Universidade Candido Mendes Instituto A Vez do Mestre Pós-Graduação Lato Sensu



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Transcrição:

Universidade Candido Mendes Instituto A Vez do Mestre Pós-Graduação Lato Sensu Impacto Ambiental Causado por Óleo Vegetal Fernanda Soton Ferreira Salles Orientador: Francisco Carrera Rio de Janeiro 2010

2 Universidade Candido Mendes Pós Graduação Lato Sensu Instituto A Vez Do Mestre Impacto Ambiental Causado por Óleo Vegetal Objetivos: Este trabalho tende analisar o impacto causado pelo óleo vegetal na água e solo, apresentando formas de reutilização do óleo vegetal usado a fim de diminuir esse impacto. Gestão Ambiental Fernanda Soton Ferreira Salles

3 Agradecimentos: Agradeço primeiramente a Deus, meu criador, mantenedor e Salvador, à Ele toda honra e toda glória. Aos meus pais Creida e Godofredo, ao meu amado esposo Marcio. À minha amiga Elaine, Alessandra e Beth pelo incentivo. Também ao professor Francisco Carrera e a todos os professores e alunos da Universidade Candido Mendes do Curso de Gestão Ambiental. À todos meus sinceros agradecimentos.

4 Dedicatória: Dedico este trabalho a todos que se preocupam e lutam por um mundo mais sustentável e ecologicamente equilibrado.

5 Resumo O Brasil produz cerca de 9 bilhões de litros de óleo por ano, e apenas uma pequena parte desse óleo produzido é reutilizado e inserido novamente na cadeia produtiva. A maior parte do óleo produzido, depois de utilizado é descartado de forma inadequada, poluindo o ambiente aquático, terrestre e até mesmo contribuindo para a poluição atmosférica. A educação ambiental e a reciclagem são as maiores e melhores soluções para este grande problema não só ambiental, mas também econômico e social.

6 Metodologia Este trabalho trata-se de um levantamento bibliográfico, onde foram pesquisados livros, revistas, trabalhos acadêmicos e sites. Os principais autores consultados nesta pesquisa foram: Eliane Moretto, Roseane Fett e Marcos Reigota.

7 Sumário INTRODUÇÃO... 08 CAPÍTULO I O ÓLEO VEGETAL... 10 CAPÍTULO II IMPACTO AMBIENTAL... 15 CAPÍTULO III RESÍDUOS SÓLIDOS... 21 CAPÍTULO VI RECICLAGEM DO ÓLEO VEGETAL... 25 CONCLUSÃO... 29 BIBLIOGRAFIA... 30 ANEXOS... 31

8 Introdução O planeta Terra está sob sérias ameaças: poluição, aumento da temperatura global, destruição da camada de ozônio, enchentes, esgotamento de recursos naturais, extinção de espécies etc. Tudo isso em decorrência do crescimento da população humana e do desenvolvimento industrial e tecnológico, implementado pelo progresso científico. Nos últimos dois séculos, o desenvolvimento da sociedade industrial e o crescimento da população humana tem causado impactos ambientais sem precedentes. Muitos recursos naturais estão se esgotando e os resíduos produzidos pela atividade humana acumulam-se no ambiente, degradando-o seriamente. Ambientalistas apontam o óleo vegetal, que é utilizado principalmente na alimentação humana, como uma das maiores substâncias poluidoras do mundo. Apesar de não ser uma substância tóxica, é considerada uma substância de potente grau de poluição. O tema desta monografia é sobre o impacto que o óleo vegetal vem causando ao meio ambiente. O óleo vegetal é extraído de plantas chamadas de oleaginosas( plantas que fornecem óleo através das sementes ou frutos) como o girassol, a conola, milho, arroz, soja etc. No Brasil há uma variedade de plantas desse tipo, sendo a mais cultivada a soja. O óleo vegetal é uma substância importantíssima na alimentação humana por suas funções no organismo. Mas seu consumo exagerado e sem qualidade pode trazer sérios danos ao organismo. Como, por exemplo, a obesidade, aumento da pressão sanguínea e etc. O óleo utilizado em frituras de alimentos traz ainda mais danos à saúde, pois quando o óleo é submetido a altas temperaturas sua estrutura química se modifica formando novas substâncias, que são nocivas ao organismo humano. O Brasil produz nove bilhões de óleo vegetal por ano. Desse volume produzido 1/3 vai para óleos comestíveis. Apenas 2,5% de todo esse óleo

9 descartado é reciclado, ou seja, separado, coletado, filtrado e inserido novamente na cadeia produtiva. Grande parte desse óleo é descartado de forma inadequada diretamente na rede de esgoto ou lançado em lixões juntamente com outros resíduos. Essas ações tem levado a sérios impactos no meio ambiente, destruindo e desequilibrando vários ecossistemas. Um litro de óleo usado contamina um milhão de litros de água, quantidade suficiente para a sobrevivência de uma pessoa, desde banho, comida e consumo, por até 14 anos. A Educação Ambiental é uma ferramenta importantíssima e fundamental na sociedade e deve ser um processo permanente e contínuo, de promover a sensibilização, de oferecer conhecimento, habilidades e atitudes para minimizar tais problemas ambientais. Segundo Reigota (2004), é por meio da Educação Ambiental em todos os níveis sociais, intelectuais, técnicos, e científicos que podemos atingir a meta do desenvolvimento sustentável criando condições para a sobrevivência futura. Nesse sentido, a atuação individual do ser humano se somará coletiva busca de soluções para os problemas ambientais e sociais, que hoje se somam, tendo em vista que conscientemente se percebe as conseqüências da degradação ambiental. O óleo vegetal já é reutilizado como matéria-prima para fabricar produtos como: sabão e detergentes, massa de vidraceiro, tintas, glicerina e até combustível. O que falta é uma campanha de divulgação a nível nacional mais eficiente a fim de que as pessoas se conscientizem de suas ações e espalhar pontos de coleta do óleo em todo país. O objetivo deste estudo é avaliar o impacto ambiental causado pelo óleo vegetal na água e no solo, apresentando formas de reutilização desse óleo, evitando assim o despejo do óleo de fritura em aterros sanitários e na rede de esgoto, promovendo a saúde da população, protegendo os recursos naturais, reaproveitando resíduos e gerando renda.

10 CAPÍTULO I O ÓLEO VEGETAL. O óleo vegetal é uma gordura obtida através de plantas, predominantemente das sementes. Suas moléculas são formadas pela união de glicerol e ácido graxos insaturados chamados triglicerídeos que são classificados como lipídios. Os óleos vegetais são líquidos em temperatura ambiente e insolúvel em água, porém são solúveis em solventes orgânicos. Os óleos vegetais não são só usados como óleo de cozinha (comestíveis), mas também como lubrificantes, cosméticos, produtos farmacêutico, fabricação de tintas, combustíveis etc. O óleo vegetal, que dá origem aos óleos de cozinha, pode ser obtido de várias plantas oleaginosas, como a soja, canola, girassol, milho, etc. O Brasil possui uma enorme diversidade de espécies vegetais oleaginosas das quais se podem extrair uma grande quantidade de óleos. Segundo a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o país é o segundo maior produtor de soja do mundo. De acordo com as projeções realizadas, verifica-se que nesse ano de 2010 o Brasil deverá estar produzindo cerca de 57 milhões de toneladas de soja. 1.1 A Importância dos óleos na alimentação humana. Os óleos são gorduras que possuem importância fundamental na alimentação. As gorduras têm várias funções importantes em nosso organismo e constituem a maneira mais eficiente de reserva de energia. Nosso organismo armazena gorduras em células adiposas, especialmente sob a pele, formando o panículo adiposo. Além da reserva de energia, esse tecido adiposo funciona como isolante térmico e como proteção contra choques mecânicos.

11 A ingestão de gordura é essencial e indispensável na alimentação por duas razões: eles são veículos para absorção de vitaminas lipossolúveis(vitaminas A, D, E, K) e precisamos de certos ácidos graxos que não são sintetizados pelo organismo e devem provir diretamente da dieta. Essas moléculas de ácidos graxos pertencem às famílias chamadas ômega 6 e ômega 3. Os principais ácidos graxos que compõem a família ômega 6 são o ácido linoléico e o ácido araquidônico. Esses ácidos são encontrados em óleos vegetais, principalmente no óleo de milho, de girassol, de gergelim, de linhaça, de canola e de soja. A carência do ácido linoléico acarreta a alterações na membrana plasmática das células, que levam ao aumento da permeabilidade e à diminuição da resistência dos capilares sanguíneos. A carência do ácido araquidônico interfere na síntese de uma classe de substâncias chamadas prostoglandinas, que participam de grande variedade de processos em diferentes tecidos do corpo. Participam, por exemplo, em processos inflamatórios, na taxa de filtração do sangue nos rins e no controle da febre. A família ômega 3 contém três ácidos graxos: o linolênico, cujas principais fontes são os óleos vegetais de soja e canola; o eicosapentanóico e o decosahexaenóico. Esses ácidos contribuem para: diminuir a formação de coágulo, importante causa de infartos do miocárdio; reduzir o excesso de colesterol no sangue; ajuda a diminuir a pressão sanguínea alta; atenuar estados inflamatórios, como a artrite reumatóide. 1.2 O excesso de óleo na alimentação. O consumo de óleo na alimentação é importantíssimo, mas o excesso dele vem trazendo grandes complicações na saúde dos seres humanos. A quantidade e a qualidade do tipo de óleo/gordura devem ter atenção especial.

12 Em curto prazo, os problemas já são significativos, mas incorporando-se a gordura em excesso à alimentação diária, acaba-se desencadeando uma série de doenças silenciosas, porém graves. Uma das sérias doenças é a obesidade, que é um problema de saúde pública que atinge o mundo todo, onde a TV exerce grande influência sobre os hábitos alimentares e ainda gera o sedentarismo. O excesso de gordura na alimentação se acumula nos vasos da circulação sanguínea e, com o passar do tempo, formam-se as placas de gorduras chamadas de placas de ateroma, que provocam o aumento das taxas de colesterol no sangue, hipertensão arterial, aterosclerose, entre outras doenças. 1.3 A influência da temperatura sobre o óleo vegetal. Os óleos são muito utilizados na preparação de alimentos nos domicílios, estabelecimentos industriais e comerciais de produção de alimento. A fritura é uma operação de preparação rápida que utiliza óleo ou gordura como meio de transferência de calor, cuja importância é indiscutível para a produção de alimentos em lanchonetes, restaurantes comerciais ou industriais a nível mundial. Em estabelecimentos comerciais utilizam-se fritadeiras elétricas com capacidade que variam de 15 à 350 litros. Em indústrias de produção de alimentos, o processo normalmente é contínuo e a capacidade das fritadeiras pode ultrapassar a 1000 litros. Com a falta de legislação, o tempo de utilização do óleo varia de um estabelecimento a outro. (Santos, 2009). No processo de fritura, o alimento é submerso em óleo quente na presença de ar, e assim, é exposto à oxidação interagindo com uma série de agentes que (ar, água, alta temperatura e componentes dos alimentos que estão sendo fritos) causam degradações em sua estrutura, especialmente quando utilizado por um longo período, gerando compostos responsáveis por

13 odor e sabor desagradáveis, incluindo substâncias que podem causar riscos à saúde do consumidor. O consumo de alimentos fritos tem aumentado e pesquisas revelam que o óleo quente, em ebulição, altera as características químicas e orgânicas do alimento que é mergulhado nele. Segundo a nutricionista Maria Silvia da Unifesp, no processo de fritura, além da perda de nutrientes do alimento frito, a água presente no alimento cede lugar à gordura. Como se não bastasse, na maioria das vezes, as frituras são provenientes de óleos reaproveitados. A reutilização de gorduras e óleos para o preparo dos alimentos torna as frituras ainda mais perigosas (www.invivo.fiocruz.com.br). Segundo Moretto e Fett (1998), durante o aquecimento do óleo, no processo de fritura, ao mesmo tempo em que se infere ao alimento características organolépticas favoráveis, uma série de reações produz numerosos composto de degradação. Com o decorrer das reações, as qualidades funcionais, sensoriais e nutricionais se modificam e pode-se chegar a níveis em que não se consegue produzir alimento com qualidade. Por esse motivo, pesquisadores examinaram 22 pratos de alimentos diferentes, submetidos a frituras, utilizando o óleo de milho em temperatura entre 170 a 200ºC. Não se constatou nenhuma alteração significativa na composição de ácido graxo do óleo de milho. Ultrapassando-se, porém, a temperatura de 200ºC na fritura, constataram-se alterações no óleo utilizado, destacando-se uma diminuição dos ácidos graxos e a elevação da viscosidade. Foi comprovado que com o aumento da temperatura e do tempo da fritura, ocorrerá o aparecimento de substâncias prejudiciais à saúde humana. Por esta razão é condenável a prática, geralmente utilizada por pastelaria e lanchonetes, em não trocar o óleo velho por um novo, reusando sem limitação de tempo (Maretto e Fett, 1998).

14 Quando o óleo é submetido à alta temperatura, os triglicerídeos sofrem mudanças químicas. O glicerol, com a ação do calor, provoca a desidratação das moléculas. Nesse processo é formada uma substância chamada acroleína. A acroleína destrói as fibras elásticas, que conferem firmeza, elasticidade e rigidez às paredes das artérias. Além disso, causam irritação as mucosas gastrintestinal e nasal. Existem suspeitas que essa substância química seja cancerígena, mas ainda não há nada confirmado cientificamente. 1.4 Regulamentação sobre o descarte do óleo de fritura. Em alguns países como, Alemanha, Bélgica, Chile, Estados Unidos, Holanda, Suíça e França, existem regulamentações sobre as condições em que o óleo de fritura usado deve ser inutilizado para fins comestíveis. Em nosso país, não existe qualquer regulamentação que estabeleça regras para as alterações no óleo. Existe apenas na Resolução RDC-216, que dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas no Serviço de Alimentação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) uma citação em que os óleos e gorduras utilizados devem ser aquecidos a temperaturas não superiores a 180ºC, sendo substituído imediatamente sempre que houver alteração evidente das características físico-químicas ou sensoriais, tais como aroma e sabor, e formação intensa de espuma e fumaça.

15 CAPÍTULOII IMPACTO AMBIENTAL. Num futuro bem próximo, qualquer sistema econômico terá de se submeter, mais e mais, às exigências dinâmicas da natureza, entendida não como o mico-leão, o tatu-bola ou a orquídea selvagem em extinção, mas como a utilização dos recursos naturais para fins produtivos e com métodos não predatórios. Falar hoje em meio ambiente, portanto, é pensar em atuações econômicas e empresariais ( Hans Jöhr). Segundo a Resolução 1 de 23 de janeiro de 1986, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantes da atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: I- a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II- III- IV- as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V- a qualidade dos recursos ambientais. A Constituição Federal afirma no capítulo VI, artigo 225 que todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 2.1 Impactos Ambientais causados pelo óleo vegetal. Com o aumento do consumo de alimentos fritos pela população e a produção em estabelecimentos comerciais como bares, restaurantes e lanchonetes, indústrias são motivados a produzir cada vez mais óleo vegetal. O Brasil produz nove bilhões de óleo vegetal por ano. Desse volume produzido 1/3 vai para óleos comestíveis. Apenas 2,5% de todo esse óleo

16 descartado é reciclado, ou seja, separado, coletado, filtrado e reinserido novamente na cadeia produtiva. A maior parte desse óleo é descartado diretamente no esgoto doméstico ou lançado em lixões juntamente com outros resíduo. Quando lançados diretamente na rede de esgoto, o óleo emulsifica-se com a matéria orgânica ocasionando entupimento nas caixas de gordura e tubulações ocasionando prejuízo para o proprietário ou estação de tratamento aumentando o custo da manutenção. Em alguns casos a desobstrução de tubulações necessita de produtos químicos tóxicos. O óleo ainda pode chegar a rios, lagos e mares causando desequilíbrio nos ecossistemas. Estima-se que um litro de óleo lançado em um curso d água pode degradar um milhão de litros de água. O óleo não é considerado um contaminante grave, ele é considerado um contaminante de auto-volume, polui, mas não é tóxico. 2.2 Os Ecossistemas Aquáticos e a Influência do Óleo Vegetal. Os ecossistemas aquáticos estão representados pelos oceanos, rios e lagos. Os oceanos podem ser considerados o maior ecossistema da Terra, pois cerca de 70% da superfície do planeta está coberta por eles. Os oceanos, rios e lagos são responsáveis pela grande quantidade de oxigênio para a atmosfera, devido à atividade fotossintética do fitoplâncton (algas, geralmente microscópicas como as Diatomáceas). A produção de oxigênio é ainda maior à costa dos oceanos, pois nessa região há maior concentração de nutrientes provenientes dos rios, o que propicia o desenvolvimento de algas, especialmente as unicelulares. A fotossíntese depende da luz solar, e assim, no ambiente aquático, esse processo depende da penetração da luz na água. Em regiões claras, a luz penetra até 200m de profundidade enquanto em águas turvas essa penetração é bem menor. A região que recebe luz é denominada zona fótica, e é nessa região que os produtores fotossintetizantes sustentam a diversidade biológica.

17 O processo de fotossíntese é fundamental para a vida tanto aquática quanto terrestre, pois é através desse processo que os seres autotróficos (produtores) fabricam seu próprio alimento e adquirem a energia necessária para sua sobrevivência. E ao longo da cadeia alimentar esses seres servirá de alimento para os seres heterotróficos. Quando o heterótrofo se alimenta de um autótrofo, como acontece com os consumidores primários, ocorre a alimentação de forma direta da matéria orgânica produzida pelo autotrófico; quando o heterotrófico se alimenta de outro heterotrófico, como acontece com os consumidores secundários, terciários e quaternários,ocorre a alimentação de forma indireta da matéria orgânica produzida pelo autotrófico. Desse modo a energia luminosa do sol, fixada pelos autótrofos, é transmitida sob forma de energia química aos demais seres vivos. Quando o óleo é descartado de forma inadequada alcançando um curso d água, ele vai trazer para aquele ecossistema um desequilíbrio, afetando todo esse processo de fotossíntese e desenvolvimento dos seres vivos que habitam naquele local, pois o óleo não se dissolve na água, ele forma uma película superficial, diminuindo a área de contato entre a superfície da água e o ar atmosférico, impedindo a entrada de luz solar que é fundamental para a realização da fotossíntese. Além disso, dificulta ou até mesmo impede a troca de gases (oxigênio e gás carbônico) dificultando a respiração no ambiente aquático. 2.3 A Influência do Óleo Vegetal nos Ambientes Terrestres e no clima do Planeta. O óleo vegetal causa sérios problemas não só no ambiente aquático, mas no terrestre também. Quando despejados diretamente em terrenos baldios ou no lixo junto com outros resíduos acaba chegando aos lixões, o óleo em contato com o solo impermeabiliza-o contribuindo com enchentes, pois a água da chuva tem dificuldade de se infiltrar no solo ficando retida e alagando sua superfície. O óleo pode ser capaz de vedar os estômatos das plantas, que são estruturas localizadas nas folhas responsáveis por sua transpiração e pela

18 troca de gases com a atmosfera (gás carbônico e oxigênio). É através da abertura dos estômatos que as plantas capturam o gás carbônico, um dos componentes essenciais para a realização do processo de fotossíntese e libera o oxigênio na atmosfera, tornando o ar mais puro. E é também através dos estômatos que as plantas liberam água na forma de vapor na atmosfera contribuindo para a manutenção da temperatura compatível com o desempenho de suas atividades e contribuindo com o ciclo hidrológico. O óleo pode ainda impermeabilizar as raízes de plantas, órgão responsável pela absorção de água e sais minerais do solo, além da fixação. A decomposição do óleo gera ainda mais prejuízo ao meio ambiente. No processo de decomposição do óleo é gerado o gás metano que é liberado na atmosfera. O gás metano, junto com outros gases como o gás carbônico, na atmosfera é responsável pelo fenômeno conhecido por efeito estufa: a energia luminosa atravessa livremente a atmosfera, e é absorvida pela terra e convertida em calor na superfície. O calor é irradiado de volta, sob a forma de radiação infravermelha, mas grande parte fica retida, pela ação de isolante térmico, do gás metano. O efeito estufa tem grande importância para a vida no planeta; sem ele, a temperatura da superfície da Terra seria, em média, de - 18ºC, o que não permitiria a existência de vida. Fica claro, assim, que o clima do planeta depende da presença de gases como o metano e o carbônico, o problema é o excesso desses gases na atmosfera por atividades humanas, o que vem causando o aquecimento global. O gás metano está em menor proporção em relação ao gás carbônico e possui um tempo menor de residência na atmosfera. No entanto, ele possui um potencial de aquecimento 60 vezes maior quando comparado ao gás carbônico. 2.4 Educação Ambiental.

19 Entende por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (Política Nacional de Educação Ambiental 9795.) Segundo Carvalho, Educação Ambiental é como um processo crítico transformador capaz de promover no indivíduo um questionamento mais profundo sobre a realidade ambiental onde se encontra inserido, levando-o a assumir uma nova mentalidade ecológica, pautada no respeito mútuo para com o meio ambiente e os que nele convivem (CARVALHO, 2003). Os estabelecimentos de ensino e os meios de comunicação são os maiores responsáveis pela educação do indivíduo e consequentemente da sociedade. Os problemas causados pelo óleo vegetal, quando lançados de forma incorreta no meio ambiente, é uma questão de educação e conscientização da população. Segundo a lei Federal Nº 9795, de 27 de abril de 1999, no artigo 3º, todos tem direito à educação ambiental. E ainda no artigo 10º, a educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. 2.5 A Importância da Educação Ambiental. Diante a tantos desastres ecológicos que vem acontecendo durante os últimos anos, a preocupação quanto à preservação do meio ambiente tem aumentado. Vários setores da sociedade são chamados a desenvolver atividades e projetos com o objetivo de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões ambientais e mobilizá-las para adoção de atitudes e posturas benéficas a preservação ambiental. Os problemas ambientais causados pelo homem obrigam o mundo a refletir sobre a necessidade de priorizar e impulsionar a educação ambiental. O cenário é muito preocupante e deve ser levado a sério, pois as conseqüências vão atingir a todos.

20 A Educação Ambiental fomenta sensibilidades afetivas e capacidades cognitivas para uma leitura do mundo do ponto de vista ambiental. Dessa forma, estabelece-se como mediação para múltiplas compreensões da experiência do indivíduo e dos coletivos sociais em suas relações com o ambiente. Esse processo de aprendizagem, por via dessa perspectiva de leitura, dá-se particularmente pela ação do educador como intérprete dos nexos entre sociedade e ambiente e da Educação Ambiental como mediadora na construção social de novas sensibilidades e posturas éticas diante do mundo. (Carvalho, Isabel C. M. Educação Ambiental: A Formação do Sujeito Ecológico, p75). 2.6 Beneficiados com o Programa de Educação Ambiental: Meio Ambiente melhor qualidade na água, no solo e no ar; Cidadão construção de valores sociais e ambientais. Conscientização ambiental e redução nos gastos com desentupimento de tubulações e limpezas de caixa de gordura; Prefeituras redução nos gastos com limpeza e manutenção nas redes de esgoto; Secretaria de Educação cumprimento da Constituição de 1988, em seu artigo 225, parágrafo primeiro, inciso VI, determina que, para garantir a efetividade do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabe ao poder público a incumbência de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública, com vista à preservação do meio ambiente.

21 CAPÍTULO III RESÍDUOS SÓLIDOS. Para compreender a expressão resíduo sólido é necessário entender a acepção da expressão lixo. A palavra lixo, que deriva do latim lix, significa cinza. No dicionário Aurélio está definido como: o que se joga fora, sujeira, coisa imprestável, velha, sem valor. Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo de resíduo sólido e é representado por materiais descartados pela humanidade. Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), resíduo é definido como: restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido ou semi-sólido... Segundo o IBGE, são produzidas no Brasil cerca de 250 mil toneladas de lixo por dia. O aumento excessivo da quantidade de resíduo se deve ao aumento do poder aquisitivo e pelo aumento de consumo de uma população. Além disso, quanto mais produtos industrializados, mais lixo é produzido, como embalagens, garrafas, etc. 3.1 Tipos de Resíduos Normalmente, os resíduos são definidos segundo processo ou atividade que lhes deu origem e classificados de acordo com o seu risco em relação ao homem e ao meio ambiente. Segundo a origem, os lixos são classificados como: Domésticos: também chamados de lixo domiciliar ou residencial, é produzido pelas atividades domésticas. È constituído por aproximadamente 60% de matéria orgânica, resto de alimentos, papéis em geral, embalagens plásticas, latas, vidros, entre outros.

22 Comercial: é gerado pelo setor terciário (comércio em geral) e é composto especialmente por materiais recicláveis como papel e papelão, plásticos etc. Industrial: originados das atividades secundárias(indústrias), possui composição bastante diversificada, podendo conter restos de alimentos, madeiras, tecidos, couros, metais, produtos químicos e outros. Pode ser altamente prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente. Hospitalar: também chamado de lixo de serviço de saúde. Proveniente de hospitais, farmácias, postos de saúde e casa veterinárias. Composto por seringas, vidros de remédios, algodão, gazes etc. São resíduos perigosos, pois pode conter contaminação de microrganismos patogênicos. Deve ter um tratamento diferenciado, desde coleta até seu depósito. Nuclear: é todo resíduo formado por compostos radioativos. As principais fontes de produção são as usinas nucleares, com sobra de uso de urânio; fabricação, manutenção ou desativação de armas nucleares e por laboratórios de exames clínicos. O contato do ser humano com este tipo de lixo pode ter como conseqüência o desenvolvimento de várias doenças (câncer é a principal) e até a morte imediata. Entulhos: restos provenientes de construção e demolição de edificações, compostos por pedaços de tijolos, blocos, concretos, entre outros componentes de uma construção. Agrícola: gerados pela atividade agropecuária. Além dos restos das colheitas, aqui se incluem as sobras de fertilizantes e agrotóxicos usados nas plantações, bem como de rações e produtos veterinários utilizados na pecuária. As embalagens desses produtos requerem cuidados especiais para não prejudicarem o meio ambiente.

23 3.2 A importância da Reutilização dos Resíduos. A questão do lixo, apesar de muito séria, ainda não tem recebido a devida atenção da sociedade. A maior parte desses restos, tidos como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, vai para lixões a céu aberto. Apenas uma pequena parte do lixo produzido é encaminhado para compostagem, técnica que transforma resto de material orgânico em adubo, e apenas 2% é reciclado. É uma estatística muito pobre para um lixo avaliado como o mais caro do mundo. Uma possível solução para o lixo no mundo é a prática dos quatro Rs : reduzir, repensar, reutilizar e reciclar. A redução e a racionalização do consumo de produtos e embalagens descartáveis devem ser levadas em consideração pelos consumidores, bem como o impacto causado pela extração de matéria-prima, produção do produto, transporte e armazenamento. Deter o consumo desenfreado, repensar atitudes e evitar desperdícios, reduzindo o volume de lixo. Junto com o processo de redução do lixo está a questão da reutilização e da reciclagem que são formas de reaproveitamento de resíduos. É importante saber que a produção de todo e qualquer produto há um determinado gasto de energia. E quando esses materiais não são reaproveitados, significa que há energia sendo desperdiçada, pois como dizia Lavoisier, na natureza, nada se cria, nada se perde e tudo se transforma. Transformar o lixo em algo novamente utilizável é com certeza, um dos meios mais vantajosos do que produzir produtos que necessitem de novos recursos e de mais energia. A palavra reciclar no dicionário Aurélio está definida como: 1. Fazer passar por novo ciclo; 2. Reaproveitar material já utilizado na obtenção ou

24 fabricação de novos produtos. Reciclar é, portanto, o retorno da matéria-prima ao ciclo de produção, normalmente o produto reciclado é diferente do produto inicial. De acordo com a Resolução 275 de 25 de abril de 2001 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), a reciclagem de resíduos deve ser incentivada, facilitada e expandida no país, para reduzir o consumo de matériaprima, recursos naturais não-renováveis, energia e água;