PORTARIA Nº 3101/2013-GP. A Excelentíssima Senhora Desembargadora LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no uso de suas atribuições legais, etc. CONSIDERANDO a necessidade de fomentar a interação e a troca de experiências entre as diversas comarcas do Estado e com outros Tribunais, como objetivo do Plano de Gestão do biênio 2013/2015; CONSIDERANDO a necessidade de instituição e implementação do Banco de Boas Práticas de servidores e magistrados, com o intuito de catalogação de ideias que resultem na melhoria da prestação jurisdicional; CONSIDERANDO, finalmente, o expediente protocolizado sob o nº 2013001020294 do magistrado Deomar Alexandre de Pinho Barroso, Juiz de Direito Titular da Comarca da 3ª Vara da Comarca de Abaetetuba; RESOLVE: Art. 1º. Autorizar a implementação do Projeto CONQUISTANDO A LIBERDADE, apresentado pelo magistrado Deomar Alexandre de Pinho Barroso, Juiz de Direito Titular da Comarca da 3ª Vara da Comarca de Abaetetuba, cujo objetivo é Ressocializar o preso através de sua atuação na prevenção da incidência criminal de crianças e adolescentes, de sua conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente, do exemplo à comunidade de práticas de educação ambiental, bem como a geração de empregos junto a Prefeituras locais, com contratação de mão de obra carcerária. Art. 2 o. Os termos do Projeto CONQUISTANDO A LIBERDADE, tal como o anexo constante do expediente protocolizado sob o nº 2013001020294, devem ser publicados e fazem parte integrante desta Portaria. Art. 3º. Determinar a inclusão do presente projeto no Banco de Boas Práticas do Poder Judiciário do Estado do Pará. Publique-se, Registre-se. Cumpra-se. Belém, 14 de agosto de 2013. Desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento Presidente DJ.Nº 5328/2013 Belém, 19 de agosto de 2013.
PROJETO: CONQUISTANDO A LIBERDADE ALINHAMENTO AO PLANO DE GESTÃO TEMA 4 ALINHAMENTO E INTEGRAÇÃO OBJETIVO ESTRATÉGICO 4.2 Fomentar a interação e a troca de experiências entre as diversas comarcas do Estado e com outros Tribunais AÇÃO 4.2.2 Instituir e implementar o Banco de Boas Práticas de Servidores e Magistrados JUSTIFICATIVA A população carcerária do Estado do Pará atingia 12.197 (doze mil cento e noventa e sete) em 01/07/2013, distribuídos em 39 Unidades Penitenciárias. O perfil dessa população está descrito ao final deste projeto,conforme pesquisa realizada com presos no ano de 2009. Vale ressaltar que o confinamento cria, aprofunda e favorece determinados comportamentos inerentes ao mesmo, tais como perda da consciência espacial, perda de referências e identidade, baixa autoestima, cerceamento dos hábitos de higiene pessoal e ambiental, dentre outros. A questão da Segurança Pública segundo a nossa Constituição deverá ser enfrentada pelo Estado, estabelecendo parcerias com a sociedade civil. Reza a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 144, que: "A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Assim sendo, se faz necessário criar estratégias de ação articulando parcerias, patrocínios e apoio que venham atender aos anseios da sociedade bem como promover novos valores morais na população carcerária fazendo-os se sentirem dignos enquanto seres humanos mesmo na condição de presos. Diante deste cenário foi concebido o Projeto Conquistando a Liberdade, elaborado pelo Juiz Deomar Alexandre de Pinho Barroso, que trabalha com a quebra do preconceito em relação ao preso; o resgate da sua autoestima; a honrosa tarefa de conscientizar o aluno da escola pública para viver longe do mundo do crime, tudo através de práticas de Educação Ambiental, conscientizando o preso e a comunidade sobre a importância do meio ambiente.
O trabalho com os alunos é relevante no projeto, pois enfatiza o combate à violência por meio do Papo di Rocha. No papo, o preso informa ao aluno: não faça o que eu fiz, siga o caminho da educação e do respeito aos pais e professores. Conta aos alunos das escolas como se deu a sua entrada no mundo do crime, a experiência do cárcere, a vida longe da família e todas as perdas com o encarceramento para que o aluno não pratique atos infracionais ou crimes, futuramente. É atividade de cultura da paz. O trabalho de recuperação em espaços públicos também é destaque no projeto. Nesse caso, os presos trabalham com reforma ou conserto dos locais indicados que podem ser praças, postos de saúde, delegacias, hospitais, escolas e cemitérios. Assim, ao tempo em que melhoram as condições de áreas públicas, gerando qualidade de vida para a população local criam a consciência da preservação do patrimônio publico. PÚBLICO BENEFICIADO Custodiados do Sistema Penitenciário e estudantes da rede pública de ensino e comunidades. LOCALIZAÇÃO Municípios do Estado do Pará que tenham Centro de Recuperação. Unidades do Interior Centro de Recuperação de Paragominas CRP Centro de Recuperação de Salinópolis CRSAL Centro de Recuperação de Tomé-Açu - CRTA Centro de Recuperação Mariano Antunes CRAMA Centro de Recuperação de Abaetetuba CRAB Centro de Recuperação de Mocajuba CRMOC Centro de Recuperação de Capanema CRCAP Centro de Recuperação de Redenção. Centro de Recuperação de Altamira Centro de Penitenciário Agrícola de Santa Isabel Centro de Recuperação de Cametá Centro de Recuperação de Bragança Centro de Recuperação de Marabá Centro de Recuperação de Tucuruí Centro de Recuperação de Castanhal Centro de Recuperação de Santarém
Centro de Recuperação de Itaituba Unidades da Região Metropolitana Complexo Penitenciário de Americano Presídio Estadual Metropolitano PEM I OBJETIVOS DO PROJETO GERAL Ressocializar o preso através de sua atuação na prevenção da incidência criminal de crianças e adolescentes, de sua conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente, do exemplo à comunidade de práticas de educação ambiental, bem como a, geração de empregos junto a Prefeituras locais, com contratação de mão de obra carcerária. ESPECIFÍCO(S) Quebrar os preconceitos da comunidade escolar em relação ao preso Resgatar a autoestima do preso Prevenir a incidência criminal entre crianças e adolescentes Conscientizar o preso e a comunidade sobre a importância do meio ambiente Favorecer maior interação entre o Sistema de Segurança Pública e a Sociedade Diminuir a tensão nas unidades penitenciárias Estreitar vínculos familiares Remir a pena através da educação e do trabalho Gerar emprego junto a Prefeituras e empresas para os detentos Conservar e reformar logradouros públicos através do trabalho dos presos METAS Inserir no projeto, em média, 20 (vinte) presos por unidade penitenciária no período de execução do projeto. RESPONSÁVEL Juiz Deomar Alexandre de Pinho Barroso
EQUIPE A equipe de trabalho será formada a cada evento do projeto, unindo equipes interinstitucionais. PARCEIROS EXTERNOS Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará SUSIPE (coordenadora de execução) Prefeituras Municipais PROPAZ PM Defensoria Publica Ministério Publico Outras instâncias públicas que demonstrem interesse pelo projeto PRAZO DE EXECUÇÃO A partir de fevereiro de 2013 a janeiro de 2015, o evento poderá acontecer entre os dias 10 e 20 de cada mês, concomitantemente, em todos os municípios inseridos no projeto, de acordo com seu interesse, no horário de 08h00 às 17h00. METODOLOGIA A intervenção técnica dar-se-á visando dois focos: intra e extramuros, tendo em vista a necessidade de perceber o indivíduo preso não como um ser isolado e sim pertencente a grupos sociais, tais quais: família, escola, comunidade e a sociedade em geral. No que concerne ao espaço carcerário (intramuros), propõe-se que se estabeleça um projeto que intervenha no preso através de recursos psicossociais e pedagógicos, de forma gradativa. No âmbito psicossocial, com vistas resgatar os direitos dos presos e consequentemente a cidadania através da emissão de documentação civil, análise e apoio ao grupo familiar e encaminhamentos à rede de serviços e resgate de auto-estima.
Em nível pedagógico, objetiva-se preparar os envolvidos num processo de educação ambiental e comportamental. Fora do ambiente carcerário, no âmbito extramuros cabe à coordenação do projeto articular junto às Prefeituras dos municípios e suas Secretarias no intuito de sensibilizar seus gestores quanto à adesão ao referido projeto, bem como geração de emprego para o detento. Nessa mesma linha é importante o estabelecimento de parcerias, patrocínio e ou apoio de empresas privadas, para aquisição de recursos materiais. É, pois, nessa fase, que serão promovidas reuniões com representantes de órgãos e instituições para sensibilização e definição dos locais onde se realizarão as atividades (praças, ruas e escolas), bem como os recursos materiais financeiros e humanos necessários, o cronograma de atividades, bem como as competências que cabem a cada órgão. PLANILHAS DE APOIO AO PROJETO Em apoio à execução das atividades do projeto, foram concebidas planilhas técnicas que ajudam na elaboração das etapas do trabalho. 1. Cronograma de Execução UNIDADE PENITENCIÁRIA MÊS DIA LOCAL RESPONSÁVEL 2. Detalhamento Das Atividades: Município: Local: Unidade Penitenciária:
Data: ATIVIDADE OBJETIVO HORÁRIO RESPONSÁVEL OBS: ETAPAS Obs.: as atividades abaixo serão realizadas constantemente, pelos órgãos envolvidos no projeto. I - ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELA SUSIPE Seleção, capacitação e acompanhamento técnico (NRS) dos participantes, no decorrer do projeto Encaminhamento prévio da equipe técnica para as Unidades envolvidas no projeto visando a promoção, orientação e organização das atividades II - ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELAS PREFEITURAS E PARCEIROS
Definição de logradouros públicos para realização das atividades Garantia de apoio logístico (transporte, alimentação, hospedagem e mídia local) III - ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELO PROPAZ Articular as parcerias entre as entidades públicas e privadas para participar e patrocinar o projeto Adquirir recursos materiais (boné, camisas, ferramentas, equipamentos de segurança, tinta, pincel, rolo, escada e outros) IV - ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELOS RECUPERANDOS Capina Jardinagem Pintura Predial Serviços gerais Serviços de elétrica e hidráulica Palestra Papo di Rocha Orientações sobre educação ambiental V - ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELAS ESCOLAS Acolhimento do grupo carcerário com atividades culturais, tais como apresentação de dança, músicas, feira cultural ou exposições Mobilização da comunidade escolar e em geral para o evento. ORÇAMENTO Todas as despesas com o projeto são custeadas pelos parceiros: PROPAZ, SUSIPE, Prefeituras e empresas interessadas em colaborar com o projeto.