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Transcrição:

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, certas aflições por que passa a população brasileira são totalmente desnecessárias e contraproducentes. Esse é o caso da política de preços internacionais para os combustíveis, adotada pela Petrobrás. Como todos sabemos, os preços do petróleo sofreram uma brusca e substancial elevação no último ano. Isso se deu principalmente em razão do aquecimento da demanda, inflada pelo crescimento econômico mundial, especialmente pela explosão de consumo da China e da Índia. Entretanto, não se tem notícia de qualquer descontinuidade no abastecimento do mercado, tendo a oferta suprido adequadamente a procura. Portanto, existe um importante componente especulativo no processo de formação dos preços do petróleo. E não é a população brasileira quem deve pagar a conta pelas instabilidades desse mercado. Estamos finalmente alcançando a auto-suficiência em hidrocarbonetos, o que nos coloca em formidável **

2 posição comparativa entre as nações mundiais com grande capacidade produtiva. Essa vantagem representa uma oportunidade ímpar e o Brasil tem a obrigação de aproveitá-la como forma de promover a melhoria das condições de vida do nosso povo. Observamos países com capacidade própria de suprimento adotando preços internos mais realistas para os combustíveis, compatíveis com os custos de produção e de investimento. Experimentam, assim, taxas de crescimento superiores às brasileiras, sem comprometer a estabilidade de suas economias. Enquanto isso, no Brasil, a avassaladora elevação dos preços dos derivados de petróleo repercute sensivelmente nos índices de inflação, forçando o aperto da política monetária, o que termina por nos colocar no primeiro lugar do mundo em termos de taxas de juros reais. A Petrobrás, por sua vez, tem obtido lucros excepcionais. Acaba de anunciar um resultado líquido **

3 de vinte e três bilhões de reais, referente ao exercício de 2005. Enquanto seu custo de produção situa-se entre dez e doze dólares por barril, seu preço de venda está na faixa de sessenta dólares. Vejam só, Nobres Colegas, o preço de venda é, nada mais, nada menos, que cinco vezes superior ao custo da mercadoria. Uma parte desse lucro é investida nos esforços exploratórios, de forma que a empresa possa manter e até mesmo ampliar suas reservas, garantindo nossa tranqüilidade e segurança, o que é louvável. Entretanto, a utilização desses lucros no aumento do superávit primário, não faz nenhum sentido, é totalmente injusto. A constante elevação dos preços dos combustíveis promove uma despesa com o pagamento de juros muito superior à receita proveniente dos lucros da estatal. Como resultado, a população sofre com o arrocho salarial, com o desemprego e com a estagnação **

4 econômica. O governo, por sua vez, tem seu orçamento comprometido com os encargos da dívida e mostra-se incapaz de prover, de forma adequada, os serviços públicos que lhe são demandados. Basta ver como estão nossas estradas, observar as dificuldades enfrentadas por nosso sistema de saúde e a falta de investimentos na área da educação. Já a outra parte mais significativa dos lucros é enviada para o mais importante sócio do governo brasileiro em nossa gigante do petróleo. Esse sócio é o investidor estrangeiro, que detém quarenta por cento do capital social da Petrobrás, a mesma parcela que possui o Governo Federal, vejam só a composição acionária da maior empresa nacional, erguida no calor da campanha O petróleo é nosso. Caros colegas, a realidade que hoje vivemos é que a população brasileira paga um preço elevadíssimo pelos combustíveis de que necessita, recebendo, em contrapartida ao seu sacrifício, mais **

5 sofrimento, derivado de uma política econômica extremamente restritiva. E quem ganha com isso? Ganha, e muito, quem sempre lucrou com os países em desenvolvimento: o capital internacional proveniente dos países ricos. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, o petróleo nacional, bem da União, deve ser usado como instrumento de desenvolvimento de nossa Nação e não como um pesado fardo para a população, em última instância, dona desses valiosos recursos naturais. Por isso, em nome do PRONA e do nosso líder Dr. Enéas, queremos conclamar os nobres parlamentares, como procuradores que somos dos interesses de nosso povo, a combatermos essa nefasta política de preços, que tanto prejuízo causa ao nosso País. Tal ação nada mais fará que resgatar um direito do cidadão brasileiro, tão oprimido por tantas taxas e aumentos. **

6 Muito obrigado. Elimar Máximo Damasceno Dep. Federal PRONA- SP **