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Transcrição:

Arcadismo O Arcadismo, Setecentismo (os anos 1700) ou Neoclassicismo é o período de caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa. No século XVIII, as formas artísticas do Barroco já se encontram desgastadas e decadentes. O fortalecimento político da burguesia e o aparecimento dos filósofos iluministas formam um novo quadro sócio político-cultural, que necessita de outras fórmulas de expressão. Combate-se a mentalidade religiosa criada pela Contra- Reforma, nega-se a educação jesuítica praticada nas escolas, valoriza-se o estudo científico e as atividades humanas, num verdadeiro retorno à cultura renascentista. A literatura que surge para combater a arte barroca e sua mentalidade religiosa e contraditória é o Neoclassicismo, que objetiva restaurar o equilíbrio por meio da razão. A influência neoclássica penetrou em todos os setores da vida artística européia, no século XVIII. Os artistas desse período compreendiam que o Barroco havia ultrapassado os limites do que se considerava arte de qualidade e procuravam recuperar e imitar os padrões artísticos do Renascimento, tomados então como modelo. Na Itália essa influência assumiu feição particular. Conhecida como Arcadismo, inspirava-se na lendária região da Grécia antiga. Segundo a lenda, a Arcádia era dominada pelo deus Pari e habitada por pastores que, vivendo de modo simples e espontâneo, se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas e celebrando o amor e o prazer. Os italianos, procurando imitar a lenda grega, criaram a Arcádia em 1690 - uma academia literária que reunia os escritores com a finalidade de combater o Barroco e difundir os ideais neoclássicos. Para serem coerentes com certos princípios, como simplicidade e igualdade, os cultos literatos árcades usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e reuniam-se em parques e jardins para gozar a vida natural. No Brasil e em Portugal, a experiência neoclássica na literatura se deu em torno dos modelos do Arcadismo italiano, com a fundação de academias literárias, simulação pastoral, ambiente campestre, etc. Esses ideais de vida simples e natural vêm ao encontro dos anseios de um novo público consumidor em formação, a burguesia, que historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas cortes. Começa com a publicação, em 1768, das Obras poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, membro do "grupo mineiro", que, juntamente com Tomás Antônio

Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Silva Alvarenga, tenta adequar as propostas do neoclassicismo europeu às condições de vida e à temática brasileira. Embora produza uma poesia essencialmente lírica e bucólica - à exceção de Gonzaga, autor também das Cartas chilenas, mordaz sátira política -, o grupo tem, em nível pessoal, envolvimento na Inconfidência Mineira. A poesia épica, de inspiração camoniana, dos também mineiros Basílio da Gama (O Uraguai) e José de Santa Rita Durão (Caramuru), não recorre às alegorias mitológicas convencionais, distancia-se do bucolismo predominante na época e contém elementos precursores do indianismo. No Rio de Janeiro, Domingos Caldas Barbosa faz, com a coleção de cantigas Viola de Lereno, uma poesia de sabor popular. Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) nasce em Minas Gerais. Estuda direito em Portugal e de volta ao Brasil exerce a advocacia e administra as terras herdadas. Preso e interrogado sobre seu envolvimento na Inconfidência Mineira, é encontrado morto na cela, o que é aceito como suicídio. É considerado o mentor dos outros arcadistas mineiros. Suas primeiras poesias têm ainda influência do barroco, especialmente as da fase portuguesa. Além dos poemas bucólicos, onde a natureza é confidente das questões amorosas, faz também poesia narrativa. Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810?), poeta brasileiro nascido em Portugal, estuda direito na Universidade de Coimbra. No Brasil, participa do grupo de poetas que tinha como mestre Cláudio Manuel da Costa. É detido em 1789 como participante da Inconfidência Mineira e passa três anos na prisão, no Rio de Janeiro. A pena perpétua é comutada para degredo e ele embarca para Moçambique. Em Marília de Dirceu, fala do seu amor por Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, a Marília dos poemas. Nas Cartas Chilenas, satiriza o governador de Minas Gerais, Luís da Cunha Meneses. Contexto histórico 1. Revolução industrial na Inglaterra com reflexos no restante da Europa. 2. Período de urbanização e de êxodo rural. 3. Iluminismo, que em oposição ao contra-reformismo, valoriza a razão, a ciência e o progresso. 4. Independência das colônias inglesas, Inconfidência Mineira, Revolução Francesa. 5. Portugal - governado pelo déspota esclarecido Marquês do Pombal (reforma do ensino, expulsão dos jesuítas). 6. Brasil - Economia: ciclo do ouro, da mineração. Centro cultural: Vila Rica.

Origem: Itália Data inicial: 1768 com a publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa Características 1. Busca de simplicidade, racionalismo. 2. Equilíbrio (aurea mediocritas) e harmonia. 3. Paganismo, mitologia (Zéfiro, Apolo, Minerva, etc.). 4. Pastoralismo, bucolismo (fugere urbem, locus amoenus). 5. Natureza convencional, arquetípica (cenário). 6. Adjetivos muito empregados, combinando com "local ameno"; manso, suave, doce, terno, calmo, etc. 7. Carpiem diem, gozar o momento presente sem sentimento de pecado. 8. Sensualidade, erotismo. Autores: a. Poetas líricos: 1. Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio) 2. Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu) 3. Silva Alvarenga (Alcindo Palmireno) 4. Alvarenga Peixoto (Eureste Fenício) b. Poetas Épicos: 1. Frei José Santa Rita Durão Caramuru - Morte de Moema 2. José Basílio da Gama (Termindo Sipílio) O Uraguai - Morte de Lindóia Principais autores e obras Cláudio Manuel da Costa Obras Vila Rica Silva Alvarenga Glaura Tomás Antônio Gonzaga Marília de Dirceu Cartas chilenas Basílio da Gama O Uraguai

Santa Rita Durão Caramuru Panorama Mundial Iluminismo; Despotismo Esclarecido; Revolução Industrial; Revolução Francesa; Independência dos Estados Unidos. Panorama Brasileiro Ciclo da mineração; Vila Rica: centro econômico e cultural; Rio de Janeiro: capital política; Inconfidência Mineira (1789); Revolta dos Alfaiates (BA - 1798). Características Bucolismo, simplicidade, pastoralismo; Retomada de valores clássicos: neoclassicismo; "Inutilia truncat" (cortar as inutilidades); Uso de pseudônimos pastoris; Preocupação estética: sonetos e epopéias. Momento Histórico» no mundo Revolução Gloriosa (Inglaterra, 1688) Revolução Industrial (Inglaterra, 1760) Independência dos EUA (1776) Revolução Francesa (1789) Iluminismo / Despotismo esclarecido / Liberalismo / Enciclopedismo» no brasil Inconfidência Mineira (1789)

Doces invenções da Arcádia!. Delicada primavera: pastoras, sonetos, liras, - entre as ameaças austeras de mais impostos e taxas que uns pratelam e outras negam. Casamentos impossíveis. (Cecília Meireles) Outras Características Reação ao Barroco Volta ao Classicismo Retoma os motivos e equilíbrios clássicos (razão) Natureza decorativa, verdade, bem, belo, perfeição Pastoralismo, bucolismo, mitologia Simplicidade na forma e no conteúdo dos poemas Função social da Literatura (caráter didático e doutrinário) Poucas figuras de linguagem (metonímia)» escritor árcade "Pintor de Situações" Adota um nome de pastor» dilemas célebres Inutilia Truncat "cortar"o inútil Fugere Urbem fugir das cidades Locus Amoenus lugar ameno, aprazível, tranqüilo Carpe Diem - aproveite o dia Aurea Mediocritas mediocridade dourada

Filmografia OS INCONFIDENTES (1972) Direção: Joaquim Pedro de Andrade. Com José Wilker, Paulo César Pereio, Fernanda Torres. O fime narra a história da Inconfidência Mineira, conjuração do fim do século XVIII que visava à independência do Brasil e resultou no enforcamento de Tiradentes. Novamente, uma tentativa de paralelo com a situação da época em que o filme foi feito - o Brasil do regime militar. Os diálogos reproduzem literalmente passagens das Cartas Chilenas e de Marília de Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga), do Romanceiro da Inconfidência (Cecília Meireles) e dos Autos da Devassa. XICA DA SILVA (1976) Direção: Cacá Diegues. Com Zezé Motta, Walmor Chagas, José Wilker. História exibida também em novela de TV sobre um contratador de diamentes enviado a Minas no século XVIII para explorar pedras preciosas. Ele se apaixona pela escrava Xica, concede-lhe alforria e a trata como rainha, provocando escândalo na cidade. A MISSÃO (1986) Direção: Roland Joffé. Com Robert De Niro e Jeremy Irons. Caçador de índios, após matar a mulher, converte-se e passa a fazer parte de uma missão jesuítica nas selvas da América do Sul. Mais tarde, entra em conflito com outro jesuíta, por defender o uso de armas na luta contra a extinção da missão.