ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA CLÍNICA LOURDES MARIA CARVALHO QUEIROZ

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Transcrição:

ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA CLÍNICA LOURDES MARIA CARVALHO QUEIROZ AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE EM DOIS HOSPITAIS DO ESTADO DO CEARÁ FORTALEZA 2008

2 LOURDES MARIA CARVALHO QUEIROZ AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE EM DOIS HOSPITAIS DO ESTADO DO CEARÁ Monografia submetida à Escola de Saúde Pública do Ceará, como parte dos requisitos para a conclusão do curso de especialização de engenharia clínica. Orientador: Léria Rosane Hoslbach FORTALEZA 2008

3 LOURDES MARIA CARVALHO QUEIROZ AVALIAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE EM DOIS HOSPITAIS DO ESTADO DO CEARÁ Especialização de Engenharia Clínica Escola de Saúde Pública do Ceará Aprovado em / / Banca Examinadora: Francisco Vieira Paiva Mestre Francisco Afrânio Cunha Mestre

4 Dedico este trabalho ao meu marido Paulo Cesar, aos meus filhos Denise, Marcos e Hercília que sempre me apoiaram, estiveram presentes e acreditaram em meu potencial, me incentivando na busca de novos conhecimentos e realizações.

5 AGRADECIMENTOS Agradeço a princípio a DEUS por me dar força e coragem para concluir este trabalho, em momentos atribulados e difíceis da minha vida. A minha amiga e eterna professora Léria que agradeço pela presteza e ensinamentos transmitidos ao longo do curso de Engenharia Clínica. Agradeço também a Vera Coelho, coordenadora de políticas e atenção à saúde - COPAS da SESA, exemplo de liderança aprendida, desenvolvida e aprimorada na Secretaria da Saúde do Estado do Ceará- SESA.

6 Auto-realização é tornar-se o melhor que você pode ser ou é capaz de ser. James Hunter

7 RESUMO Os resíduos sólidos constituem um dos principais problemas ambientais tanto pelo seu aumento continuado como pela falta de gerenciamento adequado. De acordo com a avaliação da Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará - SESA, o descarte do lixo hospitalar dos hospitais pólos da rede estadual, indica que há necessidade de uma análise mais aprofundada quanto ao cumprimento das leis e recomendações Nacional. Este trabalho teve por finalidade o estudo e avaliação da caracterização quantitativa, qualitativa, segregação, acondicionamento, transporte e destino final dos resíduos de serviços de saúde dos hospitais pólos municipais, localizados nas microrregiões de saúde - MR de Quixadá e Caucaia no estado do Ceará e propor melhorias. Palavras-chave: Resíduos sólidos. Serviços de Saúde. Problemas ambientais. Falta de Gerenciamento. Melhorias Sanitárias.

8 ABSTRACT The solid residues in such a way constitute one of the main ambient problems of its continued increase as for the lack of adequate management. In accordance with the evaluation of the Sanitary Monitoring of the Secretariat of the Health of the State of the Ceará - SESA, the discarding of the hospital garbage of the hospitals polar regions of the state net, indicate that it more has necessity of an analysis deepened how much to the fulfilment of the laws and recommendations National. This work had for purpose the study and evaluation of the quantitative, qualitative characterization, segregation, preservation, transport and final destination of the residues of services of health of the hospitals municipal polar regions, located in the micro regions of health - MR of Quixadá and Caucaia in the state of the Ceará and to consider improvements. Word-key: Solid residues. Services of Health. Ambient problems. Lack of management. Sanitary improvements.

9 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Infra-estrutura sanitária dos HMAGR e HMDEB... 29 TABELA 2 Controle e estimativa da geração de resíduos do HMAGR e HMDEB... 29 TABELA 3 Distribuição percentual dos resíduos dos HMAGR e HMDEB... 30 TABELA 4 - Identificação e classificação dos resíduos por setores do HMAGR... 31 TABELA 5 Características do abrigo de resíduos do HMAGR... 34 TABELA 6 - Identificação e classificação dos resíduos por setores do HMDEB... 35

10 SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO... 11 1.1 - OBJETIVO GERAL... 12 1.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 12 1.3 - JUSTIFICATIVA... 12 1.4 - RELEVÂNCIA... 13 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 14 2.1 - RESÍDUOS SÓLIDOS... 15 2.2 - LEGISLAÇÃO BRASILEIRA... 15 2.3 - VIGILÂNCIA SANITÁRIA - VISA... 24 3 - METODOLOGIA... 26 4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS... 27 4.1 - DEFINIÇÃO DOS HOSPITAIS PÓLO... 27 4.2 - CARACTERIZAÇÃO DOS HOSPITAIS MUNICIPAIS ESTUDADOS... 27 4.2.1 - Hospital Municipal de Caucaia... 27 4.2.2 - Hospital Municipal de Quixadá... 28 4.3 - MAPEAMENTO DOS RISCOS DOS HOSPITAIS DE CAUCAIA E QUIXADÁ... 40 5 - CONCLUSÃO... 42 6 - REFERÊNCIAS... 45

11 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos tem surgido nos meios de comunicação preocupação com o chamado, resíduos sólidos de saúde conhecido como lixo hospitalar. Concomitantemente apareceram no mercado instalações para incineração de lixo, instalações complexas e caras. Surgiram também portarias, a nível estadual e federal, tornando obrigatória a incineração do lixo dos hospitais. É verdade que entre os componentes dos resíduos sólidos dos hospitais existem alguns que inspiram cuidados quanto à transmissão, de fato ou potencial, de agentes patógenos, e estes devem, portanto ser tratados com precaução especial. Trata-se das ataduras e curativos usados, seringas e agulhas descartadas, algumas roupas e tecidos sujos de pessoas com enfermidades contagiosas, peças anatômicas e parte de tecidos humanos. Conforme Lutzenberger (2006), estes restos, não constituem dez por cento do lixo de um hospital. O saldo, os outros noventa por cento, está constituído de papéis, plásticos, metais, vidros, restos de comida, varredura, etc. Designar todo o resíduo sólido a sua incineração é um contrasenso. O caminho correto é a separação na origem. Somente o que potencialmente poderia veicular agentes patógenos deve ser levado a processos de desativação dos contaminantes. Uma separação na fonte permitiria a reciclagem dos materiais úteis, como plásticos, papéis, metais e vidros. As próprias seringas e agulhas usadas, após seu uso devem ser mantidas em recipiente especial sem misturar com outros materiais e sem contato manual, poderão ser realizadas e levadas à reciclagem do plástico e dos metais. Quanto aos resíduos sólidos potencialmente perigosos, as possibilidades de desativação dos microorganismo patógenos são várias: incineração, pirólise, autoclavagem, tratamento a vapor, realização química ou por radiação, compostagem especial ou enterramento. A incineração e a pirólise são os métodos menos aconselháveis. As instalações são complexa, muito caras e vulneráveis. Exigem operação e manutenção excepcional. Qualquer descuido pode levar a problemas sérios. Caso o material pirolisado ou queimado contenha certos tipos de plásticos, como o PVC ou outros organoclorados, e se os gases resultantes da combustão ou pirólise não forem adequadamente craqueados em temperaturas elevadas, poderão surgir e ser distribuídas no ambientes dioxinas, que são os venenos de efeitos mais graves que se conhecem. É difícil imaginar que um aparelho desses funcione

12 durante anos, com todas as panes que são inevitáveis em técnica tão complexa, sem que surjam problemas graves. Bem mais fácil menos onerosa e menos problemática é a esterilização do material contaminado em autoclave (cozimento sob pressão). Se gasta menos energia, não há problema de emissões e, após a esterilização, o material poderá ser levado ao lixo comum, poderá ser incluído em composto ou mesmo enterrado. Mas em um esquema de compostagem bem feito e cuidadoso o material contaminado poderá ser esterilizado no próprio composto. As altas temperaturas e a microflora aeróbia se encarregam de destruir os patógenos. O mesmo acontece com um enterramento cuidadoso. Esta questão precisa ser repensada, evitando precipitações e partindo para soluções corretas. Este estudo pretende avaliar sobre a gestão de Resíduos de Serviços de Saúde em dois hospitais localizados no Estado do Ceará e propor melhorias. 1.1 Objetivo Geral Analisar a gestão de resíduos de serviços de saúde em dois hospitais públicos do Estado do Ceará e propor melhorias. 1.2 Objetivos Específicos Identificar diretrizes e estratégias de implementação da gestão de resíduos de serviços de saúde. Levantar as principais necessidades de investimentos, com vistas a implantação da gestão de resíduos de serviços de saúde nos hospitais incluindo a destinação final dos resíduos de serviços de saúde. 1.3 Justificativa O Estado do Ceará tem sido pioneiro no desenvolvimento e organização dos serviços de Atenção Primária em Saúde. A estratégia adotada foi a implantação do Programa Saúde da Família (PSF). O modelo da Atenção em Saúde do Ceará é reconhecido

13 nacionalmente, tendo o programa sido amplamente incorporado por outros municípios brasileiros e por outros países. As ações e serviços especializados são organizados nos níveis secundários e terciários através das estratégias de micro e macrorregiões, respectivamente. O Plano Diretor de Regionalização PDR vigente, divide o território cearense em 22 microrregiões de saúde e 3 macrorregiões de saúde. Os hospitais pólos estão localizados nos municípios sede de microrregiões e atendem a população local e a população referenciada de outros municípios que compõem a microrregião. O Governo do Estado, através do programa de Fortalecimento da Atenção Secundária e Terciária, vem investindo com recursos próprios na manutenção e na melhoria de oferta de serviços prestado por estes hospitais, por reconhecer a importância do atendimento de qualidade e resolutivo à população residente no interior, reduzindo o encaminhamento de pacientes para capital. A qualidade deste atendimento passa necessariamente pela melhoria da gestão hospitalar, que envolve vários aspectos, dentre eles a do gerenciamento dos resíduos gerados. O presente estudo pretende considerar a potencialidade dos riscos presentes a partir do gerenciamento inadequado dos resíduos gerados em serviços de saúde, notadamente de unidades hospitalares. Os resíduos hospitalares produzidos pelas atividades médicos-assistenciais, nos estados sólido, semi-sólido e líquido, têm sido um grande problema a ser enfrentado pela administração hospitalar. 1.4 Relevância A melhor forma de enfrentamento da questão referente aos Resíduos de Serviços de Saúde, antes denominados lixo hospitalar, é o seu gerenciamento. O gerenciamento dos resíduos de serviços de Saúde tem por objetivo minimizar a sua produção e de proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos profissionais que ali trabalham, a preservação da Saúde Publica, dos recursos naturais e do meio ambiente. Neste sentido, este trabalho propõe a realização de estudo e avaliação da caracterização dos resíduos de serviços de saúde das unidades públicas hospitalares no estado do Ceará.

14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Silva et al (2002) verificaram que há possibilidade de agravos à saúde humana e ambiental associados a diferentes microrganismos patogênicos, ressaltando o risco à exposição biológica quando prevalece o gerenciamento inadequado dos resíduos de serviços de saúde, dentro e fora dos serviços dos estabelecimentos assistenciais de saúde. Por sua vez, Luna (2002) afirma que fatores demográficos, como a destinação inadequada dos resíduos sólidos, semi-sólidos e líquidos, estão envolvidos na determinação da emergência e reemergência de doenças infecciosas. Sendo assim, o tratamento adequado dos resíduos de serviços de saúde, especialmente aqueles contendo material biológico de pacientes acometidos por doenças novas ou emergentes como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de patogênese ainda pouco conhecida, é de fundamental importância para a contenção da propagação dessas doenças. Os órgãos reguladores têm elaborado normas técnicas, tais como, RDC Nº 306/2004- ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Lei Nº 10.308/2001- CNEN - Comissão de Energia Nuclear, RE Nº358/2005- CONAMA- Comissão Nacional do Meio Ambiente, bem como a ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. Pela Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA, RDC Nº 306/2004. A SESA, através da Vigilância Sanitária, é a instituição responsável pela execução de ações de controle ambiental relacionadas ao descarte do lixo hospitalar. Neste sentido, promoveu um estudo avaliativo da Implantação da Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde. O estudo desenvolveu os seguintes passos metodológicos: a) Elaboração e envio de um Roteiro de Auto-Avaliação sobre a Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde para 100% das Unidades Hospitalares (273) do estado; b) Supervisão in loco com a aplicação do mesmo roteiro de auto-avaliação em todos os Hospitais Pólo; c) Envio do mesmo Roteiro de auto-avaliação para o mesmo universo de Unidades Hospitalares (273); d) Consolidação e sistematização dos dados. De acordo com a avaliação da SESA, o descarte do lixo hospitalar das unidades indica que há necessidade de uma análise mais aprofundada quanto ao cumprimento das leis, recomendações Nacional e quanto ao Diagnostico e Recomendações da Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde em Unidades do SUS no Estado do Ceará.

15 2.1 Resíduos Sólidos Segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004) Os resíduos sólidos são definidos como: resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos, nesta definição, os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. 2.2 Legislação Brasileira A legislação nacional aplicada aos resíduos de serviços de saúde é constituída por leis, decretos e portarias. Os órgãos reguladores têm elaborado normas técnicas, tais como, RDC Nº 306/2004- ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Lei Nº 10.308/2001- CNEN - Comissão de Energia Nuclear; RE Nº358/2005- CONAMA- Comissão Nacional do Meio Ambiente, bem como a ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. Definição de RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - RSS - são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços definidos no artigo 1o que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. Definição de Sistema de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde: conjunto de unidades, processos e procedimentos que alteram as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos resíduos, podendo promover a sua descaracterização, visando a minimização do risco à saúde pública, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador. Definição de Sobras de amostras: restos de sangue, fezes, urina, suor, lágrima, leite, colostro, líquido espermático, saliva, secreções nasal, vaginal ou peniana, pêlo e unha que permanecem nos tubos de coleta após a retirada do material necessário para a realização de investigação

16 O regulamento técnico para o gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, publicado inicialmente por meio da RDC ANVISA n. 33 de 25 de fevereiro de 2003, submeteu-se a um processo de harmonização das normas federais dos Ministérios do Meio Ambiente por meio do Conselho Nacional de Meio Ambiente/CONAMA e da Saúde através da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA referente ao gerenciamento de RSS que se aplica a todos os geradores de resíduos de serviços de saúde, sendo substituída pela RDC nº 306, de 07/12/2004 cujos artigos são: Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, em Anexo a esta Resolução, a ser observado em todo o território nacional, na área pública e privada. Art. 2º Compete à Vigilância Sanitária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, com o apoio dos Órgãos de Meio Ambiente, de Limpeza Urbana, e da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, divulgar, orientar e fiscalizar o cumprimento desta Resolução. Art. 3º A vigilância sanitária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, visando o cumprimento do Regulamento Técnico, poderão estabelecer normas de caráter supletivo ou complementar, a fim de adequá-lo às especificidades locais. Art. 4º A inobservância do disposto nesta Resolução e seu Regulamento Técnico configura infração sanitária e sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis. Art. 5º Todos os serviços em funcionamento, abrangidos pelo Regulamento Técnico em anexo, têm prazo máximo de 180 dias para se adequarem aos requisitos nele contidos. A partir da publicação do Regulamento Técnico, os novos serviços e aqueles que pretendam reiniciar suas atividades, devem atender na íntegra as exigências nele contidas, previamente ao seu funcionamento. Art. 6º Esta Resolução da Diretoria Colegiada entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogada a Resolução ANVISA - RDC nº. 33, de 25 de fevereiro de 2003. Pela Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA, RDC Nº 306/2004 - serviços de saúde são responsáveis pelo correto gerenciamento dos resíduos de saúde por eles gerados, devendo atender as normas e exigências legais, desde o momento de sua geração até a sua destinação final. os Regula os procedimentos relativos a gestão dos resíduos de serviços de saúde, como caminho para minimização e o seu manejo seguro, a proteção ao trabalhador e a preservação da saúde de todos. Destacam-se, nesta Resolução, como responsabilidades das unidades de serviços de saúde, a necessidade de elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS, obedecendo a critérios técnicos, legislação ambiental, normas de coleta e transporte dos serviços locais de limpeza urbana entre outras orientações normativas.

17 O PGRSS a ser elaborado deve ser compatível com as normas locais relativas à coleta, transporte e disposição final dos resíduos gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por estas etapas. I) MANEJO - O manejo dos RSS é entendido como a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extra-estabelecimento, desde a geração até a disposição final, incluindo as seguintes etapas: II) SEGREGAÇÃO - Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. III) ACONDICIONAMENTO - Consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, baseado na NBR 9191/2000 da ABNT, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistente ao tombamento. Os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e nas salas de parto não necessitam de tampa para vedação. Os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. IV) IDENTIFICAÇÃO - Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos informações ao correto manejo dos RSS. A identificação deve estar aposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos recipientes de transporte interno e externo, e nos locais de armazenamento, em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando-se símbolos, cores e frases, atendendo aos parâmetros referenciados na norma NBR 7.500 da ABNT, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico de cada grupo de resíduos.

18 A identificação dos sacos de armazenamento e dos recipientes de transporte poderá ser feita por adesivos, desde que seja garantida a resistência destes aos processos normais de manuseio dos sacos e recipientes. O Grupo A é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos O Grupo B é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500 da ABNT e com discriminação de substância química e frases de risco. O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO. O Grupo E é identificado pelo símbolo de substância infectante constante na NBR-7500 da ABNT, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo V) TRANSPORTE INTERNO - Consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta. O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Deve ser feito separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos. VI) ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO - Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Não poderá ser feito armazenamento temporário com disposição direta dos sacos sobre o piso, sendo obrigatória a conservação dos sacos em recipientes de acondicionamento. A sala para o armazenamento temporário pode ser compartilhada com a sala de utilidades. Neste caso, a sala deverá dispor de área exclusiva de no mínimo 2 m2, para armazenar, dois recipientes coletores para posterior traslado até a área de armazenamento externo. VII) TRATAMENTO - Consiste na aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de dano ao meio ambiente. O tratamento pode

19 ser aplicado no próprio estabelecimento gerador ou em outro estabelecimento, observadas nestes casos, as condições de segurança para o transporte entre o estabelecimento gerador e o local do tratamento. Os sistemas para tratamento de resíduos de serviços de saúde devem ser objeto de licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº. 237/1997 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. VIII) ARMAZENAMENTO EXTERNO - Consiste na guarda dos recipientes de resíduos até a realização da etapa de coleta externa, em ambiente exclusivo com acesso facilitado para os veículos coletores. No armazenamento externo não é permitida a manutenção dos sacos de resíduos fora dos recipientes ali estacionados. IX) COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS - Consistem na remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando-se técnicas que garantam a preservação das condições de acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente, devendo estar de acordo com as orientações dos órgãos de limpeza urbana. - A coleta e transporte externos dos resíduos de serviços de saúde devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12.810 e NBR 14652 da ABNT. X) DISPOSIÇÃO FINAL - Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e com licenciamento ambiental de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97. Os EAS novos ou submetidos a reformas ou ampliação devem encaminhar o PGRSS juntamente com o Projeto Básico de Arquitetura para a vigilância sanitária local, quando da solicitação do alvará sanitário. Após sua conclusão prover a capacitação e o treinamento inicial e de forma continuada para o pessoal envolvido no gerenciamento de resíduos, objeto deste Regulamento. Fazer constar nos termos de licitação e de contratação sobre os serviços referentes ao tema desta Resolução e seu Regulamento Técnico, as exigências de comprovação de capacitação e treinamento dos funcionários das firmas prestadoras de serviço de limpeza e conservação que pretendam atuar nos estabelecimentos de saúde, bem como no transporte, tratamento e disposição final destes resíduos. Requerer aos órgãos públicos responsáveis pela execução da coleta, transporte, tratamento ou disposição final dos resíduos de serviços de saúde, documentação que identifique a conformidade com as orientações dos órgãos de meio ambiente.

20 Os resíduos orgânicos, flores, resíduos de podas de árvore e jardinagem, sobras de alimento e de pré-preparo desses alimentos, restos alimentares de refeitórios e de outros que não tenham mantido contato com secreções, excreções ou outro fluido corpóreo, podem ser encaminhados ao processo de compostagem. Manter registro de operação de venda ou de doação dos resíduos destinados à reciclagem ou compostagem. Os registros devem ser mantidos até a inspeção subseqüente. Os restos e sobras de alimentos, só podem ser utilizados para fins de ração animal, se forem submetidos ao processo de tratamento que garanta a inocuidade do composto, devidamente avaliado e comprovado por órgão competente da Agricultura e de Vigilância Sanitária do Município, Estado ou do Distrito Federal. Classificação: GRUPO A - Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. A1 - Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. A2 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. A3 - Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade

21 gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares. A4 - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. A5 - Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. GRUPO B - Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações. Resíduos de saneantes, desinfetantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.

22 Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). GRUPO C - Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05. GRUPO D - Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; Sobras de alimentos e do preparo de alimentos; resto alimentar de refeitório; resíduos provenientes das áreas administrativas; resíduos de varrição, flores, podas e jardins resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde GRUPO E - Materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. No nível estadual, a lei Nº 13.103/2001, a qual institui a Política Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos do Estado do Ceará, estabelece diretrizes e define instrumentos de gestão cujos objetivos apresentados, conforme art.5º, abordam desde a proteção a saúde pública e a preservação da qualidade do meio ambiente, passando pelo incentivo ao consumo responsável, até às exigências de implantação de sistemas de tratamento e disposição final de resíduos sólidos e a proibição da queima de resíduos sólidos (inciso II do artigo 12). Contudo, é mediante instrumento complementar à Lei Nº 13.103/2001, que, por meio do Decreto do Estado do Ceará nº 26.604, de 16 Maio de 2002, que são definidas as responsabilidades inerentes à gestão desses resíduos, conforme explícito no Capítulo IV, a seguir:

23 CAPÍTULO IV DOS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE Seção II - Das Responsabilidades Art.39 - O transporte, tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde serão de responsabilidade do gerador e deverão ser obrigatoriamente segregados na fonte, com tratamento e disposição final realizada de acordo com as Normas Brasileiras - NBR e regulamento estadual de saúde, observando o seguinte: I - a separação de acordo com as classes estabelecidas no artigo anterior e coleta interna diária dos resíduos nas fontes geradoras existentes dentro do estabelecimento; II - o acondicionamento, identificação e transporte interno adequados dos resíduos; III - a manutenção de áreas para operação e armazenagem dos resíduos; IV - a apresentação dos resíduos à coleta externa, de acordo com as normas brasileiras pertinentes e na forma exigida pelos órgãos competentes do SISNAMA e de saúde pública; V - o transporte externo, tratamento e destinação final dos resíduos, na forma exigida pelos órgãos competentes do SISNAMA e de saúde pública; VI - não utilização de tubos de queda para o transporte dos resíduos de que tratam os incisos I, II e III do Art.38 deste Decreto. 1º - O gerenciamento dos resíduos radioativos se dará de acordo com legislação específica e obedecerá às exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. 2º - Os resíduos de serviço de saúde inertes poderão ser coletados, transportados, tratados e dispostos pelo Poder Público Municipal. Seção III Do Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde Art.40 - Os geradores de resíduos de saúde deverão elaborar e apresentar Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde PGRSS, elaborado por responsável técnico devidamente registrado em conselho profissional, que será parte integrante do processo a ser submetido à aprovação pelos órgãos competentes de meio ambiente e de saúde, dentro de suas respectivas esferas de competência, para obtenção de seu licenciamento ambiental e sanitário ou sua renovação. (... ) Art.41 - A empresa que realizar o transporte de resíduos de serviços de saúde deverá ser cadastrada no órgão ambiental e fazê-lo em veículo apropriado de acordo com as normas técnicas vigentes. Art.42 - Os resíduos sépticos provenientes de serviços de saúde não poderão receber disposição final sem tratamento prévio que assegure a eliminação de suas características de patogenicidade. Parágrafo único. Garantida a eliminação da patogenicidade dos resíduos sépticos, conforme procedimentos estabelecidos em regulamentação própria, estes poderão ser considerados resíduos inertes a critério dos Municípios, para fins de coleta pelo prestador dos serviços de limpeza urbana. Art.43 - O tratamento de resíduos sépticos provenientes de serviços de saúde será feito exclusivamente em unidades centralizadas, sob a responsabilidade do Poder Público Municipal ou ainda de entidades privadas, desde que submetidas a licenciamento ambiental junto aos órgãos estaduais de meio ambiente e de saúde pública. Art.44 - O tipo de destinação final a ser adotado, para a mistura,excepcional e motivada, de resíduos pertencentes a diferentes classificações e que não possam ser segregados, deverá estar previsto no PGRSS. Art.45 - O fabricante, o importador e o distribuidor de medicamentos são solidariamente responsáveis pela coleta dos resíduos especiais resultantes dos produtos vencidos ou considerados, por decisão dos órgãos competentes, inadequados ao consumo. Parágrafo único. Os quimioterápicos, imunoterápicos, antimicrobianos, hormônios e demais medicamentos vencidos, alterados, interditados, parcialmente utilizados ou impróprios para consumo devem ser devolvidos

24 ao fabricante ou importador, por meio do distribuidor, sendo aqueles responsáveis por operacionalizar esse sistema de devolução e gerenciamento dos respectivos resíduos especiais. Art.46 - Os resíduos cortantes ou perfurantes deverão ser acondicionados em recipiente rígido, estanque, vedado e identificado adequadamente. Lixo hospitalar representa perigo à saúde e meio ambiente, hospitais e clinicas produzem lixo que pode estar infectado ou contaminado. Podem também se desfazer de drogas e remédios que podem se tornar perigosos, se tomados por pessoas erradas. Além disso, os hospitais geram uma enorme quantidade de lixo comum, que é descartado da mesma maneira que o doméstico. A legislação nacional brasileira aplicada aos RSS existe, é correta mas morosa, somente é aplicada após o ato consumado. Estados e prefeituras através das VISA locais terão que ser mais rígidos e eficientes, na fiscalização e na aplicação das leis que orientam e controlam o manejo dos resíduos de serviços de saúde - RSS. 2.3 Vigilância Sanitária - VISA MISSÃO: Promoção e proteção da saúde da população, através da identificação e controle permanente de fatores de riscos à saúde individual e coletiva. Vigilância Sanitária é um conjunto de ações no âmbito das práticas de saúde coletiva, assentada em várias áreas do conhecimento técnico científico e em bases jurídicas que lhe confere o poder de normatização, educação, avaliação e intervenção, capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde, visando garantir a qualidade do processo de produção, distribuição e consumo de bens e serviços relacionados à saúde, e das condições de vida e trabalho dos cidadãos. A Constituição Federal de 1988 afirma que a saúde é um direito social e que o Sistema Único de Saúde (SUS) é o meio de concretização desse direito. A Lei Orgânica da Saúde, por sua vez, afirma que a Vigilância Sanitária de caráter altamente preventivo é uma das competências do SUS. Isso significa que o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), definido pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, é um instrumento privilegiado de que o SUS dispõe para realizar seu objetivo de prevenção e promoção da saúde. O Sistema engloba unidades nos três níveis de governo federal, estadual e municipal, com responsabilidades compartilhadas.

25 No nível federal, estão a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). No nível estadual, estão o órgão de Vigilância Sanitária e o Laboratório Central de Saúde Publica (LACEN) de cada uma das 27 Unidades da Federação. No nível municipal, estão os serviços de VISA dos 5561 municípios brasileiros, muitos dos quais ainda em fase de organização. Participam indiretamente do Sistema: Conselhos de Saúde e Conselhos de Secretários de Saúde. Interagem e cooperam com o Sistema: órgãos e instituições, governamentais ou não, de diversas áreas. Áreas de atuação da VISA: a) ALIMENTOS: substância ou mistura de substâncias destinada a fornecer ao organismo os elementos para sua formação, manutenção e desenvolvimento. b) COSMÉTICOS: produtos de uso externo, usados para proteção (filtro solar) ou embelezamento (perfumes, sabonetes, cremes, etc.). c) DERIVADOS DE TABACO: cigarros, charutos, cigarrilhas, fumo para cachimbo, tabaco mascável, etc. d) MEDICAMENTOS: produto farmacêutico, produzido pela indústria ou farmácia de manipulação, usado para prevenir e curar doenças, ou amenizar incômodos ou mal-estar. e) PRODUTOS MÉDICOS: materiais e equipamentos diversos, utilizados para assistência à saúde dos mais simples (algodão e gaze) até os mais complexos (camas hospitalares, respiradores e próteses, etc.). Também estão sujeitos a controle sanitário produtos utilizados em academias de ginástica e em lojas de tatuagens, entre outros. f) PROPAGANDA/PUBLICIDADE: forma de comunicação destinada a promover um produto com fins comerciais. No caso dos medicamentos, as propagandas disseminam a idéia que todos os problemas de saúde podem ser resolvidos por meio do medicamento e estimulam a automedicação (tomar remédio por conta própria), incentivando o consumo indiscriminado e inconsciente. g) SANEANTES: produtos destinados à limpeza de ambientes, ao tratamento da água e ao controle de insetos (inseticidas, desinfetantes, detergentes etc.). h) SERVIÇOS DE SAÚDE: destinados a promover, proteger e recuperar a saúde do indivíduo (hospitais, clínicas, banco de sangue, etc.).

26 3 METODOLOGIA Nesse estudo é utilizada pesquisa do tipo exploratória e observacional, descritiva com abordagem quantificativa e qualitativa. A pesquisa aborda os seguintes itens: I - Caracterização e identificação do estabelecimento: 1) Número de leitos; 2) Número de profissionais por setor e função; 3) Identificação do profissional responsável pelo estabelecimento; 4) Identificação dos serviços prestados; 5) Quantificação da media diária de pessoas atendidas; 6) Identificação da infra-estrutura existente. II - Caracterização dos resíduos: 1) Identificação e classificação dos residuais; 2) Quantificação dos resíduos gerados, expressando os valores em kg / dia; 3) Identificação dos locais internos de geração de resíduos. III - Manejo dos Resíduos: 1) Identificação da segregação dos resíduos; 2) Identificação do acondicionamento dos resíduos; 3) Identificação, qualificação e transporte interno dos resíduos; 4) Identificação e qualificação do armazenamento dos resíduos; 5) Identificação e qualificação da coleta e transporte externo dos resíduos; 6) Identificação e qualificação do tratamento dos resíduos; 7) Identificação da disposição final dos resíduos; 8) Identificação e qualificação da segurança operacional dos trabalhadores no gerenciamento dos resíduos. IV - Apresentação dos riscos associados aos resíduos dos serviços de saúde. V - Apresentação das recomendações para a melhoria do gerenciamento de resíduos de serviços de saúde das unidades objeto deste trabalho.

27 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A falta de controle da geração de resíduos pelos estabelecimentos de saúde é um dos maiores entraves no processo de gestão. O conhecimento da quantidade de lixo gerado por tipo e setor facilita a tomada de medidas visando a alocação adequado dos sacos, lixeiras e carrinho de coleta, e é um poderoso auxiliar no processo de capacitação e motivação das pessoas para a segregação dos resíduos, e redução dos riscos associados ao manejo dos resíduos. 4.1 Definição de Hospitais Pólo São hospitais que atendem pacientes encaminhados através das centrais de regulação, após solicitação pelas equipes do PSF e de outras unidades de saúde de municípios inseridos na microrregional, ofertando ações de segundo e terceiro nível de média complexidade, distribuídas nas clínicas abaixo discriminadas e funcionando nas 24 horas, inclusive nos finais de semana. Clínicas Ofertadas: Clínica médica; Cirurgia Geral; Pediatria/Neonatologia; Ginecologia/Obstetrícia; Traumatologia/ Ortopedia com serviços de apoio diagnostico e terapêutico de laboratório de patologia clínica, eletrocardiograma, ultra-sonografia/colposcopia, radiologia e endoscopia. 4.2 Caracterização dos Hospitais Municipais Estudados Os dois hospitais estudados pertencem à esfera municipal, sendo identificados na Secretaria da Saúde do Estado do Ceará como hospitais-pólo de serviços especializados de saúde, conveniados pela SESA através de recursos próprios do tesouro do Estado. 4.2.1 Hospital Municipal de Caucaia: População do Município de Caucaia 250.246 habitantes (IBGE 2000) Nome: Hospital Municipal Abelardo Gadelha da Rocha- HMAGR Razão Social: Prefeitura Municipal de Caucaia CNPJ: 07.616.162/0001-06

28 Endereço: Rua Napoleão Bonaparte Viana, 36 Parque Soledade, Caucaia CE CEP: 61.603-070 Telefone: 85 3342.8156 fax: 85 3342.8158 Email: hospmcaucaia@ig.com.br Responsável legal: Cargo: Diretor Geral telefone: 85 3342.8156 Contato para a gestão de resíduos: Elizângela Gomes de Almeida Cargo: chefe de serviços gerais Telefone: 85 3342.8113 fax: 85 3342.8158 Tipo de unidade de saúde: hospital geral esfera administrativa: municipal Natureza da Organização: Administração Direta da Saúde Área do terreno: 5.000 m2 Área construída: 4.862 m2 Número de leitos: 52 Quadro de pessoal: 309 Pessoal por vínculo: Funcionários: 118 Outros: 191 Pessoal por função: Médicos: 94 Enfermeiros(as): 19 Auxiliares de enfermagem: 99 Pessoal administrativo: 62 Zeladores: 35 Outros profissionais: 0 4.2.2- Hospital Municipal de Quixadá: População do Município de Quixadá 69.504 habitantes (IBGE 2000) Nome: Hospital e Maternidade Dr. Eudásio Barroso- HMDEB Razão Social: Hospital e Maternidade Dr. Eudásio Barroso CNPJ: 070528/0001-124 Endereço: Praça João Brasileiro Filho, 2324, Bairro Planalto Universitário Quixadá Ce CEP 63.900-000 Telefone: 88 3412-8556 Fax: 88 3412-8556 Responsável legal: Cargo: Diretor Administrativo Telefone: 88 3414-4653 Contato para a gestão de resíduos: Luiz Gonzaga Rodrigues de Lima Cargo: Diretor Administrativo Telefone: 88 3414-4653 Fax: 0 XX 88 3412-8556 Email: luiz.quixada@click21.com.br

29 Tipo de Unidade de Saúde: Hospital Geral Esfera Administrativa: Pública Natureza da Organização: Administração Direta da Saúde Número de leitos: 88 Quadro de pessoal: 152 Pessoal por vínculo: Funcionários: 116 Outros: 36 Pessoal por função: Médicos: 13 Enfermeiros(as): 11 Auxiliares de enfermagem: 50 Pessoal administrativo: 05 Zeladores: 17 Outros profissionais: 56 As tabelas demonstradas a seguir mostram dados que caracterizam os hospitais municipais de Caucaia e Quixadá, objeto deste trabalho. TABELA- 1- Infra- estrutura sanitária; TABELA- 2- Controle e estimativa da geração de resíduos; TABELA- 3- Distribuição percentual dos resíduos; Tabela 1 Infra-estrutura sanitária dos HMAGR e HMDEB Descrição Situação HMAGR HMDEB Abastecimento de água Rede Pública Sim Sim Poço Sim Não Tratamento Interno Sim Não Freqüência de controle da qualidade da água Semanal Anual Esgotamento sanitário Faz algum tipo de tratamento interno Sim Não Destino dos efluentes Rede pública Sim Sim Sumidouro/valas de infiltração Lançamento em cursos de água Tabela 2 Controle e estimativa da geração de resíduos do HMAGR e HMDEB Descrição Situação/Resultados HMAGR HMDEB Controle da geração de resíduos Pesagem existente Não Não Estimativa de geração de resíduos kg/dia 200,5 63,9 Segregação existente %S.Branco 68,6% 50% %S.Preto 31,4% 50%

30 Tabela 3 Distribuição percentual dos resíduos dos HMAGR e HMDEB Grupo da RDC ANVISA 306/04 % HMAGR HMDEB A Risco biológico 35,2% 26,5% B Risco químico... 2,2% D Comuns 62,3% (*) 65,3% (**) E - Perfuro cortantes 2,4% 6,0% (*) 8,1% de resíduos recicláveis no HMAGR. (**) 20,6% de resíduos recicláveis no HMDEB. Situação constatada no Hospital Municipal Abelardo Gadelha da Rocha: Caracterização e manejo dos resíduos sólidos no HMAGR, não identificado qualquer tipo de registro da quantidade de lixo, tendo sido realizada a pesagem dos resíduos acumulados, tanto para os sacos brancos (SB) como para os sacos pretos (SP), e os resultados obtidos estão indicados na Tabela-2 citada acima. Complementarmente, a título de checar o nível da adequação da segregação dos resíduos na unidade de saúde, foi realizado o estudo da composição física dos resíduos contidos nos sacos brancos e pretos. Para viabilização dessa pesquisa foi adotada a técnica de amostragem, utilizando-se amostra de 5% do total de resíduos gerados. Das amostras retiradas foram separados os resíduos dos Grupos A, B, C, D e E, definidos na RDC ANVISA 306/04, observando-se que para o Grupo D foram triados os resíduos recicláveis e não recicláveis. Os resultados deste estudo, apresentados na Tabela-3 mostram que os resíduos comuns representam 62,3% do total, onde 8,1 % são materiais recicláveis, o que significa que 54,2% podem ser destinados segundo os procedimentos adotados para os resíduos sólidos urbanos e 37,7% devem ser tratados como materiais infectantes, compondo os resíduos dos Grupos A, B e E, segundo a RDC ANVISA 306/04. O quadro de indicadores obtidos e que devem ser utilizados para fins de monitoramento da gestão de resíduos é representada pelos índices kg/leito e kg/servidor.dia, cujos resultados são: 3,855 kg/leito, e 0,649 kg/servidor.dia para este estabelecimento. A caracterização dos resíduos segundo os setores de especialidades está representada pelos dados da Tabela-4 a seguir.

31 Tabela 4 - Identificação e classificação dos resíduos por setores do HMAGR Setores especialidades Resíduos por Grupo conforme RDC n 306/04 ANVISA Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Grupo E Emergência X X X X Consultórios X X X Laboratório X X X X Radiologia X X X Centro obstétrico X X X X Centro cirúrgico X X X X Esterilização X X X X Lavanderia X X X Farmácia X X X Nutrição X Administração X Organização da Gestão dos Resíduos - A administração dos serviços de limpeza, na estrutura geral das organizações de saúde, está vinculada à Diretoria Administrativa, e, neste caso, o setor responsável é a Chefia de Serviços Gerais. Quanto às exigências legais estabelecidas pelo Decreto Estadual de Nº 26.604, de 16 Maio de 2002 (Artigo 40) e pela RDC ANVISA No 306/2004, no que se refere a necessidade de elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PGRSS, esta Unidade de Saúde não desenvolveu nenhuma iniciativa nesse sentido. Manejo dos Resíduos nas Unidades de Saúde - As informações apresentadas a seguir levantam questões relativas às principais fases de manejo, incluindo o fluxo dos resíduos fora da mesma, visto que a unidade de saúde é co-responsável por esta fase, mesmo ocorrendo fora dos seus muros. Neste sentido, além dos aspectos relativos à segregação e ao acondicionamento, armazenamento, coleta e transporte interno, tratamento interno e abrigo de resíduos, foram avaliadas a coleta e transporte externo, as formas de tratamento externo e a disposição final dos resíduos, que, na maioria das vezes, são realizados comprometendo o meio ambiente e a saúde pública. Outros aspectos abordados se referem à composição física dos resíduos gerados, ao modelo de organização dos sistemas de limpeza, à logística disponibilizada para estas atividades e o nível de capacitação recebida pelos profissionais que operam os sistemas de manejo de Resíduos de Serviço de Saúde RSS. Segregação e Acondicionamento - A fase de segregação e acondicionamento dos resíduos em qualquer ambiente, especialmente naqueles que se ocupam dos serviços de saúde