CULTIVO DA MELANCIA IRRIGADA POR GOTEJAMENTO E SULCO SUBMETIDA A DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO RESUMO

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Transcrição:

CULTIVO DA MELANCIA IRRIGADA POR GOTEJAMENTO E SULCO SUBMETIDA A DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO Josimar Alberto Pereira 1 ; Delvio Sandri 2 ; Rônega Boasorte Vargas 3 1 Mestrando, Engenharia Agrícola, UnUCET/UEG/Anápolis-GO. josimaralberto@bol.com.br. 2 Orientador, docente do curso de graduação e mestrado em Engenharia Agrícola, D.Sc., UnUCET/UEG/Anápolis-GO. 3 Estagiária, graduanda do curso de Engenharia Agrícola, UnUCET/UEG/Anápolis-GO. RESUMO A água é um dos principais fatores que limitam, mais freqüentemente, o rendimento das culturas. Observa-se na região uma demanda por parte dos produtores por informações sobre sistemas alternativos de produção, que utilizam técnicas de irrigação que minimizem o consumo de água, energia e outros insumos e reduza a agressividade ao meio ambiente. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a resposta da melancieira irrigada por gotejamento e sulco submetida às lâminas de irrigação de 50, 75, 100 e 125% da evapotranspiração da cultura - ETc, sendo a evapotranspiração de referência - ETo obtida em estação meteorológica. Utilizou-se o turno de rega fixo de dois dias. O delineamento experimental usado foi o de blocos cazualizados. O teor médio de água no fruto foi de 90,95%, o sistema de irrigação por gotejamento proporcionou melhor eficiência do uso da água pela planta, 124,36 kg mm -1 de água aplicada e menor consumo de água por unidade de área, resultando na economia de água. A produtividade máxima foi de 55.780 kg h -1 sob sistema de irrigação por sulco com lâmina de 125% ETc, constituindo-se na melhor opção para a cultura da melancia nas condições que foram avaliados os dois sistemas de irrigação. PALAVRAS-CHAVE: melancia, lâminas de irrigação, evapotranspiração de referência. INTRODUÇÃO A melancia (Citrullus lanatus Thunb.), constitui-se em um dos principais cultivos da horticultura brasileira, devido ao seu potencial produtivo e relevante papel socioeconômico. Em 2006, foram produzidas no Brasil 1.946.912t, ficando atrás apenas da laranja 18.032.313t, banana 6.956.179t, abacaxi 3.430.721t e coco-da-baia 1.985.478t (IBGE, 2007) e, em Goiás foram cultivados cerca de 4.500ha obtendo-se uma produtividade de 20t ha -1 (SEPIN, 2007). 01

A utilização da irrigação na cultura da melancia, em áreas de Cerrado, cresceu nos últimos anos pelas perspectivas econômicas favoráveis e às amplas possibilidades de comercialização (Christofidis, 2006). Entretanto, mesmo estando entre os países maiores produtores de melancia seu cultivo no Brasil é classificado como uma atividade de alto risco, devido a problemas com fitossanidades e principalmente pelo manejo inadequado da irrigação, ocasionando problemas agronômicos, como a baixa produtividade. A técnica da irrigação pressurizada apresenta níveis de eficiência do uso da água superiores aos demais sistemas, além de adaptarem-se a quase todos os tipos de cultura (Bernardo et al., 2006). Portanto, o objetivo desse trabalho consistiu em avaliar a resposta da melancieira cv. Crimson Sweet irrigada por gotejamento e sulco, submetida às lâminas de irrigação de 50%, 75%, 100% e 125% da ETc, contribuindo assim para o aperfeiçoamento do sistema produtivo desta importante cultura para o estado de Goiás. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido no período de agosto a novembro de 2007, na Fazenda Experimental da AGENCIARURAL em Anápolis - GO. O solo da área utilizada é do tipo Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico com declividade média de 7,3%. A capacidade de campo foi de 39,2% e o ponto de murchamento de 26,9% (base úmida) e a velocidade de infiltração básica de 4,8 cm h -1. O preparo da área foi realizado com duas gradagens cruzadas e abertura de sulcos para a adubação de pré-plantio. A correção do solo foi realizada aplicando-se 2,2 t ha -1 de calcáreo para elevar a saturação de bases a 60%. A adubação de préplantio foi realizada 20 dias antes do transplantio das mudas, aplicando-se 0,048t. ha -1 de nitrogênio (N), 0,160t. ha -1 de fósforo (P 2 O 5 ), 0,036t. ha -1 de potássio (K 2 O), 0,025t ha -1 de FTE BR 12 e 10t ha -1 de esterco de bovino. Na adubação de cobertura foram utilizados 0,072t. ha -1 de N e 0,084t. ha -1 de K 2 O, divididos em três parcelas, de acordo com recomendações para a cultura da melancia (FILGUEIRA, 2003). O plantio foi estabelecido por meio de mudas, realizado 20 dias após a semeadura (DAS). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos cazualizados, em esquema fatorial 2 x 4, sendo as parcelas constituídas pelos sistemas de irrigação (gotejamento e sulco) e pelas lâminas de irrigação (50, 75, 100 e 125% da evapotranspiração da cultura-etc), com quatro repetições. Cada unidade experimental foi composta por três linhas de plantio, 24 plantas totais, sendo 2 por cova, tendo como plantas úteis as 4 plantas centrais de cada linha. O espaçamento de plantio foi de 2,0 m entre linhas e 02

1,5 m entre plantas. No sistema de irrigação por gotejamento foram instaladas 3 linhas de 6,0 m de comprimento com gotejadores espaçados de 0,5 m e distantes de 0,10 m do pé da planta. Utilizou-se tubo gotejador com diâmetro interno de 16 mm e vazão de 2,86 L h -1 na pressão de serviço de 80 kpa. No sistema de irrigação por sulco foi aberto um sulco para cada linha de plantio, no formato em V, com 6,0 m de comprimento, 0,15 m de profundidade e largura na borda de 0,15 m, 0,20 m, 0,25 m e 0,30 m, para as lâminas de (50, 75, 100 e 125% da ETc) respectivamente, com desnível de 0,3%. Foi utilizado um cabeçal de controle das lâminas de irrigação composto de um hidrômetro, filtro de tela de 2 e um manômetro com glicerina para controle da pressão de serviço. Para o manejo da irrigação foi utilizado o turno de rega prefixado de 2 dias e o coeficiente de cultura (Kc) conforme descrito por Marouelli et al. (2001). Foram deixados 2 frutos por planta. Os frutos foram colhidos aos 80, 85 e 90 DAT, quando os mesmos apresentaram os sinais de maturação conforme descrito por Filgueira (2003). Para determinação da porcentagem de água no fruto foram utilizadas amostras de 100g, incluindo parte do pericarpo, mesocarpo e endocarpo. As amostras permaneceram em estufa a 65 ºC durante 120 horas. Para a realização das medidas utilizou-se uma balança digital com precisão de 0,001g. Os resultados foram submetidos a análise de variância, análise de regressão e teste de Tukey para a comparação de médias. Na análise de regressão foram testados os modelos polinomiais de 1º, 2º e 3º graus. As equações foram escolhidas com base na significância do coeficiente de regressão a (1 e 5%) de probabilidade pelo teste F e no maior valor do coeficiente de determinação (R²). Os testes estatísticos foram realizados com auxílio do programa estatístico ESTAT versão 2.0 (UNESP, 1994). RESULTADOS E DISCUSSÃO A uniformidade de distribuição de água no sistema de irrigação por gotejamento foi de 97% e a eficiência de irrigação do sulco foi de 75%. A evapotranspiração de referência-eto total foi de 784,6 mm, precipitação pluvial de 179,50 mm, temperatura máxima de 36 o C, média de 22,85 o C e mínima de 10,50 o C, umidade relativa do ar média de 46,69% e radiação solar total 2452,7 MJ m -2. Nas Tabelas 1, 2 e 3 são apresentados os valores médios das variáveis de resposta em função dos fatores avaliados. As lâminas de 125% ETc apresentaram as maiores produtividades 46.270 kg ha -1 sob gotejamento e 55.780 kg ha -1 no sulco. Verificase na Figura 1, que houve uma proporcionalidade entre a produtividade e a lâmina de irrigação aplicada, ou seja, a produtividade cresceu à medida que aumentaram as lâminas de 03

irrigação. O modelo que melhor se ajustou aos dados obtidos foi o polinomial de 1º grau, apresentando um coeficiente de determinação (R²) de 0,9939 para o sistema de irrigação por gotejamento e 0,9254 para o sulco, evidenciando um bom ajustamento do modelo. Este modelo estimou um valor máximo de produtividade de 40.400 kg ha -1 para o gotejamento e 56.390 kg ha -1 para o sulco, correspondente a uma lâmina de irrigação de 125% da ETc. Azevedo et al. (2005) estudaram o efeito de 4 níveis de irrigação, na cultura da melancia cv. Micklee PVP irrigada por gotejamento, obtendo produtividades máximas com a aplicação da lâmina de 125% da evaporação no tanque classe A e redução significativa nas lâminas inferiores creditando o resultado à manutenção de teores de água no solo mais adequado para as plantas. TEODORO et al. (2004) observaram resultado semelhante, concluindo que a produtividade de fotoassimilados é sensivelmente afetada pelo manejo da cultura e da irrigação, principalmente nos estádios de floração, frutificação e desenvolvimento dos frutos. TABELA 01. Produtividade da melancia em kg ha -1 cultivada em diferentes lâminas de irrigação aplicadas pelos sistemas de irrigação por gotejamento e sulco Sistemas de irrigação Porcentagem da ETc 50 75 100 125 Gotejamento 38.768 A 41.194 A 43.237 A 46.270 B Sulco 28.011 B 43.759 A 46.421 A 55.780 A coeficiente de variação: 6,55% e Desvio padrão: 2,79t ha -1 Letras maiúsculas iguais na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 1% de probabilidade pelo teste de Tukey. Observa-se na Tabela 02, que não houve diferenças significativas entre os fatores analisados para o teste de Tukey em relação ao teor de água no fruto, com valor médio de 90,95%, estando dentro dos limites satisfatórios (90 a 97%) encontrados por Carvalho (1999) 04

em melancia. A melancia é um fruto aquoso, a alta disponibilidade de água no solo próximo a colheita, deixa o fruto com alto teor de água e sabor desagradável (Filgueira, 2003). TABELA 02. Teor de água no fruto de melancieira irrigada por gotejamento e sulco para diferentes lâminas de irrigação Sistemas de Lâminas de irrigação (% da ETc) irrigação 50 75 100 125 Média Gotejamento 90,76 90,82 91,03 90,91 90,88 a Sulco 90,89 91,46 90,84 90,95 91,03 a Média A A A A 90,95 coeficiente de variação: 0,42% e desvio padrão: 0,38% Letras maiúsculas iguais na coluna não diferem estatisticamente ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. A maior eficiência do uso da água pela planta (124,36kg mm -1 ) foi obtida pelo sistema de irrigação por gotejamento com lâmina de 50% da ETc. A lâmina de irrigação aplicada no sistema de irrigação por gotejamento correspondeu a 77,35% da lâmina aplicada no sistema de irrigação por sulco representando uma economia de 183mm de água (Tabela 3). Simsek et al. (2004) observaram valores similares ao obtido neste trabalho 96 a 117kg mm -1 em 2002 e 108 a 131kg mm -1 em 2003 com a cv. de melancia Crimson Tide F1, no semi-árido de Sanliurfa, Turquia. Existe uma relação funcional entre os fatores de produção e o rendimento das culturas, sendo característica de cada condição ambiental e, a exploração ótima do ponto de vista econômico de uma cultura requer a utilização de níveis adequados desses fatores, como a água que é um fator limitante à cultura da melancia (Mousinho et al., 2003). TABELA 03. Produtividade, lâmina aplicada e eficiência do uso da água em kg mm -1 de água aplicada pelos sistemas de irrigação com lâminas de irrigação de 50, 75, 100 e 125% da ETc Sistemas de Lâminas de irrigação (% ETc) Parâmetros irrigação Unidade 50 75 100 125 Produtividade kg ha -1 38.800 41.200 43.200 46.300 Gotejamento Lâmina aplicada mm 312 469 625 782 Eficiência kg mm -1 124,36 87,85 69,12 59,21 Produtividade kg ha -1 28.000 43.800 46.400 55.800 Sulco Lâmina aplicada mm 404 606 808 1.010 Eficiência kg mm -1 69,31 72,28 57,42 55,25 CONCLUSÕES O teor de água no fruto não foi afetado pelas lâminas e sistemas de irrigação avaliados, o sistema de irrigação por gotejamento com lâmina de 50% da ETc, proporcionou maior 05

eficiência no uso da água pela planta. A maior produtividade foi obtida com sistema de irrigação por sulco com lâmina de 125% ETc, constituindo-se na melhor opção para o cultivo da melancia nas mesmas condições em que foram avaliados os dois sistemas de irrigação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AZEVEDO, B.M. et al. Efeitos de níveis de irrigação na cultura da melancia. Revista Ciência Agronômica, v.36, n.1, p.9-15, jan.-abr. 2005. BERNARDO, S. et al. Manual de irrigação. 8ª edição. Viçosa: UFV, 2006. 625p. CARVALHO, R.N. Cultivo da melancia para a agricultura familiar. Brasília-DF, EMBRAPA-SPI, 1999. 127 p. CHRISTOFIDIS, D. O potencial do Cerrado. Irrigação & Tecnologia Moderna. Brasília: ABID, n. 69/70, p.87-97. 1º e 2º trimestre de 2006. ESTAT. Sistema de análises estatísticas. Jaboticabal. Departamento de Ciências Exatas, FCAV-UNESP, 1994. FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2ª Ed. revista e amp. Viçosa: UFV, 2003. 412p. IBGE. Lavouras temporárias. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil. php> acesso em 10 de jan. 2007. MAROUELI, W.A.; SILVA, W.L.C.; SILVA, H.R. Irrigação por aspersão em hortaliças. Qualidade da água, aspectos do sistema e método prático de manejo. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Embrapa Hortaliças, 2001.111p. MOUSINHO, F.E.P. et al. Função de resposta da melancia à aplicação de água e nitrogênio para as condições edafoclimáticas de Fortaleza-CE. Irriga, Botucatu-SP, v. 8, n.3. p. 264-272. 2003. SEPIN. Principais municípios produtores de melancia em Goiás. Disponível em <http://portal sepin.seplan.go.gov.br/pub/anuario/2005/ agricultura/tab68_ agricultura.htm >. Acesso em 15 de agosto de 2007. SIMSEK, M.; KACRA, M.; TONKAZ, T. The effects of different drip irrigation regimes on watermelon [Citrullus lanatus (Thunb.)] yield and yield components under semi-arid climatic conditions. Australian Journal of Agricultural Research, v. 55, n.11, p.1149-1157, 2004. TEODORO, R.E.F. et al. Diferentes lâminas de irrigação por gotejamento na cultura da melancia (Citrullus Lanatus). Bioscience Journal, Uberlândia, v.20, n.1, p.29-32. 2004. 06