PARECER N, DE 2012. RELATORA: Senadora VANESSA GRAZZIOTIN. A proposta está estruturada em três artigos.



Documentos relacionados
PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ROMERO JUCÁ I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ACIR GURGACZ I RELATÓRIO

PARECER N, DE RELATOR: Senador HUMBERTO COSTA. A proposição é estruturada em quatro artigos.

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador GEOVANI BORGES I RELATÓRIO

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador EXPEDITO JÚNIOR I RELATÓRIO

SENADO FEDERAL Gabinete do Senador Fernando Bezerra Coelho PARECER Nº, DE RELATOR: Senador FERNANDO BEZERRA COELHO

PARECER Nº, DE RELATORA: Senadora LÍDICE DA MATA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador JOSÉ PIMENTEL

PARECER Nº, DE Relator: Senador JOSÉ MARANHÃO I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador VITAL DO RÊGO RELATOR: Ad hoc Senador SÉRGIO SOUZA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI N o 2.226, DE 1999 (Anexo o PL nº 2.584/00)

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador JORGE VIANA

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PROJETO DE LEI N o 1.193, DE 2011 I - RELATÓRIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ANTONIO CARLOS VALADARES I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ROMERO JUCÁ

COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ROBERTO CAVALCANTI I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador JOSÉ PIMENTEL I RELATÓRIO

PROJETO DE LEI No 813, DE 2007 (Apenso o Projeto de Lei n 2.734, de 2008)

PROJETO DE LEI N.º 6.287, DE 2009

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador RICARDO SANTOS

PROJETO DE LEI DO SENADO nº 16, de 2013

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI SENADO N 72, DE 2011

CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPUTADA FEDERAL ALICE PORTUGAL - PCdoB/BA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

SENADO FEDERAL PARECER N 249, DE

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

PARECER Nº, DE Relator: Senador MARCELO CRIVELLA

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 2.103, DE 1999

PARECER Nº, DE RELATORA: Senadora LÚCIA VÂNIA

PARECER Nº, DE Relator: Senador PAULO PAIM I RELATÓRIO

PROJETO DE LEI DO SENADO nº 739, de 2011

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL

Resolução nº 5063, de 30 de março de 2016

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador RONALDO CAIADO

COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO. PROJETO DE LEI N o 1.219, DE 2011 (PLS nº 32/10) (Apensado o PL nº 125/11)

DECRETO Nº DE 18 DE DEZEMBRO DE O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, e

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 388, DE 2011 (COMPLEMENTAR)

PARECER Nº, DE RELATOR AD HOC: Senador ANTONIO CARLOS JÚNIOR

A tramitação dá-se conforme o disposto no art. 24, II do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

OBJETIVOS DA ANÁLISE FINANCEIRA

PROJETO DE LEI Nº 1.434, DE 1999 (Apenso o PL nº 1.606/99)

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador LUIZ HENRIQUE I RELATÓRIO

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, MEIO AMBIENTE E MINORIAS. Projeto de Lei nº 2.654, de 2000

TRIBUNAL DE JUSTIÇA VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL/CONSUMIDOR

A Tributação dos Síndicos, Subsíndicos e Conselheiros (IRPF INSS)

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador GARIBALDI ALVES FILHO I RELATÓRIO

CÂMARA DOS DEPUTADOS DEPUTADO FEDERAL MARCO TEBALDI COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA PROJETO DE LEI Nº 1.

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS.

mb Despacho n.º /2008/CEP-RN 44/DIFIS/ANS/MS Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2008.

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO. PROJETO DE LEI N o 2.711, DE 2007 (Apensado o Projeto de Lei nº 2.

COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PROJETO DE LEI N /2012

SENADO FEDERAL (*)PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 388, DE 2012

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

PARECER Nº, DE RELATOR: Senadora LÚCIA VÂNIA I RELATÓRIO

Projecto de Lei n.º 437/X

PROJETO DE LEI N 4796, DE 2001 (PLS N 54/01) (Apensos os PL n s 4038/01, 4089/01 e 4436/01) AUTOR: SENADO FEDERAL RELATOR: Deputado RENILDO LEAL

REDENOMINA A CARREIRA GUARDA PENITENCIÁRIA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 712, DE 2011

RELATOR: Senador NEUTO DE CONTO

Foram apresentadas contrarrazões tempestivamente. É o relatório.

1. Relatório. Designado, regimentalmente, passa este Vereador a relatar dentro do prazo. regimental.

NOTA DE ESCLARECIMENTO SUB-RELATOR DEPUTADO SANDRO ALEX SUB-RELATORIA INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E COMÉRCIO VIRTUAL DA CPI DOS CRIMES CIBERNÉTICOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N 4.330, DE 2004.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE REDAÇÃO PROJETO DE LEI Nº 3.241, DE

Assunto : Consulta Pública sobre Overbooking

PARECER Nº, DE Relatora: Senadora LÍDICE DA MATA I RELATÓRIO

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 163, DE 2000

PARECER Nº, DE Relator: Senador PLÍNIO VALÉRIO

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 422, DE 2011

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2015

1 NORMA REGULAMENTADORA 1 DISPOSIÇÕES GERAIS ( )

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

REGIME JURÍDICO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

PROJETO DE LEI Nº 7.014, DE 2013

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

PARECER CMA Nº, DE 2015

Sumário. Apresentação... IX Introdução... XIX

PROJETO DE LEI N o 1.571, DE 2007

GUIA PRÁTICO SERVIÇO DE VERIFICAÇÃO DE INCAPACIDADE PERMANENTE

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 161, DE

PROVA DISCURSIVA I PARTE I

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº /2013

PROJETO DE LEI Nº 4.214, DE 2001 (PLS Nº 379, DE 1999)

Gabinete do Sen. Romário (PODEMOS-RJ) PARECER Nº, DE Vem ao exame da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) o Projeto

ANÁLISE. Conselheiro Relator Jarbas José Valente

RIO GRANDE DO NORTE TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO R E S O L V E:

CONCURSO PÚBLICO PARA BOLSA DE ESTÁGIO SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL E CIDADANIA

PROJETO DE LEI Nº. 72 /2012 A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DECRETA:

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador RAIMUNDO COLOMBO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador PAULO DAVIM

CAPÍTULO I DA COMISSÃO, FINALIDADES E CONSTITUIÇÃO

ESTADO DE SÃO P A U L O

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador JOSÉ AGRIPINO I RELATÓRIO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador PEDRO TAQUES

Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 58, de 5 setembro de 2007

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador PAULO DAVIM I RELATÓRIO

Gabinete Senador ACIR GURGACZ PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ACIR GURGACZ

Transcrição:

PARECER N, DE 2012 Da COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE, DEFESA DO CONSUMIDOR E FISCALIZAÇÃO E CONTROLE, em decisão terminativa, sobre o Projeto de Lei do Senado n 460, de 2011, do Senador Ciro Nogueira, que altera a Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) para caracterizar como prática abusiva a exigência de garantia para a realização de procedimentos médicos e hospitalares em situação de urgência e emergência. RELATORA: Senadora VANESSA GRAZZIOTIN I RELATÓRIO Encontra-se nesta Comissão, para análise e decisão, em caráter terminativo, o Projeto de Lei do Senado (PLS) n 460, de 2011, de iniciativa do Senador Ciro Nogueira, que altera a Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) para caracterizar como prática abusiva a exigência de garantia para a realização de procedimentos médicos e hospitalares em situação de urgência e emergência. A proposta está estruturada em três artigos. O art. 1 do projeto propõe o acréscimo de inciso XIV ao art. 39 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, Código de Defesa do Consumidor (CDC), com o intuito de considerar como prática abusiva a conduta de o prestador de serviço de saúde exigir, previamente ou com anterioridade à prestação de serviço em atendimento de urgência e

2 emergência, caução, nota promissória ou qualquer outro título de crédito, garantia ou depósito de qualquer natureza. O art. 2 da proposição acrescenta art. 74-A à mencionada Lei n 8.078, de 1990, para tipificar como crime contra as relações de consumo a conduta de o prestador de serviço de saúde exigir em atendimentos de urgência e emergência caução, nota promissória ou qualquer outro título de crédito, garantia ou depósito de qualquer natureza no ato ou anteriormente à prestação de procedimentos ou serviços médico-hospitalares. A pena estipulada é multa. O art. 3 determina que a lei que decorrer da aprovação do projeto passará a viger na data de sua publicação. Ao justificar a proposição, o autor assinala que o fornecedor do serviço de saúde, ao exigir caução em condições assistenciais de rotina, se aproveita da condição de fragilidade em que se encontra o consumidorusuário em decorrência da situação de doença, sua ou de seu dependente. Menciona, ainda, que em situações de urgência e emergência, esse tipo de exigência pode colocar em risco a saúde e a própria vida da pessoa. Não foram oferecidas emendas à proposição. Sociais. O PLS n 460, de 2011, foi aprovado na Comissão de Assuntos II ANÁLISE Compete a esta Comissão pronunciar-se sobre matérias atinentes à defesa do consumidor, por força do disposto no inciso III do art. 102-A do Regimento Interno do Senado Federal. No tocante à constitucionalidade, note-se que o projeto de lei sob comento guarda harmonia com os dispositivos constitucionais relativos à competência da União. Ademais, está em conformidade com as regras pertinentes às atribuições do Congresso Nacional e à legitimidade da iniciativa. A proposição não infringe disposições constitucionais nem regimentais.

3 Em relação à juridicidade, o PLS n 460, de 2011, cumpre as exigências de inovação, efetividade, espécie normativa adequada, coercitividade e generalidade. No que concerne ao mérito, saliente-se que a proposição em referência vem reprimir uma distorção observada nos serviços privados de assistência à saúde em todo o território nacional. Trata-se de uma situação da maior gravidade que põe em risco a vida de usuários que buscam atendimento emergencial. Por conseguinte, entendemos que o PLS n 460, de 2011, é relevante e oportuno, porquanto vem solucionar definitivamente essa questão, ao combater a impunidade que vem permitindo a continuidade dessa prática nociva. Além disso, o projeto de lei em exame está em consonância com o art. 4 do CDC, que define a Política Nacional de Relações de Consumo, sendo que um dos seus princípios é o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado. Essa Política objetiva também o respeito à dignidade dos consumidores. No entanto, é preciso proceder a alguns reparos de técnica legislativa. Recorde-se que o CDC apropriadamente trata das relações de consumo apenas de forma genérica, não determinando regra específica sobre este ou aquele produto ou serviço. Dessa maneira, não seria recomendável inserir, no Código de Defesa do Consumidor, dispositivos específicos referentes a serviços de saúde. Assim, consideramos mais apropriado disciplinar a matéria em projeto de lei extravagante. Para tanto, apresentamos um substitutivo. III VOTO Diante dos argumentos expendidos, opinamos pela aprovação do Projeto de Lei do Senado n 460, de 2011, nos termos do seguinte substitutivo.

4 EMENDA Nº CMA (SUBSTITUTIVO) PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 460, DE 2011 Veda a exigência de garantia para a realização de procedimentos médicos e hospitalares em situação de urgência e emergência. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1 Considera-se prática abusiva a exigência, por parte do prestador de serviço de saúde, previamente ou com anterioridade à prestação de serviço em atendimentos de urgência e emergência, de caução, nota promissória ou qualquer outro título de crédito, garantia ou depósito de qualquer natureza. Art. 2 Constitui crime contra as relações de consumo a exigência de caução, nota promissória ou qualquer outro título de crédito, garantia ou depósito de qualquer natureza, no ato ou anteriormente à prestação de procedimentos ou serviços médico-hospitalares, por parte do prestador de serviço de saúde, em atendimentos de urgência e emergência. Pena: multa. Art. 3 No caso de descumprimento, total ou parcial, das disposições constantes do art. 1 desta Lei, o infrator fica sujeito à pena de multa, graduada de acordo com o valor global do contrato, a gravidade da infração, a vantagem econômica auferida e a condição econômica do infrator, sem prejuízo das demais sanções administrativas previstas na Lei n 8.078, de 1990, e de outras sanções cabíveis. Art. 4 A defesa em juízo dos interesses e direitos dos usuários de procedimentos e serviços médico-hospitalares observará, no

5 que couber, a mesma disciplina da defesa dos consumidores em juízo de que trata o Título III da Lei n 8.078, de 1990. Art. 5 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Sala da Comissão,, Presidente, Relatora