Divórcio. Vincent Cheung



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Transcrição:

1 Divórcio Vincent Cheung Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto 1 DIVÓRCIO (Mateus 5:31-32) Foi dito: Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio. Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério. Visto que Jesus prossegue para discutir o divórcio, pode parecer que ele está se movendo para o próximo assunto ou exemplo em seu sermão; contudo, várias indicações sugerem que os versículos 31 e 32 são apenas uma continuação e extensão do que Jesus começou nos versículos anteriores. Primeiro, o início do versículo 31 contém de fato o conectivo grego de, que pode ser traduzido como também, e ou além do mais. Ele frequentemente não é expresso no inglês, de forma que está ausente na KJV e NIV, mas aparece na NASB, de forma que lemos: E foi tido: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. 2 Em segundo lugar, enquanto todas as outras cinco seções ou exemplos começam com Vocês ouviram o que foi dito (v. 21, 27, 33, 38, 43), o versículo 31 começa com as palavras: Foi dito. Assim, parece que Jesus aqui cita uma nova citação sem começar um assunto inteiramente novo. Em terceiro lugar, embora o assunto pareça ser sobre divórcio, o pecado relevante em questão ainda é o adultério (v. 32), que é o assunto da passagem anterior (v. 27-30.). Quarto, após essa passagem sobre divórcio, Jesus começa o próximo exemplo dizendo, outrossim (v. 33, ARC), que provavelmente assinala à audiência que ele estava começando um novo assunto. Portanto, parece certo que o versículo 31 não começa um assunto inteiramente novo, mas continua o que Jesus tinha acabado de dizer sobre adultério (v. 27-30). Agora, foi dito, aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio (v. 31). Isso alude a como os judeus entendiam Deuteronômio 24:1-4, onde lemos: 1 E-mail para contato: felipe@monergismo.com. Traduzido em janeiro/2006. 2 Nota do tradutor: Também a ARC como a ARA trazem também foi dito....

2 Se um homem casar-se com uma mulher e depois não a quiser mais por encontrar nela algo que ele reprova, dará certidão de divórcio à mulher e a mandará embora. Se, depois de sair da casa, ela se tornar mulher de outro homem, e este não gostar mais dela, lhe dará certidão de divórcio, e a mandará embora. Ou se o segundo marido morrer, o primeiro, que se divorciou dela, não poderá casar-se com ela de novo, visto que ela foi contaminada. Seria detestável para o SENHOR. Não tragam pecado sobre a terra que o SENHOR, o seu Deus, lhes dá por herança. Em Mateus 5:31, Jesus não está citando diretamente o Antigo Testamento, mas ele está se referindo ao entendimento e inferência dos judeus quanto a essa passagem. Primeiro, devemos observar que mesmo que a passagem realmente diga, aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio, isso não implica que Deus aprove o divórcio, ou que ele o considere como não sendo algo sério. Para ilustrar, em algumas cidades é exigido que criminosos sexuais condenados registrem e atualizem suas informações pessoais na polícia local isto é, se você é um criminoso sexual, então você deve se registrar. Contudo, isso não implica que o governo aprove os criminosos sexuais conquanto eles se registrem na polícia. De fato, o intuito dessa exigência é proteger as vítimas potenciais de crimes de sexo. Da mesma forma, mesmo que a lei de Deus diga, aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio, isso não implica que o divórcio seja moralmente bom ou uma coisa neutra. Antes, o costume provavelmente foi estabelecido para o benefício da vítima num divórcio, que quase certamente seria a mulher naqueles dias. Em todo caso, Moisés não ordena aqui que o homem escreva uma certidão de divórcio, mas ele meramente assume a prática, e a menciona de passagem para estabelecer o seu ponto. A ênfase principal dessa passagem não pode ser imediatamente óbvia por causa dos seus inúmeros detalhes e qualificações, mas se removermos a maioria das cláusulas por ora, veremos que lemos assim: Se um homem... mandar [sua esposa] embora... e... ela se tornar mulher de outro homem... [ele] não poderá casar-se com ela de novo. Isso, e não a certidão, é a ênfase principal do que Moisés está dizendo. Para parafrasear:

3 Se você se divorciar de sua esposa, e se ela casar-se com outro homem, então você não deve casar-se com ela de novo. Não é permitido que um homem case novamente com sua ex-esposa após ela ter se casado com um segundo homem, mesmo que o segundo homem morra ou se divorcie dela. Entre outras razões, esse estatuto tinha talvez a intenção de impedir o divórcio apressado, ou evitar a troca legal de esposa. Isto é, se a lei permitisse que os homens se casassem, divorciassem e casassem novamente quando e com quem quisessem, então os homens poderiam praticar a troca de esposas, e tecnicamente permaneceriam inocentes de adultério, visto que cada homem se casaria novamente com a mulher que tinha sido sua esposa. Esse estatuto impede essa e outras práticas que Deus considera como detestáveis. Mas ao invés de reconhecer e obedecer ao significado óbvio desse mandamento, os judeus o tinham tornado numa lei sobre dar uma certidão de divórcio. Em Mateus 19, os fariseus vieram para testar Jesus e perguntaram: É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo? (v. 3). Quando Jesus, em efeito, responde na negativa (v. 4-6), eles então perguntam: Então, por que Moisés mandou dar uma certidão de divórcio à mulher e mandá-la embora?. Em outras palavras, os fariseus de fato interpretavam Deuteronômio 24:1-4 como hes concedendo a permissão para se divorciar por qualquer motivo, conquanto eles dessem uma certidão de divórcio. Contudo, a ênfase principal de Deuteronômio 24:1-4 é decretar uma proibição com relação ao novo casamento, e não uma permissão com relação ao divórcio. Contra o desrespeito e distorção deles da lei de Deus, Jesus pronuncia: Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério (Mateus 5:32). Visto que o que chamamos de cláusula de exceção ( exceto por imoralidade sexual ) 3 é exatamente isso isto é, ela declara uma exceção pode ser proveitoso ler primeiramente o versículo sem ela, de forma que possamos nos focar no ponto principal, e então retornar a ela. Sem a cláusula de exceção, lemos o versículo da seguinte forma: Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher... faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério. A declaração é obviamente uma desaprovação muito ampla do divórcio, e adverte sobre suas conseqüências desastrosas. Embora o versículo já seja muito claro, olharmos também para o que Cristo diz sobre o assunto em 3 Nota do tradutor: Na NIV, a versão usada pelo autor, lemos exceto por infidelidade marital.

4 outros lugares nos ajudará a obter uma plena descrição do seu ensino sobre o divórcio. Ele respondeu: Vocês não leram que, no princípio, o Criador os fez homem e mulher e disse: Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe... Moisés permitiu que vocês se divorciassem de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio (Mateus 19:4-6, 8) O casamento não é uma invenção humana, mas é uma ordenação da criação iniciada pelo próprio Deus. Visto que é Deus quem une o homem e a mulher num casamento, somente Deus pode apropriadamente dissolvê-lo, e isso ele faz somente pela morte de pelo menos um dos dois. Isso é um ensino estabelecido, de forma que Paulo usa-o como um exemplo quando ele deseja fazer um ponto sobre outra coisa: Por exemplo, pela lei a mulher casada está ligada a seu marido enquanto ele estiver vivo; mas, se o marido morrer, ela estará livre da lei do casamento. Por isso, se ela se casar com outro homem enquanto seu marido ainda estiver vivo, será considerada adúltera. Mas se o marido morrer, ela estará livre daquela lei, e mesmo que venha a se casar com outro homem, não será adúltera (Romanos 7:2-3). Um casamento é apropriadamente dissolvido somente quando pelo menos um dos dois morre. Paulo não diz que a mulher comete adultério se ela se casar com outro homem sem primeiramente conseguir o divórcio, mas ele diz que ela comete adultério se ela se casar com outro homem enquanto o seu marido original ainda estiver vivo. Em outro lugar Paulo declara: A mulher está ligada a seu marido enquanto ele viver. Mas, se o seu marido morrer, ela estará livre para se casar com quem quiser, contanto que ele pertença ao Senhor (1 Coríntios 7:39) não apenas enquanto ela não conseguir o divórcio. Assim, parece que até mesmo um divórcio não dissolve um casamento, mas somente a morte. Em outras palavras, se você estiver casado agora, mesmo que você se divorcie perante um tribunal humano, você ainda não terá a permissão para casar-se novamente; se o fizer, então você cometerá adultério, e Deus te considerará responsável por isso.

5 Agora, voltaremos às passagens paralelas nas quais Jesus descreve o que acontece quando as pessoas se divorciam de seus cônjuges. Novamente, por ora removeremos a cláusula de exceção em cada versículo onde ela aparece: Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher... faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério (Mateus 5:32). Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher... e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério (Mateus 19:9). Todo aquele que se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério contra ela. E se ela se divorciar de seu marido e se casar com outro homem, estará cometendo adultério (Marcos 10:11-12) Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher estará cometendo adultério, e o homem que se casar com uma mulher divorciada estará cometendo adultério (Lucas 16:18). Assim, quando um divórcio ocorre, as seguintes pessoas terminarão cometendo adultério: 1. O homem que se divorcia, e então casa-se novamente. 2. A mulher que se divorcia, e então casa-se novamente. 3. O homem que se casa com a mulher divorciada. 4. A mulher que se casa com o homem divorciado. 4 Nós podemos sumarizar o ensino de Cristo dessa forma: É Deus quem une um homem e uma mulher no casamento, de forma que somente Deus pode e deve dissolvê-lo pela morte de pelo menos um dos dois; portanto, não se divorciem de forma alguma. Nós podemos ver que esse entendimento do ensino de Cristo é correto observando como Paulo o declara novamente aos coríntios: Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: Que a esposa não se separe do seu 4 A quarta proposição é a única que não é declarada diretamente nesses versículos, mas se o homem que se divorcia e então casa-se novamente comete adultério, então é necessariamente verdade que a mulher que se casa com tal homem é uma adúltera. A quarta proposição é verdadeira pela mesma razão pela qual a terceira proposição é verdadeira.

6 marido. Mas, se o fizer, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido não se divorcie da sua mulher (1 Coríntios 7:10-11). Embora ele esteja dando esse mandamento aos coríntios, ele diz, não eu, mas o Senhor, pois ele está meramente redeclarando o que Jesus disse, como registrado nos Evangelhos. O que Paulo diz aqui é idêntico ao que Jesus ensina, e pode ser resumido da seguinte forma: 1. Uma esposa não deve se divorciar de seu marido. 2. Um marido não deve se divorciar de sua esposa. 3. Se eles se separarem, 5 então eles devem permanecer sem se casar. 4. De outra forma, eles devem se reconciliar um com o outro. O ensino de Cristo sobre o divórcio é tal que os discípulos lhe dizem: Se esta é a situação entre o homem e sua mulher, é melhor não casar (Mateus 19:10). Sem expor a resposta de Cristo (v. 11-12), já poderíamos tomar essa forte reação dos discípulos como uma confirmação adicional do nosso entendimento, ou seja, que Cristo realmente pretende afirmar uma visão muito rígida do casamento, divórcio e novo casamento. De fato, o ensino bíblico sobre casamento, divórcio e novo casamento é tão rígido que, sem fugir totalmente do casamento, não devemos nos precipitar em se casar, pensando que podemos sempre conseguir um divórcio e casar novamente se ele não funcionar. Antes, visto que Deus diz que ele odeia o divórcio (Malaquias 2:16), devemos adotar a mesma atitude. Agora retornaremos à cláusula de exceção. Visto que a cláusula de exceção é uma cláusula de exceção, ela não é nem mesmo mencionada nos versículos paralelos em Marcos e Lucas, e nem Paulo menciona a cláusula de exceção quando ele redeclara o ensino de Cristo sobre o divórcio. Uma exceção é uma exceção, de forma que ela não é algo que deveria acontecer usualmente. Isso é importante, pois muitos homens e mulheres ímpios amariam apoderar-se de qualquer provisão para uma exceção, para então distorcê-la e universalizá-la, e ampliar o que deveria ser uma permissão limitada. Somente Mateus inclui a cláusula de exceção; os dois versículos nos quais ela aparece são os seguintes: 5 Paulo está provavelmente se referindo a uma separação que ocorre quando um dos dois cometeu fornicação; de outra forma, ele estaria assumindo que alguém pode desobedecer ao ensino de Cristo e se separar de qualquer jeito.

7 Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por infidelidade marital, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério (Mateus 5:32, NIV). 6 Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por infidelidade marital, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério (Mateus 19:9, NIV). 7 Cristo ensina que não é permitido uma pessoa se divorciar por qualquer motivo, mas aqui ele oferece uma exceção, e somente uma exceção muito limitada e específica a saber, quando há infidelidade marital. Mesmo então, uma pessoa não é ordenada a se divorciar do cônjuge infiel, mas tem meramente a permissão para fazê-lo. 8 Então, embora muitos estudiosos bíblicos argumentem que um divórcio causado por infidelidade marital termina apropriadamente o casamento, de forma que pelo menos a parte inocente está livre para se casar novamente, outros têm, pelo contrário, argumentado convincentemente de outra maneira, de forma que até mesmo o inocente deve permanecer sem se casar, ou pelo menos deve se reconciliar com o seu cônjuge (1 Coríntios 7:11). 9 Os fariseus se aproximavam dos mandamentos de Deus com o intuito de descobrir quão longe eles podiam ir e quanto eles podiam deixar de cumprir sem cometer pecado. Mas com essa atitude, eles invariavelmente torciam e distorciam a lei de Deus para criar mais espaço para os seus pecados. Se uma pessoa está obcecada em descobrir como ela pode escapar de um casamento, então ela já é culpada de subverter os mandamentos de Deus. Antes, baseado num entendimento sadio de que o casamento deve durar por toda a vida, ele deveria ativamente descobrir as formas bíblicas de solidificar, aprimorar, e se necessário, reparar o seu casamento. Mas assim como Jesus não está limitando seu ensino ético apenas àqueles exemplos que ele cita no Sermão do Monte, indivíduos rebeldes e corruptos não se limitam a distorcer apenas os mandamentos de Deus sobre o casamento. Por exemplo, muitos teólogos contemporâneos gastam seu tempo tentando argumentar pelo mínimo reduzido necessário para alguém se tornar 6 Nota do tradutor: A NVI trás imoralidade sexual. 7 Nota do tradutor: A NVI trás imoralidade sexual. 8 Alguns têm argumentado com certa habilidade que o que é traduzido como infidelidade marital referese somente à perversão extrema (tal como incesto), e que somente esse tipo de atitude é um fundamento legítimo par o divórcio. Veja J. Carl Laney, The Divorce Myth; Bethany House, 1981. (Nota do tradutor: Se esse for o caso, então a tradução da NVI é mais aceitável, ou seja, imoralidade sexual ). 9 Veja David J. Engelsma, Better to Marry; Reformed Free Publishing Association, 1993.

8 um cristão, ou receber a salvação. Eles perguntam: Qual é o mínimo reduzido do que uma pessoa deve crer para receber a salvação? Qual é o mínimo que uma pessoa deve fazer? Quão pecaminoso e corrupto o estilo de uma pessoa pode ser, e ela ainda ser chamada de um cristão?. Alguns deles até mesmo ensinam que você pode receber a Cristo como Salvador, mas não como Senhor, e ainda ser salvo. Mas esse não é o tipo de ministério que honra a Cristo, que diz: Portanto, vão e façam discípulos... ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei (Mateus 28:19-20). Hoje em dia, cristãos professos se divorciam um do outro por quase qualquer razão, e suas igrejas fazem muito pouco para detê-los. Em algumas congregações, os membros têm se divorciado e casado novamente tão frequentemente que, de fato, eles têm estado trocando de esposas uns com os outros e com o mundo. Cristãos cometem adultério uns com os outros, se divorciam de seus cônjuges, e então se casam uns com os outros. Então, após um tempo, eles traem novamente, se divorciam novamente, e casam-se novamente. Isso é uma abominação! Contra essa tendência horrível, aqueles de nós que verdadeiramente seguem a Cristo devem praticar e ensinar o que ele manda; isto é, o casamento é para a vida inteira, de forma que não deve haver divórcio de forma alguma. 10 Fonte: Extraído e traduzido do livro The Sermon of the Mount, de Vincent Cheung, páginas 75-80. 10 Nota do tradutor: Perguntei ao autor se uma pessoa casada novamente deveria se separar ao chegar ao conhecimento de que casou ilicitamente. Eis a sua resposta: Eu diria que uma vez casado ilicitamente, eles deveriam permanecer juntos. Mas eles devem reconhecer que o casamento deles é adultério, e devem se arrepender disso. Qualquer pessoa que já saiba que isso é adultério antes do fato e prossiga em frente de qualquer forma (talvez pensando que poderão se arrepender depois e se livrar dessa) deveria ser excomungada. Se eles se arrependem, então a igreja deve recebê-los de volta. Devemos entender que a disciplina de igreja não pode tornar a igreja 100% limpa. Haverá abuso mas não diferente da forma como eu e você também abusamos da graça de Deus. Assim, Deus deve ser o juiz final. Mas nós devemos agir de acordo com o que ele já nos revelou.