ANÁLISE DOS PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DO MÉDIO DA BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-RJ.

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Transcrição:

ANÁLISE DOS PARÂMETROS MORFOMÉTRICOS DO MÉDIO DA BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO-RJ. ANGEL LOO 1 e CLIBSON ALVES DOS SANTOS 2 angeel.loo@hotmail.com, clibsonsantos@gmail.com 1 Estudante do curso de Geografia Unifal-MG 2 Professor do curso de Geografia Unifal-MG Palavras Chaves: Bacia Hidrográficas, Piabanha, ArcGis Introdução Barrella (2001) define Bacia Hidrográfica como um conjunto de terras drenadas por um rio e seus afluentes, formada nas regiões mais altas do relevo por divisores de água, onde as águas das chuvas, ou escoam superficialmente formando os riachos e rios, ou infiltram no solo para formação de nascentes e do lençol freático. As águas superficiais escoam para as partes mais baixas do terreno, formando riachos e rios, sendo que as cabeceiras são formadas por riachos que brotam em terrenos íngremes das serras e montanhas e à medida que as águas dos riachos descem, juntam-se a outros riachos, aumentando o volume e formando os primeiros rios, esses pequenos rios continuam seus trajetos recebendo água de outros tributários, formando rios maiores até desembocarem no oceano. Lima e Zakia (2000), acrescentam ao conceito geomorfológico da bacia hidrográfica, uma abordagem sistêmica. Para esses autores as bacias hidrográficas são sistemas abertos, que recebem energia através de agentes climáticos e perdem energia através do deflúvio, podendo ser descritas em termos de variáveis interdependentes, que oscilam em torno de um padrão, e, desta forma, mesmo quando perturbadas por ações antrópicas, encontram-se em equilíbrio dinâmico. Assim, qualquer modificação no recebimento ou na liberação de energia, ou modificação na forma do sistema, acarretará em uma mudança compensatória que tende a minimizar o efeito da modificação e restaurar o estado de equilíbrio dinâmico. A caracterização morfométrica de uma bacia hidrográfica é um dos primeiros e mais comuns procedimentos executados em análises hidrológicas ou ambientais, e tem como objetivo elucidar as várias questões relacionadas com o entendimento da dinâmica 1

ambiental local e regional. Segundo Antonelli e Thomaz (2007), a combinação dos diversos dados morfométricos permite a diferenciação de áreas homogêneas. Estes parâmetros podem revelar indicadores físicos específicos para um determinado local, de forma a qualificarem as alterações ambientais. Através do presente estudo pretende-se auxiliar na elaboração de planos de prevenção, conservação e recuperação dos solos e dos mananciais, por meio da caracterização morfométrica das bacias hidrográficas estudadas, visando a auxiliar na identificação de áreas mais susceptíveis ou de maior vulnerabilidade à ocorrência de processos erosivos e de enchentes. Objetivos Objetivo Geral Análisar os parâmetros morfométricos de rede de drenagem e do relevo na porção média da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, visando auxiliar na compreensão da vulnerabilidade natural dos terrenos às intervenções antrópicas. Objetivos Específicos Identificação e análise dos parâmetros morfométricos da rede de drenagem e do relevo; Realização do perfil longitudinal do rio principal; Identificar as áreas mais vulneráveis a ocorrência de enchentes e inundações; Identificar as áreas com maior vulnerabilidade aos processos erosivos; Indicar as áreas mais frágeis às intervenções antrópicas. Fundamentação Teórica O compartimento hidrológico de uma bacia hidrográfica é função de suas geomorfológicas (forma, relevo, área, geologia, rede de drenagem, solo, dentre outros) e do tipo da cobertura vegetal (LIMA, 1986). Desse modo, as características físicas e bióticas de uma bacia possuem importante papel nos processos do ciclo hidrológico, influenciando, dentre outros, a infiltração, quantidade de água produzida como deflúvio, a evapotranspiração e osescoamentos superficial e sub-superficial. De acordo com Lima (1986), a bacia hidrográfica pode ser considerada um sistema 2

geomorfológico aberto, e como tal ela se encontra, mesmo quando não perturbada, em contínua flutuação, num estado de equilíbrio transacional ou dinâmico. Ou seja, a adição de energia e a perda de energia do próprio ecossistema encontramse sempre em delicado balanço. Desse modo, a área da bacia hidrográfica tem influência sobre a quantidade de água produzida como deflúvio. O caráter e a extensão dos canais (padrão de drenagem) afetam a disponibilidade de sedimentos, bem como a taxa de formação do deflúvio. Em estudos das interações entre os processos, do ponto de vista quantitativo, utilizase o método de análise morfométrica através dos seguintes parâmetros: densidade de drenagem, coeficiente de compacidade, índice de circularidade e forma da bacia, dentre outros (ALVES e CASTRO, 2003; GUERRA e GUERRA, 2003; POLITANO e PISSARRA, 2003; POLITANO et al., 2004). Esses parâmetros podem revelar indicadores físicose specíficos para determinado local, de forma a qualificaremas alterações ambientais (ALVES e CASTRO, 2003). A densidade da drenagem tem várias atuações na dinâmica de uma baciahidrográfica, pois resulta da inter-relação entre o clima, a vegetação e a sua litologia(christofoletti, 1980). Através dos dados morfométricos coletados, é possível também realizar o perfil longitudional do rio, de acordo com Knighton (1998) o perfil longitudinal consiste num método simples e eficaz, que basicamente utilizase de dados de altitude e extensão do canal, para a geração de uma curva de ajustamento logarítmico côncavo ascendente, onde se verificam maiores declividades nas nascentes e menores em direção à foz, sendo a representação gráfica característica de rios em estado de equilíbrio. Segundo Cunha, (1996) o perfil longitudinal de um rio sofre contínuas alterações, devido às variações no escoamento e na carga sólida, o que acarreta muitas irregularidades no seu leito como as corredeiras e as depressões. Ao longo do canal, o rio tenta eliminar essas irregularidades, na tentativa de adquirir um perfil longitudinal côncavo e liso, com declividade suficiente para transportar a suacarga. Outros fatores influenciam no perfil longitudinal tais como a confluência de tributários, as variações na resistência à erosão do substrato rochoso, a erosão remontante por mudança brusca em nível de base à jusante ou ainda as deformações neotectônicas locais ou na bacia de drenagem (Acklas Jr. et al., 2003). 3

Metodologia Para o desenvolvimento desse trabalho será feito o levantamento bibliográfico, e também a utilização de materiais cartográficos tais como: análise das cartas topográficas referente à região com a ajuda de um software chamado ArcGis10, software Arcgis e imagens de radar do programa idealizado pela NASA (National Aeronautics and Space Administration), denominada Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). A primeira etapa a ser realizada para a delimitação da bacia hidrográfica e extração de sua rede de drenagem foi a aquisição das imagens SRTM através do site da Embrapa Monitoramento por Satélite (http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/download/index.htm), onde se encontram disponíveis as imagens SRTM, articuladas em folhas topográficas do IBGE. Para a área de estudo foram necessárias duas folhas: SE-23-Z-B e SF-23-X-D, as quais foram juntadas para o estudo da área. A utilização desta metodologia além de permitir a delimitação da bacia hidrográfica, ainda permite extrair a rede de drenagem desta unidade territorial, facilitando o planejamento e a gestão dos usos múltiplos da água, o que é defendido como fundamento na Política Nacional de Recursos Hídricos. Além disso a elaboração da cartografia base para a bacia hidrográfica irá permitir a utilização destes dados para a obtenção de dados de diversas naturezas e a construção de um banco de dados de informações com várias finalidades quantitativas e qualitativas que permitirá maior agilidade na tomada de decisões e facilitará o processo de planejamento e gestão de recursos hídricos. Resultados Esperados Com a realização desse trabalho, os resultados esperados são: Conhecer as fragilidades naturais da área em relação composição da rede de drenagem e do relevo; Disponibilizar análises que auxiliem no processo de gestão ambiental e territorial; Divulgar a metodologia utilizada e os resultados obtidos em congressos e revistas indexadas; Revisão Bibliográfica ALCÂNTARA, Enner. AMORIM, Alexsandro. Análise morfométrica de uma bacia hidrográfica Costeira: um estudo de caso. Caminhos de Geografia. UFMA, 2005. 4

ALVES, J.M.P.; CASTRO, P.T.A. Influência de feições geológicas na morfologia da bacia do rio Tanque (MG) baseada noe studo de parâmetros morfométricos e análise de padrões de lineamentos. Revista Brasileira de Geociências, v.33, n.2, p. 117-127, 2003. CHRISTOFOLETTI, A. Análise morfométrica de bacias hidrográficas. Notícia Geomorfológica. 18, p.35 64, 1969. CHRISTOFOLETTI, A. Análise Morfométrica de bacias hidrográficas no Planalto de Poços de Caldas. 1970. 375 f. Tese (Livre Docência) Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1970 5