História de Leonardo Barbosa Nascimento: 22 de dezembro de 1994 Falecimento: 16 de dezembro de 2011 É tão estranho Os bons morrem antes E lembro de você e de tanta gente que se foi cedo demais = Lembro das tardes que passamos juntos Não é sempre mas eu sei Que você está bem agora Só que neste ano eu sei que o verão acabou Cedo demais Perder um filho parece ir contra a lei da natureza. Para Aurea Souza Barbosa, mãe de Leonardo Barbosa, a dor parece nunca ir embora. O garoto de 16 anos partiu cedo demais, como diz a música acima. Filho dela e de Antonio Senildo Barbosa, Leonardo nasceu dia 22 de dezembro de 1994 e hoje deixa saudades no coração de cada pessoa que o conheceu.
Quem muito sente saudades também são os irmãos Maria Tiéli, Paula Graciela, Ronaldo Adriano e Edipo Laerte. Nascido em Santa Cruz do Sul, era servente de pedreiro. Segundo ela, a infância foi boa até os seus 10 anos de idade, pois a partir dessa idade ele adquiriu um problema de saúde que o fazia inchar. Tratou-se em Porto Alegre e precisava sempre estar tomando medicação. Começou a trabalhar também com 10 anos, cedo como toda família também iniciou. Ele gostava de trabalhar e tinha um pensamento muito maduro, de querer reunir o dinheiro e investir em seu futuro. Não costumava sair em festas, preferia conversar com as pessoas em um lugar mais calmo ou ficar em casa com a mãe. Torcia pelo Grêmio, mas não era muito ligado em futebol. Não gostava de estudar, preferia trabalhar. Sua mãe queria que ele fizesse algum curso, mas ele não quis. Afinal, ele amava ser pedreiro. Era um menino muito querido, tinha bons amigos e se relacionava bem com as pessoas. Brigava às vezes com a irmã Maira, pois eles eram os mais novos da família. Mas, tudo sempre acabava em brincadeira. Ela ainda lembra os bons momentos que passou ao lado do irmão. Leonardo sempre gostou de fotografar, então, era ele que fotografava a irmã, quando ela queria. Mas, ele também pedia algo para ela: a moto. Ele adorava pilotar. Leonardo e Maira viveram poucos, mas intensos anos juntos. Comiam brigadeiro de panela, preparado por ela, mesmo quando ela não queria.
Seu sonho de vida era ter sua própria casa e formar uma família. De acordo com a mãe, ele estava começando a gostar de uma menina. Sempre foi um garoto que valorizava o dinheiro e o usava em coisas úteis. Nunca precisou pedir as coisas, pois podia comprar com seu próprio salário. Andava sempre bem arrumado e organizava perfeitamente suas coisas. Seu quarto era impecável. Tudo estava em seu devido lugar. Uma grande televisão e um som, há pouco tempo comprado, faziam parte da decoração. Vaidoso, adorava usar camisas apertadas. Aurea, sua mãe, confessa que tinha um carinho mais especial por esse filho, por ser o mais novo e estar sempre com ela. Leonardo era um garoto comunicativo, simpático e que adorava conversar. Dificilmente alguém iria o enxergar triste. Tinha alto astral e o sorriso no rosto. Quando era presenteado por sua mãe, pedia a ela para que ele a ajudasse a pagar o presente. Seu melhor amigo era Robson, os dois trabalhavam e estudavam juntos. Tinha uma grande amizade também com o Jean, seu cunhado. Gostava de comer pastéis, cachorro-quente, galinha enfarofada, bife e arroz. Mas, tinha que ser o arroz da irmã Maira, bem paçocado. Tanto ele quanto ela preferiam assim a soltinho. Adorava também bolinhos de carne, tortas e brigadeiro. Não bebia álcool, apenas refrigerante. Não cozinhava, mas não que não soubesse. Sua mãe sempre fazia, então, ele não costumava preparar nada. Às vezes, para quebrar a rotina, ele perguntava: mãe, o que você quer comer? Não precisa fazer nada. Você quer que eu encomende um pastel, um xis ou um cachorro-quente?. Assim era Leonardo, sempre preocupado com a mulher que lhe colocou no mundo.
Músicas ele escutava de tudo um pouco: pagode, sertanejo e funk. Cada ritmo era para um dia. O momento mais importante da sua vida foi comprar uma moto. Ele adorava correr no autódromo de Santa Cruz do Sul. E foi em cima de uma moto que ele viveu os últimos segundos de sua vida. Faleceu dia 16 de dezembro de 2011, em um acidente de trânsito. Sua família sempre pensava que o motivo que o faria partir seria decorrente da doença, tão difícil de ser tratada. Mas, não. Sua trajetória foi interrompida devido a uma fatalidade. Um acidente de moto: seu meio de locomoção favorito e que mais lhe trazia felicidade.
Hoje, restam as lembranças dos bons momentos. O quarto de Leonardo, com todas as coisas que lhe faziam feliz, faz a família recordar de seu modo de agir e sua personalidade. O garoto com sonhos partiu, mas ainda continua vivo na memória e nos sonhos da família durante a noite.