Instrumentos de Planejamento e Orçamento Público Conceitos básicos do orçamento no setor público: ciclo orçamentário e instrumentos Fábio Pereira dos Santos
As origens históricas do orçamento público Século XIII - limitação do poder do Rei na Inglaterra (Carta Magna, 1215) restrição ao direito de cobrar impostos Séculos XVII/XVIII - aprovação em bloco das despesas pelo parlamento. Século XIX (1822 em diante) Aprovação do orçamento (receitas e despesas) Princípios orçamentários (França): Anualidade, universalidade, não vinculação Século XX - Ampliação do papel do Estado na sociedade
A evolução do orçamento público no Brasil Século XIX Constituição de 1824 Executivo elabora a proposta orçamentária e Parlamento aprova. Assembleias provinciais aprova despesas e impostos provinciais e municipais (1834). República Tribunal de Contas; código de contabilidade (1922) Modernização DASP nos anos 1930, orçamento por decreto
A evolução do orçamento público no Brasil Constituição de 1946 - Participação do parlamento revogada a possibilidade de emendas em 1967. Programação e transparência Lei 4.320/1964 Anos 1970 - Orçamentos múltiplos: fiscal, monetário, empresas estatais Constituição de 1988: Sistema integrado PPA, LDO, LOA Controle interno e externo Emendas parlamentares Endividamento e ajuste fiscal Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000)
Expansão do Estado e orçamento Do controle político à política fiscal As funções econômicas do orçamento Alocativa: bens públicos, infraestrutura, políticas sociais Distributiva: redistribuição de renda Estabilização: política fiscal e monetária anticíclica.
Orçamento e gestão Integração entre planejamento, gestão e controle Política fiscal Políticas públicas Eficácia e eficiência O orçamento como programa de governo Financiamento Programação, execução e controle Orçamento tradicional e orçamento programa
O sistema orçamentário O orçamento na Constituição de 1988 - Sistema integrado de planejamento e orçamento, partindo de um plano de médio prazo, através do Plano Plurianual - PPA, passando pela Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO, pela Lei Orçamentária Anual LOA e integrando-se aos sistemas de controle externo e interno.
As oito fases do ciclo orçamentário PPA formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo; apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo; LDO proposição de metas fiscais e prioridades para a administração e da política de alocação de recursos pelo Executivo; apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo; LOA elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo; apreciação, adequação e autorização legislativa; execução dos orçamentos aprovados; CONTROLE E AVALIAÇÃO avaliação da execução e julgamento das contas.
Ciclo Orçamentário Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 São Paulo: PROGRAMA DE METAS São Paulo: PROGRAMA DE METAS PPA PL PPA LDO LDO LDO LDO PPA PL PPA PPA LOA LOA LOA LOA LDO LDO LDO LDO LOA LOA LOA LOA ORÇ ORÇ ORÇ ORÇ ORÇ ORÇ ORÇ ORÇ
Ciclo Orçamentário Prazos do governo federal Etapa Apresentação do PPA Proposta de LDO Aprovação LDO Proposta de LOA Aprovação da LOA Vigência LOA, LDO e PPA Decreto de execução orçamentária Prazo 31 de agosto do 1º ano de governo 15 de abril Encerramento do 1º semestre legislativo 31 de agosto Encerramento do ano legislativo 1º de janeiro ou data de sanção Até 30 dias após a publicação do orçamento
Ciclo Orçamentário Prazos da Prefeitura Etapa Programa de Metas Proposta de LDO Aprovação LDO pela Câmara Propostas de LOA e PPA Aprovação LOA e PPA pela Câmara Vigência LOA e PPA Decreto de execução orçamentária Prazo 90 dias do 1º ano de governo 15 de abril Encerramento do 1º semestre legislativo 30 de setembro Encerramento do ano legislativo 1º de janeiro ou data de sanção Até 30 dias após a publicação do orçamento
PROGRAMA DE METAS O Programa de Metas tem vigência de quatro anos, coincidentes com o período de gestão. Deve ser apresentado em até 90 dias a partir da posse do Prefeito eleito. Contém as prioridades da gestão: as ações estratégicas, os indicadores e metas quantitativas para cada um dos setores da Administração Pública Municipal, Subprefeituras e Distritos da cidade, observando, no mínimo, as diretrizes de sua campanha eleitoral e os objetivos, as diretrizes, as ações estratégicas e as demais normas da lei do Plano Diretor Estratégico. Lei Orgânica do Município: Art. 137 - Leis de iniciativa do Poder Executivo Municipal estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. 9º As leis orçamentárias a que se refere este artigo deverão incorporar as prioridades e ações estratégicas do Programa de Metas e da lei do Plano Diretor Estratégico. 10. As diretrizes do Programa de Metas serão incorporadas ao projeto de lei que visar à instituição do plano plurianual dentro do prazo legal definido para a sua apresentação à Câmara Municipal.
Plano Plurianual ( PPA) O Plano Plurianual, com vigência de quatro anos, deve ser apresentado no segundo semestre do primeiro ano de mandato dos chefes do poder executivo, e deve estabelecer os objetivos e as metas para despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como para os programas de duração continuada. Plano para 4 anos com metas físicas e financeiras Abrange praticamente todos os gastos públicos Programas cruzam fronteiras organizacionais Despesas correntes e de capital Definição de prioridades governamentais
Lei de Diretrizes Orçamentárias ( LDO) A LDO, além das prioridades e metas para o orçamento anual, e da orientação para a elaboração da proposta de orçamento anual, originalmente previstos no texto constitucional, a partir da aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal passou a ter um papel fundamental na definição dos parâmetros de política fiscal a serem observados pela proposta orçamentária. A LDO deve trazer, entre outros, metas de superávit primário e nominal, anexo de riscos fiscais, onde se estimam os passivos contingentes do governo, e a avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes geral e próprio de previdência social. Na ausência de uma lei atualizada para regular o processo orçamentário, a LDO tem servido também para estabelecer normas ad-hoc para a elaboração e execução do orçamento.
Lei de Diretrizes Orçamentárias ( LDO) CF/88: definir metas e prioridades e orientar elaboração da LOA Alterações na legislação tributária Política de aplicação das agencias financeiras de fomento LRF: Metas fiscais Margem de expansão das despesas de caráter continuado Riscos fiscais Situação atuarial e financeira dos sistema previdenciários e fundos
Lei Orçamentária Anual (LOA) A Lei Orçamentária Anual (LOA), apresentada no segundo semestre de cada ano, estima a receita e fixa a despesa, compreendendo as administrações direta e indireta, através dos orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais. Previsão da receita Fixação da despesa Autorização para abertura de créditos suplementares Autorização para contratação de operações de crédito
Lei Orçamentária Anual (LOA) Orçamento Fiscal do Poder Executivo e Legislativo Orçamento de investimentos das empresas controladas Orçamento da seguridade social, compreendendo as ações de saúde, assistência social e previdência social Demonstrativo do impacto de benefícios de natureza tributária, financeira e creditícia
Lei Orçamentária Anual (LOA) Orçamento anual, subordinado a plano plurianual Elaborado pelo Executivo, aprovado pelo Legislativo e sancionado pelo Executivo Autorizativo / não-obrigatório Sujeito a vinculações de receitas e limites mínimos de gasto
Lei Orçamentária Anual (LOA) Salários e vencimentos administrados de forma centralizada Ajustes freqüentes durante o exercício Alto nível de rigidez na alocação das despesas Orçamento anual tem que ser compatível com o PPA Orçamento não conterá dispositivo estranho à previsão de receita e fixação de despesa Orçamento poderá incluir autorização para abertura de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive por antecipação de receitas
Lei Orçamentária Anual (LOA) Vedações: montante de operações de crédito superior às despesas de capital abertura de crédito suplementar ou especial sem autorização legislativa e especificação de recursos compensatórios vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto saúde, educação, garantias de ARO e garantias/contragarantias à União