Células do Sistema Imune



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Transcrição:

Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação Professora Ana Paula Peconick Tutor Karlos Henrique Martins Kalks Lavras/MG 2011 1 P ágina

Ficha catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA Espaço a ser preenchido pela biblioteca

[A ser preenchido posteriormente] Espaço a ser preenchido pelo CEAD

Digite o Título do Documento Índice UNIDADE 1... 5 1. Células do sistema imune... 6 1.1 Células do sistema imune inato... 7 1.1.1Células fagocíticas... 7 1.1.2 Células Natural Killer... 12 1.1.3 Células Dendríticas... 13 1.1.4 Outras células...13 1.2 Células do sistema imune adaptativo...14 1.3 Bibliografia......15 4 P ágina

Digite o Título do Documento UNIDADE 1 OBJETIVO: Rever e discutir os conceitos básicos e a morfologia das células do sistema imune. 5 P ágina

1. Células do sistema imune As células tronco hematopóeticas dão origem a todas as células sanguíneas na medula óssea. As células precursoras mielóides dão origem aos eosinófilos, basófilos, mastócitos, neutrófilos, monócitos (macrófagos), plaquetas e algumas células dendríticas Os linfócitos B, linfócitos T, células Natural Killer e algumas células dendríticas possuem origem na linhagem linfóide (figura 1). Além de todas as células desenvolverem na medula óssea, muitas também maturam neste ambiente ou permanecem quando se tornam células de memória. As células do sistema imune inato e adaptativo são denominadas de células sanguíneas brancas ou leucócitos. Figura 1: Origem das células hematopoéticas. 6 P ágina

1.1 Células do sistema imune inato O sistema imune inato representa a linha defesa inicial contra antígenos, consistindo em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que já existiam antes do estabelecimento de uma infecção e que estão programados para responder rapidamente a infecções. As mais numerosas células efetoras do sistema imunológico natural são células derivadas da medula óssea que circulam no sangue e migram para dentro dos tecidos. Estas incluem células da linhagem mielóide, composta por neutrófilos, fagócitos mononucleares e células dendríticas, e células da linhagem linfocítica, incluindo as células NK, as células Tγδ e as células B B - 1. 1.1.1 Células fagocíticas Os fagócitos, incluindo os neutrófilos e os macrófagos, são células cuja função principal é identificar, ingerir e destruir micro-organismos. Reveja a definição de fagocitose... As respostas funcionais dos fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em recrutamento ativo das células para os locais de infecção, reconhecimento dos antígenos, ingestão e destruição dos mesmos pelo 7 P ágina

processo de fagócitos. Além disso, os fagócitos produzem importantes citocinas para a comunicação imunológica. Os neutrófilos, também denominados de fagócitos polimorfonucleares, representam a população mais numerosa das células sanguíneas brancas circulantes e medeiam as fases mais iniciais das respostas inflamatórias. Sua produção é estimulada pelo fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) na medula óssea. Na circulação são células esféricas com cerca de 12 a 15 µm de diâmetro. O núcleo de um neutrófilo é segmentado em três a cinco lóbulos conectados e o citoplasma com grânulos de dois tipos (específicos e azurófilos). Os grânulos específicos possuem enzimas (lisozima, colagenase e elastase) e esses grânulos não se coram fortemente nem com corantes básicos nem com corantes ácidos. Os grânulos azurófilos são lisossomos que contêm enzimas e outras substâncias microbicidas (defensinas e catelicidinas). Os neutrófilos são as primeiras células a migrar para locais de infecção após a entrada de um agente estranho. Após algumas horas ou se o neutrófilo circulante não for recrutado para um local de inflamação dentro desse período, ele sofre morte celular programada (apoptose). O sistema dos fagócitos mononucleares é constituído por monócitos e macrófagos. 8 P ágina

macrófagos? Quais as diferenças entre monócitos e Os monócitos possuem diâmetro de 10 a 15 µm, com o núcleo em forma de feijão e citoplasma finamente granuloso contendo lisossomos, vacúolos fagocíticos e filamentos citoesqueléticos. Os macrófagos não possuem um padrão morfológico bem definido e ainda podem se fundir e formar células gigantes. Macrófagos em diferentes tecidos receberam nomes especiais para designar localizações específicas. Dê exemplos de nomes específicos de macrófagos de acordo com a localização tecidual: 9 P ágina

Os macrófagos respondem aos micro-organismos quase tão rapidamente quanto os neutrófilos, contudo possuem uma meia vida mais duradoura, permanecendo nos momentos mais tardios do processo inflamatório (até dois dias). Ao contrário dos neutrófilos, os macrófagos não são terminalmente diferenciados e podem sofrer divisão celular em um local inflamatório. Descreva o processo de recrutamento de leucócitos para o local inflamatório de acordo com a figura abaixo: Figura 2: Recrutamento de leucócitos. 10 P ágina

A ativação dos macrófagos pode ser de forma clássica, após o início do processo inflamatório, na presença de INF-γ, ou de forma alternativa na presença de IL -4 e IL- 13. As funções exercidas pelo macrófago vão depender de como o mesmo foi ativado, observe a figura 3. Figura 3: Ativação clássica e alternativa de macrófagos. Os macrófagos também são células apresentadoras de antígenos para as células T. Liste outras funções efetoras dos macrófagos: 11 P ágina

1.1.2 Células Natural Killer As células natural killer ou células NK são de origem linfóide e constituem de 6 a 20% das células monucleares no baço. São descritas como linfócitos grandes com numerosos grânulos citoplasmáticos com enzimas (perforinas e granzimas). Reconhecem células infectadas e/ou estressadas, respondendo destruindo diretamente essas células e secretando citocinas inflamatórias. As células NK podem controlar uma infecção com micro-organismos intracelulares por vários dias e até semanas. Podem destruir células infectadas que tendem a escapar das células T citotóxicas ou células tumorais. Explique os mecanismos de destruição direta e indireta realizado pelas células NK: Direto Indireto A ativação da célula NK é regulada por um balanço entre os sinais que são gerados de receptores de ativação e de receptores de inibição. A expansão e as atividades das células NK são também estimuladas por citocinas, IL-15 e IL-12. 12 P ágina

1.1.3 Células Dendríticas As células dendríticas desempenham papéis importantes nas respostas naturais a infecções, e na ligação das respostas imunes naturais e adquiridas. Realizam função fagocítica e são as principais células apresentadoras de antígenos aos linfócitos. Morfologicamente são descritas com longas projeções membranosas. A ativação das células dendríticas ocorre pelos receptores de reconhecimento padrão e após ativação se tornam móveis e migram para tecidos linfóides periféricos, ativadas também expressam moléculas co-estimuladoras. 1.1.4 Outras células Outras células importantes no sistema imune inato são os mastócitos, basófilos e eosinófilos. A função principal dos mastócitos está relacionada com a liberação de grânulos contendo histamina e outros compostos ativos presentes principalmente na resposta alérgica. Os basófilos também participam dos processos alérgicos, liberando histamina e heparina. E os eosinófilos estão envolvidos na resposta imune contra parasitos recobertos por anticorpos, principalmente IgE. Acesse na internet páginas para revisão da morfologia das células do sistema imune inato, imprimindo ou fazendo esquemas para ilustrar essa unidade. 13 P ágina

1.2 Células do sistema imune adaptativo Os linfócitos T e B maduros são oriundos de células precursoras linfóides derivadas da medula óssea. Durante o desenvolvimento as células T imaturas migram para o timo, onde amadurecem, enquanto as células B desenvolvem-se na própria medula. A evolução dessas células possibilitará o desenvolvimento de seus receptores antigênicos, assim estabelecendo o repertório imunológico. Leia mais sobre os linfócitos no guia de estudo Desenvolvimento de linfócitos e o rearranjo genético de receptores de antígenos 14 P ágina

1.3 Bibliografia ABBAS, A. K.; LICHTMANA, A. H.; PILLAI, S. Celular and Molecular Immunology. Philadelphia: Saunders, 6ed. 2007. CARVALHO, F. W. Técnicas médicas de hematologia e imuno-hematologia. Belo Horizonte: Coopmed, 8ed., 2008. DOAN, T.; MELVOLD, R.; VISELL, S.; WALTENBAUGH, C. Lippincott's Illustrated Reviews: Immunology. Washington, DC: Lippincott Williams & Wilkins, 1ed. 2007. ROITT, I. M.; DELVES, P. J. Roitt s Essential Immunology. Massachusetts, USA: Blackwell Science, 10ed. 2001. 15 P ágina