Projecto de regulamentação sobre política de investimento e composição e avaliação dos activos dos fundos de pensões



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:: Legislação. :: Fundos de Pensões

Transcrição:

RESULTADOS DA CONSULTA PÚBLICA N. o 5/2007 Projecto de regulamentação sobre política de investimento e composição e avaliação dos activos dos fundos de pensões 28 de Junho de 2007

O Instituto de Seguros de Portugal (ISP) colocou em consulta pública o Projecto de regulamentação sobre política de investimento e composição e avaliação dos activos dos fundos de pensões (consulta pública n.º 5/2007), através do qual se procedeu a uma revisão geral do regime existente. Esta revisão integra-se na estratégia de adopção das melhores práticas internacionais, pretendendo ajustar a regulamentação à evolução e inovação contínuas dos mercados financeiros. Com esta Norma Regulamentar pretende-se dar mais um passo no sentido da flexibilização das regras relativas aos investimentos dos fundos de pensões, ao mesmo tempo que se reforçam os requisitos de transparência e responsabilização da gestão, por forma a manter um quadro de equilíbrio global, salvaguardando a defesa do interesse dos participantes e beneficiários desses fundos. Nesse âmbito, é dada especial importância ao conteúdo do documento que corporiza a política de investimento, sendo igualmente reforçada a filosofia de orientação da gestão para os riscos a que as aplicações dos fundos de pensões se encontram expostas. Esta Norma Regulamentar insere-se no processo de consolidação de toda a regulamentação em vigor no sector dos fundos de pensões, integrando todas as regras relativas aos investimentos dos fundos de pensões, incluindo as respeitantes à utilização de produtos derivados e operações de empréstimo, bem como as regras de avaliação dos activos. A consulta pública n.º 5/2007 decorreu entre os dias 18 de Maio e 18 de Junho de 2007. O ISP agradece a todos os que responderam ao processo de consulta pública pelo relevante contributo para o aperfeiçoamento do texto final da norma regulamentar. No presente documento apresenta-se uma síntese das principais questões suscitadas nas respostas à consulta pública, bem como os fundamentos do ISP no acolhimento total/acolhimento parcial/não acolhimento das sugestões efectuadas na versão final da norma regulamentar. Para além disso, são identificadas as entidades que participaram neste processo de consulta pública. dos fundos de pensões 2

Síntese das principais questões suscitadas nas respostas à consulta pública e fundamentos do acolhimento total/acolhimento parcial/não acolhimento das sugestões na versão final da norma regulamentar Disposição Artigo 2.º, alínea a) Artigo 2.º, alínea h) Artigo 7.º, n.º 1 Foi sugerido que, para efeitos da Norma Regulamentar, pudessem ser também considerados os mercados regulamentados, com funcionamento regular, reconhecidos e abertos ao público de Estados terceiros, desde que a sua escolha seja prevista na lei ou nos documentos constitutivos ou aprovados pelo Instituto de Seguros de Portugal, de forma a alinhar as disposições com as aplicáveis aos fundos de investimento mobiliário. Foi proposto que a definição de posições cobertas fosse melhorada, de modo a ficar estabelecido que essas posições estão relacionadas apenas com operações de cobertura de risco. Segundo o projecto submetido a consulta pública, As entidades gestoras não podem, por conta dos fundos de pensões que gerem, oferecer produtos derivados ou actuar, relativamente a estes, como intermediários. Dado que não é consensual a interpretação desse texto, especialmente no que se refere à expressão como intermediários, foi solicitada a respectiva clarificação. A redacção da Norma Regulamentar, ainda que não seja igual à correspondente disposição existente nos fundos de investimento mobiliário, permite um regime equivalente ao destes fundos. Note-se que, de acordo com a Norma, também são considerados mercados regulamentados os mercados com funcionamento regular, reconhecidos e abertos ao público de Estados não pertencentes nem à União Europeia nem à OCDE, desde que sejam reconhecidos pelo ISP. Para além disso, para efeito do referido reconhecimento por parte do ISP, é intenção deste Instituto fazer uso de procedimentos de better regulation no sentido de evitar duplicações desnecessárias. Nesse sentido, foi mantida a redacção constante. A sugestão foi acolhida. (ver nova alínea i) do artigo 2.º) Embora a redacção de regulamentação fosse igual à que vinha vigorando desde 2002 ver ponto 5.4 da Norma Regulamentar n.º 8/2002-R, de 7 de Maio, o texto foi clarificado. dos fundos de pensões 3

Disposição Artigo 11.º, n.º 3 Propôs-se que, para efeitos da obrigatoriedade de constituição de uma garantia a favor do fundo de pensões no âmbito das operações de empréstimo de valores, o respectivo valor mínimo deveria corresponder a 102% ou 105% do valor de mercado dos valores emprestados, no caso dos activos emprestados serem, respectivamente, obrigações ou acções. A sugestão foi aceite, na medida em que se enquadra no tratamento diferenciado dos riscos inerentes aos valores emprestados. Artigo 12.º Foi sugerido que os limites do artigo 12.º fossem reduzidos. Considera-se que os limites do artigo 12.º são compatíveis com um regime prudencial baseado em princípios, tal como resulta das melhores práticas internacionais nesta matéria. De qualquer modo, foram reforçados os requisitos de transparência na definição da política de investimento. Artigo 12.º, n.º 1, alínea b) Com a redacção constante, foi levantada a dúvida de saber que tipos de organismos de investimento colectivo não harmonizados poderiam não ser considerados para efeitos da aplicação deste limite. Propôs-se, concretamente, analisar a situação dos investimentos nos seguintes organismos de investimento colectivo: fundos de investimento imobiliário; exchange traded funds e fundos de índice; e organismos de investimento colectivo não harmonizados mas elegíveis para investimento por parte dos organismos de investimento colectivo em valores mobiliários harmonizados. Foi clarificado o âmbito de aplicação do limite em questão, tendo sido excluído para o efeito o investimento em unidades de participação de: fundos de investimento imobiliário; organismos de investimento colectivo em valores mobiliários de índices não harmonizados, que não façam uso do efeito de alavancagem; e organismos de investimento colectivo não harmonizados que se enquadrem no âmbito da alínea e) do n.º 1 do artigo 19.º da Directiva n.º 85/611/CEE, de 20 de Dezembro, alterada pela Directiva n.º 2001/108/CE, de 21 de Janeiro de 2002. No entanto, foram introduzidos novos itens para efeitos da definição da política de investimento, passando a ter de ficar claramente identificado o investimento em unidades de participação de cada um dos três organismos de investimento colectivo acima referidos. Artigo 12.º, n.º 1, alínea d) Foi mencionado que seria vantajoso elevar o limite de 40% para 50%. Julga-se que o novo regime já representa um passo significativo no caminho da flexibilização, podendo contribuir para uma gestão mais eficaz dos fundos de pensões. dos fundos de pensões 4

Disposição Artigo 18.º n.º 1 Foi recomendado que, à semelhança do que acontece com os fundos de investimento mobiliário, em alternativa à cotação de fecho as entidades gestoras pudessem escolher outro momento de referência, desde que esta escolha estivesse pré-definida e constasse dos documentos constitutivos do fundo de pensões. Esta matéria será abordada de forma integrada no âmbito do estabelecimento de um plano de contas para os fundos de pensões. Deste modo, por forma a evitar possíveis alterações sucessivas nos sistemas de informação, considerou-se melhor opção manter a actual redacção. Lista das entidades que responderam à consulta pública n.º 5/2007 APFIPP Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios Citibank International plc, Sucursal em Portugal ARCPP Associação de Reformados e Pensionistas Bancários dos fundos de pensões 5