Estatuto Geral das Guardas Municipais. Desmistificação numa abordagem jurídica

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SUMÁRIO. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Publicado no Diário Oficial da União nº 191-A de 5 de outubro de 1988

Transcrição:

Estatuto Geral das Guardas Municipais Desmistificação numa abordagem jurídica

Wagner Soares Currículo 1º Tenente da Polícia Militar 7º BPM Santana do Ipanema 9º BPM Delmiro Gouveia Copes Caatinga Formação UFAL Administração Academia de Polícia CFO UFAL Especialista em Gestão Pública Docente UFAL Academia de Polícia Militar Guarda Municipal SENASP GEI UNOPAR

CONSTRUINDO A IDENTIDADE INSTITUCIONAL DE GUARDA MUNICIPAL: ATRAVÉS DA CAPACITAÇÃO E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL Manual de Procedimentos Operacionais TCC da Pós-Graduação em Gestão Pública - Ufal

CONSTRUINDO A IDENTIDADE INSTITUCIONAL DE GUARDA MUNICIPAL: ATRAVÉS DA CAPACITAÇÃO E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL www.cidadaossp.wordpress.com

CONSTRUINDO A IDENTIDADE INSTITUCIONAL DE GUARDA MUNICIPAL: ATRAVÉS DA CAPACITAÇÃO E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL www.cidadaossp.wordpress.com

Objetivo Alcançar um dos anseios mais ressonantes da categoria, estabelecer conceitualmente seu espaço na segurança pública do país, mostrando o valor dos nobres guerreiros, da família Azul Marinho.

Perfil das Guardas

Perfil das Guardas Municipais do país Dos 5.565 municípios do País, 993 - o equivalente a 17,8% - possuíam guarda municipal em 2012, sendo 153 com armas de fogo. 82% 18% Municípios com Guarda Municípios sem Guarda Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) de 2012, IBGE.

Perfil das Guardas Municipais do país Totalizando um efetivo geral de 86.199 integrantes, desses 73.624 (86%) sendo do sexo masculino e 11.525 (14%) do sexo feminino: 14% 86% Homens Mulheres Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) de 2009, IBGE.

Perfil das Guardas Municipais do país Os comandantes são de formação variada, 38% deles são policiais (militares, civis ou federais); 30% são do próprio quadro, por vezes no cargo de inspetor. Ainda há bombeiros militares, militares das forças armadas e civis em cargo comissionado pelo prefeito: 32% 38% Policiais 30% Do próprio quadro GM Outros Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) de 2009, IBGE.

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Definição Princípios Competências Criação Investidura do cargo

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Capacitação Controle Prerrogativas Porte de Arma Vedações Representatividade Disposições Diversas

Definição

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as guardas municipais, disciplinando o 8º do art. 144 da Constituição Federal. E G G M

Referência constitucional Na Constituição Federal de 1988, a maior lei do país, existe uma referência sobre as Guardas Municipais, no seu artigo 144, parágrafo 8º: Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

Os municípios tem obrigação de criarem Guardas Municipais?

Os Municípios PODERÃO constituir guardas municipais Mas se o fizer deverão fazê-lo, conforme dispuser a lei. Que lei? Lei 13.022

Referência constitucional Na Constituição Federal de 1988, a maior lei do país, existe uma referência sobre as Guardas Municipais, no seu artigo 144, parágrafo 8º: Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

Somente para lembrar: A previsão das Guardas Municipais está inserida no capítulo de Segurança Pública e dentro do próprio artigo 144

Art. 144 da Constituição CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

Art. 144 da Constituição CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

Município não é uma esfera estatal? Quando diz todos, inclui pessoas jurídicas?

Então Segurança Pública é dever e responsabilidade do Município também.

Art. 144 da Constituição CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

Art. 144 da Constituição CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Esse rol é taxativo ou exemplificativo? Só é polícia quem está nele?

Polícia do Senado, não é polícia porque não está no Art. 144?

Polícia do Senado, não é polícia porque não está no Art. 144? A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 52, XIII, prevê: compete privativamente ao Senado Federal... dispor sobre sua polícia. Com base nesta previsão legal o Senado Federal regulamentou, em 5 de dezembro de 2002, através da resolução nº 59/2002, a Polícia do Senado Federal.

Polícia do Senado, não é polícia porque não está no Art. 144?

Polícia do Senado, não é polícia porque não está no Art. 144?

Só exerce poder da polícia quem está naquele rol primário do Art. 144?

O poder de polícia atribuído ao Exército Brasileiro na faixa de fronteira terrestre "Cabe ao Exército Brasileiro, além de outras ações pertinentes, [...]: IV - atuar, por meio de ações preventivas e repressivas, na faixa de fronteira terrestre, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, [...]." (Art. 17-A, inciso IV, da Lei Complementar Nr 97, de 09 de junho de 1999)

O poder de polícia atribuído ao Exército Brasileiro na faixa de fronteira terrestre

E o que dizer de um órgão não constitucional? Ou melhor, de um programa federal, que não é órgão...

DECRETO Nº 5.289 DE 29 DE NOVEMBRO DE 2004. Art. 1º - Este Decreto disciplina as regras gerais de organização e funcionamento da administração pública federal, para desenvolvimento do programa de cooperação federativa denominado Força Nacional de Segurança Pública, ao qual poderão voluntariamente aderir os Estados interessados, por meio de atos formais específicos

DECRETO Nº 5.289 DE 29 DE NOVEMBRO DE 2004. Art. 2º - A Força Nacional de Segurança Pública atuará em atividades destinadas à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, nas hipóteses previstas neste Decreto e no ato formal de adesão dos Estados e do Distrito Federal

Art. 241 da CF88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos

Voltando ao artigo 144 da Constituição

Art. 144 da Constituição CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:(redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

Art. 144 da Constituição CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 144 da Constituição CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA 1º A polícia federal [...] destina-se a: IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União;

Art. 144 da Constituição CAPÍTULO III DA SEGURANÇA PÚBLICA 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.

Por que nesse caso o constituinte não utilizou o termo COM EXCLUSIVIDADE?

Por que não quis Por que já era notório que essa atribuição seria exercida concorrentemente com outros órgãos

Artigo 144 da Constituição 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014) II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

Referência constitucional Na Constituição Federal de 1988, a maior lei do país, existe uma referência sobre as Guardas Municipais, no seu artigo 144, parágrafo 8º: Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais CAPÍTULO III DAS COMPETÉNCIAS E G Art. 4º É competência geral das guardas municipais a proteção de bens, serviços, logradouros públicos municipais e instalações do Município. G M

Objetos de Proteção da Guarda Municipal As Guardas são destinadas à proteção dos bens, serviços e instalações públicas municipais. Chamam-se objetos de proteção aquilo o que a Guarda Municipal tem dever de proteger.

Bens São considerados bens dos municípios, tudo aquilo que é de propriedade municipal. Alguns são de uso coletivo, outros tem destinação para fins públicos, mas apenas os servidores podem utilizar.

Bens RELAÇÃO DE BENS DO MUNICÍPIO Gênero do bem Exemplos de bens Tratores Ônibus Veículos Automóveis Motocicletas Caminhões Computadores Mesas Móveis e Equipamentos Armários Birôs Televisores Condicionadores de ar Sinalização de Trânsito Semáforo Lombadas eletrônicas Radares Placas Iluminação Pública Postes Lâmpadas Logradouros Públicos Praças Jardins Parques Patrimônio histórico, Obras de arte Achados arqueológicos artístico e cultural Monumentos Água e Saneamento Bueiros Bombas d água Caixa d água Pontes Rios Hortos Meio Ambiente Bosques Reservas ambientais Praias Nascentes Lagos e Lagoas

Bens Instalações são todas as edificações onde funcionam repartições públicas municipais, tais como: Escolas Postos de saúde Sede de Secretarias Sede da Prefeitura Sede da Câmara dos Vereadores Museus Bibliotecas Telecentros Quadras Ginásios Estádios de futebol Mercados Zoológicos Cemitérios

Bens o município é responsável por oferecer diversos serviços à comunidade, entre eles o de educação básica, a de saúde pública e controle e fiscalização de trânsito. Nas localidades, onde há guarda municipal este órgão é responsável por garantir que esses serviços serão prestados com segurança.

Objetos de proteção decorrentes : servidores e munícipes Para efetivar a proteção pelos alvos constitucionais, a Guarda Municipal acaba agindo junto a pessoas. Não há como falar em guarda de bens, sem pensar em proteger também as pessoas. Questão envolta de alguma polêmica, pois a proteção de pessoas compele a ações de caráter policial. Existem propostas para alteração à Constituição, incluindo a proteção de pessoas como uma das missões principais da Guarda Municipal (PEC 534)

Objetos de Proteção da Guarda Municipal

Objetos de proteção decorrentes Assim, tais vigilantes do patrimônio municipal, quando no exercício de suas funções, estarão mediatamente de fato e não por força de obrigação legal, sem ser atividade inerente a suas atribuições dando, como qualquer cidadão, proteção aos munícipes. A sua mera presença nos locais designados, junto a logradouros públicos ou próprios municipais, prestar-se-á como força psicológica em prol da ordem, beneficiando, assim, de forma indireta, os munícipes. Ou seja, essa vigilância do patrimônio municipal, por via de consequência, implicará proteção para os munícipes: aquela como atribuição decorrente da norma jurídica, a essa como um plus empírico resultante daquela Pedro Luiz Carvalho de Campos Vergueiro Procurador do Estado de São Paulo

Voltando ao Estatuto Geral das Guardas Municipais Lei 13.022/2014

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal. E G G M

Competências constitucionais dos Municípios Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

Competências constitucionais dos Municípios VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal. E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Caráter Civil Uniformizada Armada E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Caráter Civil Uniformizada Armada E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal. E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Art. 12 [...] 2º O Estado poderá, mediante convênio com os Municípios interessados, manter órgão de formação e aperfeiçoamento centralizado, em cujo conselho gestor seja assegurada a participação dos Municípios conveniados. 3º O órgão referido no 2o não pode ser o mesmo destinado a formação, treinamento ou aperfeiçoamento de forças militares. E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I do caput do art. 13, a guarda municipal terá código de conduta próprio, conforme dispuser lei municipal. Parágrafo único. As guardas municipais não podem ficar sujeitas a regulamentos disciplinares de natureza militar. E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais CAPÍTULO IX DAS VEDAÇÕES Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda municipal não pode utilizar denominação idêntica à das forças militares, quanto aos postos e graduações, títulos, uniformes, distintivos e condecorações. E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Caráter Civil Uniformizada Armada E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Art. 21. As guardas municipais utilizarão uniforme e equipamentos padronizados, preferencialmente, na cor azul-marinho. E G G M

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Caráter Civil Uniformizada Armada E G G M

Armadas conforme previsto em que lei?

LEI N.º 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003 Estatuto do Desarmamento Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas Sinarm, define crimes e dá outras providências.

Lei n.º 13.022 De 08 de agosto de 2014 Estatuto Geral das Guardas Municipais Art. 16. Aos guardas municipais é autorizado o porte de arma de fogo, conforme previsto em lei. Parágrafo único. Suspende-se o direito ao porte de arma de fogo em razão de restrição médica, decisão judicial ou justificativa da adoção da medida pelo respectivo dirigente. E G G M

Porte de Arma de Fogo

Porte de Arma de Fogo Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: [...] III os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; [...] IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) [...] 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004) [...] 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Porte de Arma de Fogo TIPO DE PORTE DE ARMA DE FOGO DO GUARDA MUNICIPAL População do Município Abaixo de 50 mil habitantes Capital Porte pessoal e em serviço Categoria do Município Integrante de Região Metropolitana Apenas em serviço Interior Não tem direito a porte Entre 50 mil e 500 mil habitantes Porte pessoal e em serviço Apenas em serviço Apenas em serviço Acima de 500 mil habitantes Porte pessoal e em serviço Porte pessoal e em serviço Porte pessoal e em serviço

Regulamento da LEI N.º 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003 Estatuto do Desarmamento DECRETO Presidencial N.º 5.123, DE 1º DE JULHO DE 2004

O que é poder de polícia

Poder de Polícia Código Tributário Nacional LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

Poder de Polícia Código Tributário Nacional LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Helly Lopes Meirelles Poder de Polícia Poder de Polícia é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual. Por esse mecanismo, que faz de toda a administração. O Estado detém a atividade dos particulares que se revelar contrária, nociva ou inconveniente ao bemestar social, ao desenvolvimento e à segurança nacional

Poder de Polícia

Polícia Administrativa Órgãos que atuam como polícia administrativa Vigilância Sanitária Institutos do Meio Ambiente Institutos de Pesos e Medidas Departamentos de Trânsito Receita Federal etc.

Polícia Administrativa Órgãos que atuam como polícia administrativa Esses órgãos que atuam como Polícia Administrativa tem seus poderes incidindo seus poderes sobre : Bens Direitos Atividades Caráter predominantemente : Preventivo com uma atuação menor na repressão.

Polícia Administrativa O Estado controla a atividades das pessoas em diversas áreas tais como: Bens históricos e paisagísticos, Construções, Higiene e saúde pública, Riquezas naturais, Moralidade pública, Relação de emprego, Trânsito, Mercado de produtos de primeira necessidade, Exercício de profissões, Comunicações e Espetáculos públicos entre outros

Polícia de Segurança Há alguns órgãos públicos, que atuam como polícia, mas suas atividades alcançam as pessoas, de forma individual ou indiscriminadamente. É o que chamamos de polícia propriamente dita, ou Polícia de Segurança. Atuam no controle dos delitos mais graves, na esfera penal

Polícias de Segurança Polícia de Manutenção da Ordem Pública Sua atuação se mantém como preventiva durante a maior parte do tempo, até quando ocorre algo grave que afete a ordem pública, momento em que atua na repressão imediata. Geralmente usam uniformes e outros apetrechos com marcante presença, por serem de cunho ostensivo. É o tipo de atividade das Polícias Militares, por exemplo. Polícia Judiciária Polícia que atua na investigação dos crimes. Auxilia o Poder Judiciário, coletando os dados necessários para o inicio da ação penal. De caráter predominantemente repressivo. Alguns órgãos têm a exclusividade desta atividade: Polícia Federal e Polícias Civis dos Estados.

Poder de Polícia De forma simples, sem representar a verdadeira amplitude do tema, para melhor compreensão podemos dizer que para punir as pessoas: A polícia administrativa multa as pessoas. E a polícia de segurança prendê-nas.

Atributos do Poder de Polícia Discricionariedade é a capacidade de tomar uma decisão por si só, julgando os fatos pela razão de seus próprios conhecimentos e observação. Autoexecutariedade é a característica de depois de decidir o que deve ser feito, executar a ação sem precisar de autorização. Por exemplo, quando um policial percebe uma atitude suspeita e decidi fazer a abordagem, não precisa pedir autorização ao juiz para fazê-la. Coercibilidade quem age pelo poder de polícia, sempre tem alguma forma de obrigar que a norma seja cumprida: multa, permissão para prender, embargar, notificar etc.

Wagner Soares Contatos wagnersoaresdelima@ hotmail.com yahoo.com.br gmail.com (82) 9905-1891 Tim (82) 8860-0992 Oi +55 82 9905-1891 Whatsapp cidadaossp.wordpress.com facebook.com/cidadaossp