ANDERSON CORRÊA DA SILVA FERNANDA MUNHOZ DA ROCHA LEMOS DA COSTA LUIZ GUSTAVO NUNES STEFHANY ALINE ZGODA



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Transcrição:

0 ANDERSON CORRÊA DA SILVA FERNANDA MUNHOZ DA ROCHA LEMOS DA COSTA LUIZ GUSTAVO NUNES STEFHANY ALINE ZGODA GARUPANDO APLICATIVO DE COMPARTILHAMENTO DE CARONAS PARA WINDOWS PHONE CURITIBA 2012

1 ANDERSON CORRÊA DA SILVA FERNANDA MUNHOZ DA ROCHA LEMOS DA COSTA LUIZ GUSTAVO NUNES STEFHANY ALINE ZGODA GARUPANDO APLICATIVO DE COMPARTILHAMENTO DE CARONAS PARA WINDOWS PHONE Trabalho apresentado ao Programa de Aplicação Profissional do Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Centro Tecnológico da Universidade Positivo, como requisito para a conclusão do curso. Orientador: Juliana Jenny Kolb Coordenador: Nélio Kubo CURITIBA 2012

2 TERMO DE ANUÊNCIA Pelo presente Termo de Anuência, declaro estar de pleno acordo com as informações contidas neste projeto, o qual se apresenta apto a ser entregue à banca examinadora. Orientador: Profª. Juliana Jenny Kolb Centro Tecnológico Universidade Positivo Assinatura do Orientador Curitiba 2012

3 TERMO DE APROVAÇÃO ANDERSON CORRÊA DA SILVA FERNANDA MUNHOZ DA ROCHA LEMOS DA COSTA LUIZ GUSTAVO NUNES STEFHANY ALINE ZGODA GARUPANDO APLICATIVO DE COMPARTILHAMENTO DE CARONAS PARA WINDOWS PHONE Projeto de Inovação Tecnológica apresentado ao Programa de Aplicação Profissional, do Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, do Centro Tecnológico da Universidade Positivo, pela seguinte banca examinadora: Orientador: Profª. Juliana Jenny Kolb Centro Tecnológico Universidade Positivo Marcos Aurélio de Abreu Rodrigues e Silva Employer Curitiba 2012

4 "... uma mente necessita de livros da mesma forma que uma espada necessita de uma pedra de amolar se quisermos mantê-la afiada..." TyrionLannister - As Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos

5 RESUMO Este documento apresenta o aplicativo de compartilhamento de caronas para Windows Phone Garupando. O objetivo do projeto consiste em prover uma alternativa de transporte para pessoas que compartilhem rotas em comum, de forma a contribuir para a redução dos congestionamentos e da poluição, que é um dos principais problemas enfrentados atualmente pela humanidade.

6 ABSTRACT The present document brings thecarpooling applicationforwindows PhoneGarupando. The project goalis toprovide analternativetransportation forpeople who sharecommonroutesin order tohelp reducingcongestionand pollution, which isone of the mainproblemscurrently facedby humanity

7 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 14 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 16 2.1. Nicho de Mercado... 16 2.1.1 Mobilidade... 16 2.1.2 Sustentabilidade... 17 2.1.3 Carona Solidária... 19 2.1.4 Smartphones... 20 2.2. Gerenciamento de Projetos... 22 2.2.1 PMBOK... 24 2.3. Modelagem de sistemas de software... 25 2.3.1 Princípios da Modelagem... 26 2.3.2 A Linguagem de Modelagem Unificada (UML)... 27 2.3.2.1 Modelagem de Casos de Uso... 28 2.3.2.2 Casos de Uso... 29 2.3.2.3 Diagramas de Casos de Uso... 30 2.3.2.4 Diagrama de Classes... 32 2.4. Tecnologias Utilizadas... 33 2.4.1. Microsoft Visual Studio... 33 2.4.2. C Sharp... 33 2.4.3. Windows Phone... 35 2.4.4. Microsoft Expression Blend... 36 2.4.5. Silverlight... 36 2.4.6. XAML... 37 2.4.7. Bing Maps... 38 2.4.8. SQL Server... 39

8 2.4.9. Windows Communication Foundation... 40 3. ORGANIZAÇÃO-CLIENTE... 41 3.1. Histórico... 41 4. DIAGNÓSTICO DO AMBIENTE... 42 4.1 Pesquisa de aceitação da Carona Solidária... 42 4.2 Caracterização da amostra... 43 5. OBJETIVOS... 47 6. DESENVOLVIMENTO... 48 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 50 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 51 9. APÊNDICES... 59 9.1 Apêndice A Gerenciamento do Projeto... 59 9.1.1 Termo de Abertura do Projeto... 59 9.1.1.1 Justificativa... 59 9.1.1.2 Visão Geral do Escopo... 60 9.1.1.3 Restrições... 60 9.1.1.4 Premissas... 60 9.2 Apêndice B - Plano de Gerenciamento do escopo... 61 9.2.1 Descrição Detalhada do Produto... 61 9.2.2 Escopo não Contemplado... 62 9.2.3 EAP / WBS... 62 9.2.4 Dicionário EAP / WBS... 66 9.3 Apêndice C Gerenciamento do tempo... 67 9.3.1 Cronograma... 70 9.3.2 Durações das Atividades... 74 9.4 Apêndice D - Gerenciamento da qualidade... 75 9.5 Apêndice E - Gerenciamento da comunicação... 77

9 9.6 Apêndice F Especificação dos Requisitos do Projeto... 80 9.7 Apêndice G Modelagem... 84 9.7.1 Cadastrar usuário... 84 9.7.2 Recuperar Senha... 94 9.7.3 Acessar Sistema... 102 9.7.4 Configurar Conta... 109 9.7.5 Gerenciar Rotas... 119 9.7.6 Consultar Rotas... 131 9.7.7 Gerenciar Mensagens... 138 9.8 Apêndice H Modelo Físico de Dados... 148 9.9 Apêndice I Documento de Diagrama de classe... 149 9.10 Apêndice J Documento de Arquitetura... 150 9.10.1 Objetivo... 150 9.10.2 Escopo... 150 9.10.3 Representação da Arquitetura... 150 9.10.4 Princípios e Restrições da Arquitetura... 151 9.10.5 Visão Lógica... 151 9.10.6 Visão Física... 152 9.10.7 Mecanismos arquiteturais... 153 9.10.8 Tecnologias utilizadas... 153 9.10.9 Elementos do Sistema... 153 9.10.10 Performance... 154 9.11 Apêndice K Questionário Carona Solidaria... 155

10 ÍNDICE DE IMAGENS Figura I - Diagrama de Rede... 70 Figura II - Estrutura Analítica dos Recursos... 74 Figura III - Diagrama de caso de uso Cadastrar Usuário... 89 Figura IV - Protótipo Cadastro de usuário... 90 Figura V - Diagrama de caso de uso Recuperar Senha... 99 Figura VI - Protótipo Recuperar Senha... 99 Figura VII - Diagrama de caso de uso Acessar Sistema... 106 Figura VIII Protótipo Acessar Sistema... 107 Figura IX Diagrama caso de uso Configurar Conta... 114 Figura X Protótipo Configurar Conta... 115 Figura XI Diagrama de caso de uso Gerenciar Rotas... 127 Figura XII Protótipo Gerenciar Rotas... 128 Figura XIII Diagrama de caso de uso Consultar Rotas... 135 Figura XIV - Protótipo Consultar Rotas... 136 Figura XV Diagrama de caso de uso Gerenciar Mensagem... 144 Figura XVI - Protótipo Gerenciar Mensagem caixa de entrada... 145 Figura XVII - Protótipo Gerenciar Mensagem caixa de entrada... 146 Figura XVIII - Visão do modelo Físico de dados... 148 Figura XIX - Visão do Diagrama de Classe... 149 Figura XX Arquitetura do Aplicativo na visão do Smartphone... 150

11 Figura XXI - Arquitetura do Aplicativo na visão do Web Server/Banco de Dados... 151 Figura XXII - Visão Lógica do Aplicativo... 152 Figura XXIII - Visão Física do Aplicativo... 152

12 ÍNDICE DE TABELAS Tabela I -- Características da amostra... 43 Tabela II - Aspectos relacionados à carona solidária... 44 Tabela III - Informações consideradas importantes na busca por caronas... 45 Tabela IV - Critérios de aprovação... 66 Tabela V - Lista de Atividades... 67 Tabela VI - Lista de atributos das atividades... 68 Tabela VII - Lista de Marcos... 69 Tabela VIII - Recursos das Atividades... 70 Tabela IX - Requisitos e Garantia da Qualidade... 75 Tabela X - Identificação das Partes Interessadas e Estratégia de Comunicação... 77 Tabela XI - Plano de Comunicação... 79 Tabela XII - Característica de Qualidade Funcionalidade... 80 Tabela XIII - Característica de Qualidade Usabilidade... 81 Tabela XIV - Característica de Qualidade Confiabilidade... 82 Tabela XV - Característica de Qualidade Eficiência... 82 Tabela XVI - Característica de Qualidade Portabilidade... 83 Tabela XVII - Característica de Qualidade Manutenibilidade... 83 Tabela XVIII - Mapa de testes Cadastro de usuário... 90 Tabela XIX - Campos do formulário cadastro de usuário... 92 Tabela XX - Mapa de testes Recuperar Senha... 100

13 Tabela XXI - Campos do formulário Recuperar Senha... 100 Tabela XXII - Mapa de testes Acessar Sistema... 107 Tabela XXIII - Campos do formulário Acessar Sistema... 108 Tabela XXIV - Mapa de testes Configurar Conta... 115 Tabela XXV- Campos do formulário Configurar Conta... 117 Tabela XXVI - Mapa de testes Gerenciar Rotas... 128 Tabela XXVII - Campos do formulário Gerenciar Rotas... 129 Tabela XXVIII - Mapa de testes Consultar Rotas... 136 Tabela XXIX - Campos do formulário Consultar Rotas... 137 Tabela XXX - Mapa de testes Gerenciar Mensagem... 146 Tabela XXXI - Campos do formulário Gerenciar Mensagem... 147

14 1. INTRODUÇÃO Ao longo das últimas três décadas, os temas crescimento econômico e sustentabilidade ambiental têm sidoconstantemente debatidos no mundo inteiro.a sociedade presencia o fortalecimento econômico global, principalmente por parte dos países emergentes. Embora a preocupação com o impacto no meio ambiente tenha crescido junto com a economia mundial, pouco tem sido feito pelos governantes: as campanhas educativas sobre preservação ambiental são pífias, o investimento no transporte público não atinge um nível desejado que possibilite conforto e rapidez aos usuários e as indústrias automobilísticas, além de não investirem maciçamente em fontes de energia menos poluentes, utilizam sua imensa mão-de-obra como refém nas negociações com os governos com o intuito de reduzir impostos e maximizar os lucros. Ainda em relação ao crescimento econômico global, não se pode deixar de citar como um de seus resultados o crescimento tecnológico na área de informação que permitiu, a um baixo custo, a utilização de computadores pessoais, telefones celulares e, principalmente, a revolução na interconectividade entre pessoas do mundo inteiro através da Internet. A adoção de práticas não sustentáveis está diretamente relacionada aos graves desequilíbrios ambientais que o Planeta Terra está sofrendo. Dessa forma, a população mundial deve se conscientizar de que, para termos um futuro melhor, será necessário quebrar paradigmas sociais e mudar os hábitos de consumo das pessoas. Para compensar e regular esse consumo excessivo surgiu a TI Verde, que visa promover a utilização dos recursos computacionais de forma consciente, proporcionando a preservação ambiental e a redução dos gastos na infraestrutura da Tecnologia da Informação (TI) (ROLT et al., 2010). Baseando-se nessas premissas, os próprios softwares poderiam contribuir de outras formas além das citadas acima, para ajudar a preservação do meio ambiente.

15 Dessa forma, este trabalho tem como objetivo prover uma solução tecnológica que possibilite a minimização dos impactos causados pelos automóveis no meio ambiente. Essa solução consiste no desenvolvimento de um aplicativo para smartphone 1 que contribua com a diminuição no número de carros no trânsito através do processo de Carona Solidária. 1 Smartphones também conhecidos como telefones inteligentes. São celulares com funcionalidades avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados no seu Sistema Operacional.

16 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Nicho de Mercado 2.1.1 Mobilidade O planeta Terra vem passando por constantes e aceleradas transformações, as quais têm afetado significativamente o meio ambiente nos aspectos físico, biológico, político e social, impactando negativamente a qualidade de vida das pessoas (OLIVEIRA, 2009). Muitos pesquisadores afirmam que o aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc.) na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes de difícil dispersão, causando o efeito estufa e toda a degradação ambiental associada a ele (SILVA, 2009). O setor de transporte é atualmente um dos principais responsáveis pelo lançamento de gases na atmosfera, respondendo por cerca de 20% das emissões globais de CO 2. Já no Brasil, segundo informações do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o setor de transporte é responsável por cerca de 9% das emissões totais desse gás (CARVALHO, 2011). O crescimento desenfreado da frota de veículos trouxe à tona vários problemas ligados ao tráfego, como congestionamentos, crescimento no índicede acidentes de trânsito, poluição atmosférica, problemas de estacionamento, desumanização das cidades com consequente impacto na qualidade de vida, dentre outros (FERREIRA, RIBEIRO e BARBOSA, 2012). Sob esta ótica, Curitiba é a capital brasileira com o maior índice de motorização, apresentando o índice de um veículo para cada 1,58 habitante (REZENDE et al., 2011). Outro fator agravante reside no fato de que as pessoas não têm a percepção e a consciência do uso compartilhado e eficiente dos veículos, uma vez que a maioria deles é conduzido apenas pelo motorista.segundo estudo realizado por Carvalho (2011), o transporte individual responde por cerca de

17 35% das viagens motorizadas, e é responsável em média por quase 60% das emissões de dióxido de carbono nos centros urbanos brasileiros. Uma das principais questões do urbanismo atual está centrada na garantia da mobilidade nos centros urbanos, uma vez que a infraestrutura existente não tem capacidade de absorver, com qualidade, o fluxo de veículos proporcionalmente ao seu crescimento (ROCHA, 2007). Em decorrência disso, cada vez mais tem se buscado medidas para minimizar os problemas ligados a esse crescimento acelerado da frota. Atualmente, algumas grandes metrópoles estão desincentivando o transporte motorizado individual, e inclusive, proibindo a circulação em áreas específicas. Essas estratégias, que tem como objetivo estruturar um sistema equilibrado social, econômico e ambientalmente estão, em geral, vinculadas ao conceito de Gerenciamento da Mobilidade (KUWAHARA; BALASSIANO; SANTOS, 2012). O Gerenciamento da Mobilidade é uma técnica de planejamento de transportes que, dentre outros aspectos, busca estratégias para promover a redução dos impactos ao meio ambiente gerados pelos sistemas de transporte. Esta técnica engloba uma série de medidas que buscam modificar a forma de pensar, agir, trabalhar e locomover-se das pessoas, conscientizando-as da importância do uso de meios mais sustentáveis de transporte, e ajudando a tornar o sistema de transportes existente mais eficaz (FERREIRA; RIBEIRO; BARBOSA, 2012). Dentre as várias estratégias de Gerenciamento da Mobilidade citam-se: mudança do hábito de viagens, restrição ao uso do automóvel, sistema de rodízio, incentivo e priorização dos meios não motorizados e de transporte de massa em detrimento ao uso do transporte individual, incentivo ao compartilhamento do automóvel (Carpooling), Clube do carro (Carsharing), entre outros como forma de reduzir os impactos ambientais ocasionados pelos veículos automotores(ferreira; RIBEIRO; BARBOSA, 2012; KUWAHARA; BALASSIANO; SANTOS, 2012). 2.1.2 Sustentabilidade

18 Frente à necessidade de estratégias globais para o desenvolvimento de um mundo sustentável, este trabalho analisa a necessidade de mudança dos paradigmas do deslocamento humano, tendo como foco de análise a perspectiva das pessoas em detrimento à dos veículos, orientando-se pelos princípios da qualidade de vida e da sustentabilidade (OLIVEIRA, M. F. S.; OLIVEIRA, O. J. R.; OLIVEIRA, J.F. S., 2010). O conceito de sustentabilidade consiste em atender às necessidades do presente sem comprometer, ao mesmo tempo, os interesses das gerações futuras. Na problemática da sustentabilidade, a prosperidade econômica, o desenvolvimento humano e social e a preservação do meio ambiente possuem o mesmo grau de importância (FILETO, 2009). A obtenção da sustentabilidade global sofre a ação de diversos entraves: culturais, científicos, político-econômicos, sociais, éticos, ideológicos e psicológicos. Contudo, acredita-se firmemente que os cidadãos podem modificar os seus hábitos de vida e de consumo e, dessa forma, atuar como os atores principais da mudança de paradigma da mobilidade sustentável (FILETO, 2009). Neste contexto, para que a questão da mobilidade se torne sustentável, é necessário que os problemas sejam abordados de forma mais ampla, incluindo não apenas a gestão, o desenvolvimento e a adoção de inovações tecnológicas, mas também promovendo mudanças quanto ao comportamento da sociedade, de forma a promover o crescimento da consciência ambiental (SILVA et al., 2003). Os consumidores têm um enorme potencial para impulsionar a redução das emissões de CO2 através de suas atitudes no dia-a-dia, como suas decisões sobre aquecimento e iluminação em casa, a escolha dos aparelhos elétricos e suas opções de transporte (FILETO, 2009). O sentido de pertencimento a uma comunidade e o senso de responsabilidade sobre os destinos da sociedade são fundamentais para que os indivíduos abdiquem do seu conforto particular em prol do bem-estar social (OLIVEIRA, M. F. S.; OLIVEIRA, O. J. R.; OLIVEIRA, J.F. S., 2010). A redução do uso do automóvel estimula a co-responsabilidade social na preservação do meio ambiente, chamando a atenção das pessoas sobre as consequências relacionadas à poluição do ar (JACOBI, 2003). Dessa forma, a

19 realização de campanhas de divulgação e conscientização, voltadas aos proprietários de veículos, para adesão a algumas alternativas são extremamente importantes (KUWAHARA; BALASSIANO; SANTOS, 2012). Como o automóvel é o meio de transporte mais utilizado, se houver uma melhora na utilização desse meio, o impacto final será de extrema relevância (SANTOS; SILVA, 2009). 2.1.3 Carona Solidária Uma das estratégias utilizadas para reduzir os impactos ambientais causados pelos automóveis e os congestionamentos é o incentivo ao uso compartilhado dos mesmos, conhecido como Carpooling, e traduzido para o português como Carona Solidária. A carona solidária pode ser definida como a realização de uma viagem com pelo menos duas pessoas compartilhando um automóvel pertencente a um desses ocupantes, sendo que ambos são considerados praticantes da carona solidária (FERREIRA; RIBEIRO; BARBOSA, 2012). Em geral, todos os participantes são proprietários de um automóvel e alternam seu uso, economizando assim com as despesas de viagem e contribuindo para reduzir os fatores citados anteriormente (EPC, 2011). O estabelecimento de uma carona envolve encontrar pessoas com horários e rotas semelhantes. Os participantes devem estar prontos no horário e lugar combinados com a pessoa que está oferecendo a carona, requerendo dessa forma um acordo mútuo de confiança (MINETT; PEARCE, 2009, tradução nossa). O sistema de caronas é frequentemente utilizado para viagens ao trabalho, instituições de ensino superior e escolas, uma vez que há muitas pessoas viajando ao mesmo tempo para o mesmo local. A carona é flexível e pode ser usada para uma única viagem ou para viagens regulares. Este programa de Carona Solidária é utilizado há muitos anos, com bastante sucesso, em vários países como: França, Alemanha, Inglaterra, Canadá e Estados Unidos. Na França, por exemplo, um site com mais de 200 mil pessoas inscritas realizou uma pesquisa com seus usuários que relataram como vantagens das caronas a economia nos gastos com pedágio e com

20 gasolina e o prazer em conhecer outras pessoas e fazer novos amigos (OLIVEIRA, 2009). Além das vantagens citadas pelos usuários, a carona solidária também promove redução na demandapor estacionamento, dos congestionamentos e da poluição do ar, melhorando dessa forma o bem-estar social e reduzindo o impacto ambiental. Também é possível destacar osbenefíciossociaisa partir de umaperspectiva comportamental, como mudançasnos hábitosculturais e sociais e na mentalidade das pessoas (GALIZZI, 2004, tradução nossa). A eficiência da carona solidáriaestá condicionada à adoção de medidas que incentivem sua prática, uma vez que ela traz desvantagens como a perda da privacidade e disponibilidade, insegurança, perda da independência e a dificuldade de coordenação de viagens de pessoas diferentes (FERREIRA; RIBEIRO; BARBOSA, 2012). Com base nessas informações, percebe-se que osucesso deste programadepende de um conjunto de medidas, como o apoio das pessoas e das instituições, a realização de campanhas educativas e informativas para que a população possa conhecer e usufruir desta facilidade e assim melhorar sua mobilidade (DEWAN; AHMAD, 2007). Outra formade aumentar a adesão ao sistema de caronas consiste na oferta de benefícios ou incentivos aos participantes, comopor exemplo, uma faixa destinadapara o tráfego de veículosde alta ocupação (pelo menos dois ocupantes) e espaçospreferenciais de estacionamento(ferreira; RIBEIRO; BARBOSA, 2012). 2.1.4 Smartphones A tecnologia móvel está se tornando cada vez mais presente no cotidiano da população envolvendo todas as classes sociais. A presença dos dispositivos móveis está revolucionando a vida das pessoas à medida que esses ficam mais acessíveis e oferecem mais serviços. Nesse sentido, o termo computação móvelé frequentemente empregado no sentido genérico de descrever a habilidade de utilizar tecnologia apropriada para obter conexão sem fio e usufruir de informação e/ou software de aplicação centralmente

21 encontrado através de aplicações pequenas, portáteis, e dispositivos de computação e comunicação sem fio (KLIEMANN, 2006). O Brasil está deixando de ser o país do telefone celular para ganhar o status de nação dos smartphonestabela. Essa constatação provém de uma pesquisa conduzida pela IHS isuppli, a qual revelou que a venda de smartphones deve ultrapassar a dos celulares normais em 2013. Estima-se que os chamados celulares inteligentes representarão 54% da venda total de aparelhos móveis no ano que vem. Atualmente eles representam 46% do total de vendas de celulares móveis(venda, 2012). Segundo pesquisa realizada pela Nielsen acerca do mercado de dispositivos móveis as vendas de smartphones no Brasil em 2011 registraram um crescimento de 179% em relação ao ano anterior. Ainda de acordo com a Nielsen, foi a queda de 33% no preço médio do celular inteligente em comparação a 2010, que contribuiu para o crescimento nas vendas (VENDAS, 2012). Os resultados de uma pesquisa realizada pelo IDC mostraram que nos próximos quatro anos o Windows Phone pode superar o mercado do ios e se tornar o segundo sistema operacional móvel mais usado do mundo. Dos 5,2% atuais, o Sistema Operacional da Microsoft deverá ter um aumento de 14% até 2016, enquanto o ios terá uma perda de 1,5%, ficando com 19% do mercado. No primeiro lugar está o Android que atualmente detém 61% do mercado de telefonia móvel e deve ficar com 52,9% daqui a quatro anos. No geral, o IDC estima que o mercado global de telefones móveis cresça 4% ao longo dos próximos quatro anos e que, neste ano, 1,8 bilhões de smartphones sejam enviados ao mercado (PESQUISA, 2012). No Brasil, o panorama é um pouco diferente. A empresa KantarWorldpanel Com Tech divulgou os dados de uma pesquisa, que analisou o mês de agosto de 2012, sobre a utilização de smartphones em diversos países do mundo. Os resultados indicam que a base de usuários brasileiros usando a plataforma do Google corresponde a 46.8% do mercado, já o ios 2 é apenas o quarto colocado, com 7,5% de participação, atrás do Windows Phone com quase 15% e até do Nokia Symbian 3 (22% dos aparelhos).a tendência, 2 IOS - Sistema operacionalmóvel da Apple Inc. desenvolvido originalmente para o iphone. 3 Symbian - Sistema operacional móvel (OS) e plataforma de computação, projetado para smartphones.

22 com o passar do tempo, é que a participação do Symbian caia em desuso e ios e Windows Phone fiquem como principais concorrentes do Android 4 na luta pelo topo deste mercado, que não para de crescer (ANDROID, 2012). O sistema operacional da Microsoft para smartphones, o Windows Phone chegou para competir com iphones e Androids, já estabelecidos no mercado há algum tempo. A interface da plataforma da Microsoft é mais intuitiva e é diferente dos demais smartphones. A maior diferença entre essas plataformas está relacionada a uma das principais características dos smartphones: a quantidade e qualidade dos aplicativos disponíveis para cada plataforma(prado, 2012). Com mais de 600 mil aplicativos disponíveis, a AppStore, da Apple, está à frente de suas concorrentes. O Google Play, substituto do Android Market, oferece algo em torno de 500 mil aplicativos. Já o MarketPlace do Windows Phone ainda está no começo, mas já conta com 120 mil aplicativos disponíveis para download (MACHADO, 2012). Um blog americano realizou uma pesquisa para comparar a venda de um software (Mortal Kombattáticas) que existe tanto para Windows Phone 7 como paraandroid, sendo que em ambas as plataformas o aplicativo demonstra as mesmas funções. A pesquisa durou 5 dias e a versão para o Windows Phone obteve um total de 12.331 avaliações e uma receita de U$ 14,77. Os resultados mostraram que no 1 dia a versão para o Windows Phone já havia superado os resultados do Android, que em 5 dias obteve um total de 3.684 avaliações e uma receita total de U$ 1,27 (PROGRAMAR, 2011). De acordo com essas informações, fica evidente que o mercado de aplicativos para o Windows Phone está em franca expansão. 2.2. Gerenciamento de Projetos A humanidade vem enfrentando inúmeras mudanças ambientais e quebras de paradigmas, os quais possibilitam o desenvolvimento de projetos motivados pelo intenso movimento de globalização do mundo dos negócios. A ciência acerca dessas transformações possibilita a condução de diversos 4 Android - Sistema operacional baseado no núcleo Linux para dispositivos móveis.

23 conjuntos de atividades que devem ser tratados como projetos, por suas características inovadoras e necessidades de integração (MENEZES, 2009). O desenvolvimento de produtos ou soluções novas demanda um planejamento orientado na criação, no desenvolvimento e em todas as fases intermediárias de validação do projeto, pois facilita o controle no lançamento desses produtos (MENEZES, 2009). Um projeto corresponde a um empreendimento único que apresenta objetivo bem definido, uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, sendo conduzido por pessoas e respeitando os parâmetros predefinidos de tempo, custo e qualidade (BRUZZI, 2002). Dessa forma, a gestão de projetos pode ser definida como o planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas para atingir seus objetivos com êxito (KERZNER, 2006). Além disso, o gerenciamento de projetos consiste na aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas, e técnicas às atividades do projeto de forma a atender seus requisitos (PMI, 2008). Segundo Sommerville (2007), um bom gerenciamento não é suficiente para garantir o sucesso de um projeto. No entanto, um mau gerenciamento geralmente resulta em falha do projeto: entrega fora do prazo, custo maior do que o estimado e falha no atendimento aos requisitos. O controle e gerenciamento de um projeto estão baseados em três fatores básicos: escopo, tempo e custo, comumente conhecidos como Restrição Tripla. Eles constituem o foco do gerenciamento de projetos, concentrando toda energia e atenção do Gerente do Projeto (POSSI, 2004). Esses três parâmetros estão fortemente relacionados, de forma que se ocorrer uma mudança em um deles, provavelmente irá afetar os demais (PMI, 2008). O conhecimento das variáveis que influenciam o projeto, além dos parâmetros citados acima, também é importante. Como exemplo desses parâmetros pode-se citar a cultura local e os padrões de comportamento da população, os quais podem igualmente influenciar o projeto (MENEZES, 2009). Para que o gerenciamento de projetos seja eficiente, os mesmos devem ser segmentados em fases, constituindo o ciclo de vida do projeto. Esse ciclo inclui os principais passos do projeto, funcionando como uma ferramenta de apoio para definir o começo e o término do mesmo, através da definição de

24 fases, cujos subprodutos são avaliados de forma a determinar a continuidade ou não de um projeto (POSSI, 2004). O plano de gerenciamento do projeto é considerado iterativo devido ao potencial de mudança do mesmo. Ele passa por uma elaboração progressiva no decorrer do ciclo de vida do projeto. Dessa forma, conforme o projeto evolui, o nível de detalhes aumenta (PMI, 2008). 2.2.1 PMBOK Nos últimos anos a área de gerenciamento de projetos tem ganhado cada vez mais reconhecimento e importância. Um dos principais responsáveis por essa ascensão é o Instituto de Gerenciamento de Projetos (PMI - Project Management Institute), o qual tem como objetivo a difusão do conhecimento em gerenciamento de projetos. Uma das principais iniciativas do PMI para atingir esse objetivo é a publicação de padrões globais de gerenciamento de projetos, programas e portfólio, sendo a mais popular delas o Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK - Project Management BodyofKnowledge) (D'ÁVILA, 2006). Os padrões globais publicados pelo PMI são amplamente aceitos e fornecem diretrizes, regras e características do gerenciamento de projetos. O Guia PMBOK é atualmente o principal padrão global para gerenciamento de projetos(library, 2012, tradução nossa). O PMI (2008) descreve diversos conhecimentos acerca do gerenciamento de projetos, categorizando-os em nove áreas: Gerenciamento da Integração do Projeto, Gerenciamento do Escopo do Projeto, Gerenciamento do Tempo do Projeto, Gerenciamento dos Custos do Projeto, Gerenciamento da Qualidade do Projeto, Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto, Gerenciamento da Comunicação do Projeto, Gerenciamento dos Riscos do Projeto e Gerenciamento das Aquisições do Projeto. Dessas nove áreas de conhecimento, os principais determinantes para o objetivo de um projeto são o Escopo, Tempo, Custos e Qualidade: entregar um resultado de acordo com o escopo, prazo e custo definidos, com uma

25 qualidade adequada. Os Recursos Humanos e as Aquisições correspondem aos insumos necessários para produzir o trabalho do projeto. A Comunicação e os Riscos devem ser gerenciados continuamente, de forma a controlar as expectativas e as incertezas do projeto e garantir que o mesmo está sendo conduzido para a direção correta. Já a Integração abrange a coordenação de todos estes aspectos (D'ÁVILA, 2006). 2.3. Modelagem de sistemas de software De acordo com Booch, Rumbaugh e Jacobson (2012), um software que satisfaça as necessidades de seus usuários e respectivos negócios é o principal produto de uma equipe de desenvolvimento, sendo o restante secundário. O que ocorre muitas vezes é a confusão de secundário com irrelevante. Para Bezerra (2002) a utilização da modelagem na construção de sistemas de software permite o gerenciamento da complexidade do sistema, a comunicação entre as partes envolvidas, a redução de custos no desenvolvimento e a predição do comportamento futuro do sistema. Bezerra (2002) ainda define a modelagem de sistemas como sendo: A utilização de notações gráficas e textuais com o objetivo de construir modelos que representam as partes essenciais de um sistema, considerando-se diversas perspectivas diferentes e complementares. O motivo principal para a utilização da modelagem nos sistemas de software consiste na capacidade dessa metodologia de simplificar a realidade e possibilitar uma melhor compreensão do sistema que está sendo desenvolvido. Além disso, através da modelagem é possível alcançar os seguintes objetivos: visualizar o sistema como ele é ou como gostaríamos que fosse; especificar a estrutura ou o comportamento do sistema; fornecer um guia para a construção do sistema; documentar as decisões tomadas (BOOCH; RUMBAUGH; JACOBSON, 2012).