a consciência que ele apresenta de si e dos outros. Steglich (1978) destaca que a imagem corporal remete- -se tanto imagem mental quanto percepção, onde exemplifica que, se a percepção do corpo é positiva, a auto-imagem será positiva, e se há satisfação com a imagem do seu corpo, a auto-estima será melhor. Por sua vez, o conceito de auto-estima remete-se a opinião que formamos sobre nós mesmos, a qual é dependente do olhar do outro, dos valores, conjunturas e contextos em que a pessoa está inserida, bem como dependente da consolidação de diversos fatores pessoais e interpessoais (STEGLICH, 1978). Mosquera e Stobäus (2006) descrevem que ser humano é dependente do seu corpo, de suas habilidades e capacidades, as quais devem estar em harmonia com relação ao eu. Assim, a atividade física constitui-se como uma forma de envelhecer saudável e ativa para os idosos, principalmente para aqueles integram centros de convivência por longos períodos, a fim de que possam ter autonomia, independência, condições de saúde positivas, com gradativa melhora da auto-estima e auto-imagem. De acordo com Balestra (2002) e Antunes et al., (2003) a prática de exercícios físicos regulares modifica principalmente a postura corporal dos idosos, pois através dos movimentos físicos os reflexos posturais são prontamente recrutados, os quais atuam diretamente na rigidez corporal, melhorando a flexibilidade, força muscular, coordenação motora e equilíbrio. Existe um consenso na literatura geriátrica e gerontológica (Carvalho, 1996; Simões,1998; Papaléo Neto, 2002; Sherphard, 2003), de que os objetivos para intervenção de um programa de exercícios físicos devem estar diretamente relacionados com as modificações mais importantes que são decorrentes do processo de envelhecimento. Desse modo, os autores supra-citados destacam que um programa de exercícios para idoso deve ser direcionado com os seguintes objetivos: a) melhoramento da flexibilidade, força, coordenação e velocidade: b) elevação dos níveis de resistência, com vistas à redução das restrições no rendimento pessoal para realização de atividades cotidianas; c) manutenção da gordura corporal em proporções aceitáveis, a fim de otimizar a melhoria da qualidade de vida, atenuar os efeitos da diminuição do nível de aptidão física na realização de atividades diárias e manter um maior grau de independência ao idoso (SIMÕES,1998; PAPALÉO NETO, 2002; SHERPHARD, 2003). Acredita-se que a importância da prática regular de exercícios físicos para idosos em regime de asilos deve ter como intuito proporcionar benefícios em relação às capacidades motoras que se apóiam na independência do idoso tanto quanto possível em seu novo local de moradia, além de favorecer a realização das atividades da vida diária, melhorando as capacidades físicas, intelectuais e sociais, alterando a taxa de declínio do estado funcional e ajustando a expectativa da funcionalidade a sua qualidade de vida. Portanto, é um desafio para os profissionais da área da saúde, tal como na área da Educação Física, fazer com que os idosos durante sua existência aproveitem melhor o tempo que lhes resta de maneira saudável, independente, com autonomia, sentindo-se bem e acolhidos pela sociedade, com melhor qualidade de vida. Por isto, acredita-se que a rotina dos idosos em instituição asilar deve ser agregada de uma prática sistemática de exercícios físicos com intuito de contribuir na sua imagem corporal e na sua auto-estima. Diante deste contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar a influencia da prática regular de atividade física na auto-imagem e auto-estima de idosos com deficiência pertencentes ao Asilo Lar Rosas Unidas, da cidade de Marechal Cândido Rondon/PR. Cabe ressaltar que os participantes são praticantes de atividade física orientados por profissional no centro de convivência, tais como: exercícios de alongamento, recreação, rítmicas e passeios nas dependências do lago municipal. 75

Métodos Caracterização da pesquisa Este estudo caracteriza-se como sendo uma pesquisa de campo, de caráter descritivo. Para Marconi e Lakatos (2002), a pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. População e amostra participante do estudo A população do presente estudo foi constituída por idosos pertencentes ao Centro de Convivência Lar Rosas Unidas, com faixa etária entre 60 a 82 anos. Contudo, a amostra foi delimitada pela participação de seis (06) idosos com deficiência física, sendo dois (02) do gênero feminino e quatro (04) do gênero masculino, os quais preencheram os critérios de inclusão estipulados para este estudo: que apresentassem algum tipo de deficiência e que realizassem práticas de atividade física regulares há pelo menos um ano, tais como: exercícios de alongamento, recreação, atividades rítmicas e/ou passeios. Instrumento para Coleta de Dados Para a coleta de dados utilizou-se de um roteiro de entrevista semi-estruturado de auto-estima e auto imagem elaborado por Steiglich (1978), composto por 26 perguntas abertas e fechadas, o qual foi adaptado para contemplar a finalidade deste estudo. A metodologia de avaliação descrita por Steglich (1978) baseia-se na atribuição de valores para cada resposta do participante, onde cada escore permite a classificação individual de cada idoso avaliado. O instrumento que desenvolvido por Steglhich (1978) teve por objetivo avaliar a auto-imagem e auto-estima de três grupos de idosos acima de 65 anos, realizando a comparação de não aposentados, aposentados ativos e aposentados inativos, onde o seu estudo concluiu que os aposentados inativos fisicamente possuem auto-imagem e auto-estima significativamente mais baixas que os idosos não aposentados e aposentados ativos fisicamente. Para fins deste estudo, destaca-se que as questões 1, 2, 3, 14, 16, 18, 19, 20, 22, 23, 24 e 26 do instrumento de pesquisa receberam um valor numérico de 5 pontos para a resposta sim ; 4 pontos para a resposta quase sempre ; 3 pontos para várias vezes ; 2 pontos para algumas vezes ; e, 1 ponto para não. Em contrapartida, as questões 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15, 17, 21 e 25 receberam a ordem inversa de valores. Dessa forma, para avaliar as variáveis auto-imagem e auto-estima, como Alta ou Baixa, foi estabelecido um ponto de corte seguindo a classificação de pontuação listada a seguir: Quadro1. Valores máximos e mínimos do intervalo para classificar a auto-estima. Categorias Ponto de Corte Auto-estima baixa= 26 a 70 pontos Auto-estima alta= 71 a 130 pontos O roteiro de entrevista consta de cinco respostas possíveis: sim; quase sempre; várias vezes; algumas vezes e não, cujo foco destinou-se a averiguar as tendências de respostas positivas e tendências negativas dos participantes. Foram consideradas como tendência positiva as respostas sim; quase sempre; e várias vezes, ao passo que as de tendência negativa as respostas algumas vezes; e, não. Para a avaliação do resultado do instrumento, foi verificado o número total das respostas de tendências positivas e tendências negativas. Procedimentos para Coleta de Dados A coleta dos dados consistiu na execução das seguintes etapas: a) 1ª etapa: realizou-se contato com a direção do Asilo Lar Rosas Unidas, localizado na cidade de Marechal Cândido Rondon/PR, e mediante o aceite por parte da direção, foi realizado um agendamento com os responsáveis para a explanação da pesquisa; b) 2ª etapa: agendamento de reunião com os idosos participantes, onde foi apresentado os propósitos da pesquisa, com a entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos mesmos; c) 3ª etapa: coleta de dados aplicação do instrumento de pesquisa, o qual dirigido aos participantes em um único encontro. Análise dos dados Os dados coletados foram analisados por meio da análise quantitativa descritiva, visando-se determinar as condições de tendência dos dados obtidos e desta 76

forma caracterizar um grupo em questão, seguindo o princípio determinado por Steglich (1978), o qual tabulou os dados pelo emprego da avaliação por corte. Resultados e discussão A partir dos dados tabulados, o gráfico 01 demonstra a caracterização de cada idoso em relação à sua auto-estima e auto-imagem: Considerando o ponto de corte para a classificação listado por Stenglich (1978), os resultados revelaram o seguinte panorama da auto-estima e auto- -imagem dos idosos com deficiência investigados: o primeiro idoso (1º masc) demonstrou nível de auto-estima alto, perfazendo 101 pontos; o segundo idoso (2º masc) apresentou nível de auto-estima alto, com 106 pontos; o terceiro idoso (3º masc) demonstrou nível de auto-estima alto, com 109 pontos; o quarto idoso (4º fem) apresentou nível de auto-estima alto, com 75 pontos; o quinto idoso (5º masc) demonstrou nível de auto-estima alto, com 104 pontos; o sexto idoso (6º fem) evidenciou nível de auto-estima baixa, com 57 pontos. De acordo com os resultados obtidos, averiguou- -se que os idosos com deficiência do centro de convivência Lar Rosas Unidas da cidade de Marechal Cândido Rondon/PR demonstraram em sua maioria (80%) a auto-estima e auto-imagem com nível alto. Buscando-se relacionar a questão da auto-estima e auto-imagem com a prática frequente de atividades físicas, inferiu-se que os idosos mais inativos fisicamente apresentaram uma condição de auto-imagem e auto-estima mais baixas (20%), quando comparados aos idosos fisicamente mais ativos (80%), onde o aspecto de maior diferença encontrado foi no quesito emocional, no item felicidade pessoal. Remetendo-se a variável gênero dos participantes, constatou-se que as idosas com deficiência revelaram certa tendência à desmotivação e baixa adesão em atividades físicas regulares, as quais justificaram suas respostas devido à condição atual de abandono por parte de filhos e/ou familiares próximos, bem como pelo falecimento de entes queridos na família, cujo sentimento de perda não havia sido até o momento plenamente aceito. Em contrapartida, os participantes do gênero masculino apresentaram-se mais dispostos a participar e interagir com o meio social por meio da realização de atividades físicas, demonstrando-se menos queixosos e desmotivados para o desempenho de tais práticas. Em uma das falas atribuídas pelos participantes, destacamos o seguinte apontamento: (...) a nossa vida parece ser chata para muitos, sem emoção, e as pessoas acabam tendo pena de nós por sermos deficientes físicos (...) ; (...) o que eles não sabem é que somos felizes por termos chegado até aqui, sendo que nossos problemas de saúde vieram com o decorrer da idade, porque a sociedade mal sabe o quanto conquistamos e lutamos durante nossas vidas e que temos o direito de estarmos descansando (...). Este discurso mostra- -nos que, mesmo por vivenciarem uma condição de deficiência física e por não estarem mais juntos de suas famílias, muitos idosos sentem-se felizes pelo que já realizaram ao longo de suas vidas, demonstrando que não precisam conquistar mais nada, contudo, ainda desejam ser reconhecidos perante a sociedade pelos seus valores enquanto seres humanos. Grande parte dos idosos com deficiência (80%) destacou que por meio do envolvimento em atividades físicas regulares, o sentimento de abandono, tanto sob a ótica da família, quanto da sociedade, acaba 77

sendo esquecido ou pelo menos minimizado, onde descobrem que ainda são úteis para a sociedade e que podem realizar muitas outras tarefas. Além disto, citaram que sentem-se mais alegres e satisfeitos consigo mesmo após a prática de exercícios físicos, onde tais argumentos sustentam os achados do nível de auto- -estima alto dentre a maioria dos entrevistados. É possível destacar na literatura diversos autores que revelaram em suas pesquisas a melhora da auto-imagem e da auto-estima associado à prática de atividades físicas. Carvalho (1996) expôs que a participação de idosos em grupos de ginástica trouxe sentimentos positivos em relação ao próprio corpo, níveis mais altos de auto-estima e competições saudáveis geradas dentro do grupo analisado. Fox (1997) corroborou com estes achados afirmando que a auto-estima foi desenvolvida positivamente por meio de uma intervenção com programas de exercícios físicos e esportes, constatando que a auto-estima esteve correlacionada diretamente à auto- -imagem de seus participantes. Além destas contribuições, Chogahara, Cousins e Wankel (1998) averiguaram que a prática da atividade física regular promoveu influências sociais positivas nos idosos pesquisados e trouxe benefícios em relação à família, amigos, bem estar, integração social e melhora na auto-estima. Mc Auley et al.,(2000), estudaram 174 idosas participantes de um programa de exercícios físicos durante seis meses e verificaram que a atividade física influenciou positivamente os níveis de auto-estima. Mazo (2003) realizou uma pesquisa sobre qualidade de vida e atividade física com 198 idosas participantes dos grupos de convivência no município de Florianópolis, onde retratou que as idosas mais ativas possuíam melhor auto-imagem e auto-estima. O processo do envelhecimento é estudado na atualidade pelas áreas da Educação Física e Atividade Física Adaptada por meio da inter-relação dos componentes físico, social e psicológico. Com o avanço da idade, a perda da vitalidade corporal torna-se um processo fisiológico normal, o qual pode resultar dentre outras alterações, em comprometimentos relacionados à irritabilidade, tristeza profunda e perda da memória, as quais refletem diretamente nos níveis de auto-estima e auto-imagem do idoso, principalmente naqueles em condição de deficiência, o que resulta secundariamente em sintomas de depreciação e/ou depressão 5 (SIMÕES, 1998; DOMINGUES FILHO, 2002 e GEIS, 2003). Atrelado a estas considerações Chogahara, Cousins e Wankel (1998); Mc Auley et al.,(2000); Mazo (2003) e Antunes et al., (2003) analisaram que a condição de dependência para o idoso é encarada como um decréscimo da integração e harmonia com seus valores pessoais, e, a partir do momento em que estes idosos ingressam em asilos, inicia-se um processo de decréscimo das funções devido ao descontentamento com a atual situação de abando por parte da família, além da invalidez devido a situação de deficiência e as restrições intelectuais, que repercutem na dificuldade para realização de atividades da vida diária, socialização e independência, onde a indisposição e o desinteresse colaboram ainda mais para alavancar limitações, ocasionando o aparecimento de novas doenças. Para tanto, acredita-se que o envelhecer para idosos em condição de deficiência deve ser conseqüência de uma vida saudável e ativa, a fim de promover a manutenção de condições de saúde globais. Neste sentido, a atividade física deve ser adaptada às características físicas e psíquicas de seus participantes, a qual pode auxiliar significativamente no incremento da auto-estima e auto-imagem do idoso devido à melhora das relações psicossociais e emocionais, principalmente quando estas atividades são vivenciadas de modo coletivo por seus participantes. Mazo (2003) e Geis (2003) destacam que a capacidade de atenção concentrada, a memória de curto prazo e desempenho dos processos executivos (planejamento de ações seqüenciais logicamente estruturadas e capacidade de autocorreção das ações) podem ser desenvolvidas nos idosos por meio de exercícios físicos bem planejados, implicando favoravelmente nas funções cognitivas imprescindíveis para a vida cotidiana dos idosos. Diante dos resultados apresentados, verifica-se a importância do profissional de Educação Física em centros de convivência, o qual deve estar munido de entendimento e habilidades condizentes para o desenvolvimento de programas de atividade física adequados aos idosos, a fim de reduzir o sentimento de dependência, abandono, rejeição e promovendo um estímulo para o bem estar para 5 Depressão que é uma doença caracterizada pelo sentimento de desespero, inutilidade, desesperança, autodepreciação, amargor, pesar e também pode haver um desinteresse em se alimentar e dificuldades para dormir (PAPALÉO NETO, 2002). 78

todos, com melhora da saúde, mobilidade corporal, autonomia, independência, os quais irão se refletir na otimização da auto-imagem e auto-estima. Considerações finais A população idosa cresce em nosso país a cada dia e com ela surgem as dificuldades e as necessidades de adequar soluções eficientes para o atendimento justo desta população, a fim de garantir- -lhes uma vida digna, com qualidade e saúde. A questão do envelhecimento torna-se um desafio para os profissionais que atuam com idosos, dentre eles educador físico, o qual deve estar alicerçado de conhecimentos sólidos e embasado cientificamente para que possa gerenciar o processo de envelhecimento por meio de atividades físicas que venham agregar valores positivos de saúde em suas múltiplas funções, estimulando os processos mentais dos idosos para que estes estejam sempre dispostos e ativos a enfrentar suas situações de vida diária com qualidade e maior independência possível. Durante a nossa pesquisa, a aplicação do roteiro de entrevista revelou dados e particularidades das vidas dos idosos participantes, os quais em sua maioria justificaram os motivos de das respostas. O que mais nos chamou a atenção foi a gama de relatos impregnados de sentimentos de abandono, exclusão e preconceito por parte de seus familiares devido à condição de deficiência e envelhecimento. Sob outra ótica, verificou-se que a prática de atividade física direcionada aos idosos com deficiências analisados produziu um efeito satisfatório nos aspectos da auto-imagem e auto-estima, revelando que 80% dos participantes apresentaram nível considerado alto. Acredita-se que por meio das práticas físicas, estes idosos sentem-se mais otimistas e confiantes consigo mesmos, fomentando a melhora da própria saúde, da funcionalidade motora, ampliando as relações sociais, estimulando o convívio em grupo, tornando-se assim um processo terapêutico de restauração e qualidade de vida no ambiente de asilo. Desta forma, constatou-se a importância de intervenções direcionadas por profissionais da Educação Física em idosos com deficiência asilados, onde a atividade física contribuiu significativamente para bons níveis de auto-imagem e auto-estima, facilitando as funções motoras do idoso em sua totalidade e mutuamente colaborando para a manutenção da atividade cerebral, capacidade de iniciativa, auto motivação, relaxamento, auto superação, socialização, maior tolerância à frustração reduzindo a propensão a estados de depreciação e depressão. Consideramos que desenvolver a auto-imagem e auto-estima positiva é alimentar a certeza de que os idosos podem ser capazes de levar uma vida plena, feliz e realizada em nossa sociedade. Referências ARGIMON, I. L.; MALLET, L. G.; RUSCH, S. G. S; SOUZA, L. D. M.; WENDT, G. W. Opções de lazer e atividade física e sua relação com a qualidade de vida em idosos. Movimento & Percepção, v. 9, n. 12, 2008. ANTUNES, H. K. M.; CHEIK, N. C.; HEREDIA, R. A. G.; MELLO, M. T.; REIS, I. T.; TUFIK, S.; VENTURA, M. L. Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.11, n.2, p. 41-47, 2003. BALESTRA, C. M.. A imagem corporal de idosos praticantes e não praticantes de atividades Físicas. (Dissertação de Mestrado e Educação Física). Campinas (SP): Universidade Estadual de Campinas; 2002. BRASIL. Política Nacional do Idoso - LEI nº 8.842, de 04 de Janeiro de 1994. CAMARANO, A. A. Mulher idosa: suporte familiar ou agente de mudança? Estudos avançados. 17 (49), 2003. CARVALHO, C.A. Tratamentos Revolucionários. Boletim da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia) - RJ. Ano 4 nº 10, p.3. 1996. CHOGAHARA, M.; COUSINS, S. O.; WANKEL, L. M. Social Influence on Physical Activity in Older Adults: A Review. Journal of Aging and Physical Activity. 6(1) 1-17. Human Kinetics Publishers. 1998. DOMINGUES FILHO, L. A. Manual do Personal Trainer Brasileiro. São Paulo. Ícone, 2002. FOX, K. R. The Physical Self and Processes in Self-Esteem Development. In Kenneth R. Fox (Editor). The 79

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