A Boa Gestão e o Bom Controle no Último Ano de Mandato



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Transcrição:

A Boa Gestão e o Bom Controle no Último Ano de Mandato Adriana Oliveira Conselheira Substituta - TCM/PA Cleber Mesquita dos Santos Analista de Controle Externo - TCM/PA

Nós não agimos corretamente porque temos virtude ou excelência. Ao contrário, temos virtude ou excelência por agir corretamente. Nós somos o que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um ato, mas um hábito. Will Durant

A Administração Pública e a função de Controle: O Art. 15 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), já prescrevia que: a sociedade tem direito de pedir conta a todo agente público de sua administração. O dever de prestar contas é inerente a toda atividade pública, tendo a sociedade o direito de exigi-la, para o exercício do controle do poder.

O Controle como instrumento de concretização de direitos: Administração Pública constitui um conjunto de meios institucionais, patrimoniais, financeiros e humanos, organizados e necessários para executar as decisões políticas, ou seja, para execução concreta dos objetivos governamentais. Encontra-se naturalmente vinculada ao atendimento ao cumprimento da lei e, por conseguinte, do interesse público.

O Controle como instrumento de concretização de direitos: Daí dizer-se que o controle tem por objetivo assinalar as faltas e os erros a fim de que se possa repará-los e evitar sua repetição. Mas, acima de tudo, pretende proporcionar à Administração Pública subsídios para assegurar o bom gerenciamento dos negócios públicos.

Retrospectiva da implantação do Controle Interno nos municípios do Estado do Pará: Edição da Resolução nº 7.739/2005- TCM/PA que dispôs sobre a obrigatoriedade de implantação do sistema de controle interno, nos termos da Constituição Federal. Inúmeros Encontros, Seminários, Cursos, Oficinas e congêneres foram realizados pelo TCM/PA com o objetivo de capacitar os jurisdicionados e auxiliá-los no cumprimento do normativo.

Retrospectiva da implantação do Controle Interno nos municípios do Estado do Pará: Ao longo do tempo, observou-se, predominantemente, a atuação restrita ao exame e validação de informações sob os aspectos exclusivos da legalidade e da formalidade.

Contexto Atual - Desafios a serem enfrentados no exercício do controle: Cultura da corrupção; Déficit de legitimidade; e Ruptura de paradigmas.

Cultura da corrupção Ibope (2006) 75% afirmaram que cometeriam atos de corrupção se tivessem oportunidade de fazê-lo; 59% afirmaram que, se fossem autoridades, contratariam familiares ou amigos para cargos de confiança; 43% disseram que aproveitariam viagens oficiais para lazer próprio e dos familiares.

Cultura da corrupção: Datafolha (2009): 36% dos ouvidos já pagaram propina; 27% receberam troco a mais e não devolveram; 79% acreditam que os eleitores vendem seus votos; 13% admite já ter trocado o voto por emprego, dinheiro ou presente (esse índice chega a 19% na região nordeste).

Cultura da corrupção: AMB (2010) 41% dos eleitores conhecem pessoas que venderam o voto. Vox Populi (2008) Apenas 4% dos brasileiros afirmaram que confiam na maioria das pessoas que conhecem.

Cultura da corrupção: UNB (2008) 50,3% dos brasileiros afirmaram que contratariam parentes se fossem servidores públicos; 28,1% afirmaram que utilizariam cartões corporativos com despesas pessoais;

Cultura da corrupção: UNB (2008) 19,9% disseram que levariam material escolar do trabalho para casa e outros 44,3% pediriam autorização ao chefe antes de fazê-lo; No caso dos servidores públicos, 22,5% admitiu já ter desobedecido alguma lei e outros 18,1% confessaram ter cobrado propina para atender alguma reivindicação legítima dos cidadãos.

Cultura da corrupção: Universidade de Porto (2007) Pesquisa demonstrou que nos países onde há mais alunos que colam (copiam) há também mais corrupção. Datafolha (2009) 31% dos entrevistados colaram em provas ou concursos, sendo 49% entre os jovens.

Cultura da corrupção: Brasmarket (2006) Pesquisa apontou que para cada 4 grupos de pais que afirmaram que criariam seus filhos para serem espertos e sonegadores, 2 disseram que os criariam para serem honestos.

Cultura da corrupção: Unicarioca (2015) 58% dos alunos já pediram para colocar nome em trabalho de grupo sem ter participado; 68% já copiaram textos da internet para aposentar em trabalhos; 59% assinaram lista de presença em nome de colega; 69% já colaram em provas.

Déficit de Legitimidade: Ranking da confiança: AMB (2007) 85% dos brasileiros acham que é possível combater a corrupção e apontam as instituições mais relevantes nessa missão: Polícia Federal: 25%; Ministério Público: 22,8%; Sociedade Civil: 12,9%; Poder Judiciário: 9,7%; Tribunal de Contas da União: 5%; Controladoria-Geral da União: 4,8%

(Os dados estatísticos anteriormente demonstrados foram apresentados no XXVIII Congresso dos Tribunais de Contas do Brasil, realizado em Recife, de 01 a 04.12.2015, pelo Exmo. Procurador Regional da República, Dr. Fábio George Cruz da Nóbrega, Conselheiro do CNMP).

Déficit de Legitimidade: Mazelas do controle tradicional alimentadoras de um círculo vicioso com a administração pública. Desperdícios de recursos públicos e frustração das expectativas da sociedade. A sensação de impunidade gerada pelo ciclo da responsabilização que não se fecha e que ressalta a ineficiência das instituições perante a sociedade.

Ruptura de paradigmas: Combate ao sentimento de inutilidade de ação estatal círculo virtuoso do controle - concretização de políticas públicas mudança de realidade. Trabalho em rede isoladamente somos insuficientes. Estímulo ao controle social e capacitação da cidadania (cidadão bem informado, consciente de seus deveres e direitos, tem melhores condições de influenciar a vida política e escolhas de prioridades).

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. Rui Barbosa

Perspectivas da atuação do Controle Interno na promoção da boa gestão: Criação e execução de controles efetivos para evitar abusos, fraudes e, de combate à corrupção e principalmente ao desperdício. Proporcionar à Administração Pública subsídios para assegurar o bom gerenciamento dos negócios públicos (recursos escassos X necessidades infinitas).

Perspectivas da atuação do Controle Interno na promoção da boa gestão: Assegurar transparência com a substituição de controles burocráticos por controles sociais (disponibilizar dados X disponibilizar informações). Promover a boa governança que, no setor público, compreende as boas práticas de liderança, estratégia e controle.

Perspectivas da atuação do Controle Interno na promoção da boa gestão: Novo paradigma de controle o bom controle alçado à condição de direito fundamental na sociedade contemporânea. Os direitos conquistados só se consolidam quando efetivamente usufruídos.

"A esperança é uma orientação do espírito, uma orientação do coração. Não é a convicção de que algo dará certo, mas a certeza de que algo faz sentido, independentemente dos seus resultados. Vaclav Havel

Grata! Adriana Oliveira Conselheira Substituta-TCM/PA adriana.oliveira@tcm.pa.gov.br (91)32107582

VEDAÇÕES E PRAZOS EM ÚLTIMO ANO DE MANDATO

DESPESA COM PESSOAL LRF, art. 21, parágrafo único: "Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20." Portanto, não apenas fica vedado o pagamento de majoração de despesas com pessoal, mas veda-se a prática do ato em si, do qual resulte nesse aumento.

DESPESA COM PESSOAL EXCEÇÕES: a. Não alcança os aumentos originários de vantagens pessoais, tais como a progressão na carreira, com previsão legal; anuênios; triênios; quinquênios e saláriofamília; b. Não veda o abono concedido aos profissionais do ensino básico para que se atenda à Emenda Constitucional nº 53/2007, que destina 60% do FUNDEB para os profissionais da educação básica;

EXCEÇÕES: DESPESA COM PESSOAL c. Não impede a nomeação de servidores públicos em concurso público, desde que homologado antes do período de vedação eleitoral; d. Não impede a concessão de revisão salarial geral anual aos servidores públicos, prevista no inciso X, do art. 37, da Constituição Federal, desde que a lei seja editada antes de 5 de julho, que haja dotação orçamentária específica, dispositivo que conste na LDO e declaração do ordenador de despesa, conforme art. 16, I, da LRF.

DESPESA COM PESSOAL Lei Eleitoral De acordo com a Lei nº 9.504/97, é expressamente vedado aos gestores, a partir dos 03 (três) meses que antecedem a eleição, até a posse dos eleitos: nomear, contratar, ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional.

DESPESA COM PESSOAL Lei Eleitoral Exceções: a. Nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; b. Nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo; c. Nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo;

RESTOS A PAGAR Conforme estabelecido no art. 42, caput, da LRF, é vedado ao titular de Poder ou órgão contrair despesas nos últimos 08 (oito) meses do último ano de mandato, ou seja, no período de 01/05 a 31/12, que não possam ser cumpridas de forma integral dentro do exercício financeiro, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte, sem que haja disponibilidade de caixa para este efeito.

RESTOS A PAGAR É necessário o pagamento, ou a existência de disponibilidade financeira suficiente, para o cumprimento das parcelas empenhadas e liquidadas no exercício, contraídas nesses últimos 8 (oito) meses. As parcelas a serem liquidadas devem ser pagas com recursos consignados nos orçamentos respectivos.

RESTOS A PAGAR A vedação do art. 42, da LRF, não atinge o empenho de despesas contraídas antes dos 8 (oito) meses finais, do exercício de último ano de mandato, mas sim o reconhecimento de novos compromissos, por meio de contratos, ajustes ou outros instrumentos congêneres, sem que haja disponibilidade de caixa para o respectivo pagamento.

RESTOS A PAGAR Recursos com vinculação específica, como os provenientes de convênios, FUNDEB e reservas previdenciárias, não devem ser considerados disponíveis para pagamento de despesas de natureza diversa. O cancelamento de restos a pagar liquidados e processados é ilegal, salvo em situações excepcionais, em que o objeto da obrigação deixa de existir ou é devolvido, abrindo-se a possibilidade de um estorno da obrigação, com a devida comprovação. É ilegal o cancelamento/anulação de empenhos de despesas liquidadas.

RESTOS A PAGAR De acordo com o art. 42, da LRF, as despesas decorrentes de obrigações contraídas nos últimos 02 (dois) quadrimestres, deverão ser pagas até o final do ano ou, se for o caso, ser pagas no ano seguinte com recursos provisionados no ano anterior. Da previsão legal em questão, destacam-se as seguintes considerações: a. As despesas dos contratos plurianuais serão inscritas segundo a competência do exercício financeiro;

RESTOS A PAGAR b. Para que se enquadre na exigência não basta contrair a obrigação das despesas, é necessário observar a competência da mesma, conforme art. 50, inciso II da LRF, em que a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência. Exemplo se tem com o pagamento da folha de pagamento do mês de dezembro que pode ser feito em janeiro do outro ano, entretanto, deve se deixar dinheiro para isso; c. Para efeitos desse artigo, o Poder ou órgão será responsabilizado individualmente;

PUBLICIDADE É vedado realizar despesas com publicidade dos órgãos públicos municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos nos últimos 3 (três) anos que antecederam o pleito ou do último ano imediatamente anterior à eleição. Essa operação deverá englobar todo o município, devendo abranger a administração direta e indireta.

PUBLICIDADE Configura abuso de autoridade, conforme disciplina o art. 74, da Lei nº 9.504/97, a infringência ao disposto no 1º do art. 37 da Constituição da República, in verbis: "A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos".

PUBLICIDADE Fica vedada, a partir de 02/07/2016, a publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral

OUTRAS VEDAÇÕES Está proibida, desde o dia 01/01/2016, a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados por lei e já em execução orçamentária no exercício anterior. Vide Lei nº 9.504/97, art. 73, 10

OUTRAS VEDAÇÕES Lei Eleitoral Contratar shows artísticos com recursos públicos na realização de inaugurações (art. 75) O Município não pode permitir que candidato participe, a partir de 02 de julho de 2016, de inaugurações de obras públicas (art. 77)

MAIORES INFORMAÇÕES RESOLUÇÃO Nº 002/2016/TCM-PA, de 28 de janeiro de 2016. APROVA O MANUAL DENOMINADO CONTAS PÚBLICAS E OUTROS PROCEDIMENTOS NO ÚLTIMO ANO DE MANDATO: ORIENTAÇÃO AOS GESTORES PÚBLICOS MUNICIPAIS. Cabe-nos assentar que a orientação técnica em questão não pretende esvaziar a matéria, tão pouco pretende substituir o controle interno da própria administração pública municipal, no conhecimento e assunção das obrigações legais a que estão submetidas, trazendo, contudo, a necessária reflexão dos agentes políticos envolvidos.

GRATIDÃO O êxito da vida não se mede pelo caminho que você percorreu, mas sim pelas dificuldades que você superou no caminho. Abraham Lincoln

Cleber Mesquita Analista de Controle Externo - TCM/PA