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Transcrição:

Buena Vista International, Globo Filmes, Miravista, Total Entertainment apresentam uma produção Lereby Produções Com Mariana Ximenes, Paloma Duarte, Ângelo Paes Leme, Thiago Lacerda, Aílton Graça, Carla Daniel e Laura Cardoso

www.2dedosdagua.com.br ELENCO Roberta... Mariana Ximenes Suzana... Paloma Duarte Renato... Ângelo Paes Leme Francisco... Thiago Lacerda Sargento Nelson... Aílton Graça Cleuza... Carla Daniel A Avó... Laura Cardoso FICHA TÉNICA Figurino... Marília Carneiro Direção de Arte... Cláudio Amaral Peixoto Montagem... Felipe Lacerda Direção de Fotografia... Nonato Estrela, ABC Direção Musical... Guto Graça Mello Som Direto... Zezé D Alice Edição de Som... Simone Petrillo Mixagem... Branco Neskov Direção de Animação...Daniel OG Supervisão de Efeitos... Marcelo Siqueira, ABC Produção Executiva... Iafa Britz Co- Produtores... Globo Filmes, Buena Vista International, Miravista e... Total Entertainment Produção... Lereby Produções Roteiro... Alexandre Machado e Fernanda Young Direção e Produção... Daniel Filho SINOPSE Muito Gelo e Dois Dedos D água é uma louca comédia que combina toques de humor negro e ingredientes de perseguições policiais. Tudo isso temperado com grandes sucessos da música pop nacional do fim dos anos 80, num clima de muita sensualidade. Muito Gelo e Dois Dedos D água é um filme diferente com elementos de cartoon e uma introdução em animação. As irmãs Roberta e Suzana têm por volta de 30 anos e possuem personalidades muito diferentes. Na verdade, a única coisa que têm em comum é o desejo de se vingarem da avó, uma velha má que durante a infância as atormentava e torturava com conceitos rígidos de etiqueta e educação.

O plano está pronto. Roberta e Suzana seqüestram a avó e a levam para a casa de praia da família, cenário onde os traumas foram gerados. Antes mesmo de iniciarem a viagem, Roberta conhece Renato, um advogado careta, que acaba fazendo parte dessa inusitada aventura sem sequer saber que existe uma velha desacordada no porta-malas do carro. Enquanto isso, Francisco, médico e marido de Suzana, desconfiado da repentina viagem da mulher com a irmã Roberta, percebe que alguns de seus medicamentos desapareceram. Ele logo conclui que ela está influenciando Suzana a fazer uso de entorpecentes. Desesperado, segue o conselho de Cleuza, sua irmã, pega o carro e vai resgatá-la. Esses personagens se cruzam num emaranhado de emoções, sensações e histórias interligadas que levam a uma tripla perseguição e a um desfecho surpreendente e inesperado. PERFIL DOS PERSONAGENS A Avó Laura Cardoso A velha ou a vovozinha. É assim que as irmãs Roberta e Suzana se referem à própria avó. Ela criou suas netas sob rígidas normas de etiqueta e boa educação. Essa postura extremamente conservadora causou traumas inimagináveis na vida de suas netas. E agora é a sua vez de pagar! Roberta Mariana Ximenes Roberta teve a infância e a adolescência marcada por traumas psicológicos. Sua loucura se iniciou no período escolar onde colegas de turma a achincalhavam e lhe jogavam bolinhas de papel. Este fato somado aos abusos que sofrera da avó durante a infância geraram uma personalidade, digamos que, bem forte. Suzana Paloma Duarte Suzana é casada com Francisco, médico urologista, com quem tem um filho. Ela e a irmã Roberta sofreram maus tratos dos colegas de escola e da própria avó. Aparentemente foi a quem melhor soube lidar com os traumas de infância. Suzana possui uma forte relação de cumplicidade com a irmã e juntas elaboram um plano de vingança contra a velha. Renato Ângelo Paes Leme Renato é um advogado careta que tem seu destino marcado no momento em que sua vida se cruza com a de Roberta. Contra sua vontade, ele acaba se juntando às duas irmãs numa viagem alucinante com sabor de vingança. O que ele não sabia, é que depois disso jamais seria o mesmo. Francisco Thiago Lacerda

Francisco é médico e casado com Suzana. Ele é um cara politicamente correto e detesta a idéia de ver a cunhada Roberta por perto. Ele acredita que ela possa ser má influência para sua mulher e para seu filho devido ao histórico de consumo de álcool e drogas da cunhada. Cleuza Carla Daniel Cleuza é irmã de Francisco. Uma solteirona, hipocondríaca que adora colocar lenha na fogueira no relacionamento da cunhada, mesmo que isso vá de encontro a felicidade do próprio irmão. Sargento Nelson Aílton Graça Um competente policial que segue todas as regras de sua profissão, mas acaba caindo nessa trama de loucura, vingança e perseguição. PRODUÇÃO A LEREBY foi criada em 1998 com objetivo de contribuir para a indústria audiovisual, tendo como sócio-diretor Daniel Filho, renomado profissional de cinema e televisão, atuando na área de produção audiovisual desde 1952. Em 1955 atuou no seu primeiro longa-metragem e em 1964 começou a dirigir para cinema e televisão. Direção de Daniel Filho: Pobre Príncipe Encantado (1968); O Impossível acontece (1969); A Cama ao alcance de todos (1969); O Casal (1975); O Cangaceiro Trapalhão (1983); A Partilha (2001, direção e produção); A Dona da História (2004, direção e produção); Campanha de Natal para Banco do Brasil - Curta metragem Valores do Brasil - Alegria; Se Eu Fosse Você (2006, direção e co-produção); Muito Gelo e Dois Dedos D Água (2006, direção e produção) e O Primo Basílio (direção e produção) ainda em fase de préprodução. Ao longo da sua história a Lereby participou como co-produtora & supervisora artística nos longas metragens: Orfeu; Simão, o Fantasma Trapalhão; Zoando na TV; O Trapalhão e A Luz Azul; O Auto da Compadecida; Caramuru, A Invenção do Brasil; Redentor; Querido Estranho; Caminho das Nuvens; Sexo, Amor & Traição; Filho Predileto; Cidade de Deus; Carandiru; Tainá 2 A Aventura Continua; Cazuza O Tempo Não Pára; Casa de Areia; 2 Filhos de Francisco; Irma Vap - O Retorno; Vinícius; Anjos do Sol; Zuzu Angel; A Casa da Mãe Joana (em finalização); Jk Bela Noite para Voar (em finalização); O Maior Amor do Mundo (em finalização). Prêmios e Festivais:

O Auto da Compadecida - 5 th Film Festival of Miami (2001) - Best Movie Public Prize; Grande Prêmio de Cinema Brasileiro - 4 Prêmios (Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Roteiro, Melhor Lançamento) e indicação para Melhor Filme. A Partilha- 6 th Film Festival of Miami (2002) - 2 Prêmios (Best Movie Public Prize, Best Screenplay); Grande Prêmio BR de Cinema - 2 indicações (Melhor Atriz Andréa Beltrão e Glória Pires) Cidade de Deus - Oscar (2004) - 4 indicações (Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Fotografia); Globo de Ouro (2004) - Indicação para Melhor Filme Estrangeiro; BAFTA - Prêmio de Melhor Edição e indicação para Melhor Filme Estrangeiro; Independent Spirit Awards - Indicação para Melhor Filme Estrangeiro; Festival de Havana - 9 Prêmios (Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Prêmio da Universidade de Havana, Prêmio FIPRESCI, Prêmio OCIC, Prêmio da Associação de Imprensa de Cuba e Prêmio Grand Coral); Festival Internacional de Toronto - Menção Especial; Grande Prêmio de Cinema Brasileiro - 6 Prêmios (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Som, Melhor Fotografia) e 10 indicações. Carandiru - Festival de Cannes - Seleção oficial; Grande Prêmio de Cinema Brasileiro - 2 Prêmios (Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado) e 12 indicações A Dona da História - Festival do Rio BR - Abertura do Festival; Grande Prêmio de Cinema Brasileiro - 5 indicações; 9 th Film Festival of Miami (2005) - 3 Prêmios (Best Movie Public Prize, Best Actress, Media Award); Wild Cinema Windhoek International Film Festival (2006) Participação; Festival de Cine Brasileño de Barcelona (2006) Participação; 1ª Mostra De Cinema Brasileiro Fundação Luso- Brasileira de Lisboa (2006) Participação; 10 th Film Festival of Miami (2006) - Participação (abertura do festival); 16º Cine Ceará - Festival ibero-americano de Cinema (2006) Participação Cazuza O Tempo Não Pára - Grande Prêmio de Cinema Brasileiro (2004) - Melhor filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Ator, Melhor Montagem, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora; I Festival de Cinema de Países Língua Portuguesa (2004) - Melhor Filme Júri Popular; 9 th Film Festival of Miami (2005) - Prêmio Best Feature Film, Best Actor; Festival de Cine Brasileño de Barcelona (2006) Participação; 1ª Mostra De Cinema Brasileiro Fundação Luso-Brasileira de Lisboa (2006) Participação; Tropicália A Revolution in Brazilian Culture (2006) - Participação; 16º Cine Ceará - Festival ibero-americano de Cinema (2006) Participação 2 Filhos de Francisco - Prêmio ACIE de Cinema - 2 Indicações (Melhor Filme, Melhor Diretor) Vinícius - Prêmio ACIE de Cinema (2005) - Melhor Documentário Novos Projetos: Chico Xavier, depois da vida- Longa Metragem Teatro Brasileiro Século XX- Documentário Guardiões do Samba- Documentário Cartola- Documentário Noites Cariocas- Documentário Presidente Inesperado- Documentário Paulo Gracindo - Documentário

CO-PRODUTORES A GLOBO FILMES foi criada em 1998, como braço cinematográfico da TV Globo, com o objetivo de produzir obras de qualidade e valor artístico, valorizar a cultura nacional, fortalecer a indústria audiovisual brasileira, atrair novos talentos e aumentar a sinergia entre o cinema e a televisão. Desde a retomada do cinema brasileiro, nove entre os dez maiores sucessos nacionais de bilheteria são co-produções da GLOBO FILMES, como 2 Filhos de Francisco, com mais de cinco milhões de espectadores, Carandiru, Cidade de Deus - que recebeu quatro indicações ao Oscar em 2004 -, Se Eu Fosse Você, Lisbela e o Prisioneiro, Cazuza - O Tempo Não Pára e Olga. Todos eles superaram os três milhões de espectadores, um marco de público para o cinema nacional. Preocupada em desenvolver projetos que aproximem cada vez mais o público brasileiro do cinema nacional, a Globo Filmes já produziu um leque diversificado de gêneros cinematográficos: obras infantis, como as de Xuxa e Renato Aragão; adultos de várias espécies, como Os Normais - O Filme, Sexo, Amor e Traição, Deus é Brasileiro e A Partilha; e os voltados para toda a família, como O Auto da Compadecida e Caramuru. O critério de seleção de projetos é guiado pela busca de obras com conteúdo nacional de qualidade e com potencial popular. Além de atuar como distribuidora de filmes, a BUENA VISTA INTERNATIONAL também está presente na América Latina produzindo conteúdos locais através de seus dois selos, a Patagonik Film Group, da Argentina, e a Miravista para o restante do continente, principalmente Brasil e México. A MIRAVISTA é o selo cinematográfico da Buena Vista International para as co-produções na América Latina. O primeiro longa produzido pela Miravista, Ladies' Night, estreou no México em 2003. No Brasil, a empresa já levou aos cinemas O Caminho das Nuvens, de Vicente Amorim, Viva Voz, de Paulo Morelli, A Dona da História, de Daniel Filho, O Casamento de Romeu & Julieta, de Bruno Barreto, Jogo Subterrâneo, de Roberto Gervitz, Didi - O Caçador de Tesouros, de Marcus Figueiredo, e A Máquina, de João Falcão. Além de Muito Gelo e Dois Dedos D Água, estão no calendário de estréias para 2006 e 2007 os seguintes títulos: Fica Comigo Esta Noite, de João Falcão, O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburguer; 1972, de José Emílio Rondeau; e Polaróides Urbanas, de Miguel Falabella.

A TOTAL ENTERTAINMENT é uma empresa produtora de cinema e televisão fundada em 1998. Fazem parte de seu grupo a MOBILE ENTERTAINMENT, empresa de conteúdo audiovisual para telefonia celular parceira exclusiva da Claro, e o CIMA Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente. Seu grande diferencial está na sua capacidade de implementar parcerias no Brasil e no exterior e sua expertise em criar oportunidades de marketing diferenciadas e adequadas a cada marca. Projetos em cinema: Avassaladoras (Distribuição 20th Century Fox, 2002), Sexo, Amor & Traição (Distribuição 20th Century Fox, 2004), Viva Sapato! (Co-produção Brasil/ Espanha, Distribuição Europa Filmes, 2004), My Father (Co-produção Brasil/ Itália/ Hungria, 2005), Mais Uma Vez Amor (Distribuição Warner Bros. - Abril 2005), Um Crime Nobre (Sony Int'l Television, RAI Internazionale e TV Globo, 2005), Se Eu Fosse Você (Distribuição 20th Century Fox, 2006) e agora Muito Gelo e Dois Dedos D Água (Dstribuição Buena Vista International, 2006). Projetos em Televisão: Ilha da Sedução (reality show/ Fox Int'l Television e SBT) e Avassaladoras A Série (Canal Fox e Rede Record, 2006) No setor de mostras e festivais realiza grandes eventos como o Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro em parceria com o Grupo Estação; o Festival Internacional de Búzios; o Show Búzios em parceria com as empresas Espaço Z e Filme B; o Rio Tecnomídia em parceria com a Rede Globo de Televisão e a Mostra Première Brasil realizada anualmente em Nova Iorque em parceria com o MOMA e o Festival do Rio). Alguns de seus parceiros: TeleImage, Warner Bros., 20 th Century Fox, Fox Television, Europa Filmes, Globo Filmes, Cinemark, Grupo Estação Botafogo, UCI, Grupo Severiano Ribeiro, Rede Telecine, TV Globo, O Globo, Rede Record, Jornal O Globo, entre outros. DISTRIBUIÇÃO PATROCINADORES

APOIADORES TRILHA SONORA ENTREVISTAS Alexandre Machado e Fernanda Young Roteiristas Como nasceu a idéia de fazer esse filme? ALEXANDRE O filme nasceu de uma história que gostaríamos de contar, uma comédia um pouco mais cruel, mas com a intenção de ser engraçada. FERNANDA Nós nunca tivemos uma idéia estabelecida, mas sim a intenção de fazer um filme contemporâneo, com toques de humor negro, urbano e com conflitos familiares. A partir daí é que surgiram as personagens. O titulo do filme Muito Gelo e Dois Dedos D água é bastante inusitado. Como vocês chegaram a este nome? F Era como eu pedia uma dose de uísque e a Roberta (Mariana Ximenes) tem essa minha característica. Para mim, Muito Gelo e Dois Dedos D água é muito sonoro e acabou virando uma sugestão de título. Fico feliz que tenham mantido essa idéia. A E no filme este título ganhou uma dimensão ainda maior. Não só pelo uísque, mas pela personalidade de Roberta (Mariana Ximenes), uma pessoa fria emocionalmente. Há até essa metáfora no filme quando Renato (Ângelo Paes Leme) diz a Roberta que ela parece um iceberg

numa piscina de plástico, ou seja, ela é muito gelo para pouca água. Quando vimos a junção do título com a personalidade de Roberta, achamos ótimo apesar de sabermos que é um nome estranho. A relação doentia da avó e suas netas se parece com a de vocês e parentes próximos? A Digamos que a gente conhece muito bem duas irmãs que tiveram uma avó que merecia uma certa vingancinha. Nesse universo familiar, avós, filhos, quem criou, quem não criou, os fantasmas são maiores do que as pessoas. A imagem de alguém que te criou cruelmente ou rigidamente ganha a dimensão de um dragão na sua vida, no seu passado ou na sua infância. Matar esse dragão ou se vingar dele se parece com uma simbologia grega. F Só que a gente aumentou essa vingancinha porque um filme precisa ser dimensionado. Todo mundo tem vontade de se vingar de alguém, mesmo que essa sensação seja bem pequena e disfarçada. Mas quando ela é transportada para um filme, toma uma dimensão exagerada, apesar de ser verossímil. E vocês se inspiraram em algum filme ou livro para desenvolver este roteiro? F Eu tenho referências bem específicas desse gênero de filme como Betty Blue, da década de 80. O filme é uma comédia, mas tem um lado dramático, uma história de amor, desencontros, afetos e traumas. Não usamos nada literal para beber da fonte, apenas influências e sensações como as desse filme e de outros da década de 80, mas com certeza não foram de filmes nacionais. A idéia do personagem Renato (Ângelo Paes Leme) ser tirado de seu habitat natural tem muito de Totalmente Selvagem de Jonathan Demme, com a Melanie Griffith. E o After Hours, de Martin Scorcese também tem essa coisa do thriller em que as situações surgem e te colocam frente ao inesperado. A Muito Gelo e Dois Dedos D água tem um gênero difícil de definir. De fato, ele é uma comédia, mas em diversos momentos se parece com um thrilller, em outros, um filme de suspense, às vezes um filme de terror ou até mesmo uma comédia rasgada. Eu acho que não há muito filme brasileiro desse gênero, uma comédia um pouco cruel sobre o que um momento de loucura pode levar as pessoas fazerem coletivamente. Às vezes, um cara super certinho como Renato (Ângelo Paes Leme) pode se meter numa enrascada por causa de uma garota bonita ou, às vezes, uma garota doida como Roberta (Mariana Ximenes) pode se achar na vida por causa de um cara certinho. Era preciso que o público entendesse como que aquela avó era capaz de gerar tanto ódio. Em que elementos do filme vocês identificam a construção desse sentimento? F A avó é construída como uma mulher que apoiava a ditadura, muito conservadora e perversa. Pessoas muito moralistas, no fundo, são muito perversas. E essa personagem é baseada nesse entendimento. O porquê dessa personagem merecer um final de semana de torturas se justifica como uma necessidade cármica. É quase como se ela pudesse, a partir dali, se transformar numa nova pessoa. E a questão da punição é um assunto muito delicado porque é um ato de rancor e de difícil compreensão. Eu própria acho punição uma coisa boba, mas na estrutura do filme, a forma como a personagem é apresentada justifica a ação das netas em cumprir esse ciclo em suas vidas.

A Há também outro aspecto. Escolher uma vovozinha como vilã é uma novidade. Porque ela é a personagem mais adorável da dramaturgia mundial. Está sempre do lado da Chapeuzinho Vermelho, como uma senhora pura e sem malícia. Sem dúvida foi uma opção difícil porque há resistência em encarar uma vovozinha como vilã, mas é essa opção que faz o filme ser o que ele é. F Se fosse a madrasta, seria um clichê. É engraçado porque nós temos culpa a respeito das nossas relações familiares, mas na maioria das vezes não se assume que alguém possa ter sido ruim com você, consciente ou inconscientemente, quando se trata de alguém da sua família. Mas, no entanto, isso ocorre. No caso das irmãs Roberta e Suzana, elas têm muita coragem de assumir o mal que foi causado por essa criação. Muito Gelo e Dois Dedos D água é um filme que pode ser libertador, porque quando você se identifica com uma situação que não é agradável, muitas vezes você se sente aliviado. Acredito que muita gente sinta essa sensação de querer cumprir um ciclo e se vingar de alguém muito próximo e mesmo que isso possa parecer ser constrangedor, é humano. Nem todo mundo tem sorte com a família que tem. A E o filme não defende a vingança. Ele mostra, justamente, que a vingança é uma coisa tola e que você tem que resolver seus problemas internamente. Ao saber que Laura Cardoso faria o papel da avó, vocês mudaram algo no roteiro? A Por ser um personagem muito difícil de lidar, seria difícil também botar coisas más na boca de uma avó. No primeiro tratamento do roteiro ela era um pouco mais contida nas falas. Era uma maldade que a gente não via. Até o Daniel ter a idéia de que a avó teria na cabeça o passado da ditadura militar que representaria um pouco do moralismo que dominou o pensamento brasileiro daquela época. Essa idéia veio junto com a escolha de Laura Cardoso para o papel e o personagem cresceu com um passado que se revela no filme. Ela é fã do General Médici e de algumas musiquinhas da época. F Laura Cardoso caiu como uma pluma. Ela tem uma linguagem física tão determinante que sua atuação não careceu de grandes diálogos. Ela quase não dialoga, na verdade, ela delira. Mas a Laura está tão maravilhosa que está perfeita para ser odiada. Isso é fundamental. Como foi a relação de trabalho com Daniel Filho? F Eu adoro o Daniel, mas sempre achei que ele não faria o filme por se tratar um assunto muito pouco usual, mas quando ele leu o roteiro e disse que tinha gostado fiquei muito feliz. A O primeiro tratamento desse roteiro tem muito tempo, uns seis ou sete anos e houveram muitas mudanças no decorrer de todo o processo. Eu sempre achei que o Daniel era o diretor ideal para dirigir esse filme por ter o lirismo necessário e por ser um cara muito técnico em linguagem cinematográfica. Ele sempre gostou do roteiro, mas temia um pouco a maldade que supostamente haveria. F Mas ele conseguiu levar a maldade a cabo. A tendência do Daniel sempre me pareceu de tentar aliviar um pouco o aspecto punk do filme. Mas, no final das contas, ele foi muito corajoso e conseguiu fazer um filme que me emocionou muito porque ele não aliviou na mão. Daniel foi com fé

no aspecto mais anárquico que a história requer. O filme para mim foi uma grande homenagem do Daniel. A nossa relação sempre foi muito engraçada, gentil e generosa. O filme passou por vários tratamentos e em nenhum momento foi enfadonho o exercício de troca de intenções e das alterações sugeridas. Nunca tivemos uma relação vaidosa e desrespeitosa. Tudo o que foi alcançado no roteiro foi graças ao bom convívio que tivemos. O que insistimos em manter, ele manteve. Muitas das coisas que ele quis, ele estava coberto de razão. Eu acho que o filme ficou muito bacana O que vocês acharam do filme quando assistiram pela primeira vez? A Na primeira vez que vimos o filme mais ou menos pronto, foi uma surpresa. O Daniel fez um trabalho que, para a gente, foi novo. Foi surpreendente ver a história contada daquela maneira, porque ele deu novos tons e dimensões ao filme que eu não imaginava que pudesse ter, com por exemplo, ser um filme que agrada a qualquer idade. Foi super agradável. A gente viu o filme quase sem achar que o roteiro era nosso. F Eu vi o filme totalmente distanciada e foi muito legal porque é sempre difícil assistir a uma obra da qual você faz parte, sem critica-la. Eu me emocionei bastante, apesar do filme ser muito engraçado. Para mim, o resultado é genial. Há um momento no filme em que as trajetórias dos personagens se cruzam. Quem era certinho fica doidão e quem era aparentemente doidão amolece. Como é essa dinâmica dos personagens? F É porque esse negócio do bem e do mau, do certo e do errado é uma visão muito purista do ser humano. E isso acontece o tempo todo e é uma percepção muita grosseria das pessoas. Todos os personagens têm suas ressalvas e podem, em dado momento, se transformar exatamente no oposto do que eram anteriormente. Isso é legal porque as pessoas são assim. Você pode estar muito bacana hoje e um babaca amanhã. Esses personagens revelam justamente essa capacidade de irmos para diferentes lados diante do novo. Assim somos nós e os personagens dessa história também. A E as grandes histórias são aquelas em que os personagens mudam porque a vida é assim. A vida muda você, se você se permitir mudar, obviamente. E nesse filme, a história se baseia exatamente no fato de que as pessoas podem mudar. Não é bom ser tão sério, nem é bom ser tão doido. O legal está na mistura dessas coisas, no equilíbrio. F Todos os personagens se deparam com a noção de certo e errado, erram e acertam, perdem a medida mas recuperam o fio. A história tem, como os grandes filmes, um happy end justamente porque termina com um aprendizado. Eu não diria moral porque não suporto essa palavra, mas com um aprendizado em que todo mundo consegue encontrar alegria e bem-estar na trama. O que vocês acharam de cada um dos atores? A Estão todos ótimos. A dupla de atrizes formada por Mariana Ximenes e Paloma Duarte que interpretam as irmãs está sensacional. Elas têm uma intimidade muito forte que a gente percebe de imediato. O personagem do Renato exigia um ator que tivesse um humor claro, mas contido. Não poderia ser o engraçadinho porque ao mesmo tempo seria um pouco vítima daquela história. Era um

personagem muito difícil de fazer. Qualquer ator que optasse pela caricatura acabaria com o filme nessa opção. O Ângelo Paes Leme, para mim, está incrível porque ele tem aquele tipo de graça e charme que você não identifica imediatamente, mas te seduz pela sua interpretação e com o tempo ele nos convence de que realmente tem seu charme. Eu não consigo imaginar um casting mais exato para esse filme. F Mariana Ximenes também me emocionou muito. Ela está ótima no papel de uma mulher que qualquer um é capaz de fazer loucuras por ela. Ela é um mix de beleza, fragilidade, tristeza e mistério. A Paloma tem uma personalidade tão possível, de mãe, perua, dona de casa e também de doidona e mostra com muita doçura, a frustração pela vida burguesa que escolheu. É um personagem muito bonito porque consegue doar para a irmã a visão de que ela não é tão bem sucedida, mesmo sendo casada, sendo mãe e aparentemente tão segura. Gosto muito desses personagens que não são o que parecem. O Thiago Lacerda está ótimo. Eu ri demais. Para mim talvez seja esse o personagem mais difícil de interpretar porque ele fica deslocado da trama amorosa e teve que se despir da vaidade e se permitir ficar patético e abobalhado. As pessoas vão se surpreender com ele porque eu nunca tinha visto o Thiago fazer comédia de maneira tão precisa. Como a experiência em TV colaborou na realização deste projeto? A O primeiro tratamento deste filme foi antes de a gente escrever Os Normais e o roteiro teve seis tratamentos. A televisão é um aprendizado muito grande no sentido de conquistar, de saber seduzir, ser sutil e simples ao mesmo tempo. A televisão influencia o roteirista de cinema, fazendo ele ou não roteiro de televisão. A televisão também bebe muito da linguagem de cinema e o cinema de hoje pegou muito do ritmo da televisão, porque as pessoas querem uma história com um ritmo mais dinâmico e com soluções rápidas. Quem vai ao cinema, assiste televisão, e por isso temos que conquistar esse cara. Da nossa parte, tecnicamente, a televisão é um aprendizado inigualável para saber o que o público entende. F Na televisão, conquistamos a rapidez de fazer com que as coisas aconteçam de maneira ágil sem precisarmos mastigar as intenções e sem ter que explicar tudo para o público. Mas se há uma coisa que esse filme não tem, é cara de televisão. Nós fazemos televisão com muito orgulho e gostamos justamente desse exercício. Até mesmo em literatura eu tento fazer esse exercício para que os fatos tenham um entendimento rápido e claro, sem ser paternalista. A gente quis fazer um filme de entendimento dinâmico. Nós somos autores de várias mídias e respeitamos todas. Mariana Ximenes Roberta Fale um pouco da sua personagem, a Roberta. A Roberta é uma menina carente, inconseqüente, com um humor ácido que a torna tão interessante. A doçura dela aparece justamente por toda essa carência. Roberta fez um pacto com a irmã de se vingar das maldades que a avó havia feito a elas durante a infância e leva isso como filosofia de vida. Quando as duas já estão maiores, elas se unem para armar a vingança contra a avó. Mas tudo

é feito com muito cuidado, pois ela é o único ente que sobrou de toda a família, e a vingança faz parte da história delas e elas vão se meter em várias aventuras para concluir o tão esperado plano. Como foi o trabalho de composição do seu personagem? A Roberta tem um visual um pouco anos 80, com um corte de cabelo bem prático, raiz preta e as pontas descoloridas. Usamos também o recurso de apagar a sobrancelha para tirar um pouco da expressão e causar uma certa diferença na imagem da Roberta. Eu emagreci um pouco também. A Marília Carneiro, que é a figurinista, optou por roupas práticas e larguinhas porque a Roberta é uma menina que não se preocupa muito em se vestir. Ela tem uma calça velha e usa uma cuecona ao invés da calcinha tradicional, bem diferente da irmã que é bastante feminina. Quais foram as maiores dificuldades para fazer esse personagem? Como estávamos em Maceió, as cenas de ação foram divididas com um dublê porque tínhamos que voltar para filmar no Rio de Janeiro. Algumas cenas no Opala foram feitas por mim como a que dirijo numa ribanceira. Eu adoro fazer cenas de ação, acho divertidíssimo e há toda uma concentração no set, a equipe fica unida para dar certo e tudo é pensado milimetricamente para nada dar errado. Como foi contracenar com esse elenco? Maravilhoso. A minha avó, Laura Cardoso, foi uma colega excepcional, uma amiga querida, além de ser uma grande atriz e uma ótima professora, não só da arte como da vida. Paloma é uma parceira querida. Ela estava fazendo uma peça em São Paulo e quando eu tinha um final de semana livre ia para lá ficar um pouco com ela para a gente criar uma intimidade de irmã e assim eu pude conhecer o ser humano lindo que é a Paloma, não só a atriz, mas a amiga. Foi uma convivência ótima e de um grande aprendizado. Ângelo Paes Leme é divertidíssimo e um grande ator também. Filmávamos muito junto, eu, Ângelo, Paloma e Laura, sendo que eu, Paloma e Ângelo formamos um trio da pesada. Foi bem divertido. Com o Aílton Graça e o Thiago Lacerda eu quase não contracenei porque eles eram do núcleo da Paloma. Como foi ser dirigida pelo Daniel Filho? Ser dirigida pelo Daniel Filho é o que muito ator quer e precisa. Ele é brilhante, é um diretor que foca no ator, segura em nossa mão e nos conduz brilhantemente. Foi marcante a minha experiência com ele. Eu aprendi muito não só profissionalmente como tive grandes lições de vida. Ele é um cara impressionante, sabe tudo de cinema, de técnica, de enquadramento, de lente, de eixo, de marcação de cena, de composição e criação de personagem. Ele também gosta muito de ensaiar e foi uma delícia o processo de ensaio. Qual foi a cena mais curiosa ou a que você mais gostou de fazer? Cada cena era um exercício. Meu personagem tem muitas nuances. Tem a parte cômica, a dramática, o romance, a inconseqüência e a maluquice. Cada cena exige um tipo de exercício. Por exemplo, no início do filme tem uma cena em que a Roberta vai ao restaurante para tomar uma dose de uísque e encontra Renato (Ângelo Paes Leme). Ela não o conhece, mas senta-se à mesa dele e inicia um jogo de sedução. Como ela é muito inteligente e muito rápida, ela joga o tempo todo. Ela bola um plano para que ele não precise pagar a conta porque darão um velho truque. E ela arma um barraco, interpreta uma mulher traída de verdade e sai sem pagar a conta. Ela tem esse

tipo de humor também. Foi muito divertido fazer. Teve também outro momento divertido, o striptease. A gente ensaiou à beça e ficou idealizando como poderia ser. Foi um processo de criação em conjunto: o figurino, o Daniel, nós os atores, a preparadora Márcia Rubin, o Guto Graça Melo que faz a música, o fotógrafo, todo mundo junto. Como foi sua reação quando se viu no espelho com um visual tão diferente do seu? Bom demais, eu adoro mudar o visual. O Daniel propôs algumas coisas, eu trouxe outras, a Marília Carneiro também. Juntamos tudo e ficou maravilhoso. As tatuagens eu tirei de um poema de Ovídio amor et dolor, porque Roberta é uma personagem inteligente, que gosta de leitura e Ovídio tem essa característica de ser profundo e ao mesmo tempo antigo. Eu adoro mudar de visual. Faço qualquer negócio para os meus personagens. Era difícil se ver fazendo maldade com Laura Cardoso, uma dos ícones da dramaturgia brasileira? É claro que com a Laura não dá vontade de fazer tortura nenhuma. Dá vontade de botar no colo, abraçar e beijar. Mas a danada faz uma cara de má que dá até medo. Que tal ser motorista de um carro em fuga? Deu para se sentir num filme de aventura? Totalmente num filme de aventura ainda mais dirigindo aquele Opala vermelho maravilhoso. É uma adrenalina dirigir aquele carro com uma câmera gigante do lado e você ter que controlar tudo, o carro, a câmera, o enquadramento, o texto e o entrosamento. Mas foi uma experiência divertidíssima. Você tem sido uma atriz constante e de sucesso no cinema. O que você acha de atuar em cinema? O ritmo do set? O trabalho em grupo? Eu adoro fazer cinema. Gosto do set e de todo o processo de criação. Você vê todas as áreas e setores unidos pela vontade de fazer, com um tesão absurdo nos olhos. Isso é muito legal porque acaba que ninguém vira um operário padrão. Na verdade, todo mundo trabalha à beça, rala pra caramba, mas é um trabalho que dá muito prazer. Você tem uma abertura com todos os setores, com a direção de arte, figurino, caracterização, continuidade, com o diretor e, às vezes, ao autor. Nesse caso específico, tivemos muito acesso à dupla de escritores, Fernanda Young e Alexandre Machado. Em cinema, filmamos tudo fora da ordem, mas como é um produto fechado, conseguimos compor o personagem do início ao fim. O fato de termos viajado para Maceió estabeleceu lindos laços de amizade e laços profissionais, porque você acaba admirando a pessoa e o profissional. No meu caso foi assim. Cinema é equipe. Paloma Duarte Suzana Você está muito bonita e sensual no filme. Você imaginou a Suzana dessa forma? Desde o começo imaginamos a Suzana como uma mulher de fino trato, vaidosa, que se veste com as melhores roupas, é bem casada com um médico urologista e mora num apartamento bacana. Eu,

Marília Carneiro (figurinista) e Daniel brincamos muito dizendo que ia ser um caso de Procon, porque eles me deixaram realmente maravilhosa. Fale um pouco da sua personagem, a Suzana. A relação de Suzana com a avó é um pouco mais fácil do que a de Roberta (Mariana Ximenes), a irmã mais nova. Quando meninas, elas eram obrigadas a tomar sol para terem uma aparência saudável, a fazer as unhas, depilação, e uma série de outras coisas que para elas eram um verdadeiro horror. Mas Suzana conseguiu encarar tudo de uma maneira mais leve. Ela é casada com um médico, tem um casamento morno e acomodado mas tem um senso de família muito forte tanto pela irmã quanto pelo filho. Para ela a maternidade foi a possibilidade de ser feliz novamente. Ela é uma aventureira assim como a irmã Roberta. A Suzana equilibra o seu lado racional, família, com seus desejos. O que você e ela têm em comum? Acho que o senso familiar. Família para mim também é fundamental, mas eu me considero uma pessoa mais solta e menos reprimida do que a Suzana. Ela teve que se tornar uma mulher muito prática para sobreviver e acho que eu sou mais relaxada. O filme encontra no humor uma saída para as tensões familiares e pessoais. Você acredita nessa fórmula? Eu acho essa fórmula genial e acho que é a única saída. Não existe uma única família que não tenha grandes tensões. Todo mundo, se procurar bem, vai encontrar uma avó que por alguns minutos chegou a odia-la ou um tio que você já teve vontade de enfiar uma meia suja na boca dele ou até uma irmã chata. Passamos por isso inevitavelmente e, é claro, que com o passar dos anos você olha para trás e ri disso tudo e o humor é a única maneira de se tratar desse assunto. Era difícil fazer maldade com Laura Cardoso, um dos ícones da dramaturgia brasileira? Não foi nem um pouco difícil fazer maldade com a Laurinha. Ela é uma grande atriz e foi um luxo contracenar com ela. Era divertido imaginar que podia colocar esse tipo de brincadeira para fora. Foi muito bom fazer maldade e brincar de torturar a vovó. Eu não me senti mal nenhuma vez. Como você se sentiu nas cenas de ação? Como foram os bastidores das filmagens da perseguição de carro? O filme todo foi uma delícia. O Daniel é um diretor que impregna a todos com sua alegria, é um grande aventureiro, gosta de se divertir e essa energia vai toda para o set de filmagem. Então, quando íamos fazer uma cena de ação, era uma loucura. Primeiro, a Mariana dirigindo muito e descendo barranco. Eu e Ângelo dentro do carro apavorados, mas rindo e se divertindo. Foi muito emocionante. É gostoso fazer um road movie por causa disso, você tem a oportunidade de passar por cenários diferentes, lugares áridos, lugares na beira do mar, ainda mais numa perseguição de carro. Isso tudo com certeza mexe com você e com o seu trabalho. Qual foi a cena que você mais gostou de fazer? Eu acho que foi a tortura com a avó no banheiro, quando ela morde a minha mão. Aquilo foi delicioso. A gente dopa a vovó, dá muita morfina para ela ficar legal, a colocamos no banheiro para

fazermos uma escova e arrumar a vovó. De repente, ela acorda, morde a minha mão e a gente sai rodando pelo banheiro. Era uma marcação difícil, apesar do Daniel marcar brilhantemente, mas acho que foi a cena que eu mais gostei de fazer. E a cena mais difícil? Eu acho que a cena mais difícil foi a do strip-tease, porque além de toda a marcação da cena ainda tínhamos que ser sexy e brincalhona ao mesmo tempo e eu sou uma pessoa completamente sem ritmo, por isso acho que foi a cena mais complicada do filme. Como foi contracenar com esse elenco? Esse elenco é um luxo. É um elenco primoroso. Laura Cardoso dispensa apresentações, uma deusa, uma mulher que mesmo muda rouba a cena. Formamos uma trinca muito feliz com o Ângelo Paes Leme e a Mariana Ximenes, atingimos um nível de cumplicidade muito grande. Ensaiamos e brincamos bastante com o Daniel antes de ir para o set. O Thiago é uma gracinha, eu já tinha trabalhado com ele outras vezes e nos damos super bem. O Aílton é um palhaço, garante os melhores momentos do making of desse filme. Ele é uma alegria no set e foi muito bom tê-lo conosco. A Carlinha Daniel está sempre bem humorada, pena que contracenamos muito pouco. Foi uma turma muito boa e um filme muito feliz. E ser dirigida pelo Daniel Filho? O que dizer de Daniel Filho que eu ainda não tenha dito? É difícil. Daniel é um grande companheiro. É o tipo de pessoa que quando me liga e eu primeiro digo sim e depois pergunto para quê. Ser dirigida por ele é beber da fonte mais sagrada. Ele sabe tudo. Marca e dirige ator como ninguém. Daniel tem uma coisa muito especial que é a mistura da maturidade cênica, dramatúrgica e pessoal, com uma grande explosão de alegria que só uma criança tem quando brinca com o seu brinquedo preferido. É sempre fantástico trabalhar com o ele. O que você achou das locações do filme? Eu já conhecia algumas. Filmei Deus é Brasileiro em Piaçabuçu, então foi um retorno à terra. Foi muito gostoso. Trabalhar viajando é sempre uma delícia. Fazer cinema viajando é deslumbrante. As locações eram lindas e Maceió é um lugar muito especial. Queria ter ficado mais tempo lá. Você já se sentiu como a Suzana e a Roberta, sofrendo das torturas femininas como depilação, escova e fazer unhas? A primeira vez que eu fui me depilar eu não vou esquecer nunca. A mulher passou cera numa axila e quando arrancou doeu tanto que chegou a sair sangue e eu que ainda estava com a cera no outro braço não queria mais continuar. Saí correndo do salão com uma axila cheia de cera, apavorada, porque eu não queria deixar tirar de jeito nenhum. Depois, me acostumei. Eu acho que toda mulher passa pelo momento do susto. O que não é normal é que a sua avó faça isso com você constantemente. Por que as pessoas não podem perder esse filme? Eu acho que esse filme fala de coisas que estão muito próximas da gente, dos amores familiares, dos amores pessoais, das nossas inseguranças, das relações mais difíceis e delicadas. É engraçado,

porque Muito Gelo e Dois Dedos D água é um filme de aventura, um road movie, uma comédia e também um tratado de carícias. É um filme que tem de tudo um pouco. É um filme para a gente soltar os bichos. Não dá para perder. Laura Cardoso A Avó Fale um pouco da sua personagem, a Avó. É uma avó que eu acho que não é ruim, ela apenas quis dar uma educação um pouquinho rígida para as meninas, dentro de uma moral que ela achava correta. Dá a impressão que ela protege mais uma neta do que a outra. Talvez isso aconteça mesmo. A gente não pode esquecer que o filme é uma comédia, é para a gente se divertir. Mas eu acho que é uma personagem real, ela existe sim. Existem avós dominadoras, que querem que os netos sigam o rumo que acham que é o certo. Houve alguma situação engraçada durante as filmagens, em função dessa avó passar o filme todo doidona? Era muito gozado ficar dopada, pois ela cantarolava o tempo todo. Nós ríamos, a equipe ria, porque era muito engraçado. E a proposta era justamente essa, fazer o público rir. Como foi ter uma boneca para substituí-la nas cenas mais complicadas? Foi feita uma boneca para me poupar de certas cenas que o Daniel, sempre generoso queria fazer. Cenas como cair numa piscina ou ser arrastada na areia escaldante do Nordeste. Foi interessante. A boneca ficou igual a mim. Ela foi feita pela equipe de arte e por isso ficou tão boa. Ficou muito engraçada. No filme, você consegue equilibrar a fragilidade da avó com a rispidez que gerou a insatisfação das netas. Você se inspirou em alguém? Todos nós conhecemos pessoas como esta avó e pessoas diferentes dela. Eu me inspiro muito na minha vivência e no que observo das pessoas para compor os personagens. Às vezes acertamos, às vezes não. Mas o princípio do ator é esse, ele sempre quer criar um personagem que exista de verdade, que tenha vida e que seja real. Como foi conviver com atores tão jovens no set? Maravilhoso. É tudo gente de talento, a Paloma Duarte, Mariana Ximenes, Thiago Lacerda e Ângelo Paes Leme são profissionais sérios, corretos, que querem fazer um bom trabalho e foi muito bom o que eles fizeram. Eu sempre gosto de trabalhar com gente jovem porque sempre traz alguma coisa diferente, algum sonho novo. Gosto muito dessa troca com os jovens. Vocês ficaram isolados no Nordeste convivendo intensamente. Como era o clima das filmagens? Eu amei, foi um presente do Daniel Filho, tanto o filme quanto ficar ali em Maceió. Meu Deus, como é lindo. É de Deus aquele lugar. Você olha para o mar, para os lugares e parece que não existem. Gostei demais de ficar lá, das pessoas, da cidade e do governador que nos recebeu muito bem. Foi

muito bom. Fiquei muito feliz de fazer esse filme sob a direção do Daniel Filho. A equipe dele foi sempre gentil e atenta a qualquer coisa que a gente precisasse. E a direção de Daniel Filho? Daniel é um dos meus ídolos. Eu o conheço há muito tempo, acho o Daniel um dos melhores diretores deste país. É um homem inteligente, um ator belíssimo e por isso ele sabe exatamente o que pedir ao outro ator quando dirige a cena. É muito bom trabalhar sob a direção dele e fico muito feliz quando ele me convida para trabalhar. Ângelo Paes Leme Renato Fale um pouco do seu personagem, o Renato. Renato é um advogado que tem muito bem definido os conceitos do que é certo e errado. Apesar da aparente seriedade ele é um personagem muito engraçado porque ao mesmo tempo que segue todas as normas de boa conduta, ele se mete em muitas enrascadas ao mostrar seu lado malandro para viver uma realidade fantástica, louca e surpreendente ao lado de Roberta (Mariana Ximenes). Como foi o trabalho de composição do seu personagem? Conversamos muito sobre como seria o comportamento típico de um advogado e qual seria a visão particular de Renato a respeito do mundo. Houve um trabalho sutil de composição nesse sentido, pois sou um cara relaxado e muito diferente de Renato que anda o tempo todo de terno, gravata e cabelo penteado. Eu tive que me preocupar com o meu corpo, com a maneira de mexer os braços, de sentar, andar e falar. Ao longo do filme, a figura de Renato vai sendo desconstruída e a direção do Daniel foi fundamental para que eu não me perdesse. Isso foi muito importante. Qual foi a cena mais curiosa de fazer? Por quê? A mais curiosa foi a seqüência na estrada. É uma cena longa do Renato, Suzana e Roberta. Os três estavam dentro do carro a caminho da casa de praia, quando um acidente acontece e o carro acaba indo parar no meio do nada, com o pneu furado e num lugar onde existia apenas mato para todos os lados. É nesse momento que estoura o conflito entre os três personagens e Renato se depara pela primeira vez com a verdade daquelas meninas e daquela situação. É um momento de estranhamento, conflito, desejo e loucura que ele terá que enfrentar dali por diante. Como foi contracenar com esse elenco? Foi muito divertido, uma troca muito boa. Paloma e Mariana são duas atrizes muito generosas e a Laura Cardoso nem se fala. Desde o início formamos uma equipe, trocamos um com o outro e percebemos o trabalho de cada um. Mas o grande responsável foi o Daniel que escolheu esse elenco porque acreditava na coesão e na soma do talento individual de cada um. Como foi trabalhar com Daniel? Além de ter sido a maior honra, ele foi muito importante na composição dos personagens. Daniel nos fez enxergar melhor as situações que iríamos enfrentar, além de nos fazer compreender a história e

os desejos de cada personagem dentro daquele contexto. Ele nos deu liberdade, mas sempre cobrou o domínio da partitura. Daniel é impressionante como maestro, pois articula e cuida de todos os detalhes desde a direção de arte à preparação dos atores. Ele me ajudou muito. Qual a cena que você mais gostou de fazer? O filme todo foi muito engraçado de fazer. Não só pelas situações do roteiro, mas pela sorte de ter trabalhado com esse trio feminino fantástico. Para mim a cena mais engraçada, foi também a mais constrangedora. É a cena onde Renato resolve ir ao banheiro quando as meninas não estão em casa. A porta do banheiro estava sem tranca e para se sentir seguro ele a escora com uma cadeira e vai à luta, mas acaba sendo surpreendido por elas numa situação constrangedora. Tive que levar tudo aquilo na esportiva, mas tenho certeza de que qualquer um que passasse por isso sairia no mínimo rindo muito depois. Thiago Lacerda Francisco Fale um pouco do seu personagem, o Francisco. Francisco é um médico extremamente conservador, casado com Suzana (Paloma Duarte) com quem tem um filho pequeno e uma relação de muito amor e carinho. Seu único problema é com a cunhada Roberta (Mariana Ximenes) pois ele a considera uma má influencia tanto para a esposa quanto para o filho. Francisco é um cara muito bem intencionado e se comporta como um verdadeiro herói apesar do jeito atrapalhado que o faz meter os pés pelas mãos e cair em situações inusitadas quase sem querer. Como foi a experiência de fazer comédia e interpretar um personagem tão atrapalhado? Foi um trabalho que eu nunca tinha experimentado e nunca pensei que faria um dia. Foi uma descoberta reveladora que me fez aprender muito sobre o timing da comédia e a forma de faze-la e, sem dúvida, devo tudo isso ao Daniel Filho. Como foi o trabalho de composição do seu personagem? A composição do Francisco foi basicamente feita através de referências cinematográficas. Busquei muita coisa no Jerry Lewis, no O Gordo e o Magro e no Inspetor Clouseau de A Pantera Cor-de- Rosa e a sua caracterização teve a ver a imagem quase patética de um cara atrapalhado tipo Clark Kent. E para completar, Francisco usa um óculos que compõem muito bem essa imagem do herói meio atrapalhado. Como foi a experiência de fazer uma dupla cômica com Aílton Graça? De um modo geral já havíamos nos encontrado em alguns outros trabalhos. No filme há uma grande parceria do Francisco com o sargento Nelson, personagem do Aílton Graça, que é um grande ator, muito seguro em cena e com um tempo de comédia muito particular. Ele foi um grande parceiro neste trabalho e essa brincadeira entre o Francisco e sargento Nelson nos rendeu uma química muito bacana. É sempre um grande prazer estar em cena com grandes atores.

Como foi ser dirigido pelo Daniel Filho? Esse já é o meu segundo trabalho com ele e espero que muitos outros venham por aí. Ele tem a sensibilidade de propor novas situações aos atores e de achar as medidas certas. Daniel é um mestre e falo isso com toda a segurança. Ele sabe muito bem o que faz e por isso não precisamos nos preocupar porque com ele está tudo muito bem entregue. Como foi feita a cena em que você é perseguido por um cão feroz? A cena do cachorro é muito curiosa. Antes de faze-la perguntei ao Daniel se iria contracenar com o cachorro de verdade e ele disse que faríamos a seqüência separadamente. Acabei ficando tranqüilo porque é obvio que ninguém consegue correr mais do que um cachorro naquela situação. Então filmamos primeiro a minha parte, depois a do cachorro. A cena finalizada ficou excelente e tem momentos que parece que ele vai me pegar. Eu me diverti muito. Por que as pessoas não podem perder este filme? Esse filme é imperdível porque ele é diferente de tudo o que a gente já viu. Ele tem um clima libertador, tem grandes atores, é redondo, divertido, leve e inusitado. Impossível de perder. Aílton Graça Sgt. Nelson Fale um pouco do seu personagem, o Sargento Nelson. O Sargento Nelson é um cara um pouco atrapalhado. Na verdade, acho que ele teve um grande dia de azar. Estava no lugar certo, mas na hora errada e tudo parecia ir de encontro a seu favor. Como foi fazer parte de uma dupla cômica? Eu e Thiago fizemos uma dobradinha. Éramos cúmplices nas piadas que fazíamos e tínhamos uma ligação direta durante as filmagens. Foi muito divertido e quero repetir sempre essa parceria. Como foi ser dirigido pelo Daniel Filho? Foi um prazer. Foi como realizar um sonho. A direção e o humor que ele desprende para o trabalho são fantásticos. Ele é uma escola ambulante. A cada segundo que parávamos para conversar ele citava uma história diferente sobre a TV, sobre o cinema, sobre os atores negros que ajudaram na construção da TV brasileira. Isso é fantástico. O Daniel é um poço de conhecimento e ainda quero ser dirigido muitas vezes por ele. Como foi filmar em Piaçabuçu? É o primeiro filme que precisei viajar para fazer e foi uma surpresa muito grande estar em Piaçabuçu. Precisamos fechar uma praça para que pudéssemos filmar e mesmo assim com todo aquele transtorno as pessoas foram muito solidárias com o filme. Elas estavam a fim de participar de alguma maneira daquele processo pois estavam vendo os ídolos da TV de perto ali com eles. Começamos a brincar e a dançar e todas aquelas pessoas entraram no mesmo clima que a gente, inclusive o próprio Daniel.