CADERNO DE RESUMOS XXIV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA Ano XII Número 20

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Transcrição:

CADERNO DE RESUMOS XXIV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA Ano XII Número 20

28 a 30 de maio de 2019 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO CAMPUS MORRO DO CRUZEIRO CADERNO DE RESUMOS XXIV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Ouro Preto, MG 2

XXIV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Profa. Cláudia Aparecida Marliére de Lima Reitora Prof. Hermínio Arias Nalini Júnior Vice-Reitor ESCOLA DE MEDICINA Prof. George Luiz Lins Machado Coelho Diretor Profa. Eloísa Helena de Lima Vice-Diretora COLEGIADO DE MEDICINA Prof. Gustavo Meirelles Ribeiro Presidente OURO PRETO MINAS GERAIS 3

CADERNO DE RESUMOS REALIZAÇÃO: ESCOLA DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR Professora Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Professor Leonardo Cançado Monteiro Savassi (UFOP) Monitores do PET-SAÚDE Interprofissionalidade: Acadêmica de Medicina Andressa de Almeida Acadêmico de Medicina Breno Henrique Ribeiro Grossi Acadêmica de Medicina Emanuelle Scarlath Tomaz Acadêmica de Medicina Nágella Samara Eleutério da Silva Acadêmica de Medicina Juliana Virgínia Faria Pereira Acadêmica de Medicina Shisa Maris Martins Pereira Acadêmica de Medicina Thalyta Joana de Oliveira Acadêmico de Medicina Vinicius Moura de Castro Acadêmica de Medicina Virginia Silva Rocha 4

SUMÁRIO Seminário Integrado (Disciplinas Medicina Geral de Adultos II; Medicina Geral de Crianças II; Medicina de Família e Comunidade e Medicina e Saúde da Mulher)... 05 Disciplina Medicina Geral de Adultos I... 20 Disciplina Medicina Geral de Crianças I... 28 Disciplina Políticas Planejamento e Gestão em Saúde... 36 Disciplina Psicologia da Saúde... 54 Disciplina Saúde e Sociedade... 61 Disciplinas Semiologia I/ Semiologia II... 77 Disciplina Semiologia III... 93 Disciplina Semiologia Pediátrica... 101 5

SEMINÁRIO INTEGRADO (Disciplinas Medicina Geral de Adultos II; Medicina Geral de Crianças II; Medicina de Família e Comunidade e Medicina e Saúde da Mulher) ABORDAGEM DE PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA: RELATO DE CASO Alexandre Barbosa Andrade (dralexandrebarbosaandrade@gmail.com) - Orientador Bruna Lopes dos Santos Lages (brunallages@gmail.com) Carolina Gomes Teixeira Cabral (carol.bhz@hotmail.com) Isabella Silvestre Araújo (isabellasilvestrearaujo@gmail.com) Isadora Pereira (iisadora.pereira@gmail.com) Monaliza Mesquita Pinto (monalizamesquita17@gmail.com) Patrícia Maria Wobeto (patywobeto@hotmail.com) Pedro Henrique Caldeira Brant Faria (pedrohenriquecaldeira@gmail.com) Pedro Henrique Oliveira do Nascimento (pedrohon100@gmail.com) Sara Mendonça Chahla (sacha9181@gmail.com) Thalita Elian de Oliveira Meinberg Cunha (thalita.omc@hotmail.com) Wesley dos Santos Alves Marcelino (wes_marcelino@hotmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A paralisia periódica hipocalêmica (hipopp) é uma doença neuromuscular, hereditária autossômica dominante. É caracterizada por ataques episódicos de paralisia flácida acompanhado de hipocalemia. Os episódios geralmente têm início antes dos 16 anos, comumente no dia seguinte da prática de exercícios vigorosos, ou precipitados por refeições ricas em carboidratos, estresse físico ou emocional, consumo de álcool e exposição ao frio. A fraqueza pode durar até 24h. Os músculos respiratórios e o globo ocular são poupados e o nível de consciência não é alterado. Os níveis séricos e urinários de potássio estão diminuídos. RELATO DO CASO CLÍNICO: A.C.S., 31 anos, feminino, gestante, comparece à unidade em 23/04/19 após ser encaminhada para o acompanhamento médico da gestação. Informa que em última consulta de pré-natal (12/04/19) foi levantada a possibilidade de alto risco gestacional. Apresenta dúvidas acerca da posologia correta do medicamento, slowk 600mg, do qual já faz uso nas crises de paralisia. Questiona sobre a existência de fármaco ou terapia profilática e a possibilidade de realização. Apresenta o diagnóstico prévio da hipopp familiar há alguns anos, sem saber precisar a data. Afirma histórico familiar positivo para hipopp familiar. Paciente G3P2A0 e não recorda se usou o medicamento durante outra gravidez. Em uso de sulfato ferroso MID. Relata medo e apreensão em relação às crises durante a gestação. Trouxe expectativas de que fosse feita uma consulta médica padrão e de que dúvidas fossem esclarecidas. DISCUSSÃO: O diagnóstico da hipopp familiar é feito com avaliação clínica, dosagem do potássio sérico durante os sintomas e, ocasionalmente, testes de estímulo. Colher a história dos episódios e de sua caracterização é o melhor indicador. Nesse momento, o potássio sérico pode estar anormal. Os episódios podem ser estimulados pela administração de glicose e insulina. O diagnóstico molecular também é possível, com análise dos genes causativos identificados até ao momento. O sintoma mais comum é a fraqueza muscular em pessoa completamente desperta e alerta, podendo ser parcial ou afetar os quatro 6

membros. O tratamento pode ser feito por meio de terapia farmacológica com íons. A profilaxia é dietética, além da não ingestão de álcool após períodos de repouso e evitar exercícios extenuantes. O diagnóstico diferencial deve incluir paralisia periódica tireotóxica que é associado com níveis anormais de hormônios da tireoide. Sua incidência global é de 1:100.000 habitantes, mais comum no sexo masculino. É uma doença hereditária autossômica dominante, sendo necessário que apenas um dos pais possua o gene para que o filho possa manifestar a doença. CONCLUSÕES: A hipopp é um diagnóstico raro. Conhecer sua apresentação, entender os mecanismos fisiológicos e seu manejo é de essencial importância. A anamnese tem grande relevância para o diagnóstico. O exame físico e exames laboratoriais complementam o diagnóstico. A prevenção e tratamento de crises melhora a qualidade de vida dos pacientes. Por se tratar de uma doença hereditária autossômica dominante a probabilidade de transmissão do gene e consecutiva manifestação na prole é de 50%. Palavras-chave: Paralisias Periódicas Familiares, Diagnóstico, Gestação. Referências: ASIS, T. J. C. F., FURTADO, F. F., MOTA, S. L., MEDEIROS, I. A. e SILVA, B. A. Paralisia Periódica Hipocalêmica Tipo 1: Envolvimento dos Canais de Cálcio Dependentes de Voltagem. Disponível em: <http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2012/rn2004/revisao%2020%2004/7 50%20revisao.pdf>. Acesso em: 18/05/2019 EBSCO Information Services. 1995 -. Record No. 281844 - Ipswich (MA) -. Hypokalemic periodic paralysis. DynaMed. Disponível em: <http://web.b.ebscohost.com/dynamed/detail?vid=9&sid=cc3bf992-8da9-4aa4-a606-2aa9c732b410%40sessionmgr101&bdata=jmxhbmc9chqtynimc2l0zt1kew5hbwvk LWxpdmUmc2NvcGU9c2l0ZQ%3d%3d#db=dme&AN=281844&anchor=Related- Summaries>. Acesso em 18/05/2019 LINDENBERG, C. Hypokalemisk periodisk paralys. 2018. Disponível em: <https://www.socialstyrelsen.se/ovanligadiagnoser/hypokalemiskperiodiskparalys>. Acesso em: 18/05/2019 RUBIN, M. Paralisia periódica familiar. 2014. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/ptbr/profissional/pediatria/disfun%c3%a7%c3%b5es-muscularesheredit%c3%a1rias/paralisia-peri%c3%b3dica-familiar>. Acesso em: 18/05/2019 7

ABORDAGEM PEDAGÓGICA NO TREINAMENTO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE PARA RASTREIO DE CÂNCER COLORRETAL Alexandre Rotondo da Silva (alexandre.silva@ufop.edu.br) - Orientador Mona Rezende Ferreira Holanda (mona_rezende1990@hotmail.com) Rolan Henrique Pires Brozeghini (rolanbpires@hotmail.com) Thiago Madureira Brandão (tbr912@gmail.com) Tiago Medeiros Pravato (tmpravato@gmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: O câncer de cólon e reto é a terceira neoplasia com maior incidência no Brasil. Para cada ano do biênio 2018-2019, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) estimou 36360 novos casos, sendo 52% em mulheres e 48% em homens. Seu prognóstico é sombrio, com taxa de sobrevida em 5 anos de menos de 60% em países desenvolvidos. A diminuição da mortalidade está diretamente relacionada com a detecção precoce e tipo envolvido, com taxa de sobrevivência aproximadamente cinco vezes maior nos indivíduos com detecção precoce em relação aqueles detectados tardiamente. Sendo assim, a realização do protocolo de rastreio é de fundamental importância para se reduzir a taxa de complicações e mortalidade da moléstia, bem como atenuar os custos gerados ao sistema de saúde pública, elevados em decorrência do diagnóstico tardio. OBJETIVOS: Melhorar a eficácia do rastreio do câncer de cólon e reto na área de atuação correspondente da Unidade Básica de Saúde do bairro Santa Cruz, em Ouro Preto MG, através do treinamento da equipe. Como objetivo primário, almeja-se que os profissionais sejam capazes de determinar com assertividade os pacientes que se enquadram nos critérios de inclusão para o rastreio do câncer de cólon e reto. Com isso, espera-se como objetivo secundário maior precocidade na identificação da neoplasia nos pacientes contemplados pela UBS. MÉTODOS: Realizar o treinamento de todos os profissionais da UBS, através de apresentação de slides e metodologias ativas onde couber, utilizando-se como referência o protocolo de rastreio para o câncer colorretal sugerido pela OMS, estabelecendo-se 15 minutos como tempo limite da atividade. Antes da capacitação, será aplicado um teste composto de 8 questões objetivas relacionadas ao tema, para serem resolvidas em 8 minutos. Será reaplicada uma semana após a primeira aplicação. Em seguida, os resultados dos dois testes serão comparados, sendo possível assim estimar o aproveitamento da aula ministrada, a fim de mensurar o grau de cumprimento do objetivo primário. Palavras-chave: Neoplasias do Colo, Programas de Rastreamento, Educação. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro, 2017. CUNNINGHAM D., ATKIN W., LENZ H.J., LYNCH H.T., MINSKY B., NORDLINGER B., STARLING N. (March 2010). "Colorectal 8

cancer". Lancet. 375 (9719): 4. PMID 20304247. 1030 47. doi:10.1016/s0140-6736(10)60353- ZACHARAKIS M., XYNOS I.D., LAZARIS A., SMARO T., KOSMAS C., DOKOU A., et al. (2010). "Predictors of survival in stage IV metastatic colorectal cancer". Anticancer Res. 30 (2): 653 60. PMID 20332485. MACEDO, Kelly Dandara da Silva et al. Active learning methodologies: possible paths to innovation in health teaching. Esc. Anna Nery [online]. 2018, vol.22, n.3 e20170435. 9

ATUALIZAÇÃO DE CADASTRO DE USUÁRIOS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CAMINHAR - UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE PIEDADE - OURO PRETO, MG Gustavo Valadares Labanca Reis (gulabanca@gmail.com) - Orientador Carolina Ponciano Gomes de Freitas (carolinaponcianom@gmail.com) Caroline Luchesi Pauletti (luchesi.caroline@gmail.com) Edson Vander Ribeiro Junior (edsonvribeirojr@gmail.com) Fernanda Melazzo Nascimento Santos (fernanda.melazzo@gmail.com) Igor Pimenta de Souza (pimenta.ip@hotmail.com) Júlia Viegas Alves (juliaviegasalves@gmail.com) Karine Piancastelli Richard (piancastellik@gmail.com) Mauro Alberto do Espírito Santo (mauro.aes7@gmail.com) Nathalie Bartelega Dominguetti (nathaliedominguetti@gmail.com) Rafael Augusto Magalhães Lima (rafaaml2005@hotmail.com) Stefânia Carolina Sousa Castanheira (stefania.carolina@hotmail.com) Thalyta Joana de Oliveira (thalytaj.oliveira@gmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: Conforme o Decreto nº 3189/1999, cabe ao Agente Comunitário de Saúde (ACS) realizar visitas domiciliares periódicas para monitorar a saúde das famílias, fazendo e atualizando as fichas de cadastramento dessas famílias. Esses dados fornecem um perfil da população adscrita no território, o que colabora no planejamento da prevenção e da promoção de saúde da Equipe de Saúde da Família. Logo, a correta e constante atualização do banco de dados torna-se um elo importante para a troca de informações entre o que é observado pelos ACS e o resto da equipe. OBJETIVOS: Realizar e/ou atualizar cadastros de usuários residentes na microárea 2 da ESF. MÉTODOS: Foi realizado o diagnóstico situacional antes da intervenção. A equipe escolheu a abordagem do cadastramento da microarea 2 da ESF Caminhar. Para a intervenção, os estudantes foram capacitados no e-sus pelos ACS. Através de visitas domiciliares e entrevistas na unidade, os novos dados gerados foram inseridos no sistema. Por fim, foi feita uma comparação de dados pré e pós intervenção. DESENVOLVIMENTO: Durante 3 semanas, foi levantado o perfil socioeconômico da população adscrita, bem como realizadas entrevistas com informantes chave que apontaram o cadastro desatualizado e incompleto como problema a ser enfrentado. A microárea 2 era a que tinha maior defasagem no cadastro, uma vez que está sem a cobertura de um ACS por quase 2 anos. Após uma capacitação pelos ACS para o uso das ferramentas do e-sus, o grupo produziu vídeos tutoriais de como utilizar tais instrumentos. Até o momento, foram cadastradas 11 famílias, totalizando 45 pessoas. A maioria das residências é própria e todas da microárea possuem rede de esgoto, coleta de lixo e utilizam água filtrada. O tempo médio de entrevista foi variável e depende de diversos fatores, tal como o número de integrantes da família. Os preenchimentos das fichas de cadastro individual e domiciliar duraram, em média, 6 e 3 minutos, respectivamente. Quanto à inclusão dos dados coletados para o e-sus, o tempo varia conforme a experiência do responsável e da quantidade de dados nas fichas. A inclusão de novos usuários ou domicílios durou cerca de 5 minutos. Ao fim do cadastramento, foi feita uma comparação dos indicadores de saúde antes e depois desta ação a fim de 10

entender quais as principais demandas dá microárea em questão e de que forma a ESF pode melhorar o acesso e o cuidado com essa população. CONCLUSÃO: O trabalho de cadastramento guarda consigo grande importância e ao mesmo tempo significativa complexidade para sua execução. Ao realizá-lo foram descobertas diversas dificuldades que vão desde a compreensão das perguntas utilizadas nos questionários pelos usuários, até o processo informatizado de registro. Um cadastro atualizado e de qualidade auxilia no acesso do indivíduo ao serviço, na coordenação do cuidado e na assistência integral e longitudinal. Dessa forma, ainda que seja uma atribuição do ACS, na ausência deste é importante que a equipe esteja capacitada para fazer e atualizar cadastros, considerando sua importância na atenção primária. Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, Sistema de registros. Referências: BRASIL. Diário Oficial da União. Decreto nº 3189, de 4 de outubro de 1999. Fixa diretrizes para o exercício da atividade de Agente Comunitário de Saúde (ACS), e dá outras providências. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1999/decreto-3189-4-outubro-1999-369118-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em 18 de maio de 2019. BRASIL. Portaria nº 1886/GM, de 18 de dezembro de 1997. Aprova as Normas e Diretrizes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa de Saúde da Família. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/legislacao/portaria1886_18_12_97.pdf>. Acesso em 18 de maio de 2019. PEDEBOS, L. A.; ROCHA, D. K.; TOMASI, Y. A vigilância do território na atenção primária: contribuição do agente comunitário na continuidade do cuidado. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 42, n. 119, p. 940-951, out-dez. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v42n119/0103-1104-sdeb-42-119-0940.pdf>. Acesso em 02 de abril de 2019. 11

CLIMATÉRIO E SÍNDROME METABÓLICA: UMA VISÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER Alexandre de Almeida Barra (aalmeidabarra@gmail.com) - Orientador Alice Viana de Ávila Oliveira (alicevoliveira@hotmail.com) Bárbara Luísa Coraspe Gonçalves (barbaracoraspeg@gmail.com) Diogo Persilva Araújo (dpersilva@gmail.com) Ed Maciel Andrade Rodrigues (ed.maciel@ymail.com) Giovanna de Souza Fernandes (giovannasfernandes@live.com) Luís Heitor Marci Tette (heitortette@hotmail.com) Marcos Vinícius de Oliveira Silva (marcos_vinicius333@hotmail.com) Marcus Vinícius da Silva Souza (marcus.vinicius.silva@hotmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o climatério como uma etapa da vida da mulher na qual ocorre a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo, não sendo, portanto, um processo patológico. A menopausa por sua vez, consiste no último ciclo menstrual, sendo somente confirmada após decorridos 12 meses de amenorreia. Nessa fase, as mulheres estão sujeitas tanto a alterações endócrinas quanto às atreladas ao envelhecimento, podendo manifestar ou não sintomas característicos. Estes que, quando associados a fatores genéticos e ambientais, como alimentação inadequada e sedentarismo, contribuem com o aumento de peso corporal e o aparecimento de distúrbios cardiovasculares e metabólicos. RELATO DO CASO CLÍNICO: M.H.P.R., 50 anos, feminino, comparece ao Centro de Saúde UFOP em 27/03/2019 referindo sensação de calor, mal-estar e fraqueza, diariamente, há 7 meses. Relata amenização dos sintomas ao uso de chá de amora e nega fatores de piora do quadro. Paciente hipertensa controlada, em uso de hidroclorotiazida. Nega tabagismo e etilismo. DUM: janeiro de 2018. Ao exame físico, circunferência abdominal: 109 cm, IMC: 35,37 kg/m², relação cintura/quadril: 1,09, pressão arterial: 118/86 mmhg; presença de acantose nigricans em ambas as axilas. Retorna ao CS em 15/05/2019 com resultado de exames. Exames hepáticos aumentados: TGP: 44,1 U/L; TGO: 40,3 U/L Gama GT:81,6 U/L. Glicemia de Jejum: 96.5 mg/dl. HDL: 25 mg/dl; Triglicerídeos aumentado 262 mg/dl e LDL normal 84,7 mg/dl. DISCUSSÃO: O climatério se inicia na maioria das mulheres entre os 39 e os 51 anos e termina com a instalação da menopausa, que ocorre em cerca de dois a oito anos depois. Trabalhos mostram maior prevalência de síndrome metabólica em mulheres na pós-menopausa em relação àquelas na pré-menopausa. Isso pode se dar por uma falência ovariana ou por alterações metabólicas promovidas pelo aumento de gordura visceral (padrão andróide), devido a diminuição da atividade da lipase lipoproteica secundária à diminuição fisiológica do estrogênio. Essa síndrome representa a associação de fatores de risco cardiovascular, como hipertensão arterial, distúrbios do metabolismo glicídico e lipídico, além de obesidade visceral, todos apresentados pela paciente em questão. A resistência insulínica é considerada a base fisiopatológica da síndrome metabólica, e, neste caso, é evidenciada pela acantose nigricans. CONCLUSÕES: A partir deste relato, pode-se concluir que a abordagem da mulher em climatério com síndrome metabólica deve incluir a promoção de hábitos de vida saudáveis, como uma alimentação balanceada e o estímulo à prática de atividades físicas, principalmente para a perda de peso corporal e 12

melhora do perfil lipídico. Outras disfunções da síndrome metabólica, como hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e diabetes, devem ser tratadas com medicamento, quando se julgar necessário. A terapia hormonal pode ser utilizada com a finalidade de reduzir os sintomas do climatério, quando estes estiverem presentes, contribuindo também para a melhora do quadro metabólico e do risco cardiovascular. Palavras-chave: Climatério, Síndrome Metabólica, Obesidade. Referências: YAMAMOTO, H. H., ARAUJO, J. M., & LIMA, S. M. R. R. (2018). Síndrome metabólica na após a menopausa: prevalência da hipertensão arterial em mulheres com sobrepeso e obesidade/metabolic syndrome after menopausal: prevalence of hypertension in overweight and obesity women. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, 62(1), 1-6. MEIRELLES, R. M. (2014). Menopause and metabolic syndrome. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, 58(2), 91-96. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008. 192 p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos Caderno, n.9) 13

DIFICULDADES NA ABORDAGEM DA CRIANÇA INSTITUCIONALIZADA COM DOENÇA CRÔNICA: RELATO DE CASO Ana Luísa Batista Pena (albatistapena@gmail.com) - Orientadora Daiana Elias Rodrigues (daianaufmg@yahoo.com.br) - Orientadora Fábio Lemos dos Santos (fabiogtx34@gmail.com) Fernanda Araujo Romera (feer.romera@gmail.com) Jackline Zonta de Moura (jacklinezmoura@hotmail.com) Jennifer Soares Ferreira de Assis (jehjeh06@gmail.com) José Eustáquio de Assis Júnior (jrperitomg@gmail.com) Laryssa Lages (llages29@gmail.com) Rafael Boari de Souza (rafael.boari.96@gmail.com) Renata Durães Vaz de Melo Barreto (reh.duraes@gmail.com) Sâmia de Matos Moura (samiadmmoura@gmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A infância é um período de formação de propriedades psíquicosociais que impactam toda a vida, sendo necessário suporte emocional, material e social adequado para o amadurecimento e desenvolvimento. Uma assistência adequada inclui aspectos de cuidados oferecidos no lar, nas instituições frequentadas e nos serviços de saúde que acompanham o indivíduo. A criança institucionalizada muitas vezes passa por um processo saúde-doença diferente das demais, envolvendo variáveis específicas com demanda de abordagem multidisciplinar e complexa dos profissionais de saúde. RELATO DO CASO CLÍNICO: Menino de 6 anos, institucionalizado, levado para atendimento no posto de saúde em abril/19 para análise de exames solicitados por seu psiquiatra. A criança faz acompanhamento regular no CAPS e usa fármacos para transtorno de comportamento. Apresenta caderneta de vacinação incompleta e triagem neonatal desconhecida. Mãe dependente química, multípara, sem assistência pré-natal, submetia a criança a maus tratos, segundo a cuidadora do paciente. Exames demonstraram bicitopenia de evolução arrastada. Paciente não possuía queixas ou alterações ao exame físico. Diante do quadro, optou-se pela realização de exames para investigação de anemias carenciais, doenças infecciosas, reumatológicas, tireoidianas, avaliação de resposta vacinal e eletroforese de hemoglobina. Além disso, foi feito contato com o psiquiatra e solicitado reajuste de medicamentos, possíveis indutores de pancitopenia. Em maio/19, o paciente realizou novos exames, com resultados indicando melhora da leucopenia, porém anticoagulante lúpico e FAN com resultados positivos limítrofes e hemoglobina fetal (Hb F) levemente aumentada. DISCUSSÃO: A ausência de queixas e alterações físicas, além do fato de a bicitopenia ser crônica, permitiu descartar a hipótese de doenças hematológicas agudas e optar pela investigação de fatores que pudessem contribuir com o quadro. O fato de a mãe da criança ser usuária de drogas e não ter tido acompanhamento pré-natal corrobora os estudos que mostram que multíparas usuárias de substâncias psicoativas têm risco três vezes maior de realizarem um pré-natal inadequado, com possíveis prejuízos para mãe e feto. Diante disso, foram necessários exames para investigação de doenças hereditárias ou de transmissão vertical. O aumento discreto da Hb F sugere investigação de displasia medular e, como os exames de triagem reumatológica apresentaram valores limítrofes, são necessários novos testes para exclusão de doença reumatológica primária. 14

CONCLUSÕES: Mais do que um caso clínico, o presente relato ilustra possíveis processos decorrentes da falta de acolhimento adequado às mulheres usuárias de drogas e em vulnerabilidade social. Dessa forma, fazem-se necessárias estratégias de atuação das equipes de saúde junto à pessoa em situação vulnerável, de forma a garantir uma assistência em saúde integral e contínua desde o nascimento, condição ausente no caso relatado. Tal ausência não só dificulta a investigação da condição clínica do paciente devido ao histórico desconhecido como possivelmente contribui para seu transtorno de comportamento, quiçá agravado pela institucionalização. Palavras-chave: Doenças hematológicas, Vulnerabilidade Social, Assistência Integral à Saúde da Criança. Referências: CAVALCANTE, L. I. C.; MAGALHÃES, C. M. C.; PONTES, F. A. R. Processos de saúde e doença entre crianças institucionalizadas: uma visão ecológica. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 615-625, abr. 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1413-81232009000200030&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 19 de maio de 2019. MARANGONI, S. R.; OLIVEIRA, M. L. F. Uso de crack por multípara em vulnerabilidade social: história de vida. Ciênc Cuid Saúde 2012 Jan/Mar; 11(1):166-172. Disponível em <http://ojs.uem.br/ojs/index.php/cienccuidsaude/article/viewfile/18874/pdf>. Acesso em 20 de maio de 2019. 15

DISPEPSIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: UM RELATO DE CASO Gustavo Valadares Labanca Reis (gulabanca@gmail.com) - Orientador João Otávio Oliveira Silva (jotavioos.med@gmail.com) João Pedro dos Santos Soares (j12pedro@gmail.com) Júlia Gallo de Alvarenga Mafra (juliagmafra@gmail.com) Karinna Guimarães Gomes (karinna.guimaraes@hotmail.com) Naiara Lamounier Ribeiro (naiaralamounierribeiro@gmail.com) Nathália Moura de Melo Delgado (nathaliamm.delgado@gmail.com) Sara Bueno Barros Alves (sarabuenoba@gmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A dispepsia afeta cerca de 20% da população mundial. É um distúrbio caracterizado por um conjunto de sintomas como dor, queimação ou desconforto na região superior do abdome. Associa-se a distúrbios como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), gastrites e úlceras, podendo também ser funcional. Salienta-se a associação dessas queixas com aspectos da vida do paciente, como estresse, consumo de certos alimentos e tabagismo. RELATO DO CASO CLÍNICO: LSF, feminino, 13 anos, comparece à Unidade Básica de Saúde - Piedade com queixa de dores de estômago, há 1 semana. Relata sensação de queimação e pontadas, que pioram com alimentação, consumo de café e à noite; melhoram com banho quente. Foi à Unidade de Pronto Atendimento no dia anterior onde foi prescrito Omeprazol e negou dor no momento da consulta. Percebeu perda de 5kg no último mês, o que associa à dificuldade para se alimentar. Relata tosse seca associada à queixa de dor no estômago, ausente no momento da consulta. Possui uma alimentação pobre em frutas e verduras, rica em alimentos açucarados e horários irregulares. Solicita exame de Endoscopia Digestiva Alta (EDA), pois tem receio de que a condição possa ser algo sério. Foi considerado DRGE, a medicação foi mantida, foram orientadas mudanças no estilo de vida e retorno em 4 semanas. DISCUSSÃO: A prevalência da dispepsia em crianças e adolescentes varia de 0.27 a 10%, aumentando com a idade. Os sinais e os sintomas são inespecíficos, causados por doenças gastrointestinais, hepáticas e biliares. O diagnóstico de dispepsia funcional em crianças e adolescentes é feito pelos critérios de Roma IV. Na orgânica, exames laboratoriais e EDA podem ser necessários em casos específicos. No adulto, o diagnóstico de dispepsia é baseado nos critérios de Roma III que considera apenas dor epigástrica, pirose epigástrica, plenitude pós prandial e saciedade precoce. Além disso, classifica-se o distúrbio em dispepsia funcional, dispepsia não diagnosticada e dispepsia orgânica. A abordagem inicial pode envolver três estratégias: endoscopia digestiva alta; identificação de H. pylori e sua erradicação; e o tratamento empírico. Nas gestantes, a prevalência é de 40 a 85%, principalmente no primeiro e no terceiro trimestres. Nessas pacientes, o diagnóstico pode ser feito clinicamente, porém, testes como manometria, monitorização do ph esofágico e EDA, são seguros ao feto e à gestante, sendo indicados em casos com sintomas graves, refratários ao tratamento medicamentoso ou em complicações associadas à DRGE e às ulcerações. A conduta varia em relação a sua causa base e, em todas as faixas etárias, inicia-se com mudanças de estilo de vida, utilizando abordagem farmacológica se necessário. CONCLUSÕES: A dispepsia, seja ela orgânica ou funcional, é uma condição muito prevalente em todas 16

as faixas etárias. Dessa maneira, faz-se necessário reconhecer os sintomas e apontar possíveis diagnósticos diferenciais, assim como ter em mente a propedêutica correta. Por fim, a condição demanda uma abordagem integral do paciente, envolvendo tanto mudanças de hábitos de vida quanto terapia medicamentosa, se necessário. Palavras-chave: Dispepsia, Atenção Primária à Saúde, Faixa Etária Referências: AFFENDI, Raja. Gastroesophageal reflux disease in pregnancy. Best Practice & Research Clinical Gastroenterology, Galway, Ireland, v. 21, n. 5, p.793-806, out. 2007. HYAMS, JS, Davis P, Sylvester FA, Zeiter DK, Justinich CJ, Lerer T. Dyspepsia in children and adolescents: a prospective study. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2000;30:413-8. SILVA, FM. Dispepsia: caracterização e abordagem. Rev Med (São Paulo). 2008 out.- dez.;87(4):213-23. TACK, Jan et al. Functional Gastroduodenal Disorders. Gastroenterology, v. 130, n. 5, p.1466-1479, abr. 2006. 17

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA Leonardo Cançado Monteiro Savassi (leosavassi@gmail.com) - Orientador Camilla de Paiva Silva Ferreira (camillaferreir@hotmail.com) Danilo Correa de Oliveira (danilocoliveira95@hotmail.com) Ed Maciel Andrade Rodrigues (ed.maciel@gmail.com) Fernanda Guimarães Avelar (fernandagavelar97@gmail.com) Isabela Maria Silva Santos (isabelamariassantos@hotmail.com) José Sérgio Lopes Teixeira (sergio.line@hotmail.com) Paula Ester Mendes Barbosa Fernandes (paulamestermed@live.com) Raphael David Pimenta de Carvalho (raphaeldavidp@gmail.com) Thais Guimarães Miranda Xavier (thaisgmxavier@hotmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: A gravidez na adolescência é um fenômeno complexo e multideterminado, podendo ou não ser desejada. Verifica-se uma gravidez desejada com maior predomínio entre as mães de classes socioeconômicas desfavoráveis, o que pode estar relacionado à carência afetiva ou à sua própria construção de projeto de vida. Em todos os casos, a gestação na adolescência é considerada um problema de saúde pública, por gerar consequências negativas individuais e sociais. Para a mãe adolescente, a gravidez propicia riscos biológicos, como desnutrição, pré-eclâmpsia, hipertensão e depressão pós-parto. Já para o bebê aumenta-se o risco de prematuridade, baixo peso ao nascer, epilepsia, deficiência cognitiva e morte fetal. Em termos psicológicos, gera a vivência simultânea de dois fenômenos cruciais: o ser adolescente e o ser mãe. Está associada ainda a fatores sociais como desemprego, separação conjugal e violência. Os fatores desencadeantes são: iniciação sexual precoce e não utilização de métodos contraceptivos. Diante de uma situação de gravidez na adolescência, é importante considerar que muitos desses jovens se encontram em situação de vulnerabilidade e não possuem recursos suficientes, necessitando de redes sociais de apoio e acolhimento. Cabe, portanto, aos profissionais de saúde oferecer estratégias de cuidado, de forma a ampliar o debate nas escolas sobre educação sexual e reprodutiva, contribuindo para o conhecimento e tomada de decisão, além de promover uma menor taxa de evasão escolar por esses jovens. OBJETIVOS: Fornecer à equipe de Atenção Básica da Unidade Básica de Saúde (UBS) Cachoeira do Campo uma cartilha educativa sobre gravidez na adolescência, que poderá ser distribuída aos adolescentes das escolas locais e também na própria UBS. MÉTODOS: As principais demandas da unidade foram discutidas entre o grupo de alunos, os enfermeiros e os Agentes comunitários de saúde (ACS). Esses profissionais relataram um crescente número de puérperas adolescentes no último ano e, por esse motivo, viram a extrema necessidade de dar início a um trabalho de conscientização na escola pública da região. Foi então confeccionada uma cartilha didática e informativa compilando os pontos mais importantes que abordam o tema gravidez na adolescência, as formas existentes de prevenção, os fatores de riscos associados e as possíveis consequências maternas e fetais. O material confeccionado foi baseado adequando-se a faixa etária do público alvo. Foi também contemplado os aspectos de vida da adolescente após o nascimento de um filho, ampliando a discussão a respeito das dificuldades sociais e econômicas 18

enfrentadas neste período, a alta taxa de evasão escolar e as consequências posteriores a esse evento. Dessa forma, fica evidente o papel crucial do profissional de saúde no auxílio desses jovens, auxiliando-os de forma eficaz e abrangente no que tange a promoção e a educação em saúde, sobretudo na adolescência. Palavras-chave: Gravidez na Adolescência, Educação em Saúde, Promoção da Saúde. Referências: Cartilha: Primeira Infância e Gravidez na Adolescência. Rede Nacional de Primeira Infância. Instituto da Infância IFAN, 2013. DIAS, A.C.G. Gravidez na adolescência: um olhar sobre um fenômeno complexo. Revista Paideia, Porto Alegre, v. 20, n.45, p.123-131, jan-abr. 2010. 19

MEDICINA GERAL DE ADULTOS I 20 ACOMPANHAMENTO DE PACIENTE COM ADENOMA HIPOFISÁRIO: RELATO DE CASO Fabiana Alves Nunes Maksud (nfabiana@hotmail.com) - Orientadora Luciana Van den Bergen (lucianabergen@hotmail.com) - Co-orientadora Ana Carolina Santiago Dias Barbosa (ana.csdb@gmail.com) Bruna Letícia Martins Braga (bmartins327@gmail.com) Elianara Tavares Martins (elianaramed@gmail.com) Gláucia Maria Senhorinha (glauciasenhorinha@gmail.com) Larissa Leite Vieira de Oliveira (larissalvieira22@gmail.com) Miriam de Cássia Souza (miriamsouza744@gmail.com) Petrônio Nilton de Miranda Júnior (petroniomiranda30@gmail.com) Ruy Abrantes Jacinto (ruy_abrantes@hotmail.com) Samuel Guimarães Vitarelli (samugvbh@gmail.com) Vinícius Gustavo de Carvalho Moura (vinicius.gcm@hotmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: Os adenomas hipofisários são tumorações tipicamente benignas, com lento crescimento e classificadas conforme seus produtos secretórios (secretores de prolactina, ACTH, GH, TSH, LH e FSH)¹. Esses tumores são responsáveis por 10 a 15% de todas as massas intracranianas, sendo o prolactinoma, a condição de maior prevalência, 40 a 57% dos casos.² Na síndrome de hipersecreção hormonal relacionada aos adenomas de hipófise, a hiperprolactinemia, portanto, é uma das manifestações clínicas mais recorrentes. RELATO DE CASO: C.F.S., feminino, 32 anos, comparece à Unidade de Atenção Primária - Saúde da Família - Morro Santana, Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, por demanda espontânea, para acompanhamento de Adenoma Hipofisário. Alega diagnóstico há 3 anos, associado à galactorréia. Exames Laboratoriais da época: Prolactina: 114 ng/ml (VR: Pré-Menopausa: 3,30 a 26,79 ng/ml; Pós-Menopausa: 2,70 a 19,60 ng/ml); TSH: 0,3 mui/ml (VR:0,4 a 4,0 mui/ml) ; FSH: 1,7 mui/ml ; LH: 0,1 mui/ml; Estradiol, 17 Beta: 20 pg/ml; Progesterona: 0,27 ng/ml; Ressonância Magnética (RM): área de hipersinal espontâneo em T1, região ínfero posterior da glândula hipofisária, inferindo a possibilidade de Adenoma Hipofisário com degeneração hemorrágica. Tratamento realizado com Parlodel, 5mg, MID, por 3 meses. À consulta, nega galactorréia, cefaléia, alterações visuais. Exames Laboratoriais atuais: Prolactina: 16,62 ng/ml; TSH: 1,159 mui/ml; FSH: 0,82 mui/ml; LH: 0,94 mui/ml; Estradiol, 17 Beta: 336, 0 pg/ml; Progesterona: 114 ng/ml. Exame Físico: IMC: 37,93 Kg/m², PA: 132/94 mmhg, MSE, manguito 18-36 cm. Ausência de galactorréia, à avaliação mamária; campimetria manual preservada; sistemas cardiovascular, respiratório e digestivo sem alterações. Hipóteses diagnósticas: Adenoma de hipófise em acompanhamento; Obesidade Grau II. Condutas: solicitação de RM; encaminhamento para nutricionista. DISCUSSÃO: A abordagem diagnóstica de Adenoma Hipofisário correlaciona-se à sintomatologia do paciente, sintomas de excesso de hormônio estão associados a provável adenoma funcional.² Em macroprolactinomas, os níveis séricos de prolactina (PRL) são usualmente > 200 ng/ml, enquanto que nos microprolactinomas, situam-se entre 100 e 200 ng/ml,

intervalo este em que, inicialmente, constava-se o valor da paciente. A hiperprolactinemia pode ou não ocasionar galactorréia, esta, quando presente, é intermitente ou apenas evidenciável à expressão mamilar.³ Para tratamento de hiperprolactinemia, recomenda-se o uso de medicamentos que atuam como agonistas da Dopamina, hormônio que inibe a síntese de PRL, a exemplo do fármaco Parlodel, contexto evidenciado na terapêutica inicial aplicada à atendida. Em termos de conduta, a RM é um exame de alta sensibilidade e especificidade para análise de massas selares, o que possibilita uma melhor acurácia no acompanhamento clínico. CONCLUSÃO: O Adenoma Hipofisário funcionante pode apresentar significativa influência em múltiplos eixos neuroendócrinos, ocasionando eventuais alterações hormonais, a exemplo da hiperprolactinemia. Nesse contexto, ressalta-se, portanto, a importância de intervenção e assistência médica assertivas frente aos pacientes acometidos. Palavras-chave: Adenoma hipofisário, Galactorréia, Hiperprolactinemia Referências: ALHOSEINI, M.S; MOVAGHAR, V.R. Pituitary adenomas: a review. J Inj Violence Res v.4 (3 Supl 1); 2012 nov. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/pmc3571582/ LAKE MG, KROOK LS, CRUZ SV. Pituitary adenomas: an overview. American family physician. Kansas City, Sep 1. 2013. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24010395 VILAR, Lucio; NAVES, Luciana A.; GADELHA, Mônica. Armadilhas no diagnóstico da hiperprolactinemia. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 47, n. 4, p. 347-357, Aug. 2003. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0004-27302003000400007&lng=en&nrm=iso>. access on 17 May 2019. http://dx.doi.org/10.1590/s0004-27302003000400007. 21

22 CISTITE RECORRENTE E SUA ABORDAGEM: UM RELATO DE CASO João Milton Martins de Oliveira Penido (penidojoaomilton@gmail.com) - orientador Ana Flávia Veloso Crisostomo de Castro (anaflaviavcc@gmail.com) Douglas Daniel Dophine (douglasdophine@gmail.com) Flávia Fonseca Drumond Souza (flaviaadrumond@gmail.com) Giselda Ribeiro da Silva (giselda-ribeiro@hotmail.com) Isabelle Moreira Vilete de Oliveira (belvilete@gmail.com) Jessica Pires de Camargo (jessicapcamargo1995@gmail.com) Larissa Souza e Freitas (lariszfreitas@gmail.com) Sophia Pozzolini Dias Fróes (sophiapozzolini@gmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) é uma condição frequente em mulheres e possui relação com atividade sexual, gestação e menopausa. Causada, principalmente, pela Escherichia coli, apresenta algumas manifestações, como a cistite. Na presença de 2 ou mais episódios em 6 meses, caracteriza ITU recorrente e seu tratamento envolve antibioticoprofilaxia e outras terapias não medicamentosas para melhora da qualidade de vida do paciente. Relato do caso clínico: Mulher, 55 anos, casada, queixa-se de cistite recorrente iniciada há 5 anos, concomitante à sua menopausa. Os episódios de ITU são sintomáticos e mensais, manifestos por disúria, odinúria, polaciúria, urgência miccional e ardência urinária após o coito. Associada à cistite, há constipação. Tratamento efetivo das ITUs com nitrofurantoína. Em uso de creme estrogênico por ressecamento do epitélio vaginal. Foi submetida a uma cesária em 1997 e a uma histerectomia em 2001 por miomas uterinos. Nega tabagismo, etilismo e comorbidades e ingere bastante líquido diariamente. Sem alterações ao exame físico. Apresenta urocultura prévia positiva para cepas ESBL de E. coli multidroga resistentes, sensíveis a ertapenem, nitrofurantoína, amicacina e cefoxitima. Realizado ultrassom constatando trato geniturinário (TU) sem alterações morfológicas. Por apresentar urocultura negativa, após antibioticoterapia, iniciou-se quimioprofilaxia das ITUs com subdose terapêutica de nitrofurantoína por 2 meses e acompanhamento ambulatorial da paciente. Discussão: A cistite pode associar-se a sintomas como disúria, hematúria, polaciúria e urgência miccional. Quando recorrente, é mais comum em mulheres, sendo fatores de risco principais: retenção urinária, constipação com translocação bacteriana para a bexiga, gravidez, diabetes e multiparidade por cistocele. Na menopausa, a redução do estrogênio causa ressecamento da mucosa vaginal, redução no conteúdo de glicogênio das células e queda da flora, levando ao aumento do ph e predispondo à ITU. Além disso, principalmente em idosos, a própria ITU pode facilitar a recorrência ao alterar a contração do músculo detrusor e levar ao refluxo urinário ureteral, estase e proliferação bacteriana. O mais importante diagnóstico diferencial é a pielonefrite aguda, cujas manifestações são intensas com sintomas sistêmicos associados. Em vigência de urocultura negativa e mais de 2 episódios de ITU em 6 meses, propõe-se quimioprofilaxia com subdose terapêutica e outras medidas como imunoterapia e sucos de cramberry. Conclusões: Diante do quadro sintomático da paciente, à sua idade, percepções pós-coito, constipação e menopausa, equivalentes ao quadro de cistite, justifica-se a conduta estabelecida, tais como: antibioticoprofilaxia, aumento de ingesta hídrica, não uso de agentes interferidores na flora vaginal, alimentação saudável e estrogênio vaginal. Ademais, na presença de ITU recorrente com E. coli, aumenta-se a

incidência de cistite. Assim, o acompanhamento do tratamento é importante, pois, além de evitar possíveis complicações, como a pielonefrite, leva à melhora da qualidade de vida da paciente. Palavras-chave: Cistite recorrente; Escherichia coli; Profilaxia. Referências: FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA et al. (Brasil). Infecção urinária não complicada na mulher: diagnóstico:: Diretriz em foco. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 3, n. 57, p.258-261, ago. 2011. HEILBERG, Ita Pfeferman; SCHOR, Nestor. Abordagem diagnóstica e terapêutica na infecção do trato urinário: ITU. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 49, n. 1, p. 109-116, Jan. 2003. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0104-4230200300100 043&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 09 Maio 2019. LOPES, Hélio Vasconcellos et al. DIAGNÓSTICO DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO: Medicina Baseada em Evidências. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 6, n. 51, p.301-312, jan. 2005. SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA et al. (Brasil). Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar. Cistite Recorrente: Tratamento e Prevenção. Diretrizes Clínicas na Saúde Complementar, S.I., p.1-12, 31 jan. 2011. 23

24 PERDA DE MEMÓRIA NO AMBULATÓRIO DE CLÍNICA MÉDICA: OPÇÕES E ESCOLHAS DE TESTES DE TRIAGEM Luciana Van den Bergen (lucianabergen@hotmail.com) - Orientadora Amanda Maria de Souza Lacerda (amandinha_souzalacerda@hotmail.com) Carla Carolina Ferreira Silva (carlacferreirasilva@gmail.com) João Pedro Lopes Furtado de Mendonça (jplfm.13@gmail.com) Marcela de Matos Assunção (cela_assuncao@hotmail.com) Mariana Fonseca Guimarães (marianafgui94@gmail.com) Mariana de Sousa Manganelli ( marianamanganelli@hotmail.com) Matheus Rocha Almeida (matheus_rocha1@hotmail.com) Raísa Rosa (raisaromor1987@gmail.com) Verônica Maria Alves Vitoreti (veronicavitoreti@gmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: A escolha dos testes de triagem mais apropriados para o paciente com queixas cognitivas pode ser desafiadora para o médico generalista. O conhecimento dos métodos objetivos utilizados para screening de demência possibilitam um diagnóstico mais precoce e assertivo. O objetivo deste trabalho é revisar as indicações, sensibilidades(s) e especificidades(e) dos testes de triagem utilizados em situações clínicas como a do paciente abaixo relatado atendido no ambulatório de clínica médica com queixa de perda de memória. RELATO DE CASO: A.N.G., sexo masculino, 73 anos, natural de Ouro Preto, comparece à UBS São Cristóvão no dia 19/03/2019 com queixa de dispneia e perda de memória. Na HMA informou perda de memória iniciada há 8 meses, como quando se esqueceu do percurso que sempre realizava como motorista. Portador de: DM, hipercolesterolemia, H.A.S, polineuropatia e retinopatia diabética. Em uso de: Metformina, Sinvastatina,AAS,Losartana,HCTZ e Insulina NPH. Ao exame físico apresentava BEG, p.a. 110:80mmHg, 72 bpm, achados compatíveis com neuropatia periférica, Mini Exame do Estado Mental(MEEM) :21 pontos, Montreal CognitiveAssessment(MoCA):22 pontos. Após constatado alterações do MEEM e MoCA o paciente foi encaminhado para o neurologista. Na consulta de retorno contou que a neurologista suspeitou de Doença de Alzheimer(DA) e iniciou Donepezila 5mg MID. A família foi abordada e iniciamos suporte multidisciplinar. Após um mês de uso da medicação, foi reavaliado com o teste MEEM apresentando:26 pontos. DISCUSSÃO: Demência corresponde a uma síndrome caracterizada por diminuição da memória associada ao comprometimento de, pelo menos, mais uma função cognitiva, como linguagem e atividades executivas. Logo se faz necessário descobrir qual a patologia causadora desses sintomas para, então, guiar a propedêutica mais adequada. Nesse sentido, após exame físico e anamnese detalhada juntamente com os acompanhantes do paciente, realiza-se uma triagem, com os testes MEEM(S-87%;E- 82%) e o MoCA(S-94%;E-50%), identificando ou não a presença do déficit cognitivo. Esses testes apresentam validação para a triagem em atenção primária por serem sensíveis e de fácil aplicação. A partir dessa triagem, considerando a abrangência de causas de Demência, a aplicação dos testes como o Hopkins Verbal Learning Test(HVLT-S:96%;E:80%),Brief Alzheimer screen(bas-s:96%;e:98%), Memory impairment screen(mis-s:80%;e:96%) e Test for the early detection of dementia(te4d-cog-s:100%;e:84%) possibilita aumento da especificidade e sensibilidade para a triagem da DA. CONCLUSÃO: A partir da anamnese e do exame

físico do paciente A.N.G., acompanhado da família, foi detectada uma possível presença de acometimento do estado cognitivo,sendo necessária a realização dos testes de triagem mais específicos e sensíveis para corroborar essa hipótese. Diante disso, realizou-se os seguintes testes com seus respectivos resultados: MEEM: 21 pontos MoCA 22 pontos, evidenciando presença de déficit cognitivo. É válido ressaltar que, os testes: HVLT, BAS, e MIS e TE4D-Cog são ferramentas úteis na investigação futura do provável diagnóstico de DA complementando, assim, a avaliação inicial pelo MEEM e MoCA. Palavras-chave: Demência; Triagem; Doença de Alzheimer Referências: BURLÁ, Claudia et al. Panorama prospectivo das demências no Brasil: um enfoque demográfico. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 2949-2956, 2013. VELAYUDHAN, Latha et al. Review of brief cognitive tests for patients with suspected dementia. International Psychogeriatrics, v. 26, n. 8, p. 1247-1262, 2014. JANSSEN, Jolien et al. How to choose the most appropriate cognitive test to evaluate cognitive complaints in primary care. BMC family practice, v. 18, n. 1, p. 101, 2017. CARAMELLI, Paulo; BARBOSA, Maira Tonidandel. Como diagnosticar as quatro causas mais freqüentes de demência?. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 24, supl. 1, p. 7-10, Apr. 2002. 25

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA: UM RELATO DE CASO Roberto Veloso Gontijo (velog@uol.com.br) - orientador Camila Gurgel dos Santos (camilagurgel2008@hotmail.com) Clara Maria Moreira Gontijo (gontijoclara@yahoo.com.br) Érika Rigueira Monteiro (erikarigueira@hotmail.com) Érika Tiemi Kozima(erika.etk@gmail.com) Giovanna Sousa Ferreira (giovannasousaf@gmail.com) Guiley Oliveira Araújo Ferreira(guiley@globo.com) João Pedro Rodrigues Pereira (joaopedro.rodriguespereira@hotmail.com) Renata Alexandre Gomes da Silva (renatalxndr@gmail.com) Tharick Antônio Xavier de Oliveira Leite (tharickleite@gmail.com) Walfran Moraes Oliveira Peito(walfranmedufop@gmail.com) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. Introdução: Trombose Venosa Profunda (TVP) é uma doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias. Os vasos mais acometidos são dos membros inferiores (90% dos casos). Patologia frequente em usuárias de anticoncepcionais, em pessoas sob tratamento hormonal, tabagistas, portadores de varizes, de insuficiência cardíaca, de tumores malignos ou de obesidade. É uma condição grave que gera embolias pulmonares fatais. Sintomas comuns: edema, dor, calor, rubor e rigidez muscular. Relato do caso clínico: M.A.D.S. sexo feminino, 63 anos, casada, queixa-se de dor em joelho direito, deambulação dificultada,trazendo raio-x normal e solicitando encaminhamento ao ortopedista. Sedentária, etilista social, nega tabagismo,nega traumas, internações e outras comorbidades. Alimentação vegetariana há 40 anos. Ao exame físico constatou-se edema em perna direita e dificuldade de extensão em 180 graus. À palpação, ocorre dor em joelho e panturrilha direitos. Região apresentou rubor, calor e edema. Presença de Sinal de Homans, da Bandeira e de Bancroft positivos. Panturrilha direita com circunferência 2 cm maior que a esquerda. Escore de Wells 3. Paciente afebril, PA=150x90mmHg. Diante do quadro apresentado, paciente encaminhada ao serviço de urgência. Discussão: A TVP tem maior incidência em doentes acamados, pós-cirúrgicos, pós parto e politraumatizados. O diagnóstico precoce pode evitar quadro fatal de embolia pulmonar e se não tratada pode evoluir para insuficiência venosa crônica. Dor é o sintoma mais comum, aparecendo em 82% dos pacientes e decorre da distensão da veia, da inflamação vascular e perivascular e do edema muscular. Quando o edema é unilateral, deve-se suspeitar de TVP. Outros sintomas podem ocorrer antes de manifestações locais: febre discreta, taquicardia, mal estar geral. Conclusões: Em suspeita de TVP, os sinais clínicos são de fundamental importância para seu diagnóstico precoce, o mais significativo é o Sinal de Homans positivo caracterizado por dor à dorsiflexão do pé sobre a perna, gerando dor na musculatura da panturrilha. Não menos importante é o Sinal de Bancroft, com relato de dor por parte do paciente à palpação da panturrilha. O Sinal da Bandeira indica quando a musculatura da região afetada apresenta menor mobilidade em comparação à musculatura do outro membro. Também é fundamental a realização do Escore de Wells cujo valor maior ou igual a 2 indica grande suspeita de TVP, devendo o paciente ser encaminhado ao serviço de urgência, justificando a conduta adotada. Portanto, a 26