Dimensionamento de equipamentos reservas para subestações



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Transcrição:

XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI 2008-06 a 10 de outubro Olinda - Pernambuco - Brasil Dimensionamento de equipamentos reservas para subestações Leonardo Labarrere de Souza Geraldo Araújo de Lima CEMIG Distribuição S.A CEMIG Distribuição S.A labarrere@cemig.com.br garaujo@cemig.com.br Palavras-chave Dimensionamento Reserva Subtransmissão Resumo Este trabalho tem por objetivo avaliar a aplicação da Distribuição Probabilística de Poisson no dimensionamento de equipamentos-reserva para subestações. Apresenta a experiência da CEMIG com enfoque em transformadores de potência, registrando os aspectos observados durante a utilização dessa metodologia para dimensionamento da reserva técnica de equipamentos em um sistema elétrico de potência, visando a atender a critérios de confiabilidade e otimização do estoque de equipamentos reservas. No caso dos sistemas elétricos, a taxa de falha dos componentes, a topologia e o tipo de redundância adotado definem a confiabilidade e custo de instalação e manutenção do sistema. Na ocorrência de falha em um componente do sistema, é necessária uma ação rápida de manutenção a fim de restaurar a configuração e confiabilidade do sistema. Se o tempo necessário para o reparo do componente avariado é muito longo, a confiabilidade do sistema será afetada. Neste caso, normalmente a melhor opção é a substituição do componente por outro, até que a manutenção seja efetuada e o componente passa a compor o estoque de equipamentos reservas. É importante então um critério de dimensionamento do estoque reserva que atenda às demandas do sistema e, ao mesmo tempo, seja otimizado o recurso financeiro no estoque de equipamentos. 1. Introdução A confiabilidade de um sistema elétrico está normalmente relacionada à taxa de falhas de cada componente do sistema e a existência de redundâncias e caminhos alternativos. Esses últimos permitem que o sistema permaneça em operação mesmo com a falha em algum ou alguns de seus componentes. No caso de subestações, por exemplo, é comum a utilização de dois transformadores operando em paralelo. Cada transformador opera fornecendo 50% da carga e, caso ocorra uma falha, o outro transformador assume a carga total passando a operar com 100% de sua capacidade. Quando ocorre a falha de um dos transformadores, uma ação rápida de manutenção é necessária para restabelecer a configuração redundante e confiabilidade do sistema. Normalmente, quando a falha 1/7

envolve a parte ativa (enrolamentos e núcleo), além de demorado, o reparo exige o transporte do equipamento para uma oficina especializada. O tempo para o retorno neste caso pode variar de três meses a um ano, no caso de subestações de distribuição da CEMIG. Como transformadores de potência não são normalmente equipamentos de prateleira, o tempo de entrega seria também similar ao tempo de manutenção/reforma. Para que a confiabilidade do sistema não fique comprometida durante todo este tempo, é realizada a substituição do transformador por um equipamento similar de uma reserva técnica. Como um transformador de subestação de distribuição da CEMIG pode custar até R$2,3 milhões, o dimensionamento desta reserva técnica exige uma metodologia criteriosa. Torna-se extremamente necessário um critério que atenda às necessidades de demanda do sistema e ao mesmo tempo seja otimizado o recurso financeiro envolvido. 2. Desenvolvimento A topologia do sistema é um fator determinante da confiabilidade do sistema. Em subestações de distribuição temos em geral três tipos de topologias: Dois transformadores operando em paralelo, cada um fornecendo 50% da sua capacidade nominal de potência. Barra de AT Barra de MT Trafo 1 Trafo 2 Figura 1: Transformadores em paralelo Onde AT Alta tensão (Normalmente 138kV na CEMIG) MT Média tensão (Normalmente 13,8kV na CEMIG) Dois transformadores operando isoladamente, cada um fornecendo 50% da sua capacidade nominal de potência. Barra de AT Barra 1 de MT Trafo 1 Trafo 2 Chave Figura 2: Transformadores isolados Barra 2 de MT 2/7

Um transformador operando isoladamente fornecendo 100% da sua capacidade nominal de potência. Barra de AT Barra de MT Trafo 1 Reserva Figura 3: Transformador e Reserva A confiabilidade é a probabilidade do sistema estar operando em qualquer instante de tempo. Na topologia da figura 3, considerando o transformador Reserva como Standby, a confiabilidade durante um intervalo de tempo t é dada por [Costa]: R(t) = P(X=0) + P(X=1) (1) Onde X é a variável aleatória que representa o número de falhas do sistema durante o tempo t. O sistema continuará operando no tempo t, desde que tenhamos no máximo uma falha. Pela teoria da confiabilidade, a variável X tem distribuição de Poisson. Assim temos que: P[X=k] = (λ.t)k.e-λt / k! (2) Onde λ é a taxa de falha: λ = (Número de falhas por unidade de tempo / Número de unidades expostas à falha) Combinando (1) e (2) teremos: R(t) = e -λ.t.(1+λ.t) (3) O modelo descrito acima pode ser utilizado para sistemas com equipamentos reservas armazenados em um estoque, desde que o tempo de substituição seja pequeno em relação a t, onde t é o tempo em que desejamos calcular a probabilidade do sistema estar operando sem nenhuma reposição do estoque. Portanto t pode ser definido como tempo entre as reposições programadas de estoque ou MTTR (Medium Time To Repair). Esse tempo pode ser considerado tempo médio para reposição, que poderá ser o reparo ou a compra de um equipamento novo no caso de sucateamento (Scrap). Para efeito desse trabalho, consideramos o caso de equipamentos reparáveis. Nesse caso, o tempo de reposição se confunde com o MTTR. [Costa] Para sistemas com um equipamento principal e N reservas teremos: N R(t) = {[(λ.t)k.e-λt] / k!} (4) K=0 3/7

Se houverem n componentes principais o modelo pode ser escrito como: N R(t) = {[(n.λ.t)k.e-nλ t] / k!} (5) K=0 O produto n.λ.t pode ser definido como o consumo médio de equipamentos reservas no tempo t. A metodologia descrita acima foi aplicada a um caso real. Nesse caso, o parque instalado, de um grupo de transformadores de subestações com mesmas características, é de 172 unidades. A taxa de falhas apurada é de 1,75%. Desejamos saber qual a quantidade de transformadores-reserva necessária para manter um determinado valor de confiabilidade requerida pelo sistema em um determinado tempo. Formulação: N R(t) = {[(n.λ.t)k.e-nλt] / k!} (6) K=0 onde: R(t) Confiabilidade requerida pelo sistema no tempo t n Quantidade de equipamentos sujeitos a falha N Quantidade de equipamentos-reserva λ - Taxa de falhas do grupo de equipamentos t Tempo em que desejamos calcular a probabilidade do sistema estar operando sem nenhuma reposição do estoque (MTTR). Como desejamos encontrar o valor de N, conhecidos R(t), n, λ e t, deve-se efetuar o somatório até que a confiabilidade calculada seja igual ou maior que a confiabilidade requerida. Quando se atinge esse valor, estamos com o número de sobressalentes N desejado. Aplicando a fórmula, verificamos que a quantidade mínima de sobressalentes (N) para 95% de confiabilidade é de 6 equipamentos. 4/7

Confiabilidade R(t) 0,25 0,2 0,15 MS 0,1 0,05 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Sobressalentes Confiabilidade acumulada = área Figura 4: Confiabilidade Confiabilidade Acumulada 1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Quantidade de equipamentos reservas Confiab. Ac. Figura 5: Confiabilidade acumulada 5/7

Confiabilidade para diferentes taxa de falhas 1 0,9 0,8 Confiabilidade 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 1,75% 2,00% 2,25% 2,50% 0,2 0,1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Número de equipamentos reservas Figura 6: Confiabilidade acumulada Confiabilidade para diferentes tempos de reparo 1 0,9 0,8 Confiabilidade 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 8 meses 10 meses 1 ano 1 ano e 2 meses 0,2 0,1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Número de equipamentos reservas Figura 7: Confiabilidade acumulada 3. Conclusões O Dimensionamento de sobressalentes é, sem dúvida, um dos principais aspectos relacionados à gestão da manutenção com impa cto direto nos custos de manutenção. Torna-se, então, extremamente importante um critério que atenda às necessidades de demanda da manutenção e ao mesmo tempo seja otimizado o recurso financeiro envolvido. O dimensionamento de equipamentos-reserva utilizado por muitas empresas é baseado apenas na quantidade média de falhas anuais. Conhecido esse valor e o parque instalado, multiplica-se a média percentual de falhas anuais pela quantidade de equipamentos instalados, calculando o consumo médio anual de unidades. Utiliza-se muitas vezes esse número como quantidade de equipamentos-reserva necessários durante o ano. Nesse caso não é otimizado o recurso financeiro envolvido, principalmente nos casos em que o tempo de reposição é menor que 1 ano. Além disso, a 6/7

confiabilidade do sistema será o valor da confiabilidade acumulada até o valor de N igual ao consumo médio de unidades, o que não assegura razoáveis valores de confiabilidade para grande parte dos casos. A distribuição de Poisson é uma importante metodologia de dimensionamento, que pode balizar as decisões sobre investimentos em sobressalentes. É uma grande evolução se compararmos às metodologias utilizadas anteriormente, baseadas somente no consumo médio de equipamentos e calculadas através das taxa de falhas e da quantidade instalada de equipamentos. Com objetivo de concluirmos sobre a relevância de cada parâmetro de entrada no dimensionamento, foram feitas simulações variando alguns parâmetros conforme gráficos mostrados no item 5 (Desenvolvimento). Foi observado através da simulação com a variação da taxa de falhas que a diminuição desse parâmetro de entrada apresenta uma boa redução na quantidade de equipamentos-reserva. Para transformadores de subestação, uma opção importante que pode ajudar a diminuir a taxa de falhas é a atuação da equipe de manutenção com atividades preventivas e preditivas. A retirada de amostras e análise periódica do óleo isolante é uma ação importante que pode identificar problemas incipientes, que com a atuação correta da equipe de manutenção pode evitar a ocorrência de falhas. Verificamos também pela simulação do parâmetro tempo, que a redução desse valor pode proporcionar excelente redução do estoque reserva. Nesse caso, pode-se trabalhar no processo interno de reparo ou aquisição de equipamentos. A redução do estoque reserva é bastante significativa quando diminuímos esse tempo. Outra conclusão foi que, para aplicação no caso de transformadores de subestação, onde o recurso financeiro incremental envolvido em cada equipamento reserva é muito grande, da ordem de milhões de reais, deve-se avaliar cada caso individualmente. Muitas vezes, o valor do recurso financeiro envolvido por equipamento reserva é muito alto e deve-se avaliar a possibilidade de admitir uma confiabilidade ligeiramente inferior a que foi inicialmente definida, para uma diminuição relevante do investimento necessário. Para finalizar, a utilização dessa metodologia estatística deve ser um balizador, mas certamente, trará os melhores resultados quando somada a experiência do profissional de operação e manutenção. 4. Referências bibliográficas e/ou bibliografia [COSTA] COSTA J.G.C., COSTA T.P.S., e SILVA A.M.L., Metodologia Probabilística para o Dimensionamento de Reserva Técnica de Transformadores de Distribuição, Grupo de Engenharia de Sistemas, Instituto de Sistemas Elétricos e Energia, Universidade Federal de Itajubá. [KHAN] [KOGAN,1996] [LI, 1999] KHAN M.E. MIELCZARSKI W., e SUGIANTO L.F, Management of Inventory to Reduce Outages in Supply Feeder, Centre for Electrical Power Engineering, Department of Electrical and Computer Systems Engineering, Monash University, Australia. KOGAN V.I., ROEGER C.J., e TIPTON D.E., Substation Distribution Transformers Failures and Spares, IEE Transactions on Power Systems, Vol. 11, No. 4, pp. 1905-1912, Ohio, 1996. LI W., MANSOUR Y., e VAAHEDI E., Determining Number and Timing of Substation Spare Transformers Using a Probabilistic Cost Analysis Approach, IEE Transactions on Power Delivery, Vol. 14, No. 3, pp. 934-939, Canada, 1999. 7/7