Revista Caatinga ISSN: X Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil

Documentos relacionados
Enraizamento de estacas de mini-ixora (Ixora coccinea Compacta) sob diferentes substratos e reguladores de enraizamento

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS SEMI-LENHOSAS DE CEREJEIRA-DO-RIO- GRANDE (EUGENIA INVOLUCRATA DC.) TRATADAS COM ANTIOXIDANTE, FLOROGLUCINOL E AIB

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

SUBSTRATOS E AIB NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE AMOREIRA-PRETA XAVANTE

Curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil 8

Franca, Mariana Almeida Micropropagação de cana-de-açúcar cultivar RB Mariana Almeida Franca. Curitiba: f. il.

SOBREVIVÊNCIA DE ESTACAS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM SUBSTRATOS COM DIFERENTES DOSES DE AIB PLANTADAS EM TUBETE

PROPAGAÇÃO DE ESTACAS DE AMOREIRA UTILIZANDO DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO INDOLBUTÍRICO (AIB)

Avaliação na eficiência de emergência em três cultivares de goiabeiras submetidas a quatro níveis de sombreamento

PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE CAMU-CAMU (Myrciaria dúbia (H.B.K.) McVaugh) POR MEIO DE ESTAQUIA: EFEITO DA CONSISTÊNCIA, TAMANHO E FITORREGULADOR

USO DE AIB EM ESTACAS DE HIBISCO (Hibiscus rosa-sinensis L.) UTILIZANDO DIFERENTES RECIPIENTES

VI Encontro Amazônico de Agrárias

Propagação assexuada de frutíferas temperadas e tropicais

PROPAGAÇÃO DE AMOREIRA-PRETA UTILIZANDO ESTACAS LENHOSAS E TRÊS TIPOS DE SUBSTRATOS

PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE ABACATEIRO (Persea sp.), POR ESTAQUIA(1)

EFEITOS DO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO E DA ÉPOCA DE COLETA NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE GOIABEIRA (Psidium guajava L.) 1

Efeito do ácido indolbutírico e épocas de estaqueamento sobre o enraizamento de estacas herbáceas de figueira (Ficus carica L.)

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA E PROFUNDIDADE DE PLANTIO NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FIGUEIRA ( 1 )

Concentrações e formas de aplicação do ácido indolbutírico na propagação por estaquia dos mirtileiros cvs. Flórida e Clímax

amoreira-preta amoreira-preta Indolbutiric acid and hydrogel polymer in the rooting of blackberry

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS LENHOSAS DE PESSEGUEIRO CV. MARFIM EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO INDOLBUTÍRICO

MACROPROPAGAÇÃO DO MIRTILO SOB EFEITO DO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO (AIB) EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES E TEMPOS DE IMERSÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA

TAMANHO DE CLADÓDIOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PITAIA VERMELHA 1

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

INFLUENCIA DA AUXINA E SUBSTRATOS NO DESENVOLVIMENTO DE BROTOS DE ESTACAS DE AMORA

Produção de Mudas de Melancia em Bandejas sob Diferentes Substratos.

PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DO CAFEEIRO(Coffea arabica L.) POR MEIO DE ENRAIZAMENTO DE ESTACAS

V Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de Novembro de 2012

EFEITO DE SUBSTRATOS E DO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE ARAÇAZEIRO (Psidium cattleyanum Sabine)

Resumo. Abstract. Acadêmicos do Curso de Pós-Graduação em Agronomia, Universidade Estadual de Londrina UEL, Caixa Postal 6001, , Londrina PR.

13ª JORNADA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA ENRAIZAMENTO DE MINIESTACAS LENHOSAS DE FIGUEIRA CV. ROXO DE VALINHOS COM DIFERENTE NÚMERO DE GEMAS

TIPOS DE ESTACAS E CONCENTRAÇÕES DE AIB NO ENRAIZAMENTO DE ROMÃZEIRA SOB NEBULIZAÇÃO INTERMITENTE

Influência de folhas e lesões na base de estacas herbáceas no enraizamento de goiabeira da seleção

INDUÇÃO DE RAÍZES EM ESTACAS DO ALGODOEIRO ARBÓREO EM CONDIÇÕES EX VITRO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 294

MULTIPLICAÇÃO DE ESTACAS DE OLIVEIRA SOB NEBULIZAÇÃO

NOTA CIENTÍFICA ENRAIZAMENTO ADVENTÍCIO DE ESTACAS SEMILENHOSAS DE CULTIVARES DE PESSEGUEIRO

Termos para indexação: Passiflora spp., propagação, produção de mudas, estaquia, hormônio.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

PROPAGATION OF SAPOTI TREE (Manilkara zapota L.) FOR CUTTING

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

Enraizamento de estacas semilenhosas de mirtilo com diferentes tipos de lesões

INFLUÊNCIA DA ESTAÇÃO DA PRIMAVERA E DO EXTRATO DE TIRIRICA NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE AZALÉIA

EFEITO DAS FOLHAS E DO TIPO DE ESTACA NO ENRAIZAMENTO DE CAJARANA ( Spondias sp. ).

Leonardo Henrique Duarte de Paula 1 ; Rodrigo de Paula Crisóstomo 1 ; Fábio Pereira Dias 2

INFLUÊNCIA DO ÁCIDO INDOL-3-BUTÍRICO NO CRESCIMENTO INICIAL DE PLANTAS DE CONFREI (Symphytum officinale L.) 1

Título da Pesquisa: Palavras-chave: Campus: Tipo Bolsa Financiador Bolsista (as): Professor Orientador: Área de Conhecimento: Resumo

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO EM SOLO COM MULCHING DE DIFERENTES CORES E LARGURAS

Avaliações de substratos no enraizamento das estacas de goiabeira em miniestufas de garrafas PET recicladas

AVALIAÇÃO DE ESTACAS DE DRACENA EM DIFERENTES AMBIENTES COM E SEM HORMÔNIO AIB

NA PROPAGAÇÃO DA LICHIEIRA

EFEITO DE PROPÁGULOS E FITORREGULADOR NA ESTAQUIA DE

DIFERENTES SUBSTRATOS, AMBIENTE E PRESENÇA DA GEMA APICAL NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FIGUEIRA

Semina: Ciências Agrárias ISSN: X Universidade Estadual de Londrina Brasil

MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE. Jatropha curcas L.

Produção de Mudas de Pepino e Tomate Utilizando Diferentes Doses de Adubo Foliar Bioplus.

COMUNICAÇÃO. PROPAGAÇÃO DE FIGUEIRA (Ficus carica L.) POR MEIO DE ESTACAS RETIRADAS DURANTE O PERÍODO VEGETATIVO

Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 3293

INFLUÊNCIA DOS MEIOS DE CULTURA NA TAXA DE MULTIPLICAÇÃO DE EXPLANTES DE Gypsophila cv. Golan

AVALIAÇÃO DAS ESTACAS DE C. urucurana E M. tinctoria EM TUBETE E EM SACOLA PLÁSTICA

USO DE HORMÔNIO VEGETAL EM DIFERENTES RECIPIENTES PARA O DESENVOLVIMENTO DE ESTACAS DE ASTRAPÉIA (Dombeya wallichii)

ENXERTIA RECÍPROCA E AIB COMO FATORES INDUTORES DO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS LENHOSAS DOS PORTA-ENXERTOS DE PESSEGUEIRO OKINAWA E UMEZEIRO 1

Análise de Propagação por Estaquia de Schefflera arbolícola com Diferentes Concentrações de Ácido Indol-3-butírico (1)

ESTUDOS SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE GOIABEIRA-SERRANA

EFEITO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE Phaseolus vulgaris L.

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE CARQUEJA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS E POSIÇÕES DO RAMO EM PLANTAS MASCULINAS E FEMININAS

ENRAIZAMENTO IN VITRO E ACLIMATIZAÇAO EM VERMICULITA DE PIMENTA- DO-REINO (Piper nigrum L.)

CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE ALGODOEIRO SOB EFEITO DE GA 3 (*)

FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA

Rafael Augusto Ferraz 1, Sarita Leonel 2, Jackson Mirellys Azevedo Souza 3, Marcelo de Souza Silva 4 & Bruno Henrique Leite Gonçalves 5

Reguladores vegetais no enraizamento de estacas lenhosas da amoreira-preta cv. Xavante

ENXERTIA HERBÁCEA EM MYRTACEAE NATIVAS DO RIO GRANDE DO SUL

COMUNICAÇÃO PROPAGAÇÃO DE ESTACAS APICAIS DE FIGUEIRA: DIFERENTES AMBIENTES, ÁCIDO INDOLBUTÍRICO E TIPO DE ESTACA

EFEITO DO TIPO DE SUBSTRATO NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE AMENDOIM (Arachis hypogaea L.)

Causas de GL IVE TMG PGER IVE TMG PGER

EFEITO DE NÍVEIS DE SOMBREAMENTO NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE FIGUEIRA

Ciência Rural ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

Influência da idade biológica da planta matriz e do tipo de estaca caulinar de caramboleira na formaçâo de raízes adventicias

Ciência Rural ISSN: Universidade Federal de Santa Maria Brasil

EFEITO DE BIOESTIMULANTES SOBRE A CONCENTRAÇÃO FOLIAR DE NUTRIENTES EM MUDAS DE VIDEIRA THOMPSON SEEDLESS

Palavras-Chave: Adubação mineral. Adubação orgânica. Cama de Peru. Glycine max.

Efeito do acondicionamento de estacas de figo na produção de mudas em diferentes épocas

Propagação vegetativa de cacaueiros pelo processo de estaquia, sob diferentes concentrações de ácido indolbutírico

AIB e BAP na Propagação Vegetativa de Cerejeira da Mata (Eugenia Involucrata) por estaquia

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) EM CRUZ DAS ALMAS, BAHIA

Efeito do estresse hídrico e térmico na germinação e crescimento de plântulas de cenoura

III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Agronomia

GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MELANCIA EM DIFERENTES TEMPERATURAS 1. INTRODUÇÃO

INFLUÊNCIA DA IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SALINA NA CULTURA DA RÚCULA EM CULTIVO ORGÂNICO INTRODUÇÃO

Crescimento vegetativo e incidência de cercosporiose em cafeeiros sob diferentes sistemas de manejo

EFEITO DA REPICAGEM EM RESPOSTA AO DESENVOLVIMENTO DE PORTA- ENXERTOS DE UMBUZEIRO

ADEQUAÇÃO DO PROTOCOLO DE PROPAGAÇÃO RÁPIDA PARA CULTIVARES TRADICIONAIS DE MANDIOCA DO ALTO JACUÍ: DADOS PRELIMINARES

DOIS VOLUMES DE CALDA EM QUATRO ESPAÇAMENTOS DE PLANTAS DE SOJA

Produção de mudas de hortelã (Mentha arvensis L.) em função de tipos e idade de estacas

MÉTODO DE APLICAÇÃO DO ÁCIDO INDOLBUTÍRICO NA ESTAQUIA DE CULTIVARES DE PESSEGUEIRO 1

¹Universidade Federal do Ceará - Depto. de Fitotecnia - C.P. 6012, CEP , Fortaleza-CE.

II ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. A INFLUÊNCIA DO TAMANHO DA SEMENTE E DO SUBSTRATO NA EMERGÊNCIA DO IPÊ ROXO (Tabebuia impetiginosa)

Transcrição:

Revista Caatinga ISSN: 1-316X caatinga@ufersa.edu.br Universidade Federal Rural do Semi-Árido Brasil Ribeiro do Vale, Márcio; Chalfun, Nilton Nagib Jorge; Mendonça, Vander; Spuri de Miranda, Clecius; Vilela de Andrade Coelho, Guilherme ÁCIDO INDOLBUTÍRICO E SACAROSE NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE GOIABEIRA CULTIVAR PALUMA Revista Caatinga, vol. 21, núm. 3, julio-septiembre, 28, pp. 69-74 Universidade Federal Rural do Semi-Árido Mossoró, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=23711754612 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

REVISTA CAATINGA ISSN 1-316X ÁCIDO INDOLBUTÍRICO E SACAROSE NO ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE GOIABEIRA CULTIVAR PALUMA Márcio Ribeiro do Vale Eng Agr. Dr. Prof. Departamento de Agricultura-DAG/UFLA Cx. Postal 37, CEP 37.2- Lavras/MG E-mail:marciorv@ufla.br Nilton Nagib Jorge Chalfun Eng Agr. Dr. Prof. Departamento de Agricultura-DAG/UFLA Lavras/MG E-mail: nchalfun@ufla.br Vander Mendonça Eng. Agrônomo, Dr. Prof. Adjunto da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) BR 11 - Km 47 Bairro Pres. Costa e Silva CEP 59625-9 Mossoró - RN E-mail: vander@ufersa.edu.br Clecius Spuri de Miranda Eng Agr., M. Sc. Departamento de Agricultura-DAG/UFLA Lavras/MG E-mail: vander@ufersa.edu.br Guilherme Vilela de Andrade Coelho Eng Agr., M. Sc. Departamento de Agricultura-DAG/UFLA, Lavras/MG E-mail: vander@ufersa.edu.br Resumo - Com o objetivo de aumentar o percentual de estacas enraizadas e a qualidade do sistema radicular adventício através do tratamento das estacas com AIB e sacarose, realizou-se o presente estudo. O experimento foi conduzido em câmara de nebulização intermitente localizada no pomar didático da Universidade Federal de Lavras (UFLA) em Lavras, MG. As estacas herbáceas da cv. Paluma foram coletadas no pomar da UFLA em março de 1999 e preparadas com 2 nós e 1 par de folhas reduzidas à metade em seguida, foram tratadas com AIB em imersão por 24 horas nas concentrações de, 1, 2 e 3 mg.l -1, acrescidos ou não de 2% de sacarose. Após o tratamento as estacas foram plantadas em sacos de polietileno tendo como substrato areia. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com 4 repetições e 15 estacas por parcela. Pelos resultados obtidos concluiu-se que a concentração de 3 mg.l -1 de AIB foi a que proporcionou o melhor resultado, tanto para percentagem de estacas enraizadas como para o número e peso médio da matéria seca das raízes; a presença de sacarose não apresentou efeito significativo para as características analisadas; a simples permanência das folhas nas estacas não influenciou no enraizamento das mesmas; naquelas estacas tratadas com 3 mg.l -1 de AIB, não houve a necessidade de que as folhas persistissem por 6 dias. Palavras-chave: Psidium guajava L, propagação, mudas INDOLBUTIRIC ACID AND SUCROSE ON THE ROOTING CUTTINGS OF GUAVA CULTIVAR PALUMA Abstract -With the objective of increasing the percentile of rooted cuttings and the quality of the newly formed root system through the treatment of cuttings with AIB and sucrose, the present study took place. The experiment was conducted in an intermittent mist chamber located in the experimental orchard at UFLA, in Lavras, MG. The herbaceous cuttings of cv. Paluma were collected in the orchard of UFLA in March of 1999. The prepared cuttings with 2 nodes and 1 pair of leaves reduced to half were treated with AIB in immersion for 24 hours at concentrations of, 1, 2 and 3 mg.l -1, 2% sucrose being added or not. After the treatment the cuttings were planted in polyethylene sacks with sand as a substrate. The layout used was it entirely casual with 4 repetitions and 15 cuttings per plot. From the evaluations it was concluded that: a) the concentration of 3 mg.l -1 of AIB provided the best result for the percentage of rooted cuttings as well as for the number and average weight of the dry root matter. b) The presence sucrose didn't present a significant effect on the characteristics analyzed. c) The simple permanence of the leaves on the cuttings didn't influence their rooting. d) In those cuttings treated with 3 mg.l -1 of AIB, it was not necessary for the leaves to persist for 6 days. Key Words: Psidium guajava L, propagation, seedlings

INTRODUÇÃO REVISTA CAATINGA ISSN 1-316X A goiabeira (Psidium guajava L.) é uma espécie frutífera pertencente à família Myrtaceae que, embora nativa dos trópicos, no Brasil é cultivada desde o Acre até o Rio Grande do Sul, mesmo que ainda de forma extrativa em várias regiões (MEDINA, 1987). O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de goiaba possuindo uma área plantada com a cultura da goiabeira de 78 hectares, sendo o Estado de São Paulo detentor de cerca de 7% da produção nacional de goiaba (ZAMBÃO, 1998). Há cinco anos, a variedade de goiaba destinada à indústria mais plantada no estado de São Paulo era a Comum. Porém, ela vem sendo gradativamente substituída pela Paluma, particularmente na região de Taquaritinga - principal região produtora do estado (53% da área estadual). Essa variedade apresenta maior rendimento e permite a realização de podas em diferentes épocas, propiciando uma desconcentração da oferta da fruta ao longo do ano. Para a indústria, isso favorece a maior operacionalidade e, para o produtor, viabiliza melhor remuneração, o que explica o fato de que essa variedade já ocupe 6% da área plantada de goiaba destinada à indústria no estado. A goiabeira pode ser propagada através de sementes e também vegetativamente. Entretanto, a utilização de sementes na sua propagação com finalidade de comercio de mudas não é recomendada devido à alta heterogeneidade da espécie. Em pomares formados por plantas provenientes de sementes, tem-se observado uma grande variação quanto à forma, hábito de crescimento e tamanho das plantas, bem como na produtividade e características de seus frutos. A propagação vegetativa visa a formar pomares com maior uniformidade entre as plantas (FACHINELLO et al., 1995). Conforme MEDINA (1988) e GONZAGA NETO & SOARES (1994); alguns estados já vêm desenvolvendo trabalhos de pesquisa no sentido de introduzir, selecionar, propagar e difundir plantas de comprovada qualidade agronômica. No Estado de Minas Gerais, poucos trabalhos de seleção e propagação têm sido realizados, utilizando-se ainda a obtenção de mudas, através de sementes e, em pequena percentagem, através de enxertia. O uso de propagação através de estacas constitui-se em significativa vantagem, uma vez que, além da obtenção de plantas com as mesmas características da árvore que lhe deu origem, mantendo a sua identidade genética, garantirá a produção da muda em apenas um ciclo vegetativo (TAVARES, 1994). A maioria dos trabalhos relacionados ao enraizamento da goiabeira refere-se ao uso do AIB como promotor do enraizamento. PEREIRA et al. (1991) observaram que para a cultivar Paluma, a concentração de AIB de 2 mg.l -1, aplicado em forma líquida, em liberação lenta, foi a que proporcionou melhor enraizamento. A adição de sacarose à solução com auxinas pode apresentar um efeito benéfico ao enraizamento de estacas por constituir-se em fonte de energia necessária à divisão celular e emissão das raízes adventícias. PENNOCK & MALDONADO (1963) obtiveram um bom resultado quando da aplicação de AIB a 2 mg.l -1, acrescido de açúcar a 2%, proporcionando o enraizamento de 85,4% em estacas herbáceas, resultado 27% superior à testemunha. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo estudar a influência dos fatores AIB e sacarose no enraizamento de estacas herbáceas de goiabeira cv Paluma, como a qualidade do sistema radicular adventício e percentual de enraizamento. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação no pomar didático do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras, em Lavras, MG. As estacas herbáceas obtidas de ramos de goiabeira cv. Paluma, com aproximadamente 12 cm, dois nós e um par de folhas reduzidas à metade, foram coletadas em março de 1999 de plantas matrizes com quatro anos de idade, pertencentes ao pomar da UFLA. Depois de coletadas, foram preparadas e tratadas em imersão basal (três centímetros) com solução de ácido indolbutírico (AIB) por 24 horas, nas concentrações de, 1, 2 e 3 mg.l -1, acrescidos ou não de sacarose a 2%. Após, as estacas foram colocadas para enraizar em substrato de areia média lavada, utilizando-se como recipientes de plantio, sacos de polietileno de 1 x 2 cm. Foi adotado o delineamento experimental inteiramente ao acaso, em esquema fatorial 2 x 4, com 4 repetições e as parcelas constaram de 15 estacas cada, totalizando 48 estacas. Após 6 dias do plantio, avaliou-se a permanência de folhas, percentagem de enraizamento, percentagem de estacas brotadas, número de raízes por estaca e peso da matéria seca das raízes. Após a tabulação, os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F obtido por Snedecor e as médias, quando necessárias, submetidas a comparações pelo teste de Scott- Knott RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 são apresentados os resultados do resumo da análise de variância para as diferentes características analisadas, constatou-se que a presença da sacarose não apresentou efeito significativo em nenhuma das características avaliadas, ocorrendo apenas com o fator AIB, à exceção da percentagem de brotação das estacas.

REVISTA CAATINGA ISSN 1-316X Tabela 1. Resumo da análise de variância para as diferentes características analisadas; percentagem de estacas enraizadas (PEE), porcentagem de permanência de folhas (PPF), porcentagem de estacas brotadas (PEB.), número médio de raízes primárias (NRP), peso médio da matéria seca do sistema radicular (PS.); durante a propagação da goiabeira. UFLA, Lavras - MG, 23. QUADRADOS MÉDIOS F.V. G.L PEE PPF PEB NRP PS Sacarose (S) 1 168,43n.s.,1n.s.,297n.s. 15,426n.s.,413n.s. AIB 3 239,2292* 153,5296* 4,6192n.s. 7,541* 1,1368* S x AIB 3 15,1532n.s. 174,648n.s 1,4887n.s. 6,1585n.s.,1167n.s. Resíduo 24 123,6139 163,857 1,8735 25,4241,937 Média Geral 4,284 19,5831 2,5534 8,6894,6766 C.V.(%) 27,6513 65,3658 53,647 58,276 45,2463 n.s. - não significativo. * - significativo ao nível de 5% de probabilidade. ESTACAS ENRAIZADAS (%) 7 6 5 4 3 2 1 y = 2,338 +,1325x R 2 =,98 1 2 3 4 AIB (mg.l -1) Figura 1: Percentagem de estacas enraizadas em estacas de goiabeira cv. Paluma em relação a diferentes concentrações de AIB. UFLA, Lavras - MG, 23 As estacas obtiveram maior percentagem de enraizamento, à medida que aumentou-se a concentração, sendo a imersão em solução com 3 mg.l -1 de AIB, obtendo-se um enraizamento de 6% (Figura 1). Estes resultados concordam com BACARIN et al. (1994) que obtiveram um aumento na percentagem de enraizamento em estacas tratadas com AIB em imersão lenta. O número médio de raízes primárias por estaca e peso médio da matéria seca do sistema radicular apresentaram resultados semelhantes (Figuras 2 e 3), demonstrando que para estas características a concentração de 3 mg.l -1 de AIB foi aquela que proporcionou os melhores resultados (número médio de 12 raízes por estaca e peso médio da matéria seca do sistema radicular de 1,11 g). Estes resultados também concordam com BACARIN et al. (1994) que observaram um maior número de raízes e peso da matéria seca das raízes em estacas tratadas com AIB em imersão lenta, concluindo ainda que este maior peso da matéria seca das raízes é devido ao maior aproveitamento do material fotossintético armazenado nas folhas ou nas estacas. DANTAS et al. (1999) também obtiveram respostas positivas com aplicação de IBA em relação ao número de raízes por estacas de goiabeira e PEREIRA et al. (1991) concluíram que a aplicação de IBA é eficiente para aumentar o número de raízes. Os dados relativos à percentagem de folhas persistentes aos 6 dias do plantio demonstram que as estacas tratadas com concentrações maiores de AIB foram as que mais perderam folhas (Figura 4), demonstrando que a simples presença das folhas nas estacas não teve qualquer influência sobre o enraizamento, e que não houve a necessidade da permanência das folhas por 6 dias nas estacas tratadas com 3 mg.l -1 de AIB. Portanto, a auxina presente nas folhas das estacas que receberam o tratamento do regulador de crescimento pode ter sido utilizada, colaborando, desta forma, com o enraizamento em menos de 6 dias. Essa queda de folha e ainda esse enraizamento pode ser, inclusive, que estejam mostrando

REVISTA CAATINGA ISSN 1-316X a ocorrência da iniciação radicular sem necessidade da folha. DANTAS et al. (1999) também verificaram que a percentagem de persistência de folhas apresentou decréscimo ao longo período do experimento com goiabeira. PERREIRA et al. (1983), trabalhando com enraizamento de diferentes tipos de estacas enfolhadas de goiabeira, também verificaram o mesmo comportamento. Estes autores concluíram também que a presença de folhas remanescentes foi efetiva no valor de enraizamento de estacas, o que não foi verificado neste trabalho. 14 NÚMERO MÉDIO DE RAÍZES PRIMÁRIAS 12 1 8 6 y = 5,336 +,224x R 2 =,94 4 2 1 2 3 4 AIB (mg x L -1 ) Figura 2. Número médio de raízes primárias em estacas de goiabeira, cv. Paluma em relação a diferentes concentrações de AIB. UFLA, Lavras - MG, 23. PESO MÉDIO DA MATÉRIA SECA DAS RAÍZES (g) 1,2 1,8,6,4,2 y =,237 +,29x R 2 =,99 1 2 3 4 DOSES DE AIB (mg x L -1 )

REVISTA CAATINGA ISSN 1-316X PESO MÉDIO DA MATÉRIA SECA DAS RAÍZES (g) 1,2 1,8,6,4,2 y =,237 +,29x R 2 =,99 1 2 3 4 DOSES DE AIB (mg x L -1 ) Figura 3. Peso médio da matéria seca do sistema radicular de estacas de goiabeira cv. Paluma em relação a diferentes concentrações de AIB. UFLA, Lavras - MG, 23 PERCENTAGEM DE FOLHAS PERSISTENTES 4 35 3 25 2 15 1 5 y = 32,82 -,833x R 2 =,87 5 1 15 2 25 3 35 AIB (mg x L -1 ) Figura 4. Percentagem de permanência de folhas em estacas de goiabeira cv. Paluma em relação a diferentes concentrações de AIB. UFLA, Lavras - MG, 23. CONCLUSÕES Concentrações maiores de AIB induziram aumento na percentagem de estacas enraizadas, bem como no número e peso da matéria seca das raízes; A sacarose não apresentou efeito significativo para as características analisadas; Somente a presença das folhas sem tratamento com AIB não foi suficiente para o enraizamento das estacas. Estacas tratadas com 3 mg.l-1 de AIB, não há necessidade da permanência das folhas por 6 dias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACARIN, M. A.; BENINCASA, M. M. P. ANDRADE, V. M. M.; PEREIRA, F. M. Enraizamento de estacas aéreas de goiabeira (Psidium guajava L.): efeito do ácido indolbutírico (AIB)

REVISTA CAATINGA ISSN 1-316X sobre a iniciação radicular. Científica, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 71-79, 1994. DANTAS, A. C. de.; DUTRA, L. F.; KERSTEN, E. Influência do Ácido indolbutírico e etefon no enraizamento de estacas herbáceas de goiabeira (Psidium guajava L.) Revista Científica Rural, Bagé-RS, v.4, n.2, p.29-33. 1999. FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E.; FORTES, G. R. L. Propagação de plantas frutíferas de clima temperado. 2. ed. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária, 1995. 178 p. GONZAGA NETO, L.; SOARES, J. M. Goiaba para exportação: aspectos técnicos da produção. Brasília: Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária. Secretaria do Desenvolvimento Rural. Programa de Apoio à Produção e Exportação de Frutas, Hortaliças e Plantas Ornamentais, 1994. 49 p. MEDINA, J. C. Goiaba I cultura. In: INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS. Goiaba cultura, matéria prima, processamento e aspectos econômicos. Campinas, 1987. cap. 1, p. 1-12. (Série Frutas Tropicais, n. 6). PENNOCK, W.; MALDONADO, G. The propagation of guava from stem cutting. Journal of Agriculture of the University of Puerto Rico, Rio Piedras, v. 47, n. 3, p. 28-289, July 1963. PERREIRA, F. M.; OIOLI, A. A. P.; BANZATO, D. A. Enraizamento de diferentes tipos de estacas enfolhadas de goiabeira (Psidium guajava L.) em câmaras de nebulização. Científica, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 244-25, 1993. PEREIRA, F. M.; PETRECHEM, E. H.; BENINCASA, M. M. P.; BANZATTO, D. A. Efeito do ácido indolbutírico no enraizamento de estacas herbáceas de goiabeira (Psidium guajava L.) das cultivares Rica e Paluma, em câmara de nebulização. Científica, São Paulo, v. 19, n. 2, p. 199-26, 1991. TAVARES, M. S. W. Propagação da goiabeira (Psidium guajava L.) através de estacas. 1994. 66 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. ZAMBÃO, J. C.; NETO, A. M. B. Cultura da Goiaba. Campinas: CATI, 1998. 23 p. (Boletim Técnico, n. 236).