Relatório da atividade nº 2 do módulo de Minas. Laboratório de Ciências do Ambiente I (modulo de Minas) Catarina Espregueira up201303364@fe.up.

Documentos relacionados
Relatório da atividade nº 2 do módulo de Minas MOAGEM. Laboratório de Ciências do Ambiente I (modulo de Minas)

MIEA102 Grupo 2. Docente : Aurora Futuro Silva. Inês Cunha Pedro Silva

Camila Bolognes Couto Pahl Bióloga e Laboratorista UFMS Disciplina Transporte de Sedimentos Prof. Dr. Teodorico Alves Sobrinho

Capítulo 3 Professora: Ariel Ali Bento Magalhães

TEXTURA E GRANULOMETRIA DOS SOLOS

Notas de aulas de Mecânica dos Solos I (parte 9) com respostas do exercício

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA I

Soluções. Soluções. Exemplo

Classificação dos Solos

Avaliação dos equipamentos a serem utilizados; Análise de riscos para execução das atividades; Análise da qualificação dos líderes operacionais;

Caracterização Física do Solo da Cidade de Palmeira dos Índios - AL

Disciplina: Mecânica dos Solos e Fundações Compacidade das Areias, Consistência das Argilas e Classificação dos Solos

Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT. Estradas 2 Classificação de Solos

AULA 4: CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS. MECÂNICA DOS SOLOS Prof. Augusto Montor

Escola Politécnica - UFBA Departamento de Ciência e Tecnologia dos Materiais Laboratório de Geotecnia. Hidrobasa. Diversos Locais

Mecânica de Solos revisão: conceitos de solos. Prof. Fabio B. Tonin

Artigo produzido na disciplina de Mecânica dos Solos I do Curso de Graduação em Engenharia Civil da Unijuí - Santa Rosa 2

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA I

Objetivo. Material de apoio. Curso básico de mecânica dos solos (Carlos Souza Pinto, Oficina de Textos, 2006); Sumário

ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DO SOLO DE RCD DA REGIÃO NOROESTE DO RS 1 TESTS OF CHARACTERIZATION OF RCD SOIL IN THE NORTHWEST REGION OF RS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

TC-033 LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL. Profª Aline Cristina Souza dos Santos

AULA 2: INTRODUÇÃO A MECÂNICA DOS SOLOS. MECÂNICA DOS SOLOS Prof. Augusto Montor

Física Unidade VI Termofísica Série 4 - Calor provocando mudanças de estado físico

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GEOTECNIA I

Classificação dos Solos do Ponto de Vista da Engenharia

Propriedades das partículas do solo

Solos Transportados (Sedimentares): Solo Aluvial, Solo Lacustre, Solo Coluvial, Solo Eólico e Solo Marinho

Parte 1: Conceitos Básicos GEOTÉCNICA. Granulometria

Universidade Paulista Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia Departamento de Engenharia Civil Professora Moema Castro, MSc.

GEOLOGIA PARA ENGENHARIA CIVIL ELEMENTOS DOS SOLOS

SONDAGEM À PERCUSSÃO DATA: 15/04/2010 HORA: 07:36 / 23:41 COTA : 2,23 COORDENADAS: N: E:

Composição dos Solos


Granulometria. Marcio Varela

Investigações Geotécnicas Parte 1

Material de apoio. Granulometria do Solo. Granulometria do Solo

ANEXO Estudo Geológico e Geotécnico

NOÇÕES DE SOLO. Rita Moura Fortes

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

7.0 PERMEABILIDADE DOS SOLOS

Fig Granulometria, densidade, consistência e ar do solo

CLASSIFICAÇÃO GEOTÉCNICA: CARACTERIZAÇÃO DO SOLO DO BAIRRO VILA ISABEL NO MUNICÍPIO DE ITAJUBÁ MG

Mec. Solos II - Aula 02 Capítulo 05. Tensões nos Solos. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira FEIS/UNESP Departamento de Engenharia Civil Geotecnia

CONSTRUÇÃO DA REDE DE COLETA DE ESGOTO E DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE AGUA DA RUA SETE DE SETEMBRO

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS SOLOS E INTERAÇÃO COM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

SOLO. Matéria orgânica. Análise Granulométrica

Compacidade das areias e Limites de Atterberg

6 - Infiltração. Diâmetro (mm) 0,0002 a 0,002 0,002 a 0,02. 0,02 a 0,2 Areia fina 0,2 a 2,0 Areia grossa

PRODUÇÃO E FUNDIÇÃO DO COBRE

Mecânica dos Solos I. Eng. Mucambe

DETERMINAÇÃO DA PERMEABILIDADE DO SOLO

CÓPIA NÃO CONTROLADA - 25/05/2017

TECNOLOGIA DO BETÃO. Exemplo de cálculo duma composição pelo método de Faury

Classificação dos solos e Caracterização das areias e argilas. Fernando A. M. Marinho 2017

1. CONCEITO: 2. CLASSIFICAÇÃO: AGLOMERANTES. Ativos. Inertes. Aéreos. Hidráulicos. Endurecem por secagem Ex.: argila (barro cru)

5. Caracterização do Solo

UNIVERSIDADE DO ALGARVE ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA CIVIL LABORATÓRIO NP EN ANÁLISE GRANULOMÉTRICA

Teor de MO e Densidade de solos

CLASSIFICACÃO E IDENTIFICACÃO DOS SOLOS

DETERMINAÇÃO DA GRANULOMETRIA

AGREGADOS. Ms = k. Mh ( ms = massa seca e ma = massa de agua no agregado)

3) Todo solo é passível de receber uma grande edificação? (explique)

Física. Questão 1. Questão 2. Avaliação: Aluno: Data: Ano: Turma: Professor:

AVALIAÇÃO UNIFICADA 2016/1 ENGENHARIA CIVIL/6º PERÍODO NÚCLEO I CADERNO DE QUESTÕES

ESTABILIZAÇÃO DE SOLOS COM UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS DE ROCHAS CALCÁRIAS PARA USO EM CAMADAS DE PAVIMENTOS

Notas de aula prática de Mecânica dos Solos I (parte 8)

CAMADA ESTABILIZADA GRANULOMETRICAMENTE CEG

Análise Granulométrica. Análise Granulométrica. Análise Granulométrica

AULA 3 AGREGADOS Propriedades Físicas

TC de Revisão Final Unifor Prof. Vasco Vasconcelos

Modelo Relacional Normalização Diagramas E-R e Tabelas Originadas

MECÂNICA DOS SOLOS I 1º RELATÓRIO GRUPO 2 TURMA C 3

2. Propriedades físicas dos sedimentos Propriedades dos grãos (partículas)

MECÂNICA DOS SOLOS PROF. AUGUSTO MONTOR LISTA DE EXERCÍCIOS 1

TRANSPORTES E OBRAS DE TERRA

ENSAIO DE GRANULOMETRIA PLANILHA DE RESULTADOS

Notas de aula prática de Mecânica dos Solos I (parte 9) com respostas dos exercícios

PESQUISA OPERACIONAL -PROGRAMAÇÃO LINEAR. Prof. Angelo Augusto Frozza, M.Sc.

Teoria das dobras. 1. Não há estabilidade de pé, portanto resistência nula. Sem dobra.

Tomaz Teodoro da Cruz Engenheiro de Minas

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE

PAVIMENTO ESTUDOS GEOTÉCNICOS. Prof. Dr. Ricardo Melo. Terreno natural. Seção transversal. Elementos constituintes do pavimento

ENERGIA E AS REAÇÕES QUÍMICAS

5 Análises dos Resultados

SEEC UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE UERN FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS FANAT DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DECB

COMPRESSIBILIDADE E CONSOLIDAÇÃO

CONSUMO MÉDIO DO CONCRETO APLICADO NAS ESTRUTURAS DA EXPANSÃO DA USINA HIDRELÉTRICA DE TUCURUÍ

Solo-betume UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL. SNP38D53 Técnicas de Melhoramento de Solos

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Infiltração e água no solo. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

UNIDADE I - SOLOS, ORIGEM, FORMAÇÃO E MINERAIS CONSTITUINTES

CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS E ADEQUABILIDADE PARA CONSTRUÇÕES: ESTUDO DO CASO DE UM BAIRRO PLANEJADO EM TUCURUÍPA

Difratometria por raios X

1. Difusão. A difusão só ocorre quando houver gradiente de: Concentração; Potencial; Pressão.

Transcrição:

Relatório da atividade nº 2 do módulo de Minas DETERMINAÇÃO GRANULOMÉTRICA DE UM SOLO UTILIZANDO UM CYCLOSIZER Laboratório de Ciências do Ambiente I (modulo de Minas) Catarina Espregueira up201303364@fe.up.pt Catarina Santos up201303617@fe.up.pt João Costa up201307945@fe.up.pt Docente Aurora Silva 1 de Abril de 2014

Sumário O presente trabalho tem como objetivo determinar a composição granulométrica de um solo, utilizando um cyclosizer, para uma amostra de calibre inferior a 200#, para que possa ser categorizado em função das frações preponderantes dos diversos diâmetros das partículas que o compõe. Deste modo começamos a manusear os materiais e a usar as diferentes técnicas apreendidas com maior rigor e precisão. Introdução A granulometria é um processo que tem como fim determinar a composição granulométrica do solo em estudo e, também, como estes se comportam. Baseia-se na divisão de vários tipos de solo dependendo da sua percentagem em peso em relação à massa total, denominando-se por frações preponderantes. Embora hoje recomenda-se mais para os solos grossos (que não apresentam propriedades correlacionadas com a plasticidade) a classificação granulométrica tornou-se universalmente usada. A classificação granulométrica é feita usando dois tipos de instrumentos, consoante à granulometria do material. Pode ser recorrendo à utilização de crivos com aberturas de rede ou, para material com calibre inferior a 200#, utilização de um cyclosizer. Os crivos são, basicamente, peneiros organizados verticalmente e que separam o material por calibre. Porem, quando o material atinge um limite de calibre muito inferior este método deixa 1

de ser eficiente. É nesta parte que entra o cyclosizer, que consiste num equipamento composto por cinco ciclones e com uma corrente de água constante. No iniciar do procedimento, é ligada a corrente de água e o primeiro ciclone enche se do material em análise dissolvido na água. A partir daí, a solução vai sofrer uma força centrífuga que faz com que as partículas de menor dimensão passem para o seguinte ciclone, e assim sucessivamente. Com isto, é possível dividir ainda com maior precisão o solo em estudo. A percentagem de finos, ou seja, a quantidade de material com calibre inferior a 200# é um fator muito importante porque equivale à percentagem de argila e silte. Este material está fortemente relacionado com a retenção de água nos solos, o que proporciona os movimentos de massa dos solos. Outro fator importante que está relacionado com o movimento dos solos em massa é o coeficiente de uniformidade, (indica a variedade de dimensões do material que um solo possui) que é adquirido pela relação entre as aberturas do crivo que permite a passagem de 60% do material e a que permite a passagem de 10%. Tabela 1 Classificação dos solos (de acordo com a sua uniformidade). Coeficiente de Uniformidade Classificação <5 Solo de granulometria uniforme 5-20 Solo de granulometria pouco uniforme >20 Solo de granulometria bem graduado 2

Uma outra representação dos solos será a utilização de diagramas triangulares, que classificam os solos em função da percentagem do material divido em 3 classes: Areias, Silte e Argila Tabela 2 Classificação dos solos (de acordo com o seu calibre). 60 2 mm Pedregulho 2,0 0,06 mm Areia 0,06 0,002 mm Silte Menor Menor 0,002 mm Argila Resultados Peso da amostra de solo inicial à 884,89g Tabela 3 Separação por peneiras. Crivo Nº Crivo MM Pesos parciais (g) 1 0,425 321,42 2 0,300 86,50 3 0,212 83,39 4 0,150 94,04 5 0,106 82,30 6 0,075 70,81 7 < 0,075 143,94 3

Tabela 4 Separação por cyclosizer. Ciclone Nº Ciclone Calibre (Micron) Pesos parciais (g) 1 <11 12,6 2 11 2,75 3 15 6,4 4 23 8,05 5 33 4,5 6 44 5,7 Nota: O ciclone considerado como 1 é obtido pela soma dos outros ciclones (nº 2, 3, 4, 5, e 6) subtraindose 40g. Que foi o peso da amostra posta no cyclosizer. Os 40g são retirados do crivo nº 7. Temperatura à 17ºC Densidade à 200 Fluxo à 1 Tempo à 20 min Análise de Resultados Cálculo do calibre real: Diâmetro real = Diâmetro teórico x F1 x F2 x F3 x F4 F1 fator de correção para a temperatura 1,04 F2 fator de correção para a densidade 0,94 F3 fator de correção para o fluxo 1,05 F4 fator de correção para o tempo 0,955 4

Para o primeiro ciclone (diâmetro teórico = 11): Diâmetro real = 11 x 1,04 x 0,94 x 1,05 x 0,955 = 10,78 micron Para o segundo ciclone (diâmetro teórico = 15): Diâmetro real = 15 x 1,04 x 0,94 x 1,05 x 0,955 = 14,70 micron Para o terceiro ciclone (diâmetro teórico = 23): Diâmetro real = 23 x 1,04 x 0,94 x 1,05 x 0,955 = 22,55 micron Para o quarto ciclone (diâmetro teórico = 33): Diâmetro real = 33 x 1,04 x 0,94 x 1,05 x 0,955 = 32,35 micron Para o quinto ciclone (diâmetro teórico = 44): Diâmetro real = 44 x 1,04 x 0,94 x 1,05 x 0,955 = 43,13 micron Tabela 5 Comparação do diâmetro teórico com o diâmetro real Nº do Ciclone Diâmetro Teórico Diâmetro Real 1 11 10,78 2 15 14,70 3 23 22,55 4 33 32,35 5 44 43,13 5

Gráficos relativos à tabela 3: Separação por peneiras Peso da amostra (em gramas) 350 300 250 200 150 100 50 0 1 2 3 4 5 6 7 Nº do crivo Gráficos relativos à tabela 4: Axis Title 14 12 10 8 6 4 2 Separaçao por cyclosizer 0 1 2 3 4 5 6 Axis Title Nota: A linha tanto no gráfico um como no dois é a logarítmica. 6

Discussão e Conclusão Os principais objetivos deste trabalho laboratorial são classificar o solo em estudo, segundo uns parâmetros pré-definidos, e especificar as suas particularidades principais para relaciona-las com algumas características geológicas e geotécnicas, como por exemplo a probabilidade de ocorrência de movimentos de massa. Avaliando o calibre de todos os crivos usados para o processo de separação de material por peneiras, e relacionando-o com a tabela de classificação dos solos pré-definida, conclui-se que o tipo de solo em estudo faz parte da classe da areia. A razão pela qual, é que o calibre dos crivos não ultrapassa, nem o limite inferior nem o superior, do calibre geral da areia. Este solo é uma rocha sedimentar detrítica e é permeável, ou seja, local onde a água se infiltra rapidamente. Esta característica é bastante desvantajosa porque a probabilidade de ocorrência de movimentos em massa do solo é muito grande devido à água presente. O último crivo recolhido é o material com calibre inferior a 0,074mm e, corresponde, maioritariamente, a argilas e siltes. Este tipo de material é reconhecido por infiltrar bem a água e, por isso, se presente em grande quantidade o solo fica mais vulnerável a movimentos em massa. Calculando a sua percentagem no solo em estudo (16,3%), retira-se que não há grandes preocupações a este nível por ser um valor relativamente baixo. 7