Mapeamento da cobertura vegetal e uso do solo nas bacias do ribeirão Carioca, córrego do Bação e córrego da Carioca, no município de Itabirito - MG: uma análise preliminar. AUTORES: MSc. Clibson Alves dos Santos, Dr. Frederico Garcia Sobreira, Shirlei de Paula Silva. SÍNTESE As bacias do ribeirão do Carioca, córrego do Bação e do córrego da Carioca, inserem-se nos limites do município de Itabirito, situado a 56 km sudeste de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Esses córregos fazem parte da bacia do rio Itabirito, um dos principais afluentes do rio das Velhas. As sub-bacias do córrego do Bação e do córrego da Carioca são utilizadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE do município de Itabirito, como área de coleta de água para abastecimento da sede municipal. Essas bacias também se destacam por apresentarem uma série de distúrbios ambientais, que afetam a qualidade da água captada e ainda prejudicam o uso sustentável do solo da região, tais como: o assoreamento de diversos trechos da bacia, além da constante extração ilegal de areia nos cursos dos córregos. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo mapear e caracterizar as atividades do meio físico, e ainda delimitar as áreas de preservação permanente conforme legislação vigente, com o intuito de contribuir no ordenamento racional do solo, conciliando o desenvolvimento com a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente, em benefício da população. Para tanto, as técnicas de geoprocessamento das imagens orbitais serão utilizadas, pois, representam uma importante ferramenta de análise ambiental, que no caso específico deste trabalho aliadas às pesquisas de campo podem diagnosticar as características de uso e ocupação do solo. Numa análise preliminar observa-se que as bacias do córrego do Bação e da Carioca apresentam uma quantidade de áreas com mata natural e reflorestada, sendo que, na bacia do ribeirão Carioca as áreas de solo exposto e de processos erosivos mais intensos. Em termos de cursos hídricos nota-se que na bacia do córrego do Bação a influência da população ribeirinha é mais intensa (balneários e esgoto lançado no córrego) causando uma influência negativa na qualidade da água coletada para o abastecimento público. No ribeirão Carioca o maior problema é a extração clandestina de areia e os processos erosivos acelerados
que causam uma série de impactos no solo e nos afluentes desse córrego. A bacias do córrego Seco é a mais preservada em termos de ocupação atual. Vale destacar que essas informações são preliminares, e que com o desenvolvimento dos trabalhos de mapeamento e de campo será possível diagnosticar com mais acurácia o estado de degradação das bacias estudadas. INTRODUÇÃO As bacias do ribeirão do Carioca, córrego do Bação e do córrego da Carioca, sendo este último também conhecido como córrego Seco, inserem-se nos limites do município de Itabirito, situado a 56 km sudeste de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, entre as coordenadas de 20º 18 e 19º 53 de latitude sul e 43º 47 e 43º 54 de longitude oeste (Figuras 1 e 2). Esses córregos fazem parte da bacia do rio Itabirito, um dos principais afluentes do rio das Velhas. As sub-bacias do córrego do Bação e do córrego Seco são utilizadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE do município de Itabirito, como área de coleta de água para abastecimento da sede municipal. Essas bacias também se destacam por apresentarem uma série de distúrbios ambientais, que afetam a qualidade da água captada e ainda prejudicam o uso sustentável do solo da região, tais como: o assoreamento de diversos trechos da bacia, destruição de estradas vicinais, inutilização de áreas destinadas à ocupação urbana e/ou utilização para pastagem ou agricultura, além da constante extração ilegal de areia nos cursos dos córregos. Visando a preservação da qualidade ambiental dos recursos naturais foram criados dispositivos legais, tais como os que definem as áreas de preservação permanente, reserva legal e unidades de conservação da natureza. A definição dessas áreas é de fundamental importância, uma vez que todas as atividades exercidas pelo homem afetam o meio ambiente, e os seus efeitos são ampliados sobre ele mesmo, o que reforça a necessidade de se preservar ou restaurar a vitalidade dos recursos naturais, além disso, os impactos ambientais observados na região são na maioria provocados pela utilização inadequada do solo. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo mapear e caracterizar as atividades do meio físico, e ainda delimitar as áreas de preservação permanente conforme legislação vigente, com o intuito de contribuir no ordenamento racional do solo, conciliando o desenvolvimento com a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente, em benefício da população. Para tanto, as técnicas de geoprocessamento das imagens orbitais serão utilizadas, pois, representam uma importante ferramenta de análise ambiental, que no caso específico
deste trabalho aliadas às pesquisas de campo podem diagnosticar as características de uso e ocupação do solo. Esse estudo faz parte de um projeto que vem sendo desenvolvido, pelo DEGEO - UFOP, juntamente com o SAAE Itabirito, que tem como objetivo principal elaborar um zoneamento geo-ambiental da região, que vise o uso e ocupação do solo e dos recursos hídricos compatíveis com a preservação básica dos recursos naturais. OBJETIVOS Principal Avaliar espacialmente o uso atual do solo, a distribuição da vegetação e mapear as áreas de preservação, conforme a legislação vigente. Específicos Definir as áreas de preservação permanente, segundo legislação federal; Identificar e quantificar os impactos ambientais e legais existentes; Identificar os conflitos entre uso do solo e as condições naturais; Contribuir para que na área estudada as decisões do poder público, sejam tomadas com o intuito de conciliar a preservação do meio ambiente com a necessidade de utilização dos recursos hídricos (saneamento), uso do solo e expansão urbana. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização deste trabalho foram estipuladas as seguintes etapas; 1ª Etapa. Levantamento bibliográfico relativo à área de estudo, legislação vigente e sobre a temática a ser estudada; Obtenção de material cartográfico: mapa topográfico do DSG-IGA na escala de 1:25.000, com eqüidistância de entre as curvas de nível de 10 metros, Folha SF.23 X-A- II-3-NE de Itabirito e Folha SF.23 X-A-II-3-NO de Barra do Gentio; Imagem de satélite TM + LANDSAT 7, formato digital (bandas 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8), Cena 218-74 de 11/08/1999;
Rasterização dos mapas topográficos e geo-referenciamento dos arquivos raster relativos à base topográfica; Análise de geoprocessamento da imagem de satélite, utilizando o Sistema de Informações Geográficas o softwear ER MAPPER 6.0; Vetorização da base topográfica no softwear AUTOCAD MAP 2000; 2ª Parte: Atividades em andamento. Elaboração do mapa hipsométrico e de declividade através dos recursos do programa ER MAPPER 6.0; Geo-referenciamento da imagem de satélite TM + LANDSAT 7 e Elaboração da carta de uso atual do solo, elaborada a partir de técnicas de geoprocessamento da imagem de satélite e verificações em campo. As categorias serão descritas seguindo unidades de uso e também dos tipos de vegetação. Para o balizamento legal dos trabalhos foram utilizados o Novo Código Florestal - Lei 4.771-15/09/65 + MP 2.166-67 de 24/0/01 e alterações, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza Lei 9.985 de 18/07/2000 e a Política Nacional de Recursos Hídricos Lei 9.433 de 08/01/97. Essas leis regulamentam sobre as áreas de preservação permanente (florestas e demais formas de vegetação natural ao longos de recursos hídricos, morro, montes, montanhas, serras, restingas e encostas com declividade superior a 45º), áreas de proteção integral com o uso indireto dos recursos naturais e também sobre a articulação da gestão dos recursos hídricos com a do uso do solo. A base cartográfica das bacias estudadas está sendo feita através do softwear AUTOCAD MAP 2000, com base nas, Folha SF.23 X-A-II-3-NE de Itabirito e Folha SF.23 X-A-II-3-NO de Barra do Gentio (DSG-IGA), nas quais os acessos, aglomerados urbanos e os córregos estão sendo extraídos. Com o programa de tratamento de imagem de satélite e sistema de informações geográficas ER MAPPER 6.0 está sendo feito o mapeamento da cobertura e uso do solo. Para a elaboração dessa carta temática forma utilizadas as bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7, por apresentarem uma melhor representação dos alvos em estudo. O mapeamento está sendo feito através das composições coloridas RGB 5-4-3, 4-7-2 e 7-3-1, sendo realçadas com a ampliação de contraste por equalização do histograma. De forma preliminar pode-se dividir as camadas de
mapeamento nos seguintes tipos de uso e destinação: mata nativa, reflorestamento, área urbana, pastagem, processos erosivos, áreas degradadas e as área de preservação permanente. RESULTADOS PRELIMINARES Atualmente a primeira etapa do trabalho foi concluída e interpretação da imagem de satélite está sendo feita. As informações mapeadas serão corrigidas em campo e se necessário novas camadas de informações serão inseridas. A figura 2 demonstra uma composição colorida RGB 4-7-2 pre-tratada com informações iniciais das bacias estudadas. Numa análise preliminar pode observar que as bacias do córrego do Bação e da Carioca (Seco) apresentam uma quantidade de áreas com mata natural e reflorestada, sendo que, na bacia do ribeirão Carioca as áreas de solo exposto e de processos erosivos mais intensos. Em termos de cursos hídricos nota-se que na bacia do córrego do Bação a influência da população ribeirinha é mais intensa (balneários e esgoto lançado no córrego) causando uma influência negativa na qualidade da água coletada para o abastecimento público. No ribeirão Carioca o maior problema é a extração clandestina de areia e os processos erosivos acelerados que causam uma série de impactos no solo e nos afluentes desse córrego. A bacias do córrego Seco é a mais preservada em termos de ocupação atual. Vale destacar que essas informações são preliminares, e que com o desenvolvimento dos trabalhos de mapeamento e de campo será possível diagnosticar com mais acurácia o estado de degradação das bacias estudadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL 1965. Lei Federal 4.771, de 15 de setembro de 1964 + Medida Provisória 2.166-67 de 24/0/2001 (Novo Código Florestal). BRASIL 1989. Lei Federal 7.803, de 18 de setembro de 1989 (Alteração da Redação o Código Florestal). BRASIL Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. BRASIL Lei Federal 9.433 de 08 de janeiro de 1997 - Política Nacional de Recursos Hídricos. FLORENZANO, T. G. Imagens de satélite para estudos ambientais. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. 97p.
Figura 1 Localização da cidade de Itabirito em relação a capital de Minas Gerais - Belo Horizonte. Figura 2 - Interpretação preliminar para elaboração do Mapa de Uso e ocupação do solo, através da imagem de satélite ETM+ LANDSAT 7. Cena 218-78, data de aquisição: 11/08/1999. Composição colorida (RGB): 4-7-2.