CURSO DE LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA O INSS Aula 01



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Transcrição:

CURSO DE LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA O INSS Aula 01 Prof. Gabriel Pereira I Introdução Gostaria de agradecer a todos os alunos que se matricularam no nosso curso de Legislação Previdenciária para o INSS. Se vocês estão assistindo a essa Aula 01 é porque já viram a Aula Demonstrativa e tomaram a decisão de se preparar com o Ponto. Fico feliz de ganhar um voto de confiança de vocês e prometo me dedicar com afinco para corresponder às expectativas e garantir que você tenha uma excelente preparação. Recebi mensagens de alunos questionando se nosso curso abordaria totalmente o conteúdo de Previdenciário cobrado no concurso para Técnico do INSS, cargo de nível médio. Da forma como o curso foi programado, atualmente ele não aborda 100% do conteúdo do último certame de Técnico do INSS organizado pelo Cespe em 2007/2008. Ainda existem muitas incertezas sobre o edital e o conteúdo que será cobrado. No entanto, não poderíamos deixar os alunos sem uma preparação completa para a prova. Sendo assim, assumo o compromisso de, após a publicação do edital, elaborar uma aula extra com toda a matéria que não tiver sido abordada no curso e disponibilizála para os alunos matriculados no nosso curso. As dúvidas em relação a esse concurso do INSS só serão plenamente esclarecidas após a publicação do edital. Acredito que isso acontecerá em breve. Enquanto ainda não sabemos precisamente quais assuntos de nossa disciplina serão cobrados, optei por elaborar um curso que inclua o conteúdo mais importante, que dificilmente ficará de fora do edital. Houve muitas mudanças desde o último concurso, sobretudo com a consolidação da divisão de competências entre INSS e Receita Federal do Brasil em matéria 1

previdenciária. Portanto, acredito que podem haver mudanças e que alguns conteúdos podem ficar de fora. Fazendo dessa maneira, nosso curso abordará toda a matéria de Legislação Previdenciária dos concursos do INSS, tanto para os cargos de Analista quanto para os de Técnico. Vamos começar pela matéria mais importante. Ao final do curso e após a publicação do edital, haverá uma aula extra para cobrir o conteúdo que for cobrado na prova e não tiver sido visto. Assim, os alunos terão uma preparação sólida e completa, sem desperdiçar tempo estudando matérias que talvez não sejam cobradas. Ainda que o edital demore um pouco mais que o previsto para ser publicado, farei a aula extra e os alunos matriculados no curso terão acesso a ela. Pensando nessa adaptação do nosso curso, resolvi acrescentar algumas questões de provas anteriores do INSS para o cargo de Técnico. Tais questões serão valiosas para auxiliar na assimilação dos conteúdos estudados, independentemente do cargo almejado. Por essa razão, essa Aula 01 sofreu um pequeno atraso de um dia, pelo qual peço desculpas. Outra questão levantada por alguns alunos foi em relação ao último concurso do INSS. Comentei na Aula Demonstrativa que o último concurso da autarquia previdenciária federal foi organizado pela Funrio. Alguns alunos demonstraram surpresa, alegando que o último concurso foi o do Cespe. De fato, o último concurso mais abrangente, que ofereceu vagas de Técnico e de Analista do Seguro Social, foi o do Cespe realizado em 2008. O da Funrio, ocorrido posteriormente ainda naquele ano, foi um concurso com vagas de Analista apenas para profissionais graduados em Serviço Social. A expectativa para o próximo concurso é que ele seja semelhante ao concurso organizado pelo Cespe em 2008. Assim, daremos ênfase nas questões de provas anteriores do Cespe, mas também abordaremos questões da Funrio, já que ainda não sabemos qual será a banca organizadora do certame. 2

Aos alunos que me enviaram mensagem e não obtiveram resposta, peço um pouco de paciência. Estou tentando responder a todas as mensagens, mas elas têm chegado num ritmo maior do que consigo responder. Então é isso, vamos continuar nosso curso com a Aula 01. Estarei disponível no Fórum do curso para esclarecer dúvidas. Bons estudos! AULA 01 Conteúdo: 1) Seguridade Social. 1.1) Origem e evolução legislativa no Brasil. 1.2) Conceituação. 1.3) Organização e princípios constitucionais. 1) SEGURIDADE SOCIAL 1.1) Origem e evolução legislativa no Brasil 1 Origem A origem da proteção social encontra-se na família. Antes de o Estado assumir uma ação mais concreta na proteção dos indivíduos contra as adversidades da vida, cabia aos familiares mais jovens e aptos para o trabalho cuidar dos idosos e incapacitados. Portanto, a atuação do Estado na concretização da Seguridade Social, tal como a conhecemos hoje, foi uma 1 Essa seção da aula foi baseada na obra do ilustre Professor Fábio Zambitte, intitulada Curso de Direito Previdenciário, 15ª edição. Editora Impetus. 3

evolução histórica que só se concretizou a partir do final do século XIX e durante o século XX. Contudo, nem todas as pessoas podiam contar com a proteção familiar para seu amparo em momentos de necessidade. Assim, antes do desenvolvimento da noção de justiça social, que é um conceito recente ligado à criação do Estado de Bem-Estar Social, o amparo aos necessitados dependia das ações de caridade, muitas vezes incentivadas pela Igreja. Não existia a concepção da responsabilidade do Estado nessas situações e muitas vezes os próprios indivíduos desafortunados eram considerados culpados por sua situação de pobreza ou miséria, com fundamentação em convicções religiosas. A Lei dos Pobres da Inglaterra, de 1601, marca o início da ação mais concreta do Estado no sentido de proteger os indivíduos que não estão em condições de prover a própria subsistência. No entanto, nessa época a atuação estatal ainda está atrelada à ideia de caridade e não pode ser entendida como uma ação estruturada de Assistência Social, que só seria desenvolvida séculos depois. Além da assistência espontânea, surgiram na sociedade os primeiros grupos de mútuo, por iniciativa privada e sem intervenção estatal. Esses grupos são encontrados desde a Grécia e Roma antigas. Os grupos mutualistas são caracterizados pela reunião de um conjunto de pessoas com interesse comum visando à cotização de determinado valor para a proteção de todos, em caso de algum infortúnio. É possível entendermos esses grupos de mútuo como o início dos sistemas privados de previdência que existem hoje. Com o tempo, percebe-se a assunção, por parte do Estado, de responsabilidade, ainda que parcial, pela assistência dos desprovidos de renda até a criação de um sistema estatal de seguro coletivo e compulsório mais tarde. O surgimento da proteção social foi fortemente propiciado pela sociedade industrial, na qual a classe trabalhadora era dizimada pelos acidentes do trabalho, a vulnerabilidade da mão de obra infantil e outros 4

desdobramentos nefastos das condições precárias de trabalho. Daí a importância da participação estatal propiciando uma minimização desses efeitos e das desigualdades sociais. A evolução dos conceitos sociais-democratas mais intervencionistas, buscando a redução das desigualdades e o atendimento de outras demandas da sociedade, em especial na área social, foi responsável pela criação do Estado do Bem-Estar Social, que visa justamente a atender outras demandas da sociedade, como a previdência social. O Brasil tem seguido essa mesma lógica e a Constituição Federal de 1988 previu a concretização de um Estado do Bem-Estar Social em nosso País. Assim, atualmente no Brasil a seguridade social é entendida como o conjunto de ações do Estado, no sentido de atender às necessidades básicas da sociedade nas áreas de Previdência Social, Assistência Social e Saúde. Evolução legislativa no Brasil A evolução da proteção social no Brasil seguiu a mesma lógica do contexto internacional: origem privada e voluntária, formação dos primeiros grupos mutualistas e a intervenção cada vez maior do Estado. Os exemplos mais antigos da proteção social brasileira são as santas casas no segmento assistencial, desde o século XVI, e o montepio para a guarda pessoal de D. João VI (1808). Ainda nessa época foram criados o Plano de Benefícios dos Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha (1795) e o Montepio Geral dos Servidores do Estado MONGERAL (1835). Ainda que não seja consensual, podem-se delinear três fases evolutivas da previdência social: 1) A fase inicial, até 1918, é marcada pela criação dos primeiros regimes previdenciários, com proteção limitada a alguns tipos de eventos, como acidentes do trabalho e invalidez; 2) A fase intermediária, de 1919 a 1945, se caracteriza pela expansão da previdência pelo mundo, com a intervenção crescente do Estado; e 3) A fase contemporânea, a partir de 1946, 5

com o aumento da clientela atendida e dos benefícios, concretizando o grau máximo do Welfare State (Estado do Bem-Estar Social), com a proteção de todos contra todos os riscos sociais. A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a expressão aposentadoria, a qual era concedida somente a funcionários públicos, em caso de invalidez. Este dispositivo é emblemático, pois ajuda a entender o tratamento diferenciado dado à previdência social dos servidores e militares, que até hoje pode ser observado através dos RPPS. O Decreto-legislativo n 3.724/19 criou o seguro de acidentes de trabalho, no qual cabia ao empregador custear indenização para seus empregados em caso de acidentes. Contudo, nesse momento o seguro ainda era precário, pois não assegurava o pagamento de benefícios mensais, mas tão somente um valor único de indenização, que variava de acordo com a gravidade do resultado do acidente. Ainda sob a vigência da Constituição de 1891, foi editado o Decretolegislativo n 4.682, de 24/01/1923, batizado de Lei Eloy Chaves. Essa lei, que ficou conhecida como o marco inicial da previdência brasileira, determinou a criação das caixas de aposentadoria e pensões para os ferroviários, por empresa. A Lei Eloy Chaves previa a aposentadoria por invalidez e a ordinária, além de pensão para os dependentes e indenizações em caso de acidentes do trabalho. Contudo, assim como no seguro de acidentes, a responsabilidade pela manutenção e administração do sistema era dos empregadores. A intervenção estatal na previdência social somente tomou lugar com o advento dos institutos de aposentadorias e pensões. Naturalmente, após a criação de Eloy Chaves, outras categorias de trabalhadores buscaram a mesma proteção, provocando uma rápida expansão dessa técnica protetiva pelo país. Nesse sentido, a Lei Eloy Chaves ganhou tamanha importância na história da previdência social do país que o dia 24 de 6

janeiro, data de sua criação, foi escolhido para comemorar o dia da Previdência Social. Com o início do governo de Getúlio Vargas, após a Revolução de 1930, houve uma ampla reformulação dos regimes previdenciário e trabalhista. Nesse contexto, vale destacar a criação do Ministério do Trabalho. Nesse período, teve início uma mudança radical no sistema previdenciário, que deixou de ser organizado por empresa e passou a ser aglutinado por categoria profissional, nos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP). O primeiro IAP foi o dos marítimos (IAPM), criado pelo Decreto n 22.872/1933. O IAPM tinha personalidade jurídica própria e era subordinado ao Ministério do Trabalho. A unificação das caixas em institutos ampliou a intervenção estatal na área, pois o controle público ficou finalmente consolidado, já que os IAPs tinham natureza autárquica e eram subordinados diretamente ao Ministério do Trabalho. A organização previdenciária em categorias profissionais resolvia alguns problemas existentes, como o pequeno número de segurados em algumas caixas e os percalços enfrentados por aqueles trabalhadores que eventualmente mudavam de empresa e, por consequência, de caixa. Além do IAPM, vários outros institutos foram criados, sendo alguns extintos ou fundidos a outros com o tempo. Á época da unificação dos institutos, em 1966, existiam 6 institutos. A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a forma tríplice da fonte de custeio previdenciária, com contribuições do Estado, empregador e empregado. Já a Constituição de 1937 não trouxe novidades nessa área. A Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão previdência social, substituindo a expressão seguro social. Sob sua égide, a Lei n 3.807/1960 unificou toda a legislação securitária, preparando o terreno para a unificação dos institutos, e ficou conhecida como a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS). 7

A manutenção de diversos institutos gerava gastos elevados e não era razoável manter variadas instituições estatais exercendo a mesma função. Também havia eventuais problemas com trabalhadores que mudavam de categoria, exercendo nova atividade. Assim, os IAPs foram unificados em 1966, com o Decreto-lei n 72/1966. O intervalo de seis anos desde a edição da LOPS pode ser parcialmente entendido pela resistência à unificação advinda das entidades envolvidas, pois havia o medo da perda de direitos e do enfraquecimento da proteção. O Decreto-lei n 66/1966 modificou a LOPS com alguns pequenos ajustes, dando o preparativo final à unificação dos institutos. Em seguida, o Decreto-lei n 72/1966 criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), autarquia federal que gozava de todos os privilégios e imunidades da União. Antes disso, ainda na CF/46, foi incluído parágrafo proibindo a prestação de benefício sem a correspondente fonte de custeio, em 1965. A Constituição de 1967 foi a primeira a prever o seguro-desemprego, sem maiores alterações no restante da matéria. A reforma de 1969 também não trouxe alterações. A Lei n 5.316/67 integrou o seguro de acidentes de trabalho (SAT) à previdência social, desaparecendo, assim, este seguro como um ramo à parte. A proteção social na área rural começou com a instituição do Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (FUNRURAL), criado pela Lei n 4.214/1963. O Decreto-lei n 564/1969 instituiu o Plano Básico da área rural e o Decreto-lei n 704/1969 ampliou tal plano, que passou a abranger outras categorias de trabalhadores. A Lei Complementar n 11/1971 instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRORURAL), de natureza assistencial, cujo principal benefício era a aposentadoria por velhice, após 65 anos de idade. Esta mesma lei complementar deu natureza autárquica ao FUNRURAL, sendo subordinado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. Na mesma época, foi extinto o plano básico. 8

A Lei n 6.439/77 instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), a fim de reorganizar a previdência social. O SINPAS agregava sete entidades: o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS); o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS); a Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA); a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM); a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (DATAPREV); o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS); e a Central de Medicamentos (CEME). O SINPAS, vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), tinha a finalidade de integrar a concessão e manutenção de benefícios, a prestação de serviços, o custeio de atividades e programas e a gestão administrativa, financeira e patrimonial de seus componentes. Também foi esta mesma lei que criou o INAMPS e o IAPAS, ambos integrados à estrutura do SINPAS. A Consolidação das Leis da Previdência Social (CLPS) foi feita pelo Decreto n 77.077/1976, regulamentando dispositivo da Lei n 6.243/1975, com o objetivo de facilitar o tratamento da legislação. Após nove anos de vigência, o Decreto n 89.312/84 publicou a nova CLPS, que somente deixou de ser aplicada com o advento da Lei n 8.213/1991. A Constituição de 1988 tratou, pela primeira vez, da Seguridade Social, entendida esta como um conjunto de ações nas áreas de Saúde, Previdência e Assistência Social. É a marca evidente do Estado de bem-estar social, criado pelo constituinte de 1988. O SINPAS foi extinto em 1990. A Lei n 8.029/1990 criou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social (MPS), por meio da fusão do INPS com o IAPAS. Assim, foram unificadas as duas autarquias previdenciárias, reunindo custeio e benefício em única entidade o que seria remodelado posteriormente. 9

Atualmente, é o Decreto n 5.513/05 que prevê a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções gratificadas do INSS. O INAMPS foi extinto, assim como a LBA, a FUNABEM e a CEME. A DATAPREV continua em atividade, sendo empresa pública vinculada ao MPS. Em julho de 1991, entraram em vigor os diplomas básicos da Seguridade Social: a Lei n 8.212 (Plano de Custeio e Organização da Seguridade Social) e a Lei n 8.213 (Plano de Benefícios da Previdência Social), revogando totalmente a LOPS. O Decreto n 3.048/1999 aprovou o Regulamento da Previdência Social (RPS), que regulamenta disposições relativas ao custeio da seguridade e aos benefícios da previdência social, com as alterações subsequentes. 1.2) Conceituação A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (CF/88, art. 194, caput). A seguridade social pode ser definida como a rede de proteção social formada pelo Estado e por particulares, mediante contribuição de todos, inclusive dos beneficiários dos direitos, com a finalidade de garantir o sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes, provendo a manutenção de um padrão mínimo de vida digna. Portanto, fica claro que a seguridade está pautada na busca pelo bem-estar e pela justiça social. Vale destacar a definição de Seguridade Social da Organização Internacional do Trabalho (OIT): a proteção que a sociedade oferece a seus membros mediante uma série de medidas públicas contra as privações econômicas e sociais que, de outra forma, derivam do desaparecimento ou em forte redução de sua subsistência, como consequência de enfermidade, 10

maternidade, acidente de trabalho ou enfermidade profissional, desemprego, invalidez, velhice e também a proteção em forma de assistência médica e ajuda às famílias com filhos. Vimos que a Seguridade Social, tal como definida na CF/88, engloba as ações na área da Saúde, da Previdência e da Assistência Social. A Saúde é direito de todos e dever do Estado (art. 196, CF/88), ou seja, qualquer pessoa tem direito a atendimento na rede pública de saúde, independente de contribuição. Por isso dizemos que a saúde é um direito universal, pois o atendimento na rede pública não pode ser negado a ninguém. O art. 196 da CF/88 dispõe que o direito à saúde deve ser garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Após a extinção do INAMPS, as ações na área da saúde são agora de responsabilidade do Ministério da Saúde, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Não se deve confundir a previdência e a saúde, já que são dois componentes da seguridade social distintos e que não se confundem. O INSS não tem nenhuma responsabilidade na área de saúde em geral, as ações dessa área são concretizadas pelo SUS. A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar (art. 203, CF/88), isto é, a todas as pessoas que não possuem condições de manutenção própria. O requisito para o auxílio assistencial é a necessidade do assistido. Assim, se um milionário buscar um benefício assistencial, será negado. Em contrapartida, se o mesmo milionário procurar atendimento na rede pública de saúde, ainda que possua os melhores planos de saúde privados e dinheiro para pagar qualquer procedimento médico, ele será atendido e não poderá ter esse direito negado, pois a saúde é direito universal. A assistência social é regida pela Lei n 8.742/93, que traz definição legal deste componente da seguridade social: assistência social, direito do 11

cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. Este componente assistencial da seguridade tem o propósito nuclear de preencher as lacunas deixadas pela previdência social, já que esta só abrange os que contribuem para o sistema, além de seus dependentes. Portanto, aqueles não abarcados pela previdência e que se encontram em situação de necessidade, são acolhidos pela assistência social. Por fim, o último componente da seguridade social brasileira é a Previdência Social. A previdência social é tradicionalmente definida como seguro sui generis, pois é de filiação compulsória para os regimes básicos (RGPS e RPPS), além de coletivo, contributivo e de organização estatal, amparando seus beneficiários contra os riscos sociais. Em outras palavras, podemos dizer que a previdência social é um seguro coletivo que almeja amparar seus beneficiários contra os riscos sociais que geram impedimentos para o segurado prover sua subsistência, tal como casos de doença ou acidente e mesmo a idade avançada. A previdência brasileira é composta de dois regimes básicos: o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e os Regimes Próprios de Previdência de Servidores Públicos (RPPS). Enquanto os RPPS abrangem os servidores públicos ocupantes de cargos efetivos e militares, o RGPS ampara todos os cidadãos que exercem atividade remunerada, além daqueles que, mesmo sem fazê-lo, ingressam no regime de forma facultativa. Sendo assim, o RGPS, administrado pelo INSS, atende à maioria da população brasileira. Ademais, em paralelo aos regimes básicos de previdência social, há os regimes de Previdência Complementar, oficial e privado. Os beneficiários do RGPS são as pessoas naturais (pessoas físicas) que têm direito ao recebimento de prestações previdenciárias, no caso de se enquadrarem em alguma das situações de risco social previstas em lei. As prestações beneficiárias incluem os benefícios e os serviços. Desta forma, são 12

beneficiários do RGPS os segurados da previdência social e seus dependentes. A entidade gestora do RGPS é o INSS, autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social. 1.3) Organização e princípios constitucionais O capítulo II do título VIII da Costituição Federal (Da Ordem Social) dispõe sobre a Seguridade Social do país. O art. 194, parágrafo único, elenca os objetivos da seguridade, que foram reproduzidos no art. 1 do RPS. Todavia, devido a sua importância para o sistema da seguridade social, esses objetivos são denominados princípios. O Direito Previdenciário se consolidou como um ramo autônomo do Direito, possuindo princípios próprios, que norteiam a aplicação e a interpretação das regras constitucionais e legais relativas ao sistema protetivo. I) Universalidade de Cobertura e Atendimento (art. 194, parágrafo único, I, CF/88): este princípio tem duas vertentes: a objetiva e a subjetiva. A primeira estabelece que a seguridade deve abranger todas as contingências sociais que geram necessidade de proteção social das pessoas. A segunda afirma que qualquer pessoa pode participar da proteção social patrocinada pelo Estado. Com relação à saúde e assistência social, vimos que esta é a regra. Porém, a previdência social é, a princípio, restrita a quem exerce atividade remunerada, pois tem regime contributivo. A figura do segurado facultativo foi criada para atender a esse princípio constitucional. II) Uniformidade e Equivalência dos benefícios e serviços às populações urbana e rural (art. 194, parágrafo único, II, CF/88): as prestações da seguridade social devem ser idênticas para os trabalhadores rurais ou urbanos, 13

sendo vedada a criação de benefícios diferenciados. Esse princípio pôs fim ao tratamento diferenciado que era dado ao trabalhador rural até a CF de 1988. III) Seletividade e Distributividade na prestação dos benefícios e serviços (art. 194, parágrafo único, III, CF/88): o caráter social da seguridade coloca a distribuição de renda como um de seus objetivos, privilegiando as pessoas de baixa renda. Portanto, esse princípio impõe tratamento desigual aos desiguais, de tal forma que os benefícios e serviços sejam prestados de maneira seletiva e distributiva para favorecer os indivíduos que estejam em situação inferior. A seletividade atua na escolha dos benefícios e serviços a serem mantidos pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a atuação do sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade. IV) Irredutibilidade do Valor dos Benefícios (art. 194, parágrafo único, IV, CF/88): esse princípio é uma garantia constitucional de que o valor real dos benefícios deverá ser preservado. Portanto, diz respeito à correção do benefício, o qual deve ter seu valor atualizado de acordo com a inflação do período. V) Equidade na forma de participação no custeio (art. 194, parágrafo único, V, CF/88): pode-se entender esse princípio como a aplicação da isonomia ao custeio do sistema securitário, ou seja, as pessoas que estiverem na mesma situação deverão contribuir da mesma forma: os que ganham mais darão maior contribuição e os que estiverem em situação econômica inferior contribuirão com menos. VI) Diversidade da Base de Financiamento (art. 194, parágrafo único, VI, CF/88): a base de financiamento da seguridade social deve ser a mais variada possível, de modo a garantir a estabilidade financeira do sistema. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, mediante recursos provenientes dos orçamentos dos entes federativos, da empresa incidente sobre a folha, a receita, o lucro, a remuneração paga ao trabalhador e da receita de concurso de prognóstico. 14

VII) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados (art. 194, parágrafo único, VI, CF/88): esse princípio é um desdobramento de uma garantia expressa no art. 10 da CF/88: é assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. A participação dos aposentados nesse sistema de gestão foi incluída pela EC n 20/98. Nesse sentido, é natural que as pessoas diretamente interessadas na seguridade participem de sua administração. O art. 294 do Decreto n 3.048 (RPS) regulamenta esse princípio, dispondo que a saúde, previdência social e assistência social serão organizadas em conselhos setoriais, com representantes da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e da sociedade civil. Seguindo esse dispositivo, foram criados o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). O Conselho Nacional de Previdência Social, órgão superior de deliberação colegiada, é composto de 6 representantes do Governo Federal e 9 representantes da sociedade civil, sendo 3 dos aposentados e pensionistas, 3 dos trabalhadores em atividade e 3 dos empregadores. Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da República, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 anos, permitida a recondução imediata uma única vez. Além disso, tais representantes serão indicados pelas centrais sindicais e confederações nacionais. Compete ao CNPS: I) estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à previdência social; II) participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão previdenciária; III) apreciar e aprovar os 15

planos e programas da previdência social; IV) apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da previdência social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da seguridade social, V) acompanhar e apreciar a execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito da previdência social; VI) acompanhar a aplicação da legislação pertinente à previdência social; VII) apreciar a prestação de contas anual; e VIII) elaborar e aprovar seu regimento interno. A gestão participativa também surge em outros órgãos colegiados, como o Conselho de Recursos da Previdência Social e o Conselho Nacional de Previdência Complementar. Posteriormente, o Decreto n 4.874/2003 instituiu os Conselhos de Previdência Social (CPS), como unidades descentralizadas do CNPS, funcionando junto às Gerências-Executivas do INSS ou às Superintendências Regionais. Além desses princípios constitucionais estabelecidos no art. 194, parágrafo único, da Constituição Federal, existem outros que estão colocados em outros dispositivos e são tão importantes quanto aqueles: VIII) Solidariedade (art. 3, I, CF/88): traduz o verdadeiro espírito da previdência social: a proteção coletiva, na qual as pequenas contribuições individuais geram recursos suficientes para a criação de um manto protetor sobre todos. É este princípio que justifica a cobrança de contribuições do aposentado que volta a trabalhar e que permite que uma pessoa possa ser aposentada por invalidez em seu primeiro dia de trabalho, sem ter qualquer contribuição recolhida para o sistema. A contribuição não é exclusiva do trabalhador, mas sim para a manutenção de toda a rede protetiva. IX) Tríplice forma de custeio (art. 195, CF/88): esse princípio está contido naquele da diversidade da base de financiamento. O custeio tríplice envolve contribuições de trabalhadores, das empresas e do próprio governo. 16

X) Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço (art. 195, 5, CF/88): nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. É importante perceber que a preexistência de custeio aplica-se para a Seguridade Social como um todo, abarcando seus três componentes (saúde, previdência e assistência social). Somente pode haver aumento da despesa da seguridade quando existir, em proporção adequada, nova receita, necessária à cobertura dos gastos previstos em razão da alteração legal pretendida. Princípios da Previdência Social Além dos princípios da seguridade social descritos anteriormente, a Constituição Federal ainda prevê alguns princípios próprios da Previdência Social, elencados nos parágrafos de seu art. 201. Além de repetir 4 dos princípios da seguridade, existem 3 princípios próprios da previdência: I) Universalidade de Participação nos Planos Previdenciários: todas as pessoas que exercem atividade abrangida pelo RGPS serão filiadas obrigatoriamente à previdência social. II) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais: repete princípio da seguridade social. III) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios: repete princípio da seguridade social. IV) Salários de Contribuição Corrigidos Monetariamente, para cálculo dos benefícios: este princípio garante que os salários de contribuição não serão corroídos pelos altos índices de inflação do país, quando do cálculo do calor da renda mensal dos benefícios. É uma garantia dos beneficiários. 17

V) Irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a preservar-lhe o poder aquisitivo: por força constitucional, o valor real dos benefícios deverá ser preservado, a fim de manter o poder aquisitivo dos mesmos. VI) Valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário de contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao salário-mínimo: nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao saláriomínimo. Ora, se o salário-mínimo é definido como um valor mínimo necessário à subsistência, um benefício previdenciário que substitua o rendimento do trabalho não pode ser inferior ao mínimo. Também a Saúde tem alguns princípios e diretrizes estabelecidos na Constituição Federal, em seu art. 198. O dispositivo em tela dispõe que as ações e serviços públicos da saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III) participação da comunidade. Vejamos uma questão do concurso do INSS, organizado pela Funrio em 2008, que cobrou esse assunto: (Analista do Seguro Social INSS/2008 Funrio) A saúde é de relevância pública e sua organização obedecerá a princípios e diretrizes, na forma da Lei nº 8212/91. Assinale a alternativa correta no que se refere a esses princípios e diretrizes. A) Participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais. B) Centralização, com direção única na esfera do Governo Federal. C) Participação da comunidade na gestão, no acompanhamento e não na fiscalização das ações e serviços de saúde. D) Provimento das ações e serviços através de rede nacional e hierarquizada, integrados em sistema único. E) Atendimento seletivo e parcial, com prioridade para as atividades preventivas. 18

A Lei n 8.212/91 é denominada Plano de Custeio e Organização da Seguridade Social. Essa questão cobrava, quase que literalmente, o parágrafo único do art. 2 da Lei: Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pública e sua organização obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes: a) acesso universal e igualitário; b) provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema único; c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; d) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas; e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das ações e serviços de saúde; f) participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais. Após a leitura da base legal, fica fácil responder à questão. A resposta certa é letra a, pois o texto coincide com a letra f do parágrafo único do art. 2. A letra b está errada, pois a organização das atividades da saúde deve ser descentralizada, e não centralizada. A letra c está errada porque a comunidade deve participar também na fiscalização. Já o erro da letra d está na rede nacional, quando a lei fala em rede regionalizada. Por fim, na letra e, o atendimento deve ser integral, e não seletivo e parcial como afirmado. Então é isso. Chegou a hora de resolvermos questões de provas anteriores para consolidarmos o aprendizado dessa aula. Ao final, nas últimas duas páginas da aula, trago um esquema para ajudar a memorizar os princípios da Seguridade e da Previdência Social. Até a próxima. Bons estudos! QUESTÕES 1 - (Analista do Seguro Social INSS/2008 Funrio) A saúde é de relevância pública e sua organização obedecerá a princípios e diretrizes, na 19

forma da Lei nº 8212/91. Assinale a alternativa correta no que se refere a esses princípios e diretrizes. A) Participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais. B) Centralização, com direção única na esfera do Governo Federal. C) Participação da comunidade na gestão, no acompanhamento e não na fiscalização das ações e serviços de saúde. D) Provimento das ações e serviços através de rede nacional e hierarquizada, integrados em sistema único. E) Atendimento seletivo e parcial, com prioridade para as atividades preventivas. (CESPE/Analista do Seguro Social-INSS/2008) Em relação à seguridade social brasileira, sua organização e seus princípios, julgue os seguintes itens. 2 - A importância da proteção social justifica a ampla diversidade da base de financiamento da seguridade social. Com o objetivo de expandir ou de garantir a seguridade social, a lei poderá instituir outras fontes de financiamento, de acordo com o texto constitucional. 3 - O princípio da distributividade na prestação de benefícios e serviços tem sua expressão maior na área de saúde, dado o amplo alcance conferido pela intensa utilização do Sistema Único de Saúde. 4 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, que constitui um sistema único, organizado de acordo com as diretrizes de descentralização, atendimento integral e participação da comunidade. 5 - De acordo com o princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, uma das condições para a 20

aposentadoria por idade do trabalhador rural é a exigência de que atinja 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher. (CESPE/Médico Perito-INSS/2010) Acerca da estrutura dada pela CF e pelas normas infraconstitucionais à seguridade social, julgue os itens seguintes. 6 - É perfeitamente admissível que se estabeleça uma base única de financiamento para a seguridade social, desde que a administração do sistema se mantenha democrática e descentralizada. 7 - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do RGPS, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de necessidades especiais, nos termos definidos em lei complementar. (CESPE/Técnico do Seguro Social-INSS/2008) Acerca dos princípios da seguridade social, julgue os itens a seguir. 8 - O Conselho Nacional da Previdência Social é um dos órgãos de deliberação coletiva da estrutura do Ministério da Previdência Social, cuja composição, obrigatoriamente, deve incluir pessoas indicadas pelo governo, pelos empregadores, pelos trabalhadores e pelos aposentados. 9 - Um dos objetivos da seguridade social é a universalidade da cobertura e do atendimento, meta cumprida em relação à assistência social e à saúde, mas não à previdência. 10 - A seguridade social, em respeito ao princípio da solidariedade, permite a incidência de contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social. 21

(CESPE/Técnico do Seguro Social-INSS/2008) Acerca da seguridade social no Brasil, de suas características, contribuições e atuação, julgue os itens a seguir. 11 - Em que pesem os inúmeros avanços alcançados após a promulgação da Constituição Federal de 1988, especialmente com a estruturação do modelo de seguridade social, o Brasil mantém, ainda, resquícios de desigualdade, que podem ser observados, por exemplo, pela existência de benefícios distintos para os trabalhadores urbanos em detrimento dos rurais. 12 - A seguridade social brasileira, apesar de ser fortemente influenciada pelo modelo do Estado do bem-estar social, não abrange todas as políticas sociais do Estado brasileiro. 13 - A instituição de alíquotas ou bases de cálculos diferentes, em razão da atividade econômica ou do porte da empresa, entre outras situações, apesar de, aparentemente, infringir o princípio tributário da isonomia, de fato atende ao comando constitucional da eqüidade na forma de participação no custeio da seguridade social. 14 - Pelo fato de serem concedidos independentemente de contribuição, os benefícios e serviços prestados na área de assistência social prescindem da respectiva fonte de custeio prévio. GABARITO 1) A 2) C 3) E 4) C 5) E 6) E 7) C 8) C 9) E 10) E 11) E 12) C 13) C 14) E 22

QUESTÕES COMENTADAS 1 - (Analista do Seguro Social INSS/2008 Funrio) A saúde é de relevância pública e sua organização obedecerá a princípios e diretrizes, na forma da Lei nº 8212/91. Assinale a alternativa correta no que se refere a esses princípios e diretrizes. A) Participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais. Certo. Art. 2 da Lei n 8.212/91, parágrafo único, f. B) Centralização, com direção única na esfera do Governo Federal. ERRADA. DESCENTRALIZAÇÃO, E NÃO CENTRALIZAÇÃO. C) Participação da comunidade na gestão, no acompanhamento e não na fiscalização das ações e serviços de saúde. ERRADA. COMUNIDADE PARTICIPA NA FISCALIZAÇÃO TAMBÉM. D) Provimento das ações e serviços através de rede nacional e hierarquizada, integrados em sistema único. ERRADA. REDE REGIONALIZADA, E NÃO NACIONAL. E) Atendimento seletivo e parcial, com prioridade para as atividades preventivas. ERRADA. ATENDIMENTO INTEGRAL, E NÃO SELETIVO E PARCIAL. (CESPE/Analista do Seguro Social-INSS/2008) Em relação à seguridade social brasileira, sua organização e seus princípios, julgue os seguintes itens. 2 - A importância da proteção social justifica a ampla diversidade da base de financiamento da seguridade social. Com o objetivo de expandir ou de garantir a seguridade social, a lei poderá instituir outras fontes de financiamento, de acordo com o texto constitucional. Certo. Além do princípio da diversidade da base de financiamento, o 4 do art. 195 da CF/88 diz exatamente isso: A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,... 3 - O princípio da distributividade na prestação de benefícios e serviços tem sua expressão maior na área de saúde, dado o amplo alcance conferido pela intensa utilização do Sistema Único de Saúde. 23

Errado. A ideia de amplo alcance conferido pela intensa utilização do SUS contrapõe o princípio da distributividade. A área que melhor exemplifica esse princípio é a Assistência Social, que só é prestada a quem dela necessitar. 4 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, que constitui um sistema único, organizado de acordo com as diretrizes de descentralização, atendimento integral e participação da comunidade. Certo. Como vimos anteriormente, esse enunciado resume exatamente o que está dito no art. 2 da Lei n 8.212/91 (reveja seu teor no texto da aula). 5 - De acordo com o princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, uma das condições para a aposentadoria por idade do trabalhador rural é a exigência de que atinja 65 anos de idade, se homem, ou 60 anos de idade, se mulher. Errado. Essa questão tenta enganar o candidato. Embora o início da sentença sobre a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços esteja certo, a continuação traz um erro. A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida pela lei, completar 65 anos de idade, se homem, e 60, se mulher (art. 48 da Lei n 8.213/91). Contudo, o parágrafo 1 do art. 48 da Lei n 8.213/91 diz que esses limites serão reduzidos em 5 anos para os trabalhadores rurais. Logo, teríamos que o trabalhador rural pode se aposentar por idade com 60 anos, se homem, e 55, se mulher. (CESPE/Médico Perito-INSS/2010) Acerca da estrutura dada pela CF e pelas normas infraconstitucionais à seguridade social, julgue os itens seguintes. 6 - É perfeitamente admissível que se estabeleça uma base única de financiamento para a seguridade social, desde que a administração do sistema se mantenha democrática e descentralizada. Errado. O princípio da Diversidade da Base de Financiamento tem força constitucional e não pode ser desrespeitado. Logo, não é admissível uma base única de financiamento. 24

7 - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do RGPS, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de necessidades especiais, nos termos definidos em lei complementar. Certo. Essa é exatamente a redação do 1 do art. 201 da CF/88. (CESPE/Técnico do Seguro Social-INSS/2008) Acerca dos princípios da seguridade social, julgue os itens a seguir. 8 - O Conselho Nacional da Previdência Social é um dos órgãos de deliberação coletiva da estrutura do Ministério da Previdência Social, cuja composição, obrigatoriamente, deve incluir pessoas indicadas pelo governo, pelos empregadores, pelos trabalhadores e pelos aposentados. Certo. Como vimos, o CNPS é um órgão ligado ao MPS que cumpre o princípio da gestão quadripartite, compostos por 6 representantes do Governo Federal e 9 representantes da sociedade civil, sendo 3 dos aposentados e pensionistas, 3 dos empregados em atividade e 3 dos empregadores. 9 - Um dos objetivos da seguridade social é a universalidade da cobertura e do atendimento, meta cumprida em relação à assistência social e à saúde, mas não à previdência. Errado. A questão tenta confundir o candidato ao dizer que a previdência não cumpre a universalidade de cobertura e de atendimento. Ora, é certo que a previdência social tem caráter contributivo e só será devida a quem para ela contribuir. Contudo, a figura do segurado facultativo foi criada para cumprir o princípio da universalidade do atendimento, permitindo que mesmo pessoas que não exerçam atividade remunerada se filiem ao RGPS. 10 - A seguridade social, em respeito ao princípio da solidariedade, permite a incidência de contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social. Errado. O inciso II do art. 195 da CF diz que incidirá contribuição social sobre os rendimentos do trabalhador, mas veda a incidência de contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo RGPS. 25

(CESPE/Técnico do Seguro Social-INSS/2008) Acerca da seguridade social no Brasil, de suas características, contribuições e atuação, julgue os itens a seguir. 11 - Em que pesem os inúmeros avanços alcançados após a promulgação da Constituição Federal de 1988, especialmente com a estruturação do modelo de seguridade social, o Brasil mantém, ainda, resquícios de desigualdade, que podem ser observados, por exemplo, pela existência de benefícios distintos para os trabalhadores urbanos em detrimento dos rurais. Errado. O princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais é uma garantia constitucional de que não haverá tratamento desigual entre esses tipos de trabalhadores. 12 - A seguridade social brasileira, apesar de ser fortemente influenciada pelo modelo do Estado do bem-estar social, não abrange todas as políticas sociais do Estado brasileiro. Certo. A seguridade social tem três componentes: a saúde, a previdência e a assistência social. Portanto, existem outras políticas sociais do Estado brasileiro que não são abrangidas pela seguridade, como as políticas de habitação e de educação, por exemplo. 13 - A instituição de alíquotas ou bases de cálculos diferentes, em razão da atividade econômica ou do porte da empresa, entre outras situações, apesar de, aparentemente, infringir o princípio tributário da isonomia, de fato atende ao comando constitucional da eqüidade na forma de participação no custeio da seguridade social. Certo. A equidade na forma de participação no custeio deve ser entendida como o tratamento igual àqueles que se encontram em situação equivalente, mas distinto para aqueles que estão em situação diferente. Portanto, as alíquotas ou bases de cálculo diferentes buscam dar tratamento diferente para aqueles que são desiguais. 14 - Pelo fato de serem concedidos independentemente de contribuição, os benefícios e serviços prestados na área de assistência social prescindem da respectiva fonte de custeio prévio. 26

Errado. Vimos na aula que o princípio da existência prévia do custeio em relação ao benefício ou serviço é aplicável a toda a seguridade social, na qual se inclui a assistência social. Portanto, não há qualquer exceção a esse princípio. RESUMO DE FIXAÇÃO 1) Flor dos Princípios da Seguridade Social (CF, art. 194 - esquema para memorizar 2 ) Esses são os princípios da seguridade social: UCA: Universalidade da Cobertura e do Atendimento; UE: Uniformidade e Equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; SD: Seletividade e Distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IRRE: Irredutibilidade do valor dos benefícios; EFPC: Equidade na Forma de Participação do Custeio; DBF: Diversidade da Base de Financiamento; 2 Esquema livremente inspirado nos ensinamentos do Prof. Ítalo Romano 27

DDQ: caráter Democrático e Descentralizado da administração, mediante gestão Quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 2) Flor dos Princípios da Previdência Social (CF, art. 201, - esquema para memorizar) Esses são os princípios da previdência social: UPPP: Universalidade de Participação nos Planos Previdenciários; UE: Uniformidade e Equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; SD: Seletividade e Distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IRRE: Irredutibilidade do valor dos benefícios; SCC: Salários de Contribuição Corrigidos monetariamente, para cálculo dos benefícios. BSM: Benefício substitutivo do rendimento não inferior ao Salário-Mínimo; DDQ: caráter Democrático e Descentralizado da administração, mediante gestão Quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 28