SÍNTESE. AUTORES: MSc. Clibson Alves dos Santos, Dr. Frederico Garcia Sobreira, Shirlei de Paula Silva.

Documentos relacionados
ANÁLISE DE IMAGENS COMO SUBISÍDIO A GESTÃO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DA BACIA DO RIO JUNDIAÍ-MIRIM

ANÁLISE AMBIENTAL DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DOS ARROIOS JUÁ E CARACOL BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAÍ / RS.

Cartografia Temática

Proposta de Diretrizes de Engenharia para o Planejamento da Ocupação de Área dentro da Bacia do Córrego Floresta (zona norte de Belo Horizonte)

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

ÁREAS DE RISCO AO USO/OCUPAÇÃO DO SOLO NA SUB-BACIA DO CÓRREGO DO SEMINÁRIO, MUNICÍPIO DE MARIANA MG. COSTA, R. F. 1 PAULO J. R. 2

Uso de SIG para confecção de um mapa de uso e ocupação do solo do município de Bambuí-MG

Identificação de Áreas Prioritárias para Recuperação Município de Carlinda MT

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

II Semana de Geografia UNESP / Ourinhos 29 de Maio a 02 de Junho de 2006

SIG APLICADO NA IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO POTENCIAL DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NUMA MICROBACIA

Palavras-chave: análise pluviométrica, ravinas e voçorocas, controle e prevenção de enchentes

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO-BAIXO CURSO DO RIO ARAGUARI

MAPEAMENTO TEMÁTICO DIGITAL VISANDO A ANÁLISE SÓCIO- AMBIENTAL DA PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DA BORBOREMA NOS ESTADOS DO RIO GRANDE DO NORTE E PARAÍBA

ANÁLISE DE CONFLITO ENTRE LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

USO INADEQUADO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO XIDARINI NO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AM.

USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA- MG ATRAVÉS DAS TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO

MAPEAMENTO DIGITAL: ESTUDO NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DE MINAS (MG) E DO BAIRRO COLÔNIA - SÃO JOÃO DEL REI MG

VARIAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NATURAL EM UMA MICROBACIA DO NOROESTE DO PARANÁ

MONITORAMENTO DOS PROCESSOS EROSIVOS E MOVIMENTOS DE MASSA EM VIAS NO INTERIOR DA APA MACAÉ DE CIMA RIO DE JANEIRO. Resumo

APLICAÇÃO DE GEOPROCESSAMENTO NO ZONEAMENTO DE ÁREAS DE INSTABILIDADE DA BACIA DO MANANCIAL DO RIO SANTO ANASTÁCIO/SP.

CARACTERIZAÇÃO DAS APP S DOS CÓRREGOS INSERIDOS NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE GURUPI TO

Análise Temporal De Uso/Cobertura Do Solo Na Bacia Da Represa Do Rio Salinas, Minas Gerais

V SIGA Ciência (Simpósio Científico de Gestão Ambiental) V Realizado dias 20 e 21 de agosto de 2016 na ESALQ-USP, Piracicaba-SP.

ANÁLISE MULTI-TEMPORAL DO USO DA TERRA E DA COBERTURA VEGETAL NO SUL DE MINAS GERAIS UTILIZANDO IMAGENS LANDSAT-5 TM E CBERS-2B

SÍNTESE DOS APRIMORAMENTOS DA MINUTA III MAPAS

SIG COMO FERRAMENTA DE MAPEAMENTO DAS FORMAS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO MONTE BELO - BOTUCATU/SP

¹ Estudante de Geografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estagiária na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).

TIM-1. Proposta de Diretrizes de Engenharia para o Planejamento da Ocupação da Área de Montante da Bacia do Córrego Leitão

MAPEAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA MICROBACIA DO CÓRREGO DO KARAMACY - ITAPEVA/SP.

AVALIAÇÃO TEMPORAL DA COBERTURA E USO DA TERRA NA BACIA DO RIO VERDE, MICRORREGIÃO DE CERES GOIÁS, EM 1998, 2008 E 2018

EXPANSÃO AGROPECUÁRIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AREIAS, TOCANTINS.

Avaliação de trabalhos

ANÁLISE VISUAL DE IMAGENS ORBITAIS MULTIESPECTRAIS

Planejamento de Uso Integrado da Terra Disciplina de Classificação de Solos

ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO DO ESTADO DO MARANHÃO CARTOGRAFIA DO USO E OCUPAÇÃO DAS TERRAS NO ESTADO DO MARANHÃO

Palavras Chave: Sistema de Informações Geográficas, impactos ambientais, análise multitemporal.

MAPEAMENTO E ANÁLISE AMBIENTAL DAS NASCENTES DO MUNICÍPIO DE IPORÁ-GO 1

CONTRIBUIÇÃO DO IBRAM PARA O ZONEAMENTO ECOLÓGICO- ECONÔMICO E O PLANEJAMENTO AMBIENTAL DE MUNICÍPIOS INTEGRANTES DA APA-SUL RMBH.

3 Bolsista de iniciação cientifica Fapemig Ufla-MG. 4 Pesquisadora Doutora Epamig Lavras-MG. 5 Pesqiusadora Mestre Epamig Lavras-MG

Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016)

OS POSSÍVEIS IMPACTOS CAUSADOS PELAS MUDANÇAS DO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO NA COBERTURA VEGETAL: EXEMPLO DE CASO NO MUNICÍPIO DE VARGINHA, MG.

Rozely Ferreira dos Santos

Geração de mapas de altitude por sensoriamento remoto. Imagens do Óptico Imagens InSAR

EXPANSÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO NO CERRADO GOIANO: CENÁRIOS POSSÍVEIS E DESEJADOS

ANÁLISE AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO BAIXO RIBEIRÃO SÃO LOURENÇO

-> A Bacia Hidrográfica do rio Paraopeba, UPGRH SF3 situa-se a sudeste do estado de Minas Gerais e abrange uma área de km2.

POXIM :Os impactos ambientais decorrentes do uso desordenado desta bacia hidrográfica

Atlas didático-pedagógico para educação sócio-ambiental nos municípios da Grande Dourados-MS

CONFLITOS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DO KARAMACY, ITAPEVA SP

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA QUE ENVOLVE A CACHOEIRA BOA VISTA DA ADELAIDE E POSSÍVIES ALTERAÇÕES NA QUALIDADE DA ÁGUA

QGIS PARA DELIMITAÇÃO E ANÁLISE DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RIO MONTEIRO-PB

MAPEAMENTO DO USO E COBERTURA DO SOLO DE DOIS VIZINHOS-PR NOS ANOS DE 1984 E 2011 ATRAVÉS DE IMAGENS ORBITAIS TM/LANDSAT 5

4- ÁREA DE ESTUDO. 4.1 Localização geográfica

REDUÇÃO DOS IMPACTOS SÓCIO AMBIENTAIS NOS EMPREENDIMENTOS DE LINHA DE TRANSMISSÃO DA FASE DO PROJETO À CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO

Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. (2)

Zoneamento de risco de incêndios florestais para a bacia hidrográfica do Córrego Santo Antônio, São Francisco Xavier (SP)

Maria Fernanda de Lima Ribeiro Marques Estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental da UCDB

Mapeamento de Risco de Incêndios na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Rio João Leito-GO

Dinâmica da paisagem no parque nacional de Jurubatiba e seu entorno (Rio de Janeiro, Brasil)

Diretrizes para mapeamento de inundações no Estado do Rio de Janeiro PATRICIA R.M.NAPOLEÃO CARLOS EDUARDO G. FERRIERA

Utilização de Técnicas de SIG e de Campo para Identificação de Áreas Sensíveis com Intuito de Regularização Fundiária

Uso conflitivo do solo nas áreas de preservação permanente do município de Bocaina de Minas /MG.

DIAGNÓSTICO DE RISCOS AMBIENTAIS E ALTERNATIVAS PARA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE TRECHO DO RIO GUANDU

ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA E DE USO DO SOLO DAS ZONAS DE NASCENTES, MUNICÍPIO DE ALFENAS - MG

Fragilidade Ambiental Método auxílio multicritério à tomada de decisão

CONTRIBUIÇÃO PARA O MANEJO DA BACIA HIDROGRÁFICA RIBEIRÃO DAS ARARAS (SÃO CARLOS SP)

Ecologia de Paisagem Conceitos e métodos de pesquisa 2012

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E IMPACTOS AMBIENTAIS NA MICROBACIA DO CÓRREGO MATRIZ-GO, BRASIL

Uso de geotecnologias no estudo da sustentabilidade agrícola do núcleo rural Taquara, DF.

Avaliação da Cobertura Vegetal Natural e Áreas de Preservação permanente na região da Cantareira

DINÂMICA DO ESPAÇO EM PONTE ALTA (MG), UTILIZANDO AS TÉCNICAS DE GEOTECNOLOGIA

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DO CÓRREGO SEM NOME EM ILHA SOLTEIRA/SP.

Geoprocessamento e sensoriamento remoto como ferramentas para o estudo da cobertura vegetal. Iêdo Bezerra Sá

Utilização de imagens de satélite para criação do mapa de uso e cobertura da terra para o estado de Goiás Ano base 2015

QUANTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE DESMATAMENTO NO ESTADO DO TOCANTINSS DURANTE O PERÍODO DE 1995 A 2000

Fragilidade Ambiental Método: Processo Hierárquico Analítico (AHP)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG

ESTUDO DE CONECTIVIDADE

COHIDRO PLANO INTEGRADO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL

USO DO GVSIG PARA ELABORAÇÃO DE SISLEG NO ESTADO DO PARANÁ

Tutorial para uso de Geotecnologias no estudo de Bacias Hidrográficas para Professores da Educação Básica

RESERVA LEGAL Orientações e recomendações para a Adequação Ambiental da Propriedade Rural

TIM-1. Proposta de Diretrizes de Engenharia para o Planejamento da Ocupação da Área da Bacia do Córrego Navio

Legislação Florestal e pressão antrópica na sub-bacia hidrográfica do riacho Jacaré, baixo São Francisco sergipano

É COM VOCÊ. cartilha. Reservatórios: degradação ambiental (?) Meio Ambiente / Série: Água Nº 2 Escassez de chuva ou. Janeiro/ ,00 556,00

MAPEAMENTO DIGITAL DA BACIA DO CORREGO DO LENHEIRO - SÃO JOÃO DEL-REI - MG COMO SUBSÍDIO A ANÁLISE AMBIENTAL

SISEMA. Sistema Estadual de Meio Ambiente. POLÍCIA MILITAR D E M I N A S G E R A I S Nossa profissão, sua vida.

DETERMINAÇÃO DA FRAGILIDADE POTENCIAL A EROSÃO LAMINAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AREIAS

Getulio T. Batista & Nelson W. Dias

COMPORTAMENTO TEMPORAL DO USO DE SOLO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RIO CASTELO TRECHO URBANO DO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO CASTELO, ES

Mariana de Campos¹, Rogério Falasca Alexandrino¹, Sérgio Campos¹ & Ivan Giacomo Silva 2

USO DE SIG PARA DETERMINAÇÃO DE ÁREAS POTENCIAIS PARA MECANIZADA DA CULTURA DE CAFÉ ARÁBICA NA REGIÃO DE NOVA PONTE-MG 1

IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS VULNERAVEIS A EROSÃO LAMINAR NA BACIA DO RIO VERMELHO

ANÁLISE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE BRUSQUE/SC UTILIZANDO TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG).

CAPACITAÇÃO SOBRE PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS. ENG. GUILHERME AMSTALDEN VALARINI Coordenador de Projetos Consórcio PCJ

Reunião Banco do Brasil

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS: UMA ANÁLISE DO USO DA TERRA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARROIO BARÃO, RS

Utilização do QGIS em estudos ambientais Delimitação de APPs e conflitos legais

Transcrição:

Mapeamento da cobertura vegetal e uso do solo nas bacias do ribeirão Carioca, córrego do Bação e córrego da Carioca, no município de Itabirito - MG: uma análise preliminar. AUTORES: MSc. Clibson Alves dos Santos, Dr. Frederico Garcia Sobreira, Shirlei de Paula Silva. SÍNTESE As bacias do ribeirão do Carioca, córrego do Bação e do córrego da Carioca, inserem-se nos limites do município de Itabirito, situado a 56 km sudeste de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Esses córregos fazem parte da bacia do rio Itabirito, um dos principais afluentes do rio das Velhas. As sub-bacias do córrego do Bação e do córrego da Carioca são utilizadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE do município de Itabirito, como área de coleta de água para abastecimento da sede municipal. Essas bacias também se destacam por apresentarem uma série de distúrbios ambientais, que afetam a qualidade da água captada e ainda prejudicam o uso sustentável do solo da região, tais como: o assoreamento de diversos trechos da bacia, além da constante extração ilegal de areia nos cursos dos córregos. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo mapear e caracterizar as atividades do meio físico, e ainda delimitar as áreas de preservação permanente conforme legislação vigente, com o intuito de contribuir no ordenamento racional do solo, conciliando o desenvolvimento com a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente, em benefício da população. Para tanto, as técnicas de geoprocessamento das imagens orbitais serão utilizadas, pois, representam uma importante ferramenta de análise ambiental, que no caso específico deste trabalho aliadas às pesquisas de campo podem diagnosticar as características de uso e ocupação do solo. Numa análise preliminar observa-se que as bacias do córrego do Bação e da Carioca apresentam uma quantidade de áreas com mata natural e reflorestada, sendo que, na bacia do ribeirão Carioca as áreas de solo exposto e de processos erosivos mais intensos. Em termos de cursos hídricos nota-se que na bacia do córrego do Bação a influência da população ribeirinha é mais intensa (balneários e esgoto lançado no córrego) causando uma influência negativa na qualidade da água coletada para o abastecimento público. No ribeirão Carioca o maior problema é a extração clandestina de areia e os processos erosivos acelerados

que causam uma série de impactos no solo e nos afluentes desse córrego. A bacias do córrego Seco é a mais preservada em termos de ocupação atual. Vale destacar que essas informações são preliminares, e que com o desenvolvimento dos trabalhos de mapeamento e de campo será possível diagnosticar com mais acurácia o estado de degradação das bacias estudadas. INTRODUÇÃO As bacias do ribeirão do Carioca, córrego do Bação e do córrego da Carioca, sendo este último também conhecido como córrego Seco, inserem-se nos limites do município de Itabirito, situado a 56 km sudeste de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, entre as coordenadas de 20º 18 e 19º 53 de latitude sul e 43º 47 e 43º 54 de longitude oeste (Figuras 1 e 2). Esses córregos fazem parte da bacia do rio Itabirito, um dos principais afluentes do rio das Velhas. As sub-bacias do córrego do Bação e do córrego Seco são utilizadas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE do município de Itabirito, como área de coleta de água para abastecimento da sede municipal. Essas bacias também se destacam por apresentarem uma série de distúrbios ambientais, que afetam a qualidade da água captada e ainda prejudicam o uso sustentável do solo da região, tais como: o assoreamento de diversos trechos da bacia, destruição de estradas vicinais, inutilização de áreas destinadas à ocupação urbana e/ou utilização para pastagem ou agricultura, além da constante extração ilegal de areia nos cursos dos córregos. Visando a preservação da qualidade ambiental dos recursos naturais foram criados dispositivos legais, tais como os que definem as áreas de preservação permanente, reserva legal e unidades de conservação da natureza. A definição dessas áreas é de fundamental importância, uma vez que todas as atividades exercidas pelo homem afetam o meio ambiente, e os seus efeitos são ampliados sobre ele mesmo, o que reforça a necessidade de se preservar ou restaurar a vitalidade dos recursos naturais, além disso, os impactos ambientais observados na região são na maioria provocados pela utilização inadequada do solo. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo mapear e caracterizar as atividades do meio físico, e ainda delimitar as áreas de preservação permanente conforme legislação vigente, com o intuito de contribuir no ordenamento racional do solo, conciliando o desenvolvimento com a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente, em benefício da população. Para tanto, as técnicas de geoprocessamento das imagens orbitais serão utilizadas, pois, representam uma importante ferramenta de análise ambiental, que no caso específico

deste trabalho aliadas às pesquisas de campo podem diagnosticar as características de uso e ocupação do solo. Esse estudo faz parte de um projeto que vem sendo desenvolvido, pelo DEGEO - UFOP, juntamente com o SAAE Itabirito, que tem como objetivo principal elaborar um zoneamento geo-ambiental da região, que vise o uso e ocupação do solo e dos recursos hídricos compatíveis com a preservação básica dos recursos naturais. OBJETIVOS Principal Avaliar espacialmente o uso atual do solo, a distribuição da vegetação e mapear as áreas de preservação, conforme a legislação vigente. Específicos Definir as áreas de preservação permanente, segundo legislação federal; Identificar e quantificar os impactos ambientais e legais existentes; Identificar os conflitos entre uso do solo e as condições naturais; Contribuir para que na área estudada as decisões do poder público, sejam tomadas com o intuito de conciliar a preservação do meio ambiente com a necessidade de utilização dos recursos hídricos (saneamento), uso do solo e expansão urbana. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização deste trabalho foram estipuladas as seguintes etapas; 1ª Etapa. Levantamento bibliográfico relativo à área de estudo, legislação vigente e sobre a temática a ser estudada; Obtenção de material cartográfico: mapa topográfico do DSG-IGA na escala de 1:25.000, com eqüidistância de entre as curvas de nível de 10 metros, Folha SF.23 X-A- II-3-NE de Itabirito e Folha SF.23 X-A-II-3-NO de Barra do Gentio; Imagem de satélite TM + LANDSAT 7, formato digital (bandas 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8), Cena 218-74 de 11/08/1999;

Rasterização dos mapas topográficos e geo-referenciamento dos arquivos raster relativos à base topográfica; Análise de geoprocessamento da imagem de satélite, utilizando o Sistema de Informações Geográficas o softwear ER MAPPER 6.0; Vetorização da base topográfica no softwear AUTOCAD MAP 2000; 2ª Parte: Atividades em andamento. Elaboração do mapa hipsométrico e de declividade através dos recursos do programa ER MAPPER 6.0; Geo-referenciamento da imagem de satélite TM + LANDSAT 7 e Elaboração da carta de uso atual do solo, elaborada a partir de técnicas de geoprocessamento da imagem de satélite e verificações em campo. As categorias serão descritas seguindo unidades de uso e também dos tipos de vegetação. Para o balizamento legal dos trabalhos foram utilizados o Novo Código Florestal - Lei 4.771-15/09/65 + MP 2.166-67 de 24/0/01 e alterações, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza Lei 9.985 de 18/07/2000 e a Política Nacional de Recursos Hídricos Lei 9.433 de 08/01/97. Essas leis regulamentam sobre as áreas de preservação permanente (florestas e demais formas de vegetação natural ao longos de recursos hídricos, morro, montes, montanhas, serras, restingas e encostas com declividade superior a 45º), áreas de proteção integral com o uso indireto dos recursos naturais e também sobre a articulação da gestão dos recursos hídricos com a do uso do solo. A base cartográfica das bacias estudadas está sendo feita através do softwear AUTOCAD MAP 2000, com base nas, Folha SF.23 X-A-II-3-NE de Itabirito e Folha SF.23 X-A-II-3-NO de Barra do Gentio (DSG-IGA), nas quais os acessos, aglomerados urbanos e os córregos estão sendo extraídos. Com o programa de tratamento de imagem de satélite e sistema de informações geográficas ER MAPPER 6.0 está sendo feito o mapeamento da cobertura e uso do solo. Para a elaboração dessa carta temática forma utilizadas as bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7, por apresentarem uma melhor representação dos alvos em estudo. O mapeamento está sendo feito através das composições coloridas RGB 5-4-3, 4-7-2 e 7-3-1, sendo realçadas com a ampliação de contraste por equalização do histograma. De forma preliminar pode-se dividir as camadas de

mapeamento nos seguintes tipos de uso e destinação: mata nativa, reflorestamento, área urbana, pastagem, processos erosivos, áreas degradadas e as área de preservação permanente. RESULTADOS PRELIMINARES Atualmente a primeira etapa do trabalho foi concluída e interpretação da imagem de satélite está sendo feita. As informações mapeadas serão corrigidas em campo e se necessário novas camadas de informações serão inseridas. A figura 2 demonstra uma composição colorida RGB 4-7-2 pre-tratada com informações iniciais das bacias estudadas. Numa análise preliminar pode observar que as bacias do córrego do Bação e da Carioca (Seco) apresentam uma quantidade de áreas com mata natural e reflorestada, sendo que, na bacia do ribeirão Carioca as áreas de solo exposto e de processos erosivos mais intensos. Em termos de cursos hídricos nota-se que na bacia do córrego do Bação a influência da população ribeirinha é mais intensa (balneários e esgoto lançado no córrego) causando uma influência negativa na qualidade da água coletada para o abastecimento público. No ribeirão Carioca o maior problema é a extração clandestina de areia e os processos erosivos acelerados que causam uma série de impactos no solo e nos afluentes desse córrego. A bacias do córrego Seco é a mais preservada em termos de ocupação atual. Vale destacar que essas informações são preliminares, e que com o desenvolvimento dos trabalhos de mapeamento e de campo será possível diagnosticar com mais acurácia o estado de degradação das bacias estudadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL 1965. Lei Federal 4.771, de 15 de setembro de 1964 + Medida Provisória 2.166-67 de 24/0/2001 (Novo Código Florestal). BRASIL 1989. Lei Federal 7.803, de 18 de setembro de 1989 (Alteração da Redação o Código Florestal). BRASIL Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000 - Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. BRASIL Lei Federal 9.433 de 08 de janeiro de 1997 - Política Nacional de Recursos Hídricos. FLORENZANO, T. G. Imagens de satélite para estudos ambientais. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. 97p.

Figura 1 Localização da cidade de Itabirito em relação a capital de Minas Gerais - Belo Horizonte. Figura 2 - Interpretação preliminar para elaboração do Mapa de Uso e ocupação do solo, através da imagem de satélite ETM+ LANDSAT 7. Cena 218-78, data de aquisição: 11/08/1999. Composição colorida (RGB): 4-7-2.