O IDOSO INSTITUCIONALIZADO E A PEDAGOGIA SOCIAL 1 RESENDE, CRISTIANE SILVA DE 2. Silva, Irondina Fátima de 3. Vilela, Vera Lúcia Maria Luciano 4 Resumo O estudo realizado por esta pesquisa é parte do currículo do curso de Pedagogia da Unidade Básica das Humanidades do Centro Universitário de Mineiros-GO, como requisito básico para conclusão do curso. Foi realizada na UNIFIMES no 2º semestre de 2013. Constitui-se num estudo empírico bibliográfico, pautado no Estatuto Nacional dos idosos e estudiosos da Pedagogia Social. A escolha do tema deu-se em função da minha atuação como educadora social em uma casa de idosos, com muitas inquietações sobre as condições em que os mesmos chegam na instituição, e a falta de uma política de formação continuada para esses idosos. Além, desse problema temos também a carência de pessoas preparadas para cuidar e orientar os idosos. Sendo assim, decidi dedicar a minha pesquisa estudando sobre o tema. No intuito de me preparar melhor e também contribuir com outras pessoas que lidam com idosos. O objetivo da pesquisa consiste numa investigação cientifica empírica sobre a institucionalização do idoso e na descoberta das possibilidades que a pedagogia social pode proporcionar à formação continuada do idoso possibilitando-o uma melhor qualidade de vida. Os resultados dos estudos demonstram que A pedagogia social pode ser oferta de programas e projetos de formação continuada, que contribuirá, para que o idoso no Brasil torne-se um cidadão mais consciente, autônomo e valorizado pela sociedade tornando-o um cidadão emponderado nesta sociedade. Palavras Chaves: Idoso, Institucionalização, Pedagogia Social. Introdução O estudo realizado nesta pesquisa é parte do currículo do curso de Pedagogia da Unidade Básica das Humanidades do Centro Universitário de Mineiros-GO, como 1 Trabalho apresentado como componente curricular no 8º período do curso de Pedagogia da Unidade Básica das Humanidades como TCC, oferecido pela UNIFIMES, 2013/2 2 Professora titular do curso de Pedagogia UNIFIMES, Diretora de Pós-Graduação e Expansão, do Centro Universitário de Mineiro-GO localizado a rua 22 s/n setor aeroporto na cidade de Mineiros, GO 3 Concluinte do 8º período do Curso de Pedagogia da Unidade Básica das Humanidades oferecido pelo Centro Universitário de Mineiros no segundo semestre de 2013. 4 Professora coordenadora do Projeto de Extensão FAMI (Faculdade Aberta a Melhor Idade), UNIFIMES, Centro Universitário de Mineiros-GO localizado à rua 22 s/n Setor Aeroporto na cidade de Mineiros, GO.
requisito básico para sua conclusão. A temática foi sobre a Institucionalização do Idoso e o papel da pedagogia social na sua formação em busca do seu Empoderamento. Os objetivos foram: a) Analisar o processo de institucionalização do idoso no Brasil. b) e identificar a concepção e a contribuição da Pedagogia social para a formação do idoso através das Universidades Abertas para terceira idade (UATIS). Discutiu-se no trabalho, os aspectos conceituais e históricos sobre a institucionalização do idoso, assim como a sua trajetória na história da humanidade, momento em que se constatou que, o maior problema do idoso no mundo e no Brasil, ocorreu e ocorre em decorrência da posição social e da condição econômica em que a família ocupa na sociedade. O problema da velhice, seu amparo e cuidados têm uma ligação forte com o nível social da família, a situação econômica do país, as políticas adotadas por cada um deles. No caso dos países desenvolvidos as políticas são bem melhores do que as dos países em desenvolvimento, por estarem num patamar de desenvolvimento em que os países pobres e em desenvolvimento ainda vão levar um bom tempo para chegar lá. As primeiras instituições de idosos surgem no Brasil para amparar os velhos soldados que lutaram na guerra. Observando a legislação brasileira a primeira regulamentação que definiu normas para o funcionamento de Casas de Repouso, Clínicas Geriátricas e outras instituições para idosos, foi a Portaria nº 810/1989. A política nacional do idoso, de acordo com a lei nº 8.842 de 4 de janeiro de 1994, artigo 3º, regulamentada pelo decreto nº1948 de 3 de julho de 1996. (BRASIL, 1996, p. el). Ressalta-se que, a partir de 1988 a legislação brasileira avançou significativamente nas questões referentes aos direitos dos idosos no Brasil. Porém, é preciso avançar muito no sentido de fazer valer de fato esses direitos que ainda estão muito presos no papel. Não basta regulamentar, criar leis estatutos. É preciso buscar alternativas tanto o setor público quanto o privado. As parcerias entre poder público e privado, com a sociedade, associações e outras iniciativas são possibilidades que vem acelerar o processo no sentido de resgatar a dignidade do idoso no Brasil. A situação em nosso país é de atraso e muita discriminação em função da antiga cultura de falta de respeito para com as pessoas idosas. Os estudos demonstram que, embora a pedagogia social não seja uma doutrina científica, ela pode atuar como uma ação subsidiária, dependente tanto do Estado, quanto das instituições não governamentais, contribuindo de forma efetiva para a melhoria da qualidade de vida dos mesmos. Asseguram ainda que, a ênfase do trabalho social pedagógico concreto está na relação educativa estabelecida entre o educador e os educandos. Trata-se de uma relação pessoal e não deve ser impedida pelo burocratismo das instituições pedagógicas.
Os estudos sinalizam que, as Universidades e Instituições de Ensino Superior têm um importante papel a desempenhar no processo de formação continuada dos idosos, no sentido de transformá-los em pessoas mais autônomas, úteis e empodeiradas, com capacidade de, contribuir com a sociedade, e lutar pelos seus direitos que ainda continuam sem ser respeitados e cumpridos na sua a maioria. As estatísticas demostram que, o Brasil dentro de poucos anos entrará na lista dos países em que a maioria da população será idosa, o que fazer com tantos velhos? O país está preparado para acolher essa população que sempre foi considerada improdutiva? Um dos caminhos percebidos nesta pesquisa passa pela formação continuada ofertada pela Universidade, através dos seus programas e projetos: Universidade Aberta à terceira idade. Esses programas podem capacitar os idosos, para se tornarem cidadãos úteis, importantes e assim, com capacidade para continuarem uma vida mais digna, e com possibilidades reais de continuarem contribuindo com o desenvolvimento da sociedade. Material e método O material utilizado neste estudo se ateve a um estudo nos referenciais teóricos dos estudiosos no assunto citados na introdução. O método foi um estudo bibliográfico, e obedeceu ao critério de abordagem dos diferentes autores sobre a temática, foram autores que seguem a mesma filosofia e linha de raciocínio. Constitui-se em um estudo bibliográfico da Institucionalização do Idoso e papel da pedagogia social na sua formação em busca do seu Empoderamento. As principais referências bibliográficas que norteou este estudo foram: a Constituição Federal brasileira de 1988, a Lei nº 8.842 de 4 de janeiro de 1994, regulamentada pelo decreto nº1948 de 3 de julho de 1996. E autores que tratam sobre a Pedagogia social como ferramenta para a formação continuada do idoso. Leis estas que estabelecem o Plano Nacional e o Estatuto do Idoso no Brasil. Resultados esperado A pesquisa foi feita em três momentos. No primeiro, apresentou-se um estudo sobre os aspectos conceituais e históricos das dimensões inerentes ao o idoso, a sua institucionalização e condições da institucionalização, as diferentes concepções da pedagogia bem com da pedagogia social, e possibilidade de Empoderamento do idoso. O estudo conceitual e histórico teve como objetivo facilitar a base de compreensão dos próximos capítulos. O segundo momento o estudo se referiu a institucionalização, as condições dos institucionalizados, a regulamentação para abrir instituições para idosos de longa permanência e a pedagogia social e o idoso.
O último discutiu sobre os resultados esperados e as a possibilidade da pedagogia social contribuir de forma prática, através das UATI a formação continuada e o Empoderamento do idoso. Foram discutidos no texto, os aspectos conceituais e históricos sobre a institucionalização do idoso, assim como a sua trajetória na história da humanidade. Nesse momento foi possível identificar que o problema da velhice, seu amparo e cuidados têm uma ligação forte com o nível social da família, a situação econômica do país, as políticas adotadas por cada um deles. No caso dos países desenvolvidos as políticas são bem melhores do que as dos países em desenvolvimento, por estarem num patamar de desenvolvimento em que os países pobres e em desenvolvimento ainda vão levar um bom tempo para chegar lá. A sociedade brasileira considera os idosos desempoderados, porque são vitalizados culturalmente, resultado da vulnerabilidade reforçada por preconceitos e estereótipos negativos relativos à velhice. Entretanto, os idosos se organizam e mobilizam-se para adquirir maior reconhecimento social, e assim, passam constituírem um desfio as estruturas existentes. Outro fato marcante diz respeito ao surgimento das primeiras Instituições de idosos no Brasil que, nascem por iniciativa de pessoas e não do governo para, amparar os velhos soldados que, lutaram na guerra. No que se refere à legislação brasileira para a criação e normatização para abertura e funcionamento de Casas de Repouso, Clínicas Geriátricas e outras Instituições para idosos, é muito recente no nosso país, foi a Portaria nº 810/1989. Os estudos demonstraram que os números de asilos no Brasil vêm crescendo assustadoramente, e é de extrema importância conhecer melhor este segmento de institucionalização para idosos e consequentemente quando inevitável a internação, para que se torne uma alternativa que proporcione dignidade e qualidade de vida. A instituição tem que romper com sua imagem histórica de segregação e se tornar uma saída, uma opção, na vida dos idosos. A Constituição Federal de 1988, deu origem a política nacional do idoso, com a criação da lei nº 8.842 de 4 de janeiro de 1994, regulamentada pelo decreto nº1948 de 3 de julho de 1996. A legislação brasileira que trata das politicas para idosos é recente e trouxe muitas conquistas. Porém, os idosos ainda continuam muito discriminados e abandonados no Brasil. É urgente a necessidade de medidas que garantam a efetivação dos seus direitos que ainda continuam no papel. É preciso buscar alternativas fazer parcerias entre poder público, sociedade associações e outras iniciativas que venham a dar uma melhor qualidade de vida para o idoso.
O artigo 3º da constituição atesta que, a família, a sociedade e o estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem estar e garantindo-lhes o direito a vida. 1 Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares, 2º aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. (BRASIL, 2004, p. 56) A Pedagogia Social, neste estudo mostrou que, pode contribuir na formação do idoso através da educação não-formal que dizem respeito aos serviços sociais e políticas públicas, desde que esses tenham uma função educativa e não somente assistencial. O propósito central da Pedagogia social, conforme o estudo é de que quando ela se tornar permanente na vida dos idosos, é possível que eles também encontrem um novo sentido para a vida, tornando-o um ser mais crítico, participativo, autônomo, respeitado pela sociedade e com uma melhor qualidade de vida. E ainda reforça a tese dizendo que, o mais central trabalho social pedagógico concreto está na relação educativa estabelecida entre o educador e os educandos. Trata-se de uma relação pessoal que, não deve ser impedida pelo burocratismo das Instituições pedagógicas.. A Pedagogia social tem como primeira atribuição, cuidar da educação não formal no que diz respeito aos serviços sociais e políticas públicas, desde que esses tenham uma função educativa e não somente assistencial. Referências Bibliográficas ARANHA, M. L. História da educação e da pedagogia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006. ARAUJO, Claudia Lysia de Oliveira; SOUZA, Luciana Aparecida de; FARO, Ana Cristina Mancussi e. Trajetória das Instituições de Longa Permanência Para Idosos no Brasil. Disponível em: <http://www.abennacional.org.br/centrodememoria/here/n2vol1ano1_artigo3.pd f>. Acesso em: 10 mai. 2013. BRASIL. CESu/CFE. Parecer 977 de 03 de dezembro de 1965. Diário Oficial da União: 20/01/1966. Brasília, DF, 1965.. Decreto nº 1.948, de 3 de julho de 1996. Regulamenta a Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União 1996; jul 4. [acesso 2010 fev 5]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto/d1948.htm> Acesso em: 01 set 2013.
. Decreto nº 6.800, de 19 de março de 2009. Dá nova redação ao art. 2º do Decreto nº 1.948, de 3 de julho de 1996, que regulamenta a Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2007-2010/2009/decreto/d6800.htm> Acesso em: 6 fev. 2010.. CFE. Parecer 77 de 1969. Publicado em 11 de fevereiro de 1969, Documenta, Brasília, DF, n. 98, p. 128-132, 1969.. Congresso Nacional. Lei 5.540 de 28 de novembro de 1968. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 1968.. Ministério da Educação e Saúde Pública. Decreto 19.851 de 11 de abril de 1931. Estatuto das Universidades Brasileiras. [S.l., s.n.].. Presidência da República. Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da União: 23/12/1996. Brasília, DF, 1996.. LEI Nº 10.741, de 01 de Outubro de 2003, Estatuto do Idoso. Brasília 2003.