FLORA FANEROGÂMICA DA FLORESTA NACIONAL DE SILVÂNIA, GOIÁS, BRASIL



Documentos relacionados
Flora do Cerrado sensu stricto Parque Estadual de Terra Ronca, Goiás, BRASIL

FITOSSOCIOLOGIA DA COMUNIDADE ARBÓREO-ARBUSTIVA DE CERRADÃO NO TRIÂNGULO MINEIRO, MG

IMPACTO DO FOGO NA VEGETAÇÃO EM BEIRA DE RODOVIAS

Solos, Florística e Fitossociologia em Áreas de Reserva sob Vegetação de Cerrado Sensu Stricto em Propriedades Rurais de Urutaí, GO

COMPONENTE ARBÓREO E ARBUSTIVO DE UM REMANESCENTE DE CERRADÃO EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL

RIQUEZA E DIVERSIDADE FLORÍSTICA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA EM ÁREAS DE CERRADO SENSU STRICTO E CERRADÃO NO DISTRITO FEDERAL, BRASIL.

Espécies vegetais com potencial antimicrobiano em área de cerrado em Prudente de Morais (MG)

Relatório de Atividades. Estágio no Royal Botanical Garden of Edinburgh RBGE e Visita ao Kew Gardens Londres/Inglaterra

DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA DE ESPÉCIES ARBÓREAS DO CERRADO SENSU STRICTO NO PANTANAL, MATO GROSSO, BRASIL

MUDANÇA NA COMUNIDADE LENHOSA DE UM CERRADÃO E UM CERRADO STRICTO SENSU NO PARQUE DO BACABA, NOVA XAVANTINA - MT

ESTRUTURA FITOSSOCIOLÓGICA UTILIZANDO DOIS CRITÉRIOS DE INCLUSÃO EM UMA ÁREA DE CERRADO EM SÃO GONÇALO DO RIO PRETO, MG

ADULTO EM CERRADO SENSU STRICTO NO BRASIL CENTRAL

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA COMUNIDADE ARBÓREA DE UM TRECHO DA MATA CILIAR DO RIO PANDEIROS, NORTE DE MINAS GERAIS.

Efeito do fogo sobre uma comunidade vegetal de cerrado sentido restrito

FITOSSOCIOLOGIA E DIVERSIDADE DE UMA ÁREA DE CERRADO STRICTU SENSU NO PARQUE ESTADUAL DO RIO PRETO, SÃO GONÇALO DO RIO PRETO, MG

ESTRUTURA ESPACIAL E SÍNDROME DE DISPERSÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE UM CERRADÃO EM ARAGUARI, MG

José Elias de Paula 1 José Imaña-Encinas 2 * Otacílio Antunes Santana 3 Gustavo Silva Ribeiro 2 Christian Rainier Imaña 4

Trilhas Interpretativas Ecológicas: conhecimento e lazer

GLOBAL SCIENCE AND TECHNOLOGY (ISSN )

FITOSSOCIOLOGIA DO COMPONENTE ARBÓREO DA CACHOEIRA RONCADEIRA, TAQUARUÇU-TO

FITOSSOCIOLOGIA DAS ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS DE CERRADO EM ÁREAS ADJACENTES A DEPÓSITOS DE RESÍDUOS DOMICILIARES

Ci. Fl., v. 23, n. 1, jan.-mar., 2013

FITOSSOCIOLOGIA DE UMA ÁREA DE CERRADO NA ESTAÇÃO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL GALHEIRO, PERDIZES (MG): UMA COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS

ESTRUTURA E DIVERSIDADE DO CERRADO STRICTO SENSU

Fitossociologia de um fragmento de cerrado sensu stricto na APA do Paranoá, DF, Brasil

SALVAMENTO DO GERMOPLASMA NO VALE DO RIO ARAGUARI, MINAS GERAIS

FITOSSOCIOLOGIA DE SUB-BOSQUE DE CERRADO EM TALHÃO DE Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden NO MUNICÍPIO DE BOM DESPACHO-MG 1

ALEXANDER PAULO DO CARMO BALDUINO

Bragantia ISSN: Instituto Agronômico de Campinas Brasil

Florística de uma área de Cerrado da Fazenda Barreiro D antas, São José de Almeida, Jaboticatubas, MG

VOLUME DE MADEIRA DE UM HECTARE DE CERRADO SENSU STRICTO

DISSIMILARIDADE FLORÍSTICA E ESTRUTURAL ENTRE FRAGMENTOS DE DOIS TIPOS DE FITOFISIONOMIAS FLORESTAIS DO BIOMA CERRADO

Necessidade de Conservação de Alelos em Matrizes Florestais para atividades de restauração florestal. 2 FUNDAÇÃO RENOVA fundacaorenova.

REGENERAÇÃO NATURAL EM ÁREAS DEGRADADAS COM ENFOQUE NA CAPACIDADE DE RESILIÊNCIA DAS ESPÉCIES LENHOSAS DO CERRADO

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA CACHOEIRA RONCADEIRA TAQUARUÇU-TO

Composição arbórea de um trecho da floresta estacional semidecidual em Pirenópolis, Goiás

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Termos para indexação: Cerradão, vegetação xeromórfica, diâmetro, altura, ordenação

Implantação de um Herbário no IFSudeste, Câmpus Barbacena, MG.

Anexo C C-1. Capítulo III Diagnóstico do meio biótico

FITOSSOCIOLOGIA EM UMA ÁREA DE CERRADO EM REGENERAÇÃO DO PARQUE FLORESTAL DE PATROCÍNIO, MG CAXUANA S/A

Grandes linhas de atuação da Embrapa I. Ordenamento, monitoramento e gestão em territórios

LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES FRUTÍFERAS COM POTENCIAL DE EXPLORAÇÃO EM UMA ÁREA DE CERRADÃO DO DF

EFEITO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS NA ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE UMA ÁREA DE CERRADO SENSU STRICTO NA FAZENDA ÁGUA LIMPA-DF 1

VAS, GOIÁS. vras-chave florística, fitossociologia, cerrado, Parque Estadual da Serra de Caldas Novas

ESTUDO FITOSSOCIOLÓGICO EM ÁREA DE CERRADO SENSU STRICTO NA ESTAÇÃO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL GALHEIRO - PERDIZES, MG

EFEITO DO DESMATAMENTO NO ESTABELECIMENTO DE ESPÉCIES LENHOSAS EM UM CERRADO Sensu stricto

Variação temporal na estrutura da vegetação lenhosa de cerrado sentido restrito sobre Neossolos Quartzarênicos

Termos para indexação: fitossociologia; Melastomataceae; Rubiaceae; solos do Cerrado; Vochysiaceae

FLORÍSTICA DO ESTRATO ARBÓREO DE UMA ÁREA DE CERRADO, CAXIAS, MARANHÃO.

CAPÍTULO IX TRAJETÓRIAS DE CRESCIMENTO DE ESPÉCIES DO CERRADO

Alexandre Augusto Costa 1 Glein Monteiro de Araújo 2. Recebido em 29/2/2000. Aceito em 19/10/2000

FLORA ARBÓREA EM UMA ÁREA DE CERRADO, NO ESTADO DO MARANHÃO, NORDESTE DO BRASIL

ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO E CARACTERÍSTICAS EDÁFICAS DE UM CERRADÃO EM SOLO DISTRÓFICO E EM SOLO MESOTRÓFICO NO TRIÂNGULO MINEIRO

CONHECER PARA CONSERVAR AMOSTRAGEM DE ESPÉCIES ARBÓREAS DE UMA ÁREA DE CERRADO DA UFSCAR SÃO CARLOS

CERNE ISSN: Universidade Federal de Lavras Brasil

CERNE ISSN: Universidade Federal de Lavras Brasil

Composição, diversidade e similaridade florística de uma floresta tropical semidecídua submontana em Marcelândia - MT

Estudo da estrutura da regeneração natural e da vegetação adulta de um cerrado senso stricto para fins de manejo florestal

FITOSSOCIOLOGIA EM COMUNIDADES ARBÓREAS REMANESCENTES DE CERRADO SENSU STRICTO NO BRASIL CENTRAL

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE REMANESCENTE DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECÍDUA NA REGIÃO DE MACHADO, MINAS GERAIS

Universidade de Brasília

FITOSSOCIOLOGIA E ESTRUTURA PARAMÉTRICA DE UMA ÁREA DE CERRADO stricto sensu NA RESERVA LEGAL DA ARCELOR MITTAL (Itamarandiba - MG)

A COLEÇÃO DE FRUTOS (CARPOTECA) DO HERBÁRIO HUPG

18/10 a 09/11 de 2016 Câmpus de Araguaína, Araguaína e Palmas

ESTRUTURA E DIVERSIDADE DA VEGETAÇÃO ARBÓREA- ARBUSTIVA EM CERRADO SENSU STRICTO SUBMETIDO A DISTÚRBIOS ANTRÓPICOS

Comparação de métodos de amostragem em um fragmento de cerrado sensu stricto em Jataí-GO

ESPÉCIES ARBÓREAS DA CAVERNA DA GARAPA, NA APA DE CAFURINGA, DF

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DE UMA ÁREA DE FLORESTA ATLÂNTICA LOCALIZADA EM SAPEAÇU BA

Checklist da composição arbustiva-arbórea de uma Floresta Estacional Semidecidual no Distrito de Guaçu, Município de Dourados, MS

Nota Científica Estudo da metodologia proposta para classificação dos diferentes estágios de regeneração no Cerrado

Densidade Básica Da Madeira Para Quantificação De Biomassa Em Vegetação De Mata Atlântica

Levantamento florístico... 59

LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES DE PLANTAS AMEAÇADAS DO CERRADO

Seminário sobre Marco Regulatório, Acesso e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira - Oportunidades da Cadeia Produtiva de Cosméticos

EFEITO DE QUEIMADAS SOBRE A ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DA COMUNIDADE VEGETAL LENHOSA DO CERRADO SENTIDO RESTRITO EM CALDAS NOVAS, GO 1

LEVANTAMENTO E POTENCIAL DE USO DA FLORA DA TRILHA DO CACHOEIRÃO, GRAÇA, CEARÁ, BRASIL

Acacia farnesiana. Acacia farnesiana. nor é a viabilidade da seme teve por objetivo verificar o menor tempo de embe-

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Ben Hur Marimon Junior 2,4 e Mundayatan Haridasan 3

MARCELLO MESSIAS BARBOSA

Florística em Área de Cerrado no Município de Itumbiara no Sudoeste Goiano¹

Diversidade e Estrutura da Mata de Galeria do Ribeirão do Gama em 2009

UNIVERSIDADE DE RIO VERDE - UniRV FACULDADE DE BIOLOGIA E QUÍMICA CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - LICENCIATURA E BACHARELADO

Termos para indexação: Campos Naturais, Flora pantanal, BIOPAN

Análise da vegetação de cerrado no Município de Santa Quitéria - Maranhão. Study of the savanna vegetation in the County of Santa Quiteria - Maranhão

Composição florística e estrutura da Mata de Galeria do Ribeirão do Gama, Brasília-DF

Phytosociology of the cerrado in inselberg Morro São João, Porto Nacional, Tocantins

IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA COMO FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS TRILHAS INTERPRETATIVAS

COMPONENTE ARBÓREO-ARBUSTIVO DE LEGUMINOSAE EM UMA ÁREA DE CERRADÃO, CAMPO GRANDE, MS.

ESTRUTURA DE UM CERRADO STRICO SENSU NA GLEBA CERRADO PÉ-DE-GIGANTE, SANTA RITA DO PASSA QUATRO, SP

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Módulos demonstrativos de restauração ecológica para ambientes savânicos do bioma Cerrado

Estimativa de custos para restauração ecológica com espécies de Cerrado

ANÁLISE FITOSSOCIOLÓGICA DE UMA ÁREA RESTAURADA SETE ANOS APÓS SUA IMPLANTAÇÃO, GOIÂNIA GO

POLINIZAÇÃO DE ESPÉCIES ARBÓREAS DO BIOMA CERRADO. Marcelo Kuhlmann Professor da Universidade de Brasília

3 Duguetia furfuracea ANNONACEAE. 2 Annona coriacea ANNONACEAE. 1 Ruellia geminiflora ACANTHACEAE. 5 Duguetia furfuracea ANNONACEAE

FLORISTIC AND PHYTOSOCIOLOGICAL STUDY OF GALLERY FOREST IN CERRADO

Transcrição:

FLORA FANEROGÂMICA DA FLORESTA NACIONAL DE SILVÂNIA, GOIÁS, BRASIL Augusto Francener 1, Climbiê Ferreira Hall 1, Éder Dasdoriano Porfírio Júnior 2, Walter Santos de Araújo 2 1. Instituto de Botânica de São Paulo, Av. Miguel Stéfano, 3687, 04301-902, Água Funda, São Paulo, SP, Brasil. 2. Departamento de Ecologia, Instituto de Pesquisas Ambientais e Ações Conservacionistas, 74025-020, Centro, Goiânia, GO, Brasil. walterbioaraujo@yahoo.com.br Recebido em: 04/05/2012 Aprovado em: 15/06/2012 Publicado em: 30/06/2012 RESUMO O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil. Apresenta amplas variações fisionômicas e florísticas. Essa diversidade torna o Cerrado um dos biomas mais ricos do Brasil. Apesar de sua importância, tem sido continuamente destruído para criação de pastagens e monoculturas. Com isso, apenas 7% de sua área é formada por paisagem natural preservada. A elevada biodiversidade e quantidade de espécies endêmicas, somadas a grande destruição do bioma, levaram o Cerrado a ser considerado como um dos hotspots mundiais para a conservação da biodiversidade. Apesar disso, as floras de muitas áreas remanescentes de Cerrado permanecem ainda pouco estudadas. Portanto, o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento florístico na Floresta Nacional de Silvânia, Goiás, Brasil. O levantamento florístico foi realizado mensalmente entre março de 2009 e junho de 2010 na FLONA-Silvânia. Paralelamente ao levantamento em campo, materiais dos herbários CEN, UB e UFG foram consultados, e espécies coletadas no município de Silvânia foram acrescentadas a listagem obtida com os trabalhos de campo. Um total de 244 espécies de angiospermas (67 famílias, 177 gêneros) foram registradas. As famílias mais diversas foram Fabaceae (37 spp.), Malpighiaceae (15 spp.) e Rubiaceae (14 spp.). Os gêneros mais ricos foram Piper (08 spp.); Banisteriopsis e Miconia (06 spp.) e Byrsonima (05 spp.). PALAVRAS-CHAVE: Bioma Cerrado, florística, FLONA. VASCULAR FLORA OF THE FLORESTA NACIONAL DE SILVÂNIA, STATE OF GOIÁS, BRAZIL ABSTRACT The Cerrado is the second largest biome of Brazil. The biome has ample physiognomic and floristic variation. Such diversity makes the Cerrado one of the richest biomes of Brazil. Despite its importance, the Cerrado has been continually destroyed for the creation of new areas of crop and pasture. Thus, only 7% of its area consists of preserved natural landscape. The elevated biodiversity and number of endemic species, coupled with the widespread destruction of the biome, led the ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1263-2012

Cerrado to be considered as one of the world's hotspots for biodiversity conservation. However, the floras of many of the remaining Cerrado areas are poorly studied. Therefore, the aim of this paper was to carry out a floristic inventory in the Floresta Nacional de Silvânia, Goiás State, Brazil. The survey was conducted monthly between March 2009 and June 2010 in the FLONA-Silvânia. In parallel to the fieldwork, surveys were accomplished in the herbaria CEN, UB and UFG, and the species collected at Silvânia were added to the list obtained with the fieldwork. In total 244 species of angiosperms (67 families, 174 genera) were recorded. The most diverse families were Fabaceae (37 spp.), Malpighiaceae (15 spp.) and Rubiaceae (14 spp.). The richest genera were Piper (08 spp.), Banisteriopsis and Miconia (06 spp.), and Byrsonima (05 spp.). KEYWORDS: Cerrado Biome, floristic, FLONA. INTRODUÇÃO O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil e da América do Sul, ocupando uma área de 2 milhões km 2, correspondendo a 23% do país (DIAS, 1992; EITEN 1972; 1993; RATTER & DARGIE, 1992), abrangendo o Distrito Federal e quase todo o território dos Estados de Goiás e Tocantins, além de partes da Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rondônia, São Paulo e algumas manchas na região amazônica. O Bioma Cerrado apresenta amplas variações fisionômico-florísticas, podendo ser considerado um complexo vegetacional. Assim, é possível classificar o Cerrado em fitofisionomias que podem variar de acordo com um gradiente de biomassa, apresentando-se como formações campestres, savânicas e florestais, (EITEN, 1972; 1979; RIBEIRO & WALTER, 1998). Fatores edáficos como profundidade, presença de concreções no perfil, proximidade à superfície do lençol freático, drenagem e fertilidade determinam diferenças entre essas fitofisionomias (HARIDASAN, 1992). Essa diversidade de fitofisionomias torna o Cerrado um dos biomas mais ricos do Brasil e do mundo (KLINK & MACHADO, 2005). Outro fator que contribui para a riqueza do Cerrado é o grande número de espécies provenientes de outros biomas (RIZZINI, 1971). Com isso, no Cerrado estão presentes de 20 a 50% da biodiversidade brasileira, dependendo do grupo de organismos avaliado, além de diversas espécies endêmicas. O bioma possui mais de 12.000 espécies de plantas vasculares (MENDONÇA et al., 2008), porém muitas delas estão sob grande ameaça (RATTER et al., 1997). A fragmentação e destruição de habitats têm causado perda de biodiversidade e colocado várias espécies em ameaça de extinção em muitos biomas (KLINK & MACHADO, 2005). Apesar de sua importância, o Cerrado tem sido continuamente destruído para criação de pastagens e monoculturas. Com isso, mais de 82% das áreas remanescentes de Cerrado no Estado de Goiás, são menores que 1 ha, indicando o grau de fragmentação do bioma (CUNHA et al., 2007). Além disso, mesmo com tamanha riqueza, o cerrado não vem recebendo a merecida atenção no que diz respeito a uma política adequada de conservação, já que apenas 7% de sua área é formada por paisagem natural preservada (DIAS, 1992). A elevada biodiversidade e quantidade de espécies endêmicas do bioma, somadas a grande destruição do bioma, levaram o Cerrado a ser considerado como um dos hotspots mundiais para a conservação da biodiversidade (MYERS et al., 2000; KLINK & MACHADO, 2005). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1264-2012

As floras de muitas áreas remanescentes de Cerrado permanecem ainda pouco estudadas e um inventário florístico é o primeiro passo para o conhecimento da vegetação, servindo como base para estudos em diferentes áreas do conhecimento e para o planejamento de projetos de conservação (CAMPBELL, 1989; MENDONÇA et al., 1998). Portanto, o objetivo deste estudo foi realizar o levantamento das plantas vasculares ocorrentes na Floresta Nacional de Silvânia, Goiás, Brasil. METODOLOGIA O município de Silvânia está localizado a 95 km de Goiânia, na região leste do Estado de Goiás. A Floresta Nacional de Silvânia (FLONA-Silvânia) é uma unidade de conservação com área de 466,55 ha., localizada aproximadamente a 16º39 S e 48º36 W a uma altitude média de 900 m. O clima na região, segundo KÖPPEN (1943) é classificado como Aw (tropical chuvoso), com um verão quente e chuvoso (outubro-março) e inverno seco e frio (abril-setembro). Na FLONA-Silvânia são encontrados vários tipos de vegetação que compõem o Bioma Cerrado, tais como: campo sujo, cerrado sentido restrito, cerradão, mata seca e mata de galeria. O levantamento florístico foi realizado mensalmente entre março de 2009 e junho de 2010 na FLONA-Silvânia. Todas as fitofisionomias foram visitadas e as espécies em fase reprodutiva foram coletadas. A coleta, a herborização e a secagem do material foram realizadas de acordo com as técnicas usuais da botânica (MORI et al., 1985; BRIDSON & FORMAN, 1992). As coletas foram depositados na coleção do Instituto de Pesquisas Ambientais e Ações conservacionistas (IPAAC). A identificação das espécies foi feita através da literatura, comparação com espécimes de herbário e consultas a especialistas. Para a classificação das famílias foi utilizado o sistema APG III (2009). Paralelamente ao levantamento em campo, materiais dos herbários CEN, UB e UFG foram consultados, e espécies coletadas no município de Silvânia foram acrescentadas a listagem obtida com os trabalhos de campo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram registradas 244 espécies de angiospermas em 67 famílias e 177 gêneros (Tabela 1). As famílias mais diversas foram Fabaceae com 37 espécies; Malpighiaceae (15); Rubiaceae (14); Piperaceae (10); Melastomataceae, Orchidaceae e Vochysiaceae (nove); Asteraceae e Myrtaceae (oito); Apocynaceae e Bignoniaceae (sete); Malvaceae e Poaceae (seis). Os gêneros mais ricos foram Piper (oito espécies); Banisteriopsis e Miconia (seis); Byrsonima (cinco); Aspidosperma e Qualea (quatro). As angiospermas encontradas em Silvânia representam aproximadamente 2,17% das espécies, 12,19% dos gêneros e 39,64% das famílias presentes no Bioma Cerrado (MENDONÇA et al., 2008). Fabaceae é a família mais bem representada em Silvânia, corroborando os dados para o Bioma Cerrado. No entanto, algumas famílias que apresentam um grande número de espécies no Bioma não apresentaram um número de espécies tão alto em Silvânia (e.g. Asteraceae, Orchidaceae e Poaceae) e as famílias Rubiaceae e Piperaceae apresentaram riqueza maior do que o esperado (MENDONÇA et al., 2008). Provavelmente isso deve ocorrer pelo predomínio das formações florestais e savânicas, em detrimento das campestres (COUTINHO, 1978; TANNUS & ASSIS, 2004; BATALHA & MARTINS, 2007). As árvores foram a forma de vida mais comum com 55,74%, seguida de arbustos (22,13%), ervas (11,07%), lianas (6,97%) e epífitas (3,28%). Entre as ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1265-2012

espécies árboreas, as famílias mais ricas foram Fabaceae (24 espécies); Vochysiaceae (nove); Rubiaceae (sete); Apocynaceae, Malvaceae e Melastomataceae (seis); Malpighiaceae e Myrtaceae (cinco). Entre os arbustos as famílias mais ricas foram: Piperaceae (oito espécies), Rubiaceae (seis) e Malpighiaceae (cinco). O componente herbáceo teve como principais famílias Poaceae (seis espécies) e Fabaceae (cinco). A fitofisionomia mais rica foi o cerrado sensu stricto, com 55,74% das espécies, seguida de mata de galeria (38,52%), mata seca semi-decídua (21,31%), cerradão (14,75%), campo sujo (13,93%) e mata ciliar (11,48%). A maioria das espécies possui algum uso humano conhecido (66,9%). Os usos mais comuns são: medicinal (26,23%), madeira ou lenha (24,17%), ornamental e paisagismo (15,16%), alimentício (13,11%) e artesanal (5,32%). A maior parte das espécies encontradas é de formações florestais e savânicas, o que é o esperado para áreas dentro do Bioma Cerrado. Mais da metade das espécies encontradas em Silvânia são árvores, e o segundo hábito mais comum é o arbustivo. Esses valores contrariam o que é encontrado no Bioma Cerrado como um todo, onde o hábito herbáceo é o mais comum, seguido pelo arbustivo e só depois vem o arbóreo (MENDONÇA et al., 2008). CONCLUSÃO Foram registradas 244 espécies de angiospermas na Floresta Nacional de Silvânia. Um número de espécies baixo comparado com outros levantamentos em Cerrado, todavia essa Unidade de Conservação possui apenas 466,55 ha. Dentre as espécies encontradas, mais da metade são arbóreas, o que pode ser explicado pelo fato de a FLONA-Silvânia apresentar um predomínio formações florestais e savânicas, em detrimento de ambientes campestre. O que também explica Fabaceae como a família mais representativa, e Asteraceae e Poaceae com número de espécies abaixo do que seria esperado para o Bioma Cerrado. AGRADECIMENTOS Ao ICMBio pela oportunidade de desenvolver o trabalho na unidade, aos funcionários da FLONA-Silvânia e pesquisadores do IPAAC pelo apoio logístico nos trabalhos de campo. REFERÊNCIAS APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, p. 105-121, 2009. BATALHA, M. A.; MARTINS, F. R. The Vascular Flora of the Cerrado in Emas National Park (Central Brazil): a Savanna Flora Summarized. Brazilian Archives of Biology and Technology, v. 50, n. 2, p. 269-277, 2007 BRIDSON, D.; FORMAN, L. The Herbarium Handbook. Kew: Royal Botanic Gardens, 1992. 346 p. CAMPBELL, D. G. The importance of Floristic Inventory in the Tropics, 1989, p. 5-30. In: Campbell, D. G.; Hammond, H. D. (eds.) Floristic Inventory of Tropical Countries. New York: New York Botanical Garden, 1989. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1266-2012

COUTINHO, L.M. O conceito de cerrado. Revista Brasileira de Botânica, v. 1, p. 17-23. 1978 CUNHA, H. F.; FERREIRA, A. A.; BRANDÃO, D. Composição e fragmentação do Cerrado em Goiás usando Sistema de Informação Geográfica (SIG). Bol. Goian. Geog., v. 27, p. 139-152, 2007. DIAS, B. F. D. S. Alternativas de desenvolvimento dos Cerrados: Manejo e Conservação dos Recursos Naturais Renováveis, p. 7-8, 1992. EITEN, G. The cerrado vegetation of Brazil. Botanical Review, v. 38, p. 201-341, 1972. EITEN, G. Formas Fisionômicas do Cerrado. Revista Brasileira de Botânica. v. 2, n. 2, p. 139-148, 1979. EITEN, G. Vegetação do Cerrado, 1993, p. 17-73. In: Novaes Pinto, M (org.). Cerrado: caracterização, ocupação e perspectivas. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1993. HARIDASAN, M. Observations on soils, foliar nutrient concentration and floristic composition of cerrado sensu stricto and cerradão communities in central Brazil, 1992, p. 171-184. In: FURLEY, P. A.; PROCTOR, J.; RATTER, J. A. (eds.). Nature and Dynamics of Forest-Savanna Boundaries. London: Chapman & Hall Publishing, 1992. KLINK, C. A.; MACHADO, R. B. Conservation of Brazilian Cerrado. Conserv. Biol., v. 19, p. 707-713, 2005. KÖPPEN, W. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. México: Fondo de Cultura Econômica, 1948. 479p. MENDONÇA, R. C.; FELIFILI, J. M.; WALTER, B. M. T.; SILVA-JÚNIOR, M. C.; REZENDE, A. B.; FILGUEIRAS, T. S.; NOGUEIRA P. E. Flora Vascular do Cerrado, 1998, p. 289-556. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. (eds.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA CPAC, 1998. MENDONÇA, R. C.; FELFILI, J. M.; WALTER, B. M. T.; SILVA-JÚNIOR, M. C.; REZENDE, A. B.; FILGUEIRAS, T. S.; NOGUEIRA, P. E.; FAGG. C. W. Flora vascular do Bioma Cerrado: checklist com 12.356 espécies, 2008, p. 213-228. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. (orgs.). Cerrado: Ecologia e Flora. V.2. Brasília: Embrapa Cerrados, 2008. MORI, S. A.; SILVA, L. A. M.; LISBOA, G.; CORADIN, L. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. Itabuna: Centro de Pesquisas do Cacau, 1985,104p. MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-858, 2000. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1267-2012

RATTER, J. A.; DARGIE, T. C. D. An analysis of the floristic composition of 26 cerrado areas in Brazil. Edinburg Journal of Botany, v. 49, n. 2, p. 235-250, 1992. RATTER, J. A.; RIBEIRO, J. F.; BRIDGEWATER, S. The Brazilian Cerrado Vegetation and Threats to its Biodiversity. Annals of Botany, v. 80, p. 223-230, 1997. RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado, 1998, p. 89-168. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. (eds.). Cerrado: ambiente e flora. Brasília: Embrapa/CPAC, 1998. RIZZINI, C. T. A flora do Cerrado: análise florística das savanas centrais, 1971, p. 107-153 In: Ferri, M. G. (ed). Simpósio sobre o Cerrado, São Paulo: EDUSP, 1971. TANNUS, J. L. S.; ASSIS, M. A. Composição de espécies vasculares de campo sujo e campo úmido em área de cerrado, Itirapina SP, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 27, n. 3, p. 489-506, 2004. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1268-2012

ANEXO I TABELA 1. Lista das espécies de plantas vasculares ocorrentes na Floresta Nacional de Silvânia, Goiás, Brasil. AT Antropizado; CE Cerrado Sensu stricto; CR - Cerradão; CS Campo Sujo; MC Mata Ciliar; MG Mata de Galeria; MS Mata Seca Semidecídua. Espécies Fitofisionomia Hábito Acanthaceae Aphelandra longiflora (Lindl.) Profice MS Arbusto Hygrophila costata Nees MG Erva Lepidagathis floribunda (Pohl) Kameyama MS Arbusto Amaranthaceae Gomphrena arborescens L. f. CE, CS Arbusto Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen MG, CE, Arbusto Anacardiaceae Anacardium occidentale L. CE Árvore Lithraea molleoides (Vell.) Engl. MS Árvore Tapirira guianensis Aubl. MS, CR Árvore Annonaceae Annona crassiflora Mart. CE Árvore Cardiopetalum calophyllum Schltdl. MG, CE Árvore Xylopia aromatica (Lam.) Mart. CE, CR Árvore Xylopia sericea A. St.-Hil. CE, CR Árvore Apocynaceae Aspidosperma cylindrocarpon Müll. Arg. MC, MG Árvore Aspidosperma macrocarpon Mart. CE Árvore Aspidosperma subincanum Mart. ex A. DC. MC, MG, MS Árvore Aspidosperma tomentosum Mart. CE Árvore Hancornia speciosa Gomes CE Árvore Himatanthus obovatus (Müll. Arg.) Woodson CE Árvore Odontadenia lutea (Vell.) Markgr. CR, CS Liana Araceae Philodendron scandens K. Koch & Sello MS, MG Liana Araliaceae Schefflera macrocarpa (Cham. & Schltdl.) Frodin CE Árvore Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin MC, MG, CE Árvore ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1269-2012

Schefflera vinosa (Cham. & Schltdl.) Frodin & Fiaschi CE Árvore Arecaceae Euterpe edulis Mart. MG Árvore Mauritia flexuosa L.f. MG Árvore Syagrus flexuosa (Mart.) Becc. CE Arbusto Asteraceae Acmella ciliata (Kunth) Cass. CL Erva Baccharis dracunculifolia DC. CE Arbusto Chresta sphaerocephala DC. CS Arbusto Eremanthus glomerulatus Less. CE Árvore Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera CE, CS Árvore Leptostelma tweediei (Hook. & Arn.) D. J. N. Hind & G. L. Nesom CL Erva Piptocarpha rotundifolia (Less.) Baker CE Árvore Riencourtia oblongifolia Gardner CE, CS Arbusto Bignoniaceae Arrabidaea florida A. DC. MG, CE Liana Callichlamys latifolia (Rich.) K. Schum. MC Liana Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos MS Árvore Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos CE Árvore Jacaranda puberula Cham. CE Árvore Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. MG, CE Arbusto Zeyheria montana Mart. CE, CS Arbusto Bromeliaceae Ananas ananassoides (Baker) L. B. Sm. CS Erva Bromelia serra Griseb. MS, CS Erva Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand CE, MS Árvore Cactaceae Rhipsalis cereuscula Haw. MG Erva Cannabaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. MG, MS Árvore Caryocaraceae Caryocar brasiliense Cambess. CE, CR Árvore Celastraceae Cheiloclinium cognatum (Miers) A. C. Sm. MG Árvore Maytenus floribunda Reissek MC, MG, CE Árvore Chrysobalanaceae ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1270-2012

Hirtella glandulosa Spreng. MS Árvore Licania apetala (E. Mey.) Fritsch CR, MS Árvore Parinari obtusifolia Hook. f. CE, CS Arbusto Clusiaceae Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. CE, CS Árvore Kielmeyera speciosa A. St.-Hil. CE, CS Árvore Combretaceae Combretum fruticosum (Loefl.) Stuntz MC, MG, MS Liana Terminalia argentea Mart. CE, CR Árvore Connaraceae Connarus suberosus Planch. CE Árvore Rourea induta Planch. CS Arbusto Cucurbitaceae Cayaponia espelina (Silva Manso) Cogn. CE, CS Reptante Cyperaceae Rhynchospora consanguinea (Kunth) Boeck. MG, CE, CS Erva Dichapetalaceae Tapura amazonica Poepp. MG Árvore Dilleniaceae Curatella americana L. CE Árvore Davilla elliptica A. St.-Hil. CE Arbusto Doliocarpus dentatus (Aubl.) Standl. MC, MG, MS, CR, CE Liana Ebenaceae Diospyros ebenaster Retz. CR Árvore Diospyros hispida A. DC. CE Árvore Elaeocarpaceae Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. MC, MG, MS Árvore Erythroxylaceae Erythroxylum campestre A. St.-Hil. CR, CE, CS Arbusto Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. CE Árvore Erythroxylum tortuosum Mart. CE Árvore Euphorbiaceae Croton urucurana Baill. MC Árvore Manihot tripartita (Spreng.) Müll. Arg. CS Arbusto Maprounea guianensis Aubl. MG Arbusto MC, MG, CR, Árvore ou Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. CE arbusto Fabaceae ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1271-2012

Anadenanthera peregrina (L.) Speg. CE Árvore Andira paniculata Benth. CE Árvore Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. MS Árvore Bauhinia curvula Benth. CE, CS Arbusto Bauhinia rufa (Bong.) Steud. CE Arbusto Bowdichia virgilioides Kunth MC, MG, MS, CE, CS Árvore Camptosema scarlatinum (Mart. ex Benth.) Burkart MG, MC, CR Liana Centrosema macrocarpum Benth. MC Liana Centrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandegee MG Reptante Chamaecrista planaltoana (Harms) H.S. Irwin & Barneby CR, CS Erva Chamaecrista rotundifolia (Pers.) Greene CR, CS Erva Copaifera langsdorffii Desf. MG Árvore Dalbergia miscolobium Benth. CE Árvore Desmodium discolor Vogel MG, CE, CR Erva Dimorphandra mollis Benth. CE Árvore Dipteryx alata Vogel CE Árvore Enterolobium gummiferum (Mart.) J. F. Macbr. CE, MS Árvore Hymenaea courbaril L. MS Árvore Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne CE Árvore Inga cylindrica (Vell.) Mart. MC, MG, MS Árvore Inga laurina (Sw.) Willd. MG Árvore Inga uruguensis Hook. & Arn. MG Árvore Leptolobium dasycarpum Vogel CE Árvore Machaerium acutifolium Vogel CE Árvore Machaerium opacum Vogel CE Árvore Periandra coccinea (Schrader) Benth. MG, MS, CE Liana Phaseolus coccineus L. AT Erva Platypodium elegans Vogel CE Árvore Pterodon pubescens (Benth.) Benth. CE, MS Árvore Sclerolobium paniculatum Vogel CE, CS Árvore Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose MG Árvore Senna silvestris (Vell.) H.S. Irwin & Barneby MC, MS, CR, CE Árvore Sesbania exasperata Kunth MC Arbusto Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville CE Árvore Stylosanthes capitata Vogel CE Erva Stylosanthes macrocephala M. B. Ferreira & S. Costa CE Reptante ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1272-2012

Tachigali aurea Tul. CR Árvore Gentianaceae Calolisianthus speciosus (Cham. & Schltdl.) Gilg CE, CS Erva Icacinaceae Emmotum nitens (Benth.) Miers MS Árvore Iridaceae Sisyrinchium vaginatum Spreng. CR, CE, CS, MG Erva Trimezia martinicensis (Jacq.) Herb. CE, CS Erva Lamiaceae Vitex polygama Cham. MG Árvore Loganiaceae Antonia ovata Pohl MG, CE, CR Arbusto Loranthaceae Psittacanthus robustus (Mart.) Mart. MG, CE Hemiparasita Lythraceae Cuphea melvilla Lindl. MC, MG Arbusto Malpighiaceae Banisteriopsis anisandra (A. Juss.) B. Gates CE Liana Banisteriopsis argyrophylla (A. Juss.) B. Gates CE Liana Banisteriopsis campestris (A. Juss.) Little CE Arbusto Banisteriopsis goiana B. Gates CE Arbusto Banisteriopsis megaphylla (A. Juss.) B. Gates CE Arbusto Banisteriopsis variabilis B. Gates CE Liana Byrsonima basiloba A. Juss. CE Arbusto Byrsonima coccolobifolia Kunth CE Árvore Byrsonima laxiflora Griseb. CE, MG Árvore Byrsonima pachyphylla A. Juss. CE Árvore Byrsonima verbascifolia (L.) DC. CE Árvore Camarea hirsuta A. St.-Hil. CE Erva Diplopterys pubipetala (A. Juss.) W. R. Anderson & C. Cav. Davis CE Liana Heteropterys byrsonimifolia A. Juss. CE Árvore Heteropterys campestris A. Juss. CE Arbusto Malvaceae Ceiba speciosa (A. St.-Hil.) Ravenna MS Árvore Eriotheca candolleana (K. Schum.) A. Robyns MG Árvore Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott & Endl. CE Árvore Guazuma ulmifolia Lam. MG, MS, CE Árvore ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1273-2012

Luehea candicans Mart. & Zucc. MS Árvore Pseudobombax longiflorum (Mart. & Zucc.) A. Robyns CE Árvore Melastomataceae Macairea radula (Bonpl.) DC. MG Árvore Miconia albicans (Sw.) Triana CE Árvore Miconia chamissois Naudin MG Arbusto Miconia ferruginata DC. MG Árvore Miconia leucocarpa DC. CR Árvore Miconia ligustroides (DC.) Naudin MS Arbusto Miconia nervosa (Sm.) Triana MG, CE Árvore Rhynchanthera grandiflora (Aubl.) DC. MG, CE Arbusto Tibouchina stenocarpa (Schrank & Mart. ex DC.) Cogn. CE Árvore Meliaceae Guarea guidonia (L.) Sleumer MG Árvore Trichilia catigua A. Juss. MG, MS Árvore Trichilia elegans A. Juss. MG, MS Árvore Monimiaceae Siparuna guianensis Aubl. CE Árvore Moraceae Brosimum gaudichaudii Trécul CE Árvore Myristicaceae Virola sebifera Aubl. MS, MG Árvore Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze CR Árvore Myrsine umbellata Mart. MS Árvore Myrtaceae Campomanesia adamantium (Cambess.) O. Berg CE, CS Arbusto Eugenia bimarginata DC. CE, CS Árvore Guajava myrsinodes (O. Berg) Kuntze CE Arbusto Myrcia bella Cambess. CR Arbusto Myrcia rostrata DC. MG Árvore Myrcia splendens (Sw.) DC. MG Árvore Psidium salutare var. pohlianum (O. Berg) Landrum CE Árvore Psidium sartorianum (O. Berg) Nied. MG, MS, CE Árvore Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell CE, MS Árvore Neea theifera Oerst. CE Árvore Ochnaceae ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1274-2012

Ouratea floribunda (A. St.-Hil.) Engl. CE, CS Arbusto Ouratea hexasperma (A. St.-Hil.) Baill. CE Árvore Ouratea nana (A. St.-Hil.) Engl. CE Arbusto Orchidaceae Acianthera ramosa (Barb. Rodr.) F. Barros MG Epífita Cohniella cebolleta (Jacq.) Christenson MS Epífita Epidendrum difforme Jacq. MG, MS Epífita Epidendrum paniculatum Ruiz & Pav. MG Epífita Epidendrum rigidum Jacq. MG, MS Epífita Eulophia alta (L.) Fawc. & Rendle CE Erva Liparis nervosa (Thunb.) Lindl. MG Erva Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. MG, MS, CE Erva Sanderella discolor Cogn. MG Epífita Picramniaceae Picramnia sellowii Planch. MC, MS Árvore Piperaceae Peperomia circinnata Link MG Epífita Peperomia elongata Kunth MG, MS Epífita Piper aduncum L. MG Arbusto Piper arboreum Aubl. MG Arbusto Piper dilatatum Rich. MG Arbusto Piper fuligineum Kunth MG Arbusto Piper glabratum Kunth MG Arbusto Piper miquelianum C. DC. MG Arbusto Piper ovatum Vahl MG Arbusto Piper regnellii (Miq.) C. DC. MG Arbusto Poaceae Arundinella hispida (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Kuntze MG, CS Erva Ichnanthus camporum Swallen CE, CS Erva Melinis minutiflora P. Beauv. CE, CS Erva Olyra ciliatifolia Raddi MG Erva Panicum olyroides Kunth CS Erva Paspalum guenoarum Arechav. CE Erva Polygalaceae Bredemeyera floribunda Willd. MC, MG, CR Liana Bredemeyera velutina A.W. Benn. MC, MG, CR Liana Polygala poaya Mart. MC, MG, CR, CE Erva ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1275-2012

Proteaceae Roupala montana Aubl. CE Árvore Rhamnaceae Rhamnus sphaerosperma Sw. Rosaceae ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1276-2012 MG Árvore ou arbusto Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.) D. Dietr. MC, MG, CE Árvore Rubiaceae Chomelia obtusa Cham. & Schltdl. MC, MG, CE, CS Arbusto Chomelia pohliana Müll. Arg. MG, CE Árvore Cordiera macrophylla (K. Schum.) Kuntze MG Árvore Coussarea hydrangeifolia (Benth.) Müll. Arg. MS Arbusto Faramea nitida Benth. MS Arbusto Guettarda pohliana Müll. Arg. MG, CR Árvore Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. MG, CR, CE Árvore Palicourea marcgravii A. St.-Hil. MS Arbusto Palicourea rigida Kunth CE Arbusto Psychotria barbiflora DC. MG, CE Arbusto Psychotria carthagenensis Jacq. MC, MG Árvore MG, MS, CR, Árvore ou Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. CE arbusto Rustia formosa (Cham. & Schltdl. ex DC.) Klotzsch MG Árvore Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. CR Árvore Rutaceae Hortia brasiliana Vand. ex DC. CE Arbusto Zanthoxylum rhoifolium Lam. CE Árvore Salicaceae Casearia grandiflora Cambess. MG, MS, CR, CE Árvore Casearia sylvestris Sw. MS Árvore Santalaceae Phoradendron crassifolium (Pohl ex DC.) Eichler MC, MG, CE Hemiparasita Phoradendron perrottetii (DC.) Eichler MG Hemiparasita Sapindaceae Allophylus sericeus Radlk. MC, Ms Árvore Cupania vernalis Cambess. MC, MG, MS, CR, CE Árvore Matayba guianensis Aubl. MG, MS,CR, CE Árvore Serjania erecta Radlk. MS, CE Liana Smilacaceae

Smilax goyazana A. DC. CE, CS Arbusto Solanaceae Capsicum chinense Jacq. AT Liana Solanum lycocarpum A. St.-Hil. CE Árvore Styracaceae MG, MS, CE, Árvore ou Styrax camporum Pohl CS arbusto Styrax ferrugineus Nees & Mart. CE Árvore Styrax pohlii A. DC. MS Árvore Symplocaceae Symplocos nitens (Pohl) Benth. MG Árvore Urticaceae Cecropia pachystachya Trécul CE Árvore Vochysiaceae Callisthene major Mart. MG, CR Árvore Qualea dichotoma (Mart.) Warm. CR Árvore Qualea grandiflora Mart. CE, CR Árvore Qualea multiflora Mart. CE Árvore Qualea parviflora Mart. CE Árvore Salvertia convallariodora A. St.-Hil. CE, CR Árvore Vochysia cinnamomea Pohl CE Árvore Vochysia thyrsoidea Pohl CE Árvore Vochysia tucanorum Mart. MC, MG Árvore Zingiberaceae Hedychium coronarium J. König AT Erva ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.8, N.14; p. 1277-2012