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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores A.C.MATHIAS COLTRO (Presidente sem voto), JAMES SIANO E MOREIRA VIEGAS.

Transcrição:

A C Ó R D Ã O 7ª Turma GMRLP/hj/lp AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT INAPLICABILIDADE - MORTE DO EMPREGADO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. Tratando-se de recurso de revista interposto em face de decisão regional que se mostra contrária à jurisprudência consolidada desta Corte, revela-se presente a transcendência política da causa (art. 896-A, 1º, inciso II, da CLT), a justificar o prosseguimento do exame do apelo. De outra parte, ante a razoabilidade da tese de violação ao artigo 477, 8º, da CLT, recomendável o processamento do recurso de revista, para melhor exame da matéria veiculada em suas razões. Agravo de instrumento provido. RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT INAPLICABILIDADE - MORTE DO EMPREGADO. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA. Tratando-se de recurso de revista interposto em face de decisão regional que se mostra contrária à jurisprudência consolidada desta Corte, revela-se presente a transcendência política da causa, a justificar o prosseguimento do exame do apelo. Na questão de fundo, discute-se o cabimento da multa do artigo 477, 8º, da CLT, por atraso na quitação das verbas rescisórias, em caso de extinção do contrato de trabalho por falecimento do empregado. A jurisprudência desta Corte consolidou o entendimento no sentido de que, em caso de extinção do contrato de trabalho em razão do falecimento de empregado, não se aplica a multa do artigo 477,, 8º, da CLT, porquanto o 6º desse mesmo dispositivo não abrange a referida hipótese, de modo Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.2 que a interpretação da referida norma deve ser restritiva. De outro lado, o artigo 1º da Lei 6.858/1980 estabelece que os valores devidos pelos empregadores aos empregados, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em cotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social, contudo, tal norma também não impõe prazo para o pagamento dos valores mencionados. Outrossim, é incabível exigir do empregador o ajuizamento de ação de consignação em pagamento com o fito de eximi-lo da aplicação da aludida multa, pois tal procedimento somente é cabível nas hipóteses restritas do artigo 335 do Código Civil, o que não se verifica no presente caso. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR-10923-30.2017.5.15.0137, em que é Recorrente UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP e são Recorridas ELISABETH ANTUNES SEBASTIÃO E OUTRA.. Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Universidade de São Paulo USP, no qual defende o concurso dos requisitos de admissibilidade do recurso de revista manejado contra acórdão, cuja publicação ocorreu na vigência da Lei nº 13.467/17. desprovimento do apelo. Manifestação da d. Procuradoria-Geral no seq. 6, pelo Contraminuta às págs. 184/186 do seq. 3. É o relatório. V O T O AGRAVO DE INSTRUMENTO I - CONHECIMENTO Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.3 os pressupostos de admissibilidade. DO EMPREGADO Conheço do agravo de instrumento, visto que presentes II - MÉRITO MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT INAPLICABILIDADE - MORTE A agravante reitera os fundamentos do recurso de revista quanto ao tema ora em epígrafe, alegando que merece reforma o acórdão regional que a condenou ao pagamento da multa do artigo 477 da CLT, em razão do atraso do pagamento das verbas rescisórias às herdeiras do empregado falecido. Alega, em síntese, que descabe a imposição da referida multa, por ausência de previsão legal estipulando prazo para o pagamento das verbas rescisórias em caso de extinção do contrato de trabalho por falecimento do empregado. Aponta violação aos artigos 477 da Consolidação das Leis do Trabalho e 1º da Lei 6.858/80. Transcreve arestos. Inicialmente, cumpre consignar que estão preenchidos os pressupostos do artigo 896, 1º-A, da CLT. Por outro lado, conforme preconiza o artigo 896-A da CLT, com redação atribuída pela Lei nº 13.467/2017, antes de se examinar os pressupostos intrínsecos do recurso de revista, faz-se necessário verificar se a causa oferece transcendência. Vejamos, por oportuno, a redação do referido dispositivo: Art.896-A - O, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. 1º São indicadores de transcendência, entre outros: I - econômica, o elevado valor da causa; II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do ou do Supremo Tribunal Federal; III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. Com efeito, deve-se destacar, inicialmente, que a parte final do 1º do aludido artigo 896-A da CLT, ao se valer da expressão entre outros, sinaliza que os indicadores de natureza econômica, política, social ou jurídica são meramente exemplificativos, razão pela Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.4 qual a transcendência das matérias ventiladas no apelo revisional deve atender a uma das hipóteses elencadas nos incisos I a IV do referido dispositivo legal ou a outros elementos que demonstrem a relevância do debate submetido ao exame do. Portanto, consoante se extrai do art. 896-A, 1º, inciso II, a transcendência política será reconhecida quando houver desrespeito da decisão recorrida à jurisprudência sumulada do TST ou do STF. Além disso, a 7ª Turma do TST vem reiteradamente decidindo que o desrespeito à jurisprudência reiterada do TST e a presença de divergência jurisprudencial ensejadora de insegurança jurídica caracterizam, de igual modo, a transcendência política. Isso porque segurança jurídica envolve um estado de cognoscibilidade, de confiabilidade e de calculabilidade. (Precedentes: TST-AIRR-10117-71.2017.5.15.0144, Relator Ministro Evandro Pereira Valadão Lopes, DEJT 17/04/2020, TST-Ag-AIRR-11271-31.2016.5.09.0014, Relator Ministro Evandro Pereira Valadão Lopes, DEJT 17/04/2020 e TST-ARR-101029-95.2016.5.01.0029, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 03/04/2020). No presente caso, a reclamada requer a reforma do acórdão regional quanto à imposição da multa do artigo 477, 8º, da CLT, tendo em vista a ausência de previsão legal estipulando prazo para o pagamento das verbas rescisórias em caso extinção do contrato de trabalho por falecimento do empregado. A causa oferece transcendência política, na medida em que o e. Tribunal Regional, ao manter a condenação da reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, 8º, da CLT, por entender que houve atraso no pagamento das verbas rescisórias às herdeiras do empregado falecido, consignando que o trabalhador faleceu em 03/06/2016 e as verbas rescisórias somente foram pagas em duas parcelas, a saber 28/11/2016 e 20/01/2017, pois as herdeiras lograram apresentar a documentação necessária para efetivação do pagamento em 26/08/2016 (ID 2c2c287), mas somente procedeu ao pagamento a partir de 28/11/2016, ou seja, mais de TRÊS meses depois de ter conhecimento para quem destinar o pagamento dos haveres rescisórios, e ainda, de forma parcelada, somente efetivando o pagamento do saldo quase DOIS meses depois de realizar o primeiro pagamento e que não se pode admitir como razoável a demora na efetivação do pagamento de verbas de caráter alimentar às herdeiras e ainda, de forma parcelada e sem qualquer justificativa, acabou por contrariar a jurisprudência consolidada desta Corte Superior, no sentido de ser inaplicável a multa do artigo 477,, 8º, da CLT para Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.5 os casos de resilição contratual por morte do empregado, visto que o artigo 477, 6º, da CLT não contempla a hipótese de rompimento do contrato de trabalho pelo falecimento do trabalhador. Nesse sentido, confiram-se os precedentes da SBDI-1 e desta 7ª Turma, a saber: MULTA. ATRASO NO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. ARTIGO 477, 8º, DA CLT. FALECIMENTO DO EMPREGADO 1. A norma do artigo 477, 6º, da CLT, dirigida às hipóteses de resilição do contrato de trabalho, não fixa prazo para o pagamento das verbas rescisórias para os casos de força maior, em que se insere o falecimento do empregado. Trata-se de um "silêncio eloquente" do legislador ordinário. Dispositivo legal que, ao fixar prazos e circunstâncias específicas para o cumprimento da obrigação, não autoriza interpretação ampliativa. Norma que contempla sanção, em boa hermenêutica, interpreta-se restritivamente. 2. A ruptura do vínculo empregatício em virtude de óbito do empregado, por constituir forma abrupta e imprevisível de dissolução do contrato de trabalho, envolve peculiaridades que tornam incompatível a aplicação da multa prevista no 8º do artigo 477 da CLT. Peculiaridades como a necessidade de transferência da titularidade do crédito trabalhista para os dependentes/sucessores legais, a qual não se opera instantaneamente, mas mediante procedimento próprio previsto na Lei nº 6.858/80. 3. Hipoteticamente, poder-se-á cogitar da multa prevista no 8º do artigo 477 da CLT em caso de falecimento do empregado se, apresentado o alvará judicial pelos dependentes devidamente habilitados perante o INSS, nos termos da Lei nº 6.858/1980, o empregador não efetiva o pagamento das verbas rescisórias no prazo de dez dias. Em tese, conhecidos os novos titulares do crédito, nada justifica o retardamento no pagamento das verbas rescisórias por prazo superior a 10 dias, contados da exibição do alvará judicial. 4. Excepcionada a possibilidade de apresentação de alvará judicial pelos dependentes já habilitados, afigura-se impróprio e de rigor insustentável afirmar-se, no caso, a subsistência do prazo para quitação das verbas rescisórias, sob pena de multa. Impraticável a observância de tal prazo, na medida em que se desconhece(m) o(s) novo(s) titulares(s) do crédito, na forma da Lei, o que pode depender, inclusive, da morosa abertura de inventário e de nomeação do respectivo inventariante. 5. Qualquer tentativa de fixar-se, em juízo, "prazo razoável" para o adimplemento das verbas rescisórias, em semelhante circunstância, refugiria às hipóteses elencadas no 6º do artigo 477 da CLT e acarretaria imprópria incursão em atividade legiferante, vedada ao em face do princípio constitucional da Separação dos Poderes. 6. A adoção de interpretação restritiva à literalidade do artigo 477, 6º e 8º, da CLT não implica negar ou desestimular eventual ajuizamento de Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.6 ação de consignação em pagamento pelo empregador, com vistas a desobrigá-lo da quitação das verbas rescisórias referentes ao contrato de trabalho de empregado falecido, mesmo antes de definida a nova titularidade do crédito trabalhista. 7. Embargos da Reclamada de que se conhece, por divergência jurisprudencial, e a que dá provimento. (E-RR-152000-72.2005.5.01.0481, SBDI-1, Relator Ministro João Oreste Dalazen, DEJT 20/11/2015). "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA - PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014 E DO CPC/2015 - MULTA DO ART. 477 DA CLT - EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DECORRENTE DE FALECIMENTO DO TRABALHADOR. O art. 477 da CLT, ao fixar prazo certo para o pagamento das verbas rescisórias no 6º e impor a penalidade prevista no 8º para o caso de atraso na quitação das verbas rescisórias, não alberga a hipótese de rompimento do contrato de trabalho pelo falecimento do empregado. Tanto é verdade que o 8º do art. 477 da CLT indica como beneficiário da penalidade o empregado, e o 6º disciplina dois prazos distintos, um para a hipótese de cumprimento de aviso-prévio e outro, de dez dias, em caso de sua ausência, indenização ou dispensa de cumprimento. Tal disposição tem razão de ser, pois, no caso de falecimento do trabalhador, o rompimento do liame empregatício é ex abrupto, não se amolda à teleologia do que previsto na alínea "b" do 6º do art. 477 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (...)" (ARR-459-38.2016.5.12.0048, 7ª Turma, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 23/02/2018). I. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. FALECIMENTO DO EMPREGADO. VERBAS RESCISÓRIAS. MULTA DO ARTIGO 477, 8º, DA CLT. INDEVIDA. Demonstrada possível violação do artigo 477, 6º, da CLT, impõe-se o provimento do agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento provido. II. RECURSO DE REVISTA. INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. (...) 2. FALECIMENTO DO EMPREGADO. VERBAS RESCISÓRIAS. MULTA DO ARTIGO 477, 8º, DA CLT. INDEVIDA. A jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido de considerar indevida a multa prevista nos artigo 477, 8º, da CLT, quando a resilição do contrato de trabalho se dá em razão do falecimento do empregado. Precedentes. Nesse contexto, a condenação da Reclamada no pagamento da multa prevista no artigo 477, 8º, da CLT, por não ter sido ajuizada ação de consignação em pagamento no prazo de 10 dias após o falecimento da empregada, viola o artigo 477, 6º, da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (RR-919-29.2015.5.06.0015, Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, 7ª Turma, DEJT 14/08/2017). Verificada, portanto, a presença da transcendência política da causa, prossegue-se na análise do agravo de instrumento para exame do tema. Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.7 DO EMPREGADO V O T O MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT INAPLICABILIDADE - MORTE Na minuta em exame, a agravante sustenta que na presente hipótese, em que o término da relação de emprego deu-se em razão da morte do empregado, não há como aplicar a multa do artigo 477 da CLT, o qual não faz menção à hipótese específica de falecimento do obreiro. Afirma que a Lei nº 6.858/1980 impõe, em seu art. 1º, para fins de liberação do pagamento das verbas trabalhistas, a necessidade de apresentação de alvará judicial ou escritura de inventário de partilha de bens, em que se encontrem especificadas as verbas a ser percebidas junto ao empregador e, por fim, fornecimento de documentação pessoal e informações bancárias dos herdeiros, portanto, a legislação exige realização de procedimento complexo e específico para liberação das verbas. Argumenta que a jurisprudência do TST entende ser inaplicável a multa em questão no caso de falecimento do empregado. Defende que, além de não haver expressa previsão legal para pagamento da referida multa na hipótese de extinção contratual por morte do empregado, o legislador não estabelece critérios para aferição do suposto atraso no pagamento no caso em apreço, não compete ao fazê-lo. Alega, assim, que os artigos 477 da CLT e 1º da Lei 6.858/80 não estipulam prazos específicos relativos ao pagamento de verbas na hipótese de falecimento do empregado, tampouco a imposição de penalidades. Aponta violação aos artigos 477 da Consolidação das Leis do Trabalho e 1º da Lei 6.858/80. Transcreve arestos. in verbis: O Tribunal Regional, ao analisar o tema, consignou, 2.1. Da multa do artigo 477 da CLT. Atraso no pagamento das verbas rescisórias às herdeiras do trabalhador falecido. A recorrente apresentou insurgência contra o entendimento firmado pelo MM. julgador de origem, no sentido de considerar cabível o pagamento da multa do artigo 477 da CLT, em decorrência do atraso no pagamento das verbas rescisórias às herdeiras do trabalhador falecido. Para tanto, argumentou que referido dispositivo legal não faz menção à hipótese de falecimento do trabalhador, cuidando apenas do pagamento direto ao mesmo, ao passo que a Lei 6.858/80, em seu artigo 1º, impõe a necessidade de apresentação de alvará judicial ou escritura de inventário de partilha de bens para liberação de valores aos herdeiros, não existindo, portanto, prazo legal para pagamento de valores rescisórios, além ainda de Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.8 argumentar que não ocorreu o parcelamento das verbas, mas apenas reconhecimento espontâneo de saldo favorável as recorridas. Discussões à parte, cumpre a este Relator dizer que concorda com a fundamentação adotada na sentença, favorável ao cabimento da multa prevista no parágrafo 8º do artigo 477 da CLT, no presente caso. (...) A Lei 6.858/80, invocada pela recorrente, trata do pagamento aos dependentes e sucessores de valores não recebidos em vida pelos respectivos titulares, assim dispondo em seu artigo 1º: "Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento." De fato, referida lei não estipula prazo para o pagamento dos valores, assim como o artigo 477 da CLT também não trata de forma específica do caso de extinção contratual em caso de falecimento do empregado. Todavia, e considerando que o presente caso apresenta uma particularidade, entende este Relator pelo cabimento da multa. Com efeito, restou incontroverso que o trabalhador faleceu em 03/06/2016 e as verbas rescisórias somente foram pagas em duas parcelas, a saber 28/11/2016 e 20/01/2017. A própria reclamada admitiu que as herdeiras lograram apresentar a documentação necessária para efetivação do pagamento em 26/08/2016 (ID 2c2c287), mas somente procedeu ao pagamento a partir de 28/11/2016, ou seja, mais de TRÊS meses depois de ter conhecimento para quem destinar o pagamento dos haveres rescisórios, e ainda, de forma parcelada, somente efetivando o pagamento do saldo quase DOIS meses depois de realizar o primeiro pagamento. Neste contexto, e considerando os princípios que norteiam esta Especializada, não se pode admitir como razoável a demora na efetivação do pagamento de verbas de caráter alimentar às herdeiras e ainda, de forma parcelada e sem qualquer justificativa, tratando-se de inovação recursal a alegação de "reconhecimento posterior da existência de saldo". Ademais, poderia a recorrente ter se utilizado da ação de consignação em pagamento para não incorrer em mora. Sendo assim, mantém-se o julgado de origem. De plano, constato que a reclamada indicou, nas razões de recurso de revista, precisamente os trechos da decisão recorrida que Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.9 consubstanciam o prequestionamento da controvérsia objeto do apelo, nos termos do art. 896, 1º-A, I, da CLT. Na questão de fundo, discute-se o cabimento da multa do artigo 477, 8º, da CLT, por atraso na quitação das verbas rescisórias, em caso de extinção do contrato de trabalho por falecimento do empregado. Na hipótese, o Tribunal Regional entendeu cabível a multa do artigo 477, 8º, da Consolidação das Leis do Trabalho, em virtude do atraso no pagamento das verbas rescisórias, considerando que o trabalhador faleceu em 03/06/2016 e as verbas rescisórias somente foram pagas em duas parcelas, a saber 28/11/2016 e 20/01/2017, esclarecendo que as herdeiras lograram apresentar a documentação necessária para efetivação do pagamento em 26/08/2016 (ID 2c2c287), mas somente procedeu ao pagamento a partir de 28/11/2016, de forma que a quitação de tais verbas às herdeiras do empregado falecido somente ocorreu mais de TRÊS meses depois de ter conhecimento para quem destinar o pagamento dos haveres rescisórios, e ainda, de forma parcelada, somente efetivando o pagamento do saldo quase DOIS meses depois de realizar o primeiro pagamento. Nesse cenário, concluiu que não se pode admitir como razoável a demora na efetivação do pagamento de verbas de caráter alimentar às herdeiras e ainda, de forma parcelada e sem qualquer justificativa. Acerca da questão controvertida, prevalece nesta Corte a jurisprudência no sentido de que a multa prevista no art. 477, 8º, da CLT não se aplica aos casos em que a extinção do contrato de trabalho ocorre em razão do falecimento do empregado, por ausência de previsão no 6º do referido dispositivo legal quanto à quitação das verbas rescisórias na referida situação. Assim, dou provimento ao agravo de instrumento, ante a provável violação ao artigo 477, 8º, da CLT, para determinar o processamento do recurso de revista. RECURSO DE REVISTA Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Revista n TST-RR-10923-30.2017.5.15.0137, em que é Recorrente UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP e são Recorridas ELISABETH ANTUNES SEBASTIÃO E OUTRA. Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.10 A reclamada interpõe recurso de revista, pelas razões de págs. 159/163 do seq. 03. Postula a reforma do julgado em relação ao tema: multa do artigo 477 da CLT inaplicabilidade morte do empregado, por violação aos artigos 477 da Consolidação das Leis do Trabalho e 1º da Lei 6.858/80 e por divergência jurisprudencial. 6, pelo desprovimento do recurso. Contrarrazões às págs. 186/188 do seq. 3. Parecer da d. Procuradoria-Geral do Trabalho no seq. É o relatório. V O T O PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passa-se ao exame dos pressupostos intrínsecos do recurso de revista. DO EMPREGADO MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT INAPLICABILIDADE - MORTE Inicialmente, cumpre consignar que estão preenchidos os pressupostos do artigo 896, 1º-A, da CLT. Por outro lado, conforme preconiza o artigo 896-A da CLT, com redação atribuída pela Lei nº 13.467/2017, antes de se examinar os pressupostos intrínsecos do recurso de revista, faz-se necessário verificar se a causa oferece transcendência. Vejamos, por oportuno, a redação do referido dispositivo: Art.896-A - O, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. 1º São indicadores de transcendência, entre outros: I - econômica, o elevado valor da causa; II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do ou do Supremo Tribunal Federal; III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.11 Com efeito, deve-se destacar, inicialmente, que a parte final do 1º do aludido artigo 896-A da CLT, ao se valer da expressão entre outros, sinaliza que os indicadores de natureza econômica, política, social ou jurídica são meramente exemplificativos, razão pela qual a transcendência das matérias ventiladas no apelo revisional deve atender a uma das hipóteses elencadas nos incisos I a IV do referido dispositivo legal ou a outros elementos que demonstrem a relevância do debate submetido ao exame do. Portanto, consoante se extrai do art. 896-A, 1º, inciso II, a transcendência política será reconhecida quando houver desrespeito da decisão recorrida à jurisprudência sumulada do TST ou do STF. Além disso, a 7ª Turma do TST vem reiteradamente decidindo que o desrespeito à jurisprudência reiterada do TST e a presença de divergência jurisprudencial ensejadora de insegurança jurídica caracterizam, de igual modo, a transcendência política. Isso porque segurança jurídica envolve um estado de cognoscibilidade, de confiabilidade e de calculabilidade. (Precedentes: TST-AIRR-10117-71.2017.5.15.0144, Relator Ministro Evandro Pereira Valadão Lopes, DEJT 17/04/2020, TST-Ag-AIRR-11271-31.2016.5.09.0014, Relator Ministro Evandro Pereira Valadão Lopes, DEJT 17/04/2020 e TST-ARR-101029-95.2016.5.01.0029, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 03/04/2020). No presente caso, a reclamada requer a reforma do acórdão regional quanto à imposição da multa do artigo 477, 8º, da CLT, tendo em vista a ausência de previsão legal estipulando prazo para o pagamento das verbas rescisórias em caso extinção do contrato de trabalho por falecimento do empregado. A causa oferece transcendência política, na medida em que o e. Tribunal Regional, ao manter a condenação da reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, 8º, da CLT, por entender que houve atraso no pagamento das verbas rescisórias às herdeiras do empregado falecido, consignando que o trabalhador faleceu em 03/06/2016 e as verbas rescisórias somente foram pagas em duas parcelas, a saber 28/11/2016 e 20/01/2017, pois as herdeiras lograram apresentar a documentação necessária para efetivação do pagamento em 26/08/2016 (ID 2c2c287), mas somente procedeu ao pagamento a partir de 28/11/2016, ou seja, mais de TRÊS meses depois de ter conhecimento para quem destinar o pagamento dos haveres rescisórios, e ainda, de forma parcelada, somente efetivando o pagamento do saldo quase DOIS meses depois de realizar o primeiro Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.12 pagamento e que não se pode admitir como razoável a demora na efetivação do pagamento de verbas de caráter alimentar às herdeiras e ainda, de forma parcelada e sem qualquer justificativa, acabou por contrariar a jurisprudência consolidada desta Corte Superior, no sentido de ser inaplicável a multa do artigo 477,, 8º, da CLT para os casos de resilição contratual por morte do empregado, visto que o artigo 477, 6º, da CLT não contempla a hipótese de rompimento do contrato de trabalho pelo falecimento do trabalhador. Nesse sentido, confiram-se os precedentes da SBDI-1 e desta 7ª Turma, a saber: MULTA. ATRASO NO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. ARTIGO 477, 8º, DA CLT. FALECIMENTO DO EMPREGADO 1. A norma do artigo 477, 6º, da CLT, dirigida às hipóteses de resilição do contrato de trabalho, não fixa prazo para o pagamento das verbas rescisórias para os casos de força maior, em que se insere o falecimento do empregado. Trata-se de um "silêncio eloquente" do legislador ordinário. Dispositivo legal que, ao fixar prazos e circunstâncias específicas para o cumprimento da obrigação, não autoriza interpretação ampliativa. Norma que contempla sanção, em boa hermenêutica, interpreta-se restritivamente. 2. A ruptura do vínculo empregatício em virtude de óbito do empregado, por constituir forma abrupta e imprevisível de dissolução do contrato de trabalho, envolve peculiaridades que tornam incompatível a aplicação da multa prevista no 8º do artigo 477 da CLT. Peculiaridades como a necessidade de transferência da titularidade do crédito trabalhista para os dependentes/sucessores legais, a qual não se opera instantaneamente, mas mediante procedimento próprio previsto na Lei nº 6.858/80. 3. Hipoteticamente, poder-se-á cogitar da multa prevista no 8º do artigo 477 da CLT em caso de falecimento do empregado se, apresentado o alvará judicial pelos dependentes devidamente habilitados perante o INSS, nos termos da Lei nº 6.858/1980, o empregador não efetiva o pagamento das verbas rescisórias no prazo de dez dias. Em tese, conhecidos os novos titulares do crédito, nada justifica o retardamento no pagamento das verbas rescisórias por prazo superior a 10 dias, contados da exibição do alvará judicial. 4. Excepcionada a possibilidade de apresentação de alvará judicial pelos dependentes já habilitados, afigura-se impróprio e de rigor insustentável afirmar-se, no caso, a subsistência do prazo para quitação das verbas rescisórias, sob pena de multa. Impraticável a observância de tal prazo, na medida em que se desconhece(m) o(s) novo(s) titulares(s) do crédito, na forma da Lei, o que pode depender, inclusive, da morosa abertura de inventário e de nomeação do respectivo inventariante. 5. Qualquer tentativa de fixar-se, em juízo, "prazo razoável" para o adimplemento das verbas rescisórias, em semelhante circunstância, refugiria Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.13 às hipóteses elencadas no 6º do artigo 477 da CLT e acarretaria imprópria incursão em atividade legiferante, vedada ao em face do princípio constitucional da Separação dos Poderes. 6. A adoção de interpretação restritiva à literalidade do artigo 477, 6º e 8º, da CLT não implica negar ou desestimular eventual ajuizamento de ação de consignação em pagamento pelo empregador, com vistas a desobrigá-lo da quitação das verbas rescisórias referentes ao contrato de trabalho de empregado falecido, mesmo antes de definida a nova titularidade do crédito trabalhista. 7. Embargos da Reclamada de que se conhece, por divergência jurisprudencial, e a que dá provimento. (E-RR-152000-72.2005.5.01.0481, SBDI-1, Relator Ministro João Oreste Dalazen, DEJT 20/11/2015). "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA - PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014 E DO CPC/2015 - MULTA DO ART. 477 DA CLT - EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DECORRENTE DE FALECIMENTO DO TRABALHADOR. O art. 477 da CLT, ao fixar prazo certo para o pagamento das verbas rescisórias no 6º e impor a penalidade prevista no 8º para o caso de atraso na quitação das verbas rescisórias, não alberga a hipótese de rompimento do contrato de trabalho pelo falecimento do empregado. Tanto é verdade que o 8º do art. 477 da CLT indica como beneficiário da penalidade o empregado, e o 6º disciplina dois prazos distintos, um para a hipótese de cumprimento de aviso-prévio e outro, de dez dias, em caso de sua ausência, indenização ou dispensa de cumprimento. Tal disposição tem razão de ser, pois, no caso de falecimento do trabalhador, o rompimento do liame empregatício é ex abrupto, não se amolda à teleologia do que previsto na alínea "b" do 6º do art. 477 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (...)" (ARR-459-38.2016.5.12.0048, 7ª Turma, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 23/02/2018). I. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. FALECIMENTO DO EMPREGADO. VERBAS RESCISÓRIAS. MULTA DO ARTIGO 477, 8º, DA CLT. INDEVIDA. Demonstrada possível violação do artigo 477, 6º, da CLT, impõe-se o provimento do agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento provido. II. RECURSO DE REVISTA. INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. (...) 2. FALECIMENTO DO EMPREGADO. VERBAS RESCISÓRIAS. MULTA DO ARTIGO 477, 8º, DA CLT. INDEVIDA. A jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido de considerar indevida a multa prevista nos artigo 477, 8º, da CLT, quando a resilição do contrato de trabalho se dá em razão do falecimento do empregado. Precedentes. Nesse contexto, a condenação da Reclamada no pagamento da multa prevista no artigo 477, 8º, da CLT, por não ter sido ajuizada ação de consignação em pagamento no prazo de 10 dias após o falecimento da empregada, viola o artigo 477, 6º, da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.14 (RR-919-29.2015.5.06.0015, Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, 7ª Turma, DEJT 14/08/2017). Verificada, portanto, a presença da transcendência política da causa, prossegue-se na análise do recurso de revista para exame do tema. CONHECIMENTO Nas razões de recurso de revista a reclamada sustenta que na presente hipótese, em que o término da relação de emprego deu-se em razão da morte do empregado, não há como aplicar a multa do artigo 477 da CLT, o qual não faz menção à hipótese específica de falecimento do obreiro. Afirma que a Lei nº 6.858/1980 impõe, em seu art. 1º, para fins de liberação do pagamento das verbas trabalhistas, a necessidade de apresentação de alvará judicial ou escritura de inventário de partilha de bens, em que se encontrem especificadas as verbas a ser percebidas junto ao empregador e, por fim, fornecimento de documentação pessoal e informações bancárias dos herdeiros, portanto, a legislação exige realização de procedimento complexo e específico para liberação das verbas. Argumenta que a jurisprudência do TST entende ser inaplicável a multa em questão no caso de falecimento do empregado. Defende que, além de não haver expressa previsão legal para pagamento da referida multa na hipótese de extinção contratual por morte do empregado, o legislador não estabelece critérios para aferição do suposto atraso no pagamento no caso em apreço, não compete ao fazê-lo. Alega, assim, que os artigos 477 da CLT e 1º da Lei 6.858/80 não estipulam prazos específicos relativos ao pagamento de verbas na hipótese de falecimento do empregado, tampouco a imposição de penalidades. Aponta violação aos artigos 477 da Consolidação das Leis do Trabalho e 1º da Lei 6.858/80. Transcreve arestos. O Tribunal Regional, ao tratar da questão, deixou consignado, in verbis: 2.1. Da multa do artigo 477 da CLT. Atraso no pagamento das verbas rescisórias às herdeiras do trabalhador falecido. A recorrente apresentou insurgência contra o entendimento firmado pelo MM. julgador de origem, no sentido de considerar cabível o pagamento da multa do artigo 477 da CLT, em decorrência do atraso no pagamento das verbas rescisórias às herdeiras do trabalhador falecido. Para tanto, argumentou que referido dispositivo legal não faz menção à hipótese de falecimento do trabalhador, cuidando apenas do pagamento direto ao mesmo, ao passo que a Lei 6.858/80, em seu artigo 1º, impõe a necessidade de apresentação de alvará judicial ou escritura de inventário de Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.15 partilha de bens para liberação de valores aos herdeiros, não existindo, portanto, prazo legal para pagamento de valores rescisórios, além ainda de argumentar que não ocorreu o parcelamento das verbas, mas apenas reconhecimento espontâneo de saldo favorável as recorridas. Discussões à parte, cumpre a este Relator dizer que concorda com a fundamentação adotada na sentença, favorável ao cabimento da multa prevista no parágrafo 8º do artigo 477 da CLT, no presente caso. (...) A Lei 6.858/80, invocada pela recorrente, trata do pagamento aos dependentes e sucessores de valores não recebidos em vida pelos respectivos titulares, assim dispondo em seu artigo 1º: "Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados perante a Previdência Social ou na forma da legislação específica dos servidores civis e militares, e, na sua falta, aos sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, independentemente de inventário ou arrolamento." De fato, referida lei não estipula prazo para o pagamento dos valores, assim como o artigo 477 da CLT também não trata de forma específica do caso de extinção contratual em caso de falecimento do empregado. Todavia, e considerando que o presente caso apresenta uma particularidade, entende este Relator pelo cabimento da multa. Com efeito, restou incontroverso que o trabalhador faleceu em 03/06/2016 e as verbas rescisórias somente foram pagas em duas parcelas, a saber 28/11/2016 e 20/01/2017. A própria reclamada admitiu que as herdeiras lograram apresentar a documentação necessária para efetivação do pagamento em 26/08/2016 (ID 2c2c287), mas somente procedeu ao pagamento a partir de 28/11/2016, ou seja, mais de TRÊS meses depois de ter conhecimento para quem destinar o pagamento dos haveres rescisórios, e ainda, de forma parcelada, somente efetivando o pagamento do saldo quase DOIS meses depois de realizar o primeiro pagamento. Neste contexto, e considerando os princípios que norteiam esta Especializada, não se pode admitir como razoável a demora na efetivação do pagamento de verbas de caráter alimentar às herdeiras e ainda, de forma parcelada e sem qualquer justificativa, tratando-se de inovação recursal a alegação de "reconhecimento posterior da existência de saldo". Ademais, poderia a recorrente ter se utilizado da ação de consignação em pagamento para não incorrer em mora. Sendo assim, mantém-se o julgado de origem. Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.16 Cinge-se a controvérsia em definir se é cabível a multa do artigo 477, 8º, da CLT, por atraso na quitação das verbas rescisórias, em caso de extinção do contrato de trabalho por falecimento do empregado. In casu, o Tribunal Regional entendeu que deve ser aplicada a multa do artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho, em virtude do atraso no pagamento das verbas rescisórias, considerando que o trabalhador faleceu em 03/06/2016 e as verbas rescisórias somente foram pagas em duas parcelas, a saber 28/11/2016 e 20/01/2017, pois as herdeiras lograram apresentar a documentação necessária para efetivação do pagamento em 26/08/2016 (ID 2c2c287), mas somente procedeu ao pagamento a partir de 28/11/2016, de forma que a quitação de tais verbas às herdeiras do empregado falecido somente ocorreu mais de TRÊS meses depois de ter conhecimento para quem destinar o pagamento dos haveres rescisórios, e ainda, de forma parcelada, somente efetivando o pagamento do saldo quase DOIS meses depois de realizar o primeiro pagamento, concluindo que não se pode admitir como razoável a demora na efetivação do pagamento de verbas de caráter alimentar às herdeiras e ainda, de forma parcelada e sem qualquer justificativa. De fato, a multa do referido artigo 477, 8º, da CLT decorre unicamente do não pagamento das verbas rescisórias no prazo legal, estipulado por seu parágrafo sexto. Como o parágrafo oitavo do artigo 477 Consolidado faz referência expressa ao parágrafo sexto, por evidente que a penalidade nele prevista só pode ser aplicada àqueles casos em que as verbas rescisórias são pagas com atraso. Todavia, a hipótese vertente não é contemplada pelo artigo 477, 6º, da CLT, de modo que não há que se falar em mora do empregador, por manifesta ausência de previsão legal fixando prazo para pagamento das verbas rescisórias quando há resilição contratual pela morte do empregado. Acerca da questão, a jurisprudência desta Corte já consolidou o entendimento, inclusive por meio da SBDI-1, no sentido de que, em caso de extinção do contrato de trabalho em razão do falecimento de empregado, não se aplica a multa do artigo 477,, 8º, da CLT, porquanto o parágrafo sexto desse mesmo dispositivo não abrange a referida hipótese, de modo que a interpretação da referida norma deve ser restritiva. a saber: Confiram-se os precedentes da SBDI-1 e desta 7ª Turma, Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.17 MULTA. ATRASO NO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. ARTIGO 477, 8º, DA CLT. FALECIMENTO DO EMPREGADO 1. A norma do artigo 477, 6º, da CLT, dirigida às hipóteses de resilição do contrato de trabalho, não fixa prazo para o pagamento das verbas rescisórias para os casos de força maior, em que se insere o falecimento do empregado. Trata-se de um "silêncio eloquente" do legislador ordinário. Dispositivo legal que, ao fixar prazos e circunstâncias específicas para o cumprimento da obrigação, não autoriza interpretação ampliativa. Norma que contempla sanção, em boa hermenêutica, interpreta-se restritivamente. 2. A ruptura do vínculo empregatício em virtude de óbito do empregado, por constituir forma abrupta e imprevisível de dissolução do contrato de trabalho, envolve peculiaridades que tornam incompatível a aplicação da multa prevista no 8º do artigo 477 da CLT. Peculiaridades como a necessidade de transferência da titularidade do crédito trabalhista para os dependentes/sucessores legais, a qual não se opera instantaneamente, mas mediante procedimento próprio previsto na Lei nº 6.858/80. 3. Hipoteticamente, poder-se-á cogitar da multa prevista no 8º do artigo 477 da CLT em caso de falecimento do empregado se, apresentado o alvará judicial pelos dependentes devidamente habilitados perante o INSS, nos termos da Lei nº 6.858/1980, o empregador não efetiva o pagamento das verbas rescisórias no prazo de dez dias. Em tese, conhecidos os novos titulares do crédito, nada justifica o retardamento no pagamento das verbas rescisórias por prazo superior a 10 dias, contados da exibição do alvará judicial. 4. Excepcionada a possibilidade de apresentação de alvará judicial pelos dependentes já habilitados, afigura-se impróprio e de rigor insustentável afirmar-se, no caso, a subsistência do prazo para quitação das verbas rescisórias, sob pena de multa. Impraticável a observância de tal prazo, na medida em que se desconhece(m) o(s) novo(s) titulares(s) do crédito, na forma da Lei, o que pode depender, inclusive, da morosa abertura de inventário e de nomeação do respectivo inventariante. 5. Qualquer tentativa de fixar-se, em juízo, "prazo razoável" para o adimplemento das verbas rescisórias, em semelhante circunstância, refugiria às hipóteses elencadas no 6º do artigo 477 da CLT e acarretaria imprópria incursão em atividade legiferante, vedada ao em face do princípio constitucional da Separação dos Poderes. 6. A adoção de interpretação restritiva à literalidade do artigo 477, 6º e 8º, da CLT não implica negar ou desestimular eventual ajuizamento de ação de consignação em pagamento pelo empregador, com vistas a desobrigá-lo da quitação das verbas rescisórias referentes ao contrato de trabalho de empregado falecido, mesmo antes de definida a nova titularidade do crédito trabalhista. 7. Embargos da Reclamada de que se conhece, por divergência jurisprudencial, e a que dá provimento. (E-RR-152000-72.2005.5.01.0481, SBDI-1, Relator Ministro João Oreste Dalazen, DEJT 20/11/2015). Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.18 Turmas do TST: "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA - PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014 E DO CPC/2015 - MULTA DO ART. 477 DA CLT - EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DECORRENTE DE FALECIMENTO DO TRABALHADOR. O art. 477 da CLT, ao fixar prazo certo para o pagamento das verbas rescisórias no 6º e impor a penalidade prevista no 8º para o caso de atraso na quitação das verbas rescisórias, não alberga a hipótese de rompimento do contrato de trabalho pelo falecimento do empregado. Tanto é verdade que o 8º do art. 477 da CLT indica como beneficiário da penalidade o empregado, e o 6º disciplina dois prazos distintos, um para a hipótese de cumprimento de aviso-prévio e outro, de dez dias, em caso de sua ausência, indenização ou dispensa de cumprimento. Tal disposição tem razão de ser, pois, no caso de falecimento do trabalhador, o rompimento do liame empregatício é ex abrupto, não se amolda à teleologia do que previsto na alínea "b" do 6º do art. 477 da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (...)" (ARR-459-38.2016.5.12.0048, 7ª Turma, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 23/02/2018). I. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. FALECIMENTO DO EMPREGADO. VERBAS RESCISÓRIAS. MULTA DO ARTIGO 477, 8º, DA CLT. INDEVIDA. Demonstrada possível violação do artigo 477, 6º, da CLT, impõe-se o provimento do agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento provido. II. RECURSO DE REVISTA. INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. (...) 2. FALECIMENTO DO EMPREGADO. VERBAS RESCISÓRIAS. MULTA DO ARTIGO 477, 8º, DA CLT. INDEVIDA. A jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido de considerar indevida a multa prevista nos artigo 477, 8º, da CLT, quando a resilição do contrato de trabalho se dá em razão do falecimento do empregado. Precedentes. Nesse contexto, a condenação da Reclamada no pagamento da multa prevista no artigo 477, 8º, da CLT, por não ter sido ajuizada ação de consignação em pagamento no prazo de 10 dias após o falecimento da empregada, viola o artigo 477, 6º, da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (RR-919-29.2015.5.06.0015, Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, 7ª Turma, DEJT 14/08/2017). Na mesma linha, cito ainda os seguintes julgados de "I- AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DA PRIMEIRA RECLAMADA. HORA NOTURNA. 60 MINUTOS. PREVISÃO EM NORMA COLETIVA. VALIDADE. DESCUMPRIMENTO DO ARTIGO 896, 1º-A, I, DA CLT. É inviável o processamento do recurso de revista, quando a parte não preenche o pressuposto do artigo 896, 1º-A, I, da CLT, pois procede à transcrição parcial do trecho do v. acórdão que consubstancia o prequestionamento da controvérsia, omitindo parte em que consta premissa fática essencial ao Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.19 deslinde da controvérsia. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. II- RECURSO DE REVISTA DA PRIMEIRA RECLAMADA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. INDENIZAÇÃO DO ARTIGO 477 DA CLT. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO EM RAZÃO DE FALECIMENTO DO EMPREGADO. Prevalece nesta c. Corte Superior o posicionamento no sentido de que é incabível a incidência da indenização do artigo 477 da CLT quando a dissolução do vínculo empregatício ocorre em virtude de óbito do empregado, como no caso dos autos. Nessa hipótese, o empregador sequer estaria obrigado a ajuizar ação de consignação em pagamento para se eximir da penalidade. Dessa forma, é incabível a condenação da reclamada ao pagamento da multa do artigo 477 da CLT. Recurso de revista conhecido por violação do artigo 477, 8º, da CLT e provido" (ARR-1475-83.2014.5.09.0661, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 14/12/2018). "A) AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477 DA CLT. FALECIMENTO DO EMPREGADO. Diante da possível violação do art. 477, 8º, da CLT, dá-se provimento ao agravo de instrumento. B) RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477 DA CLT. FALECIMENTO DE EMPREGADO. Nos moldes delineados pelo art. 477, 8º, da CLT, o empregador pagará multa pelo atraso injustificado no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato. Entretanto, não há previsão para pagamento da multa capitulada no 8º do referido comando consolidado nos casos em que ocorre a extinção do contrato de trabalho pelo falecimento do empregado, não se podendo condenar a consignante ao pagamento de multa por atraso no acerto rescisório. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-12361-91.2015.5.15.0095, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 19/11/2018). "RECURSO DE REVISTA. MULTA PREVISTA NO ART. 477, 8º, DA CLT. FALECIMENTO DO EMPREGADO. ATRASO NO PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS. PENALIDADE INDEVIDA. É firme a jurisprudência deste Tribunal Superior no sentido de que a multa prevista no art. 477, 8º, da CLT não se aplica aos casos em que a extinção do contrato de trabalho se deu em decorrência do falecimento do empregado, por ausência de previsão no 6º do referido dispositivo de lei. Desse entendimento dissentiu a Corte Regional. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido". (RR-128100-19.2010.5.17.0003, 1ª Turma, Relator Desembargador Convocado Marcelo Lamego Pertence, DEJT 05/11/2018). "I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014 E DO NCPC (...). MULTA PREVISTA NO ART. 477, 8º, DA CLT - FALECIMENTO DO EMPREGADO Vislumbrada violação ao art. 477, 8º, da CLT, dá-se provimento ao Agravo de Instrumento para mandar processar o recurso denegado. Agravo de Instrumento conhecido e parcialmente provido. II - Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP

fls.20 RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014 E DO NCPC - MULTA PREVISTA NO ART. 477, 8º, DA CLT - FALECIMENTO DO EMPREGADO A C. SBDI-1 considera ser indevida a multa prevista no art. 477, 8º, da CLT, na hipótese de ruptura do vínculo empregatício em razão do falecimento do empregado, por constituir forma de dissolução incompatível com a aplicação do dispositivo. Julgados. Recurso de Revista conhecido e provido" (ARR-1258-31.2013.5.05.0194, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 16/03/2018). RECURSO DE REVISTA 1 - MULTA DO ART. 477 DA CLT. FALECIMENTO DO EMPREGADO. INDEVIDA. De acordo com a jurisprudência desta Corte, na hipótese de extinção do contrato de trabalho pelo falecimento do empregado, é inaplicável a multa prevista no art. 477, 8º, da CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (...) (RR-430-85.2011.5.05.0006, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, 2ª Turma, DEJT 08/09/2017). "AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. (...). EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR FALECIMENTO DO EMPREGADO. INDENIZAÇÕES DOS ARTS. 467 E 477, 8º, DA CLT INDEVIDAS. É incontroverso nos autos o entendimento de que a extinção do contrato de trabalho decorreu do falecimento do empregado. A SDI-1 desta Corte pacificou o entendimento no sentido de que, em situação de falecimentodo empregado, não se aplicam as indenizações previstas nos arts. 467 e 477, 8º, da CLT, ainda que o empregador não tenha ajuizado a ação consignatória. Ressalta-se a adoção desse entendimento por esta Turma. Precedentes. Estando a decisão em conformidade com a jurisprudência desta Corte, não há falar em ofensa aos artigos invocados, tampouco em divergência jurisprudencial, ante o óbice do artigo 896, 4º, da CLT (Lei 9.756/98) e da Súmula n.º 333 do TST. (...). Agravo conhecido e desprovido" (Ag-AIRR-31600-60.2007.5.17.0013, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 04/08/2017). AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014. 1. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. FALECIMENTO DO TRABALHADOR. MULTA DO ART. 477, 8º, DA CLT. 2. ABONO. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 126/TST. A SDI-1 do TST pacificou o entendimento no sentido de que, em situação de falecimento do empregado, não se aplica a multa prevista no art. 477, 8º, da CLT, caso desrespeitado o prazo de 10 dias fixado no 6º do referido dispositivo, ainda que o empregador não tenha ajuizado a ação consignatória. Registre-se que a 3ª Turma adotava o entendimento de que, para se eximir da aplicação da multa prevista no art. 477, 8º, da CLT, a empresa deveria protocolar ação consignatória em prazo razoável, além de depositar em Juízo o valor que entendia devido. Agravo de instrumento desprovido. (AIRR-10471-96.2015.5.03.0016, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma, DEJT 18/08/2017). Firmado por assinatura digital em 05/02/2021 pelo sistema AssineJus da, conforme MP