DENSIDADE POPULACIONAL DE TRIPES EM CULTIVARES DE SOJA 1

Documentos relacionados
Avaliação de aspectos produtivos de diferentes cultivares de soja para região de Machado-MG RESUMO

CARACTERIZAÇÃO DA FENOLOGIA DE CULTIVARES DE SOJA EM AMBIENTE SUBTROPICAL

INFLUÊNCIA DA IDADE DA FOLHA NA SUSCETIBILIDADE DE PLANTAS DE SOJA À INFECÇÃO POR PHAKOPSORA PACHYRHIZI

EFICIÊNCIA DE ORTHENE 750 BR (ACEFATO) NO CONTROLE DE Euschistus heros) (HEMIPTERA: PENTATOMIDAE) NA CULTURA DA SOJA 1

OCORRÊNCIA E INFESTAÇÃO DE Diatraea saccharalis (FABRICIUS, 1794) (LEPIDOPTERA: CRAMBIDAE) EM SALTO DO JACUÍ - RS 1

EFICIÊNCIA DE MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DE PERCEVEJOS SUGADORES DE GRÃOS NA CULTURA DE SOJA 1

INFLUÊNCIA DE ADJUVANTES NO CONTROLE DE LAGARTAS NA CULTURA DA SOJA ¹

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

Percentagem de espécies de percevejos pentatomídeos ao longo do ciclo da soja no Norte do Paraná

Fenologia de cultivares de soja em seis épocas de semeadura em Passo Fundo/RS, na safra 2012/2013

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA PARA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS*

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

Ensaio de Cultivares em Rede de Soja RS Metade Sul Safra 2013/2014.

CULTIVARES DE SOJA I N D I C A D A S P A R A

Avaliação dos Fungicidas no Controle da Ferrugem Asiática da Soja, Safra 2012/2013

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA PORTARIA Nº 73, DE 8 DE JULHO DE 2013

DOIS VOLUMES DE CALDA EM QUATRO ESPAÇAMENTOS DE PLANTAS DE SOJA

Ensaio de Cultivares em Rede de Soja RS Safra 2013/2014.

RELATÓRIO TÉCNICO. ENSAIO DE COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA (Glycine Max) NA REGIÃO DO VALE DO ARAGUAIA, SAFRA 2014/2015, EM QUERÊNCIA - MT

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

DESEMPENHO DE NOVAS CULTIVARES DE CICLO PRECOCE DE MILHO EM SANTA MARIA 1

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA DE INSETICIDAS APLICADOS VIA TRATAMENTO DE SEMENTE, NO CONTROLE DE Dichelops furcatus NA CULTURA DO TRIGO 1

Avaliação da Severidade da Ferrugem Asiática em Diferentes Arranjos da População de Plantas de Soja

Inf luência do fertilizante organomineral AMINO Plus na produtividade da soja.

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO DE BAIXO CUSTO DE SEMENTES NA SAFRINHA 2016

ESTATÍSTICAS - SOJA ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA N 001/2014

A adubação nitrogenada é necessária para sustentar altos rendimentos de grãos de soja?

CRESCIMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA SUBMETIDAS A ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE

RESULTADOS DE CULTIVARES DE SOJA. Julho, 2018

Impacto de diferentes níveis de injúrias sobre a produtividade de cultivares de soja de hábito de crescimento determinado e indeterminado

CULTIVARES DE SOJA INDICADAS PARA

CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA EM DIVERSAS DENSIDADES DE PLANTIO PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS, SAFRA *

Efeitos dos Ramos Secundários Sobre Produção de Sementes em Diferentes Populações de Soja Submetida à Irrigação por Aspersão em Solos de Várzea

CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

MATURAÇÃO ANTECIPADA DA CULTURA DE TRIGO: PRODUTIVIDADE DE GRÃOS E QUALIDADE DAS SEMENTES

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE PULVERIZAÇÃO EM DUAS CULTIVARES DE SOJA SEMEADAS EM QUATRO ESPAÇAMENTOS DE PLANTAS DE SOJA NO VOLUME DE 200 L.

INTERFERÊNCIA DA INFESTAÇÃO DE PLANTAS VOLUNTÁRIAS NO SISTEMA DE PRODUÇÃO COM A SUCESSÃO SOJA E MILHO SAFRINHA

PRODUTIVIDADE DE SOJA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS ENTRE FILEIRAS

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

TAMANHO DE AMOSTRA PARA A AVALIAÇÃO DE PERCEVEJOS DA ESPÉCIE Piezodorus guildinii EM SOJA COLETADOS COM DIFERENTES MÉTODOS DE AMOSTRAGEM 1

Desempenho de Cultivares de Soja Transgênica (Intacta e Rr1) na Macrorregião Sojícola 1, Avaliadas na Safra 2013/14 ela Rede Soja Sul de Pesquisa

AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO TARDIA DE COBALTO, NA ABSCISÃO DE FLORES E COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM (Vigna unguiculata).

Manejo da Ferrugem Asiática da Soja Por Número de Aplicação De Fungicidas, Safra 2012/2013

RESULTADOS DE PESQUISA

05 AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS PRINCIPAIS

Picinini, E.C. 1; Fernandes, J.M.C. 1

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÍCOLA PORTARIA Nº 70, DE 8 DE JULHO DE 2013

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Agronomia

DESENVOLVIMENTO FOLIAR, PRODUTIVIDADE E TEOR DE AMIDO EM MANDIOCA SUBMETIDA À DISTINTO MANEJO NUTRICIONAL EM DOIS ANOS AGRÍCOLAS 1

ENSAIO COMPARATIVO DE CULTIVARES DE SOJA EM ÁREA DE SEQUEIRO, GUAÍRA-SP. SAFRA 2015/16

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

PRODUTIVIDADE DE SOJA EM RESPOSTA AO ARRANJO ESPACIAL DE PLANTAS E À ADUBAÇÃO NITROGENADA ASSOCIADA A FERTILIZAÇÃO FOLIAR

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

INTERFERÊNCIA DA VELOCIDADE E DOSES DE POTÁSSIO NA LINHA DE SEMEADURA NA CULTURA DO MILHO

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO SAFRINHA NO MUNICÍPIO DE SINOP-MT

PRODUTIVIDADE E RENDIMENTO DE CALDO EM GENÓTIPOS DE CANA-DE- AÇÚCAR EM SANTA MARIA-RS

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE SOJA NA REGIÃO DO SUL DE MINAS GERAIS NO MUNICÍPIO DE LAVRAS-MG

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES TRANSGÊNICAS DE SOJA EM CULTIVO DE SAFRINHA PARA O SUL DE MINAS GERAIS

Rendimento e Propriedades Físicas de Grãos de Soja em Função da Arquitetura da Planta

ÉPOCAS DE SEMEADURA X CULTIVARES DE SOJA NOS CARACTERES ÁREA FOLIAR, NÚMERO DE NÓS E NÚMERO DE TRIFÓLIOS

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DA MISTURA EM TANQUE DE INSETICIDAS E FUNGICIDAS NA CULTURA DA SOJA¹

Avaliação de Híbridos de Milho do Programa de Melhoramento Genético do DBI/UFLA

DESEMPENHO PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA EM ÁREA DE SEQUEIRO - GUAÍRA/SP. SAFRA 2016/17

Normas Dris para Avaliação do Estado Nutricional de Cultivares de Soja Convencional e Transgênica

PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DE ALGODOEIRO EM FUNÇÃO DO CULTIVAR EM CHAPADÃO DO SUL - MS 1. Priscila Maria Silva Francisco

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DE PERCEVEJOS NA CULTURA DA SOJA (Glycine max (L.) Merrill) EM SANTA MARIA 1

PRODUÇÃO DE CULTIVARES DE MARMELEIRO NA REGIÃO LESTE PAULISTA

CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA DE CULTIVARES DE SOJA PARA O SUL DE MINAS GERAIS NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES-MG 1

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

REDUÇÃO DO RENDIMENTO DE GRÃOS CAUSADO POR PODRIDÕES RADICULARESEM LAVOURAS DE FEIJÃO NO MUNICÍPIO DE LAGES, SANTA CATARINA, SAFRA 2013/14

Progresso genético em 22 anos de melhoramento do feijoeiro-comum do grupo carioca no Brasil.

COMPETIÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA PARA A REGIÃO SUL DE MG

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

EFEITO DO ESPAÇAMENTO E POPULAÇÃO DE PLANTAS NA MORFOLOGIA DAS PLANTAS DE SOJA

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

EFEITO DA DESFOLHA DA PLANTA DO MILHO NOS COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE

RELATÓRIO TÉCNICO. Avaliação do comportamento de CULTIVARES DE SOJA semeadas em 2 épocas na região Parecis de Mato Grosso.

O sucesso da lavoura começa com a escolha correta da cultivar a ser plantada

Desenvolvimento de Cultivares de soja de hábitos de Crescimento Determinado e Indeterminado sob Diferentes Arranjos Espaciais

Rendimento e caraterísticas agronômicas de soja em sistemas de produção com integração lavoura-pecuária e diferentes manejos de solo

88Efeito de Doses Crescentes de Composto Orgânico na Incidência de Insetos em Minimilho

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

Resultados de Pesquisa dos Ensaios de Melhoramento de Soja Safra 2008/09

DENSIDADE DE SEMEADURA E POPULAÇÃO INICIAL DE PLANTAS PARA CULTIVARES DE TRIGO EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

problemas fitossanitários, entre eles as doenças, que impedem ou limitam o maior rendimento ou lucratividade (JULIATTI et al., 2004).

RESPOSTA DO MILHO SAFRINHA A DOSES E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE POTÁSSIO

EFEITO DO GLYPHOSATE NA PRODUTIVIDADE DO MILHO RR2 CULTIVADO NA SAFRINHA

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE CANOLA (Brassica napus) CULTIVADOS EM UBERLÂNDIA, MG

INCIDÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum EM CULTIVARES DE SOJA NO MUNICÍPIO DE MUITOS CAPÕES RS SAFRA 2014/15

Modalidade de Semeadura Cruzada não é Garantia de Aumento de Produtividade de Grãos de Soja

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

INTERFERÊNCIA E NÍVEL DE DANO ECONÔMICO DE PAPUÃ EM FEIJÃO DO TIPO PRETO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

ÍNDICE DE ESPIGAS DE DOIS HÍBRIDOS DE MILHO EM QUATRO POPULAÇÕES DE PLANTAS E TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA NA SAFRINHA

Avaliação da forma de coleta de folhas

Transcrição:

DENSIDADE POPULACIONAL DE TRIPES EM CULTIVARES DE SOJA 1 SARI, Bruno G. 2 ; GUEDES, Jerson V. C. 3 ; STÜRMER, Glauber R. 3 ; ARNEMANN, Jonas A. 3 ; PALMA, Janine 3 ; TOMAZI, Bruno R. 2 ; BOSCHETTI, Moisés J. 2 1 Trabalho de Pesquisa _UFSM 2 Curso de Agronomia (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil 3 Programa de Pós-graduação em Agronomia (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil E-mail: brunosari@hotmail.com, jerson.guedes@gmail.com RESUMO Na safra agrícola de 2011/12 foi realizado um experimento com o objetivo de avaliar a densidade de tripes em diferentes cultivares de soja. Para isso, foram semeadas 20 cultivares de soja em uma lavoura comercial do município de São Sepé - RS. As avaliações foram realizadas através da coleta de 20 folíolos de soja ao acaso na área, que foram acondicionados em sacos de papel e levados ao laboratório, onde foram realizadas contagens do número de indivíduos. A proporção de ninfas encontradas foi superior à de adultos, representado quase a totalidade dos indivíduos. Houve grande variabilidade no número de ninfas em função da cultivar avaliada, sendo que entre essas, FPS Urano e Dom Mario apresentaram densidades de tripes por folíolo superior a 25. Em relação aos adultos, as cultivares Ross Camino e Dom Mario foram as que apresentaram maior densidade, porém nunca ultrapassando um indivíduo por folíolo. Palavras-chave: Glycine max; Caliothrips phaseoli; pragas secundárias. 1. INTRODUÇÃO A soja é uma cultura de importância econômica no Brasil, sendo que na safra 2011/12 foram cultivadas 25,04 milhões de hectares, produzindo 66,36 milhões de toneladas do grão. No Rio Grande do Sul, foi cultivada em 4,2 milhões de hectares e foram produzidos 6,5 milhões de toneladas do grão (CONAB, 2012). A produtividade da soja é afetada por diversos fatores, e entre eles destacam-se os insetos-praga. Entre as pragas consideradas secundárias, o tripes ganhou destaque no Rio Grande do Sul na safra 2011/12, estando associada a condições de estiagem (ARIAS e ANDRIAN, 2009). Ataques severos de ninfas e adultos podem levar à senescência foliar, reduções na taxa de fotossíntese, condução estomática e transpiração (GAMUNDI et al., 2005; GAMUNDI e PEROTTI, 2009). Na Argentina, perdas de até 600 kg ha -1 são relatadas em altas infestações (até 60 indivíduos por folíolo) em estádio de enchimento de grãos (R5) (GAMUNDI et al., 2006). Vários são os fatores que podem estar relacionados com a incidência de tripes em cultivos de soja. Além de fatores climáticos, diferentes cultivares podem estar relacionados à 1

diferentes níveis de infestação da praga. Nesse sentido, estruturas foliares como número de tricomas ou o ciclo da cultivar podem influenciar na densidade de tripes na cultura (SEDARATIAN et al., 2010). No Brasil, Link et al. (1982) mostraram haver variação na densidade populacional e nos danos causados pela incidência de tripes em função da cultivar avaliada. Porém, são escassos os trabalhos de efeito de cultivares modernas de soja sobre a incidência de tripes, principalmente em relação à cultivares de ciclo indeterminado. Por isso, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a densidade populacional de tripes em diferentes cultivares de soja. 2. METODOLOGIA O experimento foi realizado em lavoura comercial de soja, localizada no município de São Sepé RS. Foram semeadas nove linhas de cada cultivar (Tabela 1) com espaçamento 0,45 m, sendo que a população utilizada foi a recomendada para cada cultivar. Os tratos culturais seguiram as recomendações técnicas da cultura. Tabela 1: Características agronômicas e momento de avaliação das cultivares de soja analisadas no ensaio de efeito de cultivares. Santa Maria, 2012. Cultivar Grupo de Maturação Momento de avaliação* Hábito de crescimento BMX Apolo RR 5.5 R2 Indeterminado V Top RR 5.5 R1 Indeterminado BMX Turbo RR 5.8 R2 Indeterminado Nidera A 5909 RG 6.2 R1 Indeterminado V Max RR 5.9 V10 Indeterminado FPS Urano RR 6.2 R1 Determinado Fundacep 57 RR 6.2 V9 Determinado Syn 1161 RR 6.3 R1 Indeterminado Syn 1163 RR 6.3 R2 Indeterminado BMX Potência RR 6.7 V9 Indeterminado Nidera A 7321 RG 7.5 R1 Indeterminado Ross Camino RR 5.3 R2 Indeterminado NS 4823 RR 5.0 R2 Indeterminado NA 4990 RR 4.9 R2 Indeterminado BMX Energia RR 5.0 R2 Indeterminado BMX Ativa RR 5.6 R2 Determinado 2

Dom Mario 5.8i 5.8 R2 Indeterminado NS 5858 RR 5.8 R2 Indeterminado Nidera A 6411 RG 6.2 V9 Determinado TMG 7161 RR 5.9 R2 Indeterminado * Segundo escala fenológica proposta por Ritchie et al. (1982). As avaliações foram realizadas no dia 03 de fevereiro de 2012, sendo que 20 folíolos de soja foram coletados ao acaso do terço superior e acondicionadas em sacos de papel. Posteriormente, os folíolos foram levadas ao Laboratório de Manejo Integrado de Pragas (LabMIP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o número de ninfas e adultos foram contados com o auxílio de uma lupa de 10 x de aumento. Os espécimes encontrados foram armazenados em frascos de vidro contendo álcool 50%, e enviados ao Biol. MSc. Élison Fabrício B. Lima do Laboratório de Taxonomia de Insetos de Importância Agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), sendo em sua maioria identificados como da espécie Caliothrips phaseoli. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualisado com quatro repetições, sendo que a média de indivíduos contados em cinco folíolos foram consideradas uma repetição. Os dados de ninfas e total foram submetidos à transformação X = X, enquanto os dados de adultos foram submetidos à transformação X = X+0,5 As médias foram comparadas pelo teste de Skott-Knott, com probabilidade de erro de 5%. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados mostraram haver grande variabilidade na densidade de tripes em função das cultivares de soja (Tabela 2). Observa-se que o número de ninfas encontradas é muito superior ao de adultos, representando quase a totalidade dos indivíduos. Tabela 2: Número de ninfas, adultos e total (ninfas + adultos) encontrados em diferentes cultivares de soja. Santa Maria, 2012. Cultivares Número de tripes por folíolo Ninfas** Adultos*** Total** BMX Apolo RR 5,85 d* 0,15 b 6,00 d V Top RR 7,80 c 0,00 b 7,80 c BMX Turbo RR 10,85 c 0,10 b 10,95 c Nidera A 5909 RG 16,80 b 0,05 b 16,85 b V Max RR 10,25 c 0,05 b 10,30 c FPS Urano RR 27,70 a 0,10 b 27,80 a Fundacep 57 RR 4,95 d 0,00 b 4,95 d 3

Syn 1161 RR 18,90 b 0,00 b 18,90 b Syn 1163 RR 19,20 b 0,00 b 19,20 b BMX Potência RR 6,10 d 0,05 b 6,15 d Nidera A 7321 RG 9,25 c 0,10 b 9,35 c Ross Camino RR 9,35 c 0,30 a 9,65 c NS 4823 RR 16,35 b 0,05 b 16,40 b NA 4990 RR 4,20 d 0,00 b 4,20 d BMX Energia RR 5,55 d 0,10 b 5,65 d BMX Ativa RR 3,30 d 0,00 b 3,30 d Dom Mario 5.8i 25,25 a 0,40 a 25,65 a NS 5858 RR 4,15 d 0,00 b 4,15 d Nidera A 6411 RG 4,05 d 0,00 b 4,05 d TMG 7161 RR 4,45 d 0,05 b 4,50 d CV (%) 17,27 24,39 17,17 * Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Skott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. ** Dados transformados para X = X. *** Dados transformados para X = X+0,5. As cultivares FPS Urano RR e Dom Mario 5.8i apresentaram as maiores densidades de ninfa, com um número de indivíduos superior a 25 por folíolo. Entre as demais cultivares, Nidera A 5909 RG, Nidera A 4823 RG, Syn 1161 RR e Syn 1163 RR foram as que mais se aproximaram deste valor, com número de tripes variando entre 16 e 20. Entre as demais cultivares, os menores valores de densidade observados foram de seis indivíduos por folíolo. Em relação ao número de adultos, observa-se baixa densidade de indivíduos, não ultrapassando o número de um tripes por folíolo. Mesmo assim, diferenças foram observadas entre as cultivares, com maior quantidade de adultos nas cultivares Ross Camino RR e Dom Mario 5.8i (Tabela 2). Como observado anteriormente, o número total de indivíduos foi influenciado principalmente por ninfas, sendo que os resultados foram semelhantes à densidade de ninfas por folíolo. Novamente as cultivares FPS Urano RR e Dom Mario 5.8i apresentaram a maior quantidade de indivíduos, apresentando densidade de tripes por folíolo de 27,80 e 25,65, respectivamente. (Tabela 2). Em elevada quantidade, essa praga pode acarretar dano econômico à cultura. A incidência de 25 a 30 indivíduos por folíolo pode levar a perdas de até 300 Kg ha -1 quando seu ataque ocorre em estádio de enchimento de grãos da soja (GAMUNDI et al., 2006). Nesse experimento, apenas as cultivares FPS Urano RR e Dom Mario 5.8i alcançaram esses valores. 4

Diferenças de populações de tripes em cultivares de soja podem estar relacionadas a diversos fatores, e entre eles estão características morfológicas como a pilosidade e a rugosidade dos tecidos, além do próprio tamanho dos folíolos de soja (SEDARATIAN et al., 2010). Desse modo, a escolha da cultivar de soja pode vir a ser uma ferramenta no manejo de controle da praga. 4. CONCLUSÃO Existe alta variabilidade na densidade de tripes em função da cultivar de soja utilizada, indicando que a escolha da cultivar pode vir a ser uma ferramenta no manejo da praga. REFERÊNCIAS ARIAS, N.; ADRIAN, M. Control de trips em el cultivo de soja. INTA EEA Concepción del Uruguay: Cultivo de Soja en el centro este de E. R. Resultados 2008/09. Disponível em:<http://www.gleba.com.ar/info/image/noticias/pdfs/control%20de%20trips%20en%20cultivos%20d e%20soja.pdf>. Acessado em: 10 ago. 2012. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira: grãos, nono levantamento, junho de 2012. Brasília: CONAB, 34 p. 2012. GAMUNDI, J. C. ; PEROTTI, E. ; MOLINARI, A. ; DIZ, J. Control y evaluación de daños de Caliothrips phaseoli (Hood) en cultivos de soja. Para mejorar la produción, INTA EEA Oliveros, n. 33, p. 77-80, 2006. GAMUNDI, J. C., PEROTTI, E. MOLINARI, A., MANLLA, A.; QUIJANO, D. Evaluación del daño de trips Caliothrips phaseoli (Hood) en soja. Para mejorar la produción, INTA EEA Oliveros, n. 30, p. 71-76, 2005. GAMUNDI, J. C.; PEROTTI, E. Evaluación de daño de Frankliniella schultzei (Trybom) y Caliothrips phaseoli (Hood) en diferentes estados fenológicos del cultivo de soja. Para mejorar la produción, INTA EEA Oliveros, n. 42, p., 107-111, 2009. LINK, D.; COSTA, E. C. ; CARVALHO, S. Nível de infestação de Caliothrips phaseoli em soja. Revista do Centro de Ciências Rurais, v.11, n.4, 257-261, 1982. RITCHIE, S.; HANWAY, J. J.; THOMPSON, H. E. How a soybean plant develops. Ames: Iowa State University of Science and Technology, Coop. Ext. Serv., 1982, 20 p. (Special Report, 53). 5

SEDARATIAN, A. ; FATHIPOUR, Y.; FARAHANI, S. Population Density and Spatial Distribution Pattern of Thrips tabaci (Thysanoptera: Thripidae) on Different Soybean Varieties. Journal of Agricultural Science and Technology, v.12, n.3, p. 275-288, 2010. 6