UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS



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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FABIOLA ARETUSE OLIVEIRA DE ALMEIDA A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE DUAS ESCOLAS DA CIDADE DE AREIA-PB ACERCA DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS. CAMPINA GRANDE-PB 2012

FABIOLA ARETUSE OLIVEIRA DE ALMEIDA A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE DUAS ESCOLAS DA CIDADE DE AREIA-PB ACERCA DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento as exigências para a obtenção do grau de Licenciada em Ciências Biológicas. Orientadora: Karla Patrícia de Oliveira Luna Campina Grande-PB 2012

F ICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UEPB A447p Almeida, Fabíola Aretuse Oliveira. A percepção de alunos de duas escolas da cidade de areia-pb acerca da utilização de plantas medicinais / Fabíola Aretuse Oliveira de Almeida. 2012. 23f. il. Color. Digitado. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas) Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, 2012. Orientação: Prof. Dra. Karla Patrícia de Oliveira Luna, Departamento de Ciências Biológicas. 1. Plantas medicinais. 2. Doença. 3. Tratamento. I. Título. CDD 21. ed. 615.321

FABÍOLA ARETUSE OLIVEIRA DE ALMEIDA A PERCEPÇÃO DE ALUNOS DE DUAS ESCOLAS DA CIDADE DE AREIA-PB ACERCA DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS Aprovada em 21 / 11 / 2012. BANCA EXAMINADORA

DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho aos meus pais, irmãos e a meu filho que tanto amo.

AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido o dom da sabedoria e ter me dado forças para perseverar e hoje estar concluindo este curso. Aos meus pais pela educação proporcionada, cuidado e auxilio em todos os momentos. Aos meus irmãos Fabrizio e Filipe, pelo carinho, compreensão e ajuda nos momentos certos. As minhas grandes amigas de curso e de vida, Giovana Patrícia e Marília Zulmira, pelos momentos que ficarão sempre guardados em minha memória. Ao meu grande amigo Ronaldo Júnior por todo apoio e companheirismo nas horas certas. E aos meus professores, Helder Albuquerque e Karla Luna, por todo conhecimento compartilhado e pela mão estendida no momento certo.

RESUMO Planta medicinal é aquela capaz de conferir um atributo medicinal, que é praticado por indivíduos da espécie humana, foi através do conhecimento empírico e tradicional que se chegou à maioria dos medicamentos disponíveis no mercado. Sendo assim, estudo propôs realizar um levantamento sobre os conhecimentos dos alunos a cerca do uso de plantas medicinais em relação às utilidades terapêuticas das plantas medicinais. A pesquisa foi realizada em duas escolas na cidade de Areia-PB, no mês de junho, sendo utilizado para a realização do estudo, um questionário semiestruturado que foi aplicado nas turmas do sétimo ano do ensino fundamental e segundo ano do ensino médio. As doenças mais citadas foram a dor de cabeça (58%), seguindo-se a gripe (25%). Quanto ao tipo de remédio mais utilizado, 74,6% dos estudantes recorrem a medicamentos sintéticos e 25,4% a remédio à base de plantas. A planta mais citada foi o boldo, com 39,3%, seguindose a erva-cidreira com 28,3%. A forma de uso mais utilizada é o chá (92,5%), seguindo-se o xarope (17,4%) e o sumo (2%). Palavras chaves: Plantas medicinais, doença, tratamento.

ABSTRACT Medicinal plant that is able to impart a medicinal attribute, which is practiced by individuals of the human species was through traditional and empirical knowledge that came to most drugs available on the market. Thus, the study proposed to conduct a survey on students' knowledge about the use of medicinal plants in relation to therapeutic utilities of medicinal plants. The research was conducted in two schools in the city of Areia-PB, in June, being used for the study, a semistructured questionnaire that was used in the seventh grade classes in primary and second year high school. The most mentioned diseases were headache (58%), followed by influenza (25%). Regarding the type of medicine most commonly used, 74.6% of students turn to synthetic medicines and 25.4% in herbal medicine. The plant was the most cited Boldo, with 39.3%, followed by lemongrass with 28.3%. The way of use is employed tea (92.5%), followed syrup (17.4%) and high (2%). Keywords: Medicinal plants, disease, treatment.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...08 2. A PROPAGAÇÃO DO CONHECIMENTO DAS PLANTAS MEDICINAIS...10 3. MATERIAL E MÉTODOS...12 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...15 5. CONCLUSÃO...22 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA...23

8 1. INTRODUÇÃO Na atualidade os recursos vegetais, dentro de um contexto de etnoconhecimento, podem ser destacados em uma diversificada rede de categorias de uso, tal como, plantas medicinais. O conhecimento botânico tradicional de populações, em diferentes regiões, abordando os recursos vegetais, se detém principalmente as contribuições voltadas para as plantas medicinais (GUARIM NETO et. al. 2010). Os estudos realizados por Vendruscolo e Mentz (2010), afirmam que a utilização de plantas para a cura de males relacionados à saúde é uma prática milenar da humanidade e suas indicações de uso vão apresentar diferenças quando comparadas as diversas organizações culturais, encontradas no mundo, ou até mesmo no Brasil, portanto, dentro desse contexto, índios, escravos e imigrantes contribuíram diretamente para o surgimento de uma medicina tradicional e original brasileira, mas que apresenta variações regionais. Sendo assim, as plantas medicinais possuem um importante papel na saúde mundial levando pesquisadores e indústrias farmacêuticas a investirem cada vez mais em pesquisas na busca por novos fármacos (SOUZA et. al. 2008) realizando testes para fornecer maior confiabilidade quanto ao uso de plantas medicinais, podendo facilitar a seleção de algumas delas e também selecionar as mais importantes para a população estudada, a fim de repassar informações posteriores sobre os cuidados na sua utilização (VENDURUSCOLO et. al, 2008). O uso popular de plantas medicinais é fundamentado no acúmulo de informações que é repassada oralmente de geração a geração, (FRANCO, 2006) e lançar um olhar diferenciado sobre esse conhecimento acumulado através de gerações revela uma pluralidade cultural, biológica e social (GUARIM NETO e MACIEL, 2008; GUARIM NETO e CARNIELLO, 2008), porém, apesar do estudo com plantas medicinais constituir-se em uma prática antiga, ultimamente vem sendo descaracterizada em virtude do desinteresse por parte da população, o que pode acarretar em perdas de informações preciosas a respeito de tal temática.

9 O que diferencia o homem moderno daqueles de épocas remotas é o alto consumo de medicamentos industrializados, que, apesar da grande oferta não solucionou a maior parte dos problemas de saúde da população (VEIGA-JUNIOR, 2008). Portanto, esses estudos são de grande relevância dentro das comunidades como um meio avaliador do conhecimento a cerca do uso de plantas medicinais entre os populares, mas em contrapartida são escassos entre o universo dos estudantes que pode se constituir em uma ferramenta de aprendizado, tendo-se em vista que o conhecimento envolvendo plantas medicinais são práticas existentes entre os antepassados perdurando atualmente entre as famílias. Não se podem excluir as compreensões que os estudantes apresentam sobre a flora que os circunda, nem desconsiderá-las, diante de um conhecimento mais elaborado, como o científico. Na plenitude da vida deve-se buscar um novo conhecimento para além da valorização das concepções dos estudantes. Diante disso, este estudo propôs realizar um estudo etnobotânico sobre a utilização das plantas medicinais por alunos do ensino fundamental e médio, promovendo um levantamento das espécies mais utilizadas pelos alunos, identificando a importância da utilização das plantas medicinais no contexto social e medicinal na visão dos alunos e descobrir através de pesquisa investigativa quais os benefícios que se têm com a utilização de tais plantas para a saúde da população.

10 2. A PROPAGAÇÃO ACERCA DO CONHECIMENTO DAS PLANTAS MEDICINAIS Durante os séculos de colonização, a utilização de plantas com fins medicinais para tratamento das patologias era patrimônio somente dos índios e de seus pajés, mas em meados do século XX este conhecimento sobre o uso das plantas que até então estava restrito a sociedades isoladas geograficamente, passou a ser comum em centros rurais e urbanos (BRUNING et. al. 2011). Isso denota certa preocupação já que grande parte desse conhecimento adquirido com o passar do tempo pode ser perdido principalmente em um país como o Brasil, de grande biodiversidade e que tem neste acervo uma infinidade de plantas que pode ser utilizadas para combater certas enfermidades. De acordo com Bruning (2011), a crença popular de que uma simples planta funcionava para tratar doenças aos poucos foi sendo substituída pelo forte apelo dos remédios, que causavam certa atração nos pacientes devido à promessa de uma cura rápida e total. Em algumas comunidades carentes este tipo de cura onde se utilizam as plantas medicinais ainda é bastante usado já que estas não podem se dirigir as farmácias para comprar um medicamento devido a seu custo, fazendo com que se utilizem formas caseiras de tratamento contribuindo assim para a disseminação de tal conhecimento. O Brasil no contexto mundial pode ser considerado um país privilegiado no que se refere a plantas medicinais já que devido a sua grande biodiversidade encontrase uma grande variedade de plantas que podem ser utilizadas para a cura de doenças. Para isso se faz necessário que tal conhecimento não se perca ao longo do tempo e que se processe a descoberta de novos conhecimentos para que a população em seu contexto generalizante possa ser beneficiada com novas formas de tratamento.

11 É necessária uma ampla discussão sobre este assunto e um interesse maior acerca de informações geradas pelas comunidades.

12 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Caracterização do campo de pesquisa O estudo realizou-se nas escolas Estadual Min. José Américo de Almeida e Santa Rita, na cidade de Areia-PB localizada na microrregião do Brejo Paraibano, entre estudantes do 7º ano do ensino fundamental e 2º ano do ensino médio. Os alunos responderam um questionário, contendo perguntas referentes às plantas medicinais. 3.2. Tipo de pesquisa Este projeto foi realizado tomando por base metodológica a pesquisa qualitativa, além de pesquisa quantitativa. 3.3. Coleta de dados A coleta de dados realizou-se por meio de observação direta, além de questionários semiestruturados respondidos por 202 alunos, no mês de junho de 2012. A coleta de dados foi realizada pelo próprio pesquisador através de questionários abertos e semiestruturados. Estabeleceu-se um clima de maior empatia possível entre o entrevistador e os entrevistados a fim de que estes pudessem falar livremente a respeito das questões propostas. Os questionários, transcritos literalmente, foram aplicados conforme cronograma, nas respectivas salas de aula da própria unidade escolar. Antes do início da aplicação dos questionários houve explicação aos alunos sobre o objetivo da pesquisa, apresentando o Termo de Esclarecimento e Termo de Consentimento da liberdade em participar deles, a garantia do anonimato e da não relação com notas escolares.

13 3.4. Análise dos dados O estudo das representações sociais pode ser abordado através da pesquisa qualitativa, capaz de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas sociais, tomadas como construções humanas significativas. Os conflitos, as ideias, as crenças e os comportamentos presentes no campo social são expressos através da comunicação verbal (MINAYO, 2000). O método empregado utiliza um conjunto de instrumentos, as figuras metodológicas, que viabilizam discriminar os principais temas do discurso apresentado pelos alunos no que se refere ao presente objeto de estudo. As informações dos questionários foram transcritas. 3.5. Apresentação dos resultados Os resultados serão apresentados de maneira descritiva. De acordo com variáveis intimamente ligadas aos objetivos do trabalho e as perguntas formuladas nos questionários. 3.6. Considerações Éticas De acordo com o Conselho Nacional de Saúde, através da Resolução N 196, de 10 de outubro de 1996, que aprovou as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos e, incorporou sob a ótica do individuo e das coletividades, as quatro referencias básicas da Bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, visando assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. Sendo assim, e obedecendo à resolução acima especificada foram contatados, com antecedência, os órgãos envolvidos na pesquisa que emitiram concordância documentada e autorização da pesquisa através de documentos.

14 Ao término da investigação, os resultados foram comunicados aos estabelecimentos envolvidos, bem como, a preservação da identidade dos sujeitos. A pesquisa não trouxe ônus financeiro para as entidades participantes, e a coleta de dados como propõe o projeto, possibilita a obtenção de conhecimento científico relevante e novo, e não poderia ser conseguido de outra forma.

15 4. RESULTADO E DISCUSSÃO No questionário aplicado nas turmas foi perguntado a respeito da quantidade de pessoas que moravam na residência, esta variou entre 4 a 5 pessoas, porém nas casas desses estudantes ainda existem idosos, o que de certa forma é de uma grande ajuda para continuar existindo entre os jovens a prática do uso de plantas medicinais, uma vez que, os idosos são os maiores detentores do saber e aqueles que ainda os põem em prática. Nos dias atuais a missão de sustentar a família é um pouco árdua, levando-se em consideração que tudo hoje requer boas condições financeiras, fato este que implica em procura por emprego em cidades vizinhas. Tendo essa problemática em vista perguntou-se aos estudantes quantas pessoas trabalhavam fora, (45,3%) dos estudantes responderam que apenas uma pessoa trabalha fora e (28,3%) responderam que duas pessoas trabalham fora. Quanto ao imóvel ocupado pelos estudantes e familiares, a maioria possui casa própria com alguns poucos morando em casa alugada. O período de tempo de moradia é variado. Alguns estudantes dos colégios alvos da pesquisa vêm de cidades vizinhas, precisando se deslocar todos os dias para que possam estudar. A grande maioria explica a necessidade de deslocamento, por não ter as referidas séries nas suas cidades ou porque estão em busca de melhores ofertas de estudos para se tornar mais capacitado para as diversas fases da vida. Quanto ao tipo de doença mais comum na família, destacou-se a dor de cabeça (58%), seguindo-se a gripe (25%) (figura 1). Essas doenças citadas são comuns e na sua maioria decorrente de estresse enfrentado pelas pessoas no cotidiano. Além disso, normalmente são curadas em casa, uma vez que se configura em doenças simples e que muitas vezes são sanadas até com um simples chá feito em casa. Ressaltando aqui também que farmácias hoje vendem alguns chás, porém, ainda sim, são em sua maioria industrializados.

16 Dor de cabeça Gripe Dor na coluna Pressão 10% 7% 25% 58% Figura1. Doenças mais comuns segundo os alunos das duas escolas pesquisadas em Areia-PB, 2012. Diante da precariedade dos atendimentos públicos de saúde vivenciada pelas pessoas de baixa renda, e levando-se em consideração que uma pequena minoria tem acesso ao atendimento médico privado, foi perguntado aos alunos qual a primeira providência quando alguém adoece, 55% procuram um médico, 37% toma remédios caseiros, como mostra a figura 2. Mesmo sendo procurado o médico, como uma primeira providencia, as famílias desses estudantes fazem uso dos remédios caseiros, confirmando a confiabilidade dessas pessoas nos remédios caseiros que denota a ideia de redução de efeitos colaterais, bem como a cura de enfermidades a baixo custo, pois os medicamentos hoje são vendidos a altos preços, tornando-os cada vez mais inacessíveis a boa parte da população.

17 3% 5% Procura um médico Toma remédio caseiro 37% 55% Procura um curandeiro ou benzedeira Outros Figura 2. Atitude tomada pelos familiares diante de doenças, segundo os alunos das duas escolas pesquisadas em Areia-PB, 2012. Na contemporaneidade os remédios á base de plantas foram substituídos gradativamente pelos medicamentos sintéticos disponíveis em farmácias, fato esse que contribuiu muito para a desvalorização do saber popular, diante do exposto perguntado aos estudantes qual o tipo de remédio que mais se utilizam quando ficam doentes, (74,6%) dos estudantes responderam remédio de farmácia, e (25,4%) responderam remédio à base de plantas. Apesar dos medicamentos sintéticos estarem entre os mais utilizados na procura pela cura de alguma enfermidade, observa-se que o uso dos remédios á base de plantas ainda é muito utilizado, o que significa que a cultura popular a cerca das plantas medicinais ainda perdura e não foi totalmente esquecida diante do fácil acesso a medicamentos sintéticos. Atualmente são poucas as pessoas que se interessam em cultivar plantas medicinais em casa, até mesmo por saber que os remédios podem ser encontrados já prontos para ser ingeridos. Sabendo-se dessa facilidade perguntou-se aos alunos onde eles conseguiam as plantas para a preparação dos remédios. Surpreendentemente a maioria, (39,3%) dos estudantes, respondeu que possui as plantas medicinais cultivadas no quintal, seguindo-se aquisição através da feira ou mercado (34%) Este resultado está de acordo com Guarim Neto et. al (2010), onde ele afirma que o quintal é utilizado para o cultivo de plantas, em especial as medicinais. É válido ressaltar que nos dias atuais já existem muitos raizeiros que

18 vendem plantas medicinais em feiras livres, como também já existem farmácias de manipulação que já fabricam os remédios á base de plantas, o que facilita muito a aquisição desses produtos pelas pessoas interessadas. Perguntou-se aos estudantes quais as plantas que costumavam usar e para qual doença, a planta mais citada, foi o boldo (39,1%) para doenças tais como, dores de barriga e enjoo, seguindo-se a erva-cidreira (28,3%) como calmante e para aliviar dores de cabeça. O quadro 1, mostra com mais precisão as plantas citadas, a porcentagem, o tipo de doença relacionada a cada uma delas, como também o nome científico. Quadro1. Nome Popular % Nome científico Doença Boldo 39,1 Vernonia condensata Dor de barriga, estômago, dor de cabeça, enjoo, dor, gases. Erva Cidreira 28,3 Melissa officinalis Dor de barriga, Calmante, estomago, gripe, dor de cabeça, enjoo, dor de ouvido, pressão, digestão, dores, enxaqueca, garganta, estresse. Capim Santo 27,7 Cirsium vulgare Dor de barriga, calmante, estomago gripe, dor de cabeça, enjoo, pressão, dor, coluna. Erva Doce 23,2 Anethum foeniculum Dor de barriga, calmante, tosse, gripe, febre, dor de cabeça, dor no peito, Hortelã 18,8 Mentha piperita Dor de barriga, tosse, estomago, gripe, dores abdominais, dor de

19 cabeça, ameba, enjoo, dor de ouvido, dor nos ossos. Camomila 15,3 Matricaria chamomila Estresse, calmante, dor de cabeça, pressão, insônia, dor, coluna. Sabugueiro 4,9 Sambucus nigra Dor de barriga, tosse, gripe, pressão. Folha de pitanga 3,4 Eugenia uniflora Dor de barriga, cólicas, estomago. Goiabeira 2,9 Psidium guajava Dor de barriga, estômago, Diarreia. Eucalipto 2,9 Eucaliptus globulos Gripe, febre, dor. Cebola 2,4 Allium cepa Tosse, gripe. Folha de Chuchu 2,4 Sechium edule Pressão. Folha de louro 2,4 Laurus nobilis Dor de barriga, estômago, Constipação. Folha de laranja 1,9 Citrus sinensis Estresse, insônia. Babosa 1,9 Aloe arborescens Caspa, dor, hemorroida, cicatrizante. Romã 1,9 Punica granatum Garganta. Endro 1,4 Anethum graveolens Febre, dor de cabeça. Canela 1,4 Cinnamomun zeylanicum Gripe, febre. Hortelã da folha grossa 1,4 Plectranlhus amboinicus Dor de barriga, cólicas, febre. Alho 0,99 Allium sativum Gripe. Hortelã da folha miúda 0,99 Mentha piperita Dor de barriga, catarro no peito. Alecrim 0,99 Rosmarinus officinalis Dor de ouvido. Pinhão 0,99 Jatropha curcas Dor de cabeça, feridas. Bredo Moela 0,99 Amaranthus viridis Dor de barriga. Limão 0,99 Citrus aurantifolia Gripe. Catingueira 0,99 Poincianella bracteosa Cólicas.

20 Arruda 0,99 Ruta graveoleons Dor de ouvido. Malva 0,99 Malva sylvestris Gripe, cansaço. Rosa Branca 0,49 Rosa Gallica Cravo de defunto 0,49 Tagetes minuta Tosse. Raiz de coco 0,49 Cocos nucifera Gripe. Água de caju 0,49 Anacardium occidentale Feridas. Aroeira 0,49 Schinus terebinthifolius Coceira. Melão 0,49 Cucumis melo Coceira. Tupi 0,49 Cólicas. Chá verde 0,49 Thea sinensis Emagrecer. Jatobá 0,49 Hymenaea courlari Gripe. Espriteira 0,49 Gripe. Sete Dores 0,49 Dor de cabeça. Carqueja 0,49 Baccharis triptera Enxaqueca. Chá preto 0,49 Thea sinensis Infecção urinária. Mastruz 0,49 Chenopodium Gripe. ambrosioides Menta 0,49 Mentha s.p. Gripe. A maioria dos estudantes usam essas plantas como chá (92,5%), seguindo-se o xarope (17,4%) e a folha pura (2%). Esse resultado obtido pode estar relacionado com a facilidade de se preparar o chá, tendo-se em vista que o xarope não é fácil de ser produzido. Quanto ao sumo requer um pouco mais de conhecimento, uma vez que normalmente é utilizado de forma mais direta. Porém observa-se que a família dos estudantes detém certo conhecimento inclusive na forma do preparo variando desde um simples chá até um xarope que é mais rebuscado em virtude de se precisar de mais de uma planta para obter o medicamento final com toda a sua eficácia para agir no combate das enfermidades. No que se refere com quem se aprendeu como as plantas curavam, a maioria respondeu que aprendeu com a mãe (60,7%), seguindo-se a avó (39,3%). Esse resultado mostra que normalmente essas preciosas informações são passadas de

21 geração a geração, e dessa forma o saber continua a perdurar ao longo dos séculos, bastando a nós apenas dar continuidade para que esse saber não fique adormecido e termine por ser esquecido. Esse estudo corrobora com os estudos de Vendruscolo e Mentz (2010), onde eles realizaram uma pesquisa sobre a utilização de plantas medicinais em uma comunidade rural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

22 5. CONCLUSÃO Este estudo promoveu um levantamento etnobotânico acerca da utilização de plantas medicinais por aluno de duas escolas no município de Areia-PB. De acordo com o levantamento dos estudantes diversas plantas foram citadas para os diversos tipos de doenças e dentre estas as plantas mais utilizadas, segundo os alunos, foi o boldo (39,1%) para doenças tais como, dores de barriga e enjoo, seguindo-se a erva-cidreira (28,3%) como calmante e para aliviar dores de cabeça e no que se refere à forma de uso dessas plantas a maioria informou o chá (92,5%), em seguida o xarope (17,4%). Este conhecimento empírico adquirido ao longo das gerações é repassado de maneira cultural, principalmente em comunidades de baixa renda, mas grande parte deste conhecimento tem sido desprezado nas gerações atuais e isto se deve em parte pela facilidade em adquirir o medicamento industrializado e ao forte apelo da indústria farmacêutica e as promessas de cura de maneira mais rápida. Para isso é de suma importância que se faça um estudo aprofundado acerca da utilização das plantas medicinais para que possamos resgatar todo esse conhecimento que por anos foi adquirido por nossos antepassados.

23 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA GUARIM NETO, G.; GUARIM,V. L. M. DOS; CARNIELLO, M. A.; SILVA, C. J. DA; PASA, M. C. Etnobiologia, etnoecologia e etnobotânica: as conexões entre o conhecimento humano e os ambientes em Mato Grosso, Brasil. Etnobiologia e Etnoecologia: pessoas e natureza na América Latina, p. 145-172 1ª. ed.- Recife: Nupeea 2010. VEIGA-JÚNIOR, V.F. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Revista Brasileira de Farmacognosia. 18(2): 308-313, abr/jun.2008. VENDRUSCOLO, G.S.; RATES, S. M.; MENTZ, L. A. 2008. Plantas utilizadas como medicinais pelos moradores do bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Giovana Secretti Vendruscolo. SOUZA, C.D. E FELFILI, J.M. Uso de plantas medicinais na região de alto paraíso de Goiás, Brasil. Act. Bot. bras. 20(1): 135-142.2006. GUARIM NETO, G.; CARNIELLO, M. A. 2008. Quintais mato-grossenses: espaços de conservação e reprodução de saberes. EDUNEMAT: Cáceres. GUARIM NETO, G. ; MACIEL, M. R. A. 2008. O saber local e os recursos vegetais em Jurema, Mato grosso. Entrelinhas/Edufmt: Cuiabá. VENDRUSCOLO, G. S. ; MENTZ, L.A. O uso de plantas medicinais por uma comunidade rural de Porto Alegre, Rio Grande do sul, Brasil. Etnobiologia e Etnoecologia: pessoas e natureza na América Latina. 1ª. ed. Recife: Nupeea 2010