A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Aprova:



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Transcrição:

PROJETO DE LEI Nº 118/2011 Torna obrigatória a instalação de dispositivos de segurança nas agências e nos postos de serviços das instituições financeiras, localizadas no Município de Foz do Iguaçu. Autor: Vereador Edílio Dall Agnol A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Aprova: Art. 1º Ficam os estabelecimentos financeiros obrigados a instalar dispositivos de segurança em suas agências e postos de serviços, situados no âmbito do Município. Parágrafo único. Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo compreendem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, sociedades de crédito, associações de poupança, suas agências, postos de atendimento, subagências e seções, assim como as cooperativas singulares de crédito e suas respectivas. Art. 2º Sem prejuízo de outros equipamentos, cada unidade de atendimento das instituições de que trata o art. 1º desta Lei deverá dispor de: I- porta eletrônica de segurança individualizada, em todos os acessos destinados ao público, incluindo o espaço de autoatendimento, provida de: a) detector de metais; b) travamento e retorno automático; c) vidros laminados e resistentes ao impacto de projéteis oriundos de armas de fogo até calibre 45; d) abertura ou janela para entrega, ao vigilante, do metal detectado; e) recuo após a fachada externa para facilitar acesso, com armário de portas individualizadas e chaveadas para guarda de objetos de clientes; II- vidros laminados resistentes a impactos e a disparos de armas de fogo, nas fachadas externas no nível térreo e nas divisórias internas das agências e postos de serviço bancários no mesmo piso, os quais deverão possui: a) composição por lâminas de cristais interligados; b) película apropriada para a retenção de estilhaços; e c) nível de proteção III ou III-A, de acordo com a norma internacional para blindagem. III- sistema de monitoramento e gravação eletrônicas de imagens, em tempo real, através de circuito fechado de televisão, interligado com central de controle fora do local monitorado, com:

a) câmeras com sensores capazes de captar imagens em cores com resolução capaz de permitir a clara identificação de assaltantes, criminosos e suspeitos, instaladas em todos os acessos destinados ao público, em todos os caixas e locais de acesso aos mesmos, na sala dos terminais de autoatendimento e em áreas onde houver guarda e movimentação de numerário no interior do estabelecimento, bem como nas calçadas externas e na área de estacionamento, onde houver; b) equipamento que permita gravação simultânea e ininterrupta das imagens geradas por todas as câmeras do estabelecimento durante o horário de atendimento externo e quando houver movimentação de numerário no interior do estabelecimento; c) gravação simultânea, permanente e ininterrupta das imagens de todas as câmeras, de forma que sempre se tenha armazenadas, no equipamento de controle, as imagens nas últimas 24 (vinte e quatro) horas; d) equipamento de gravação de caixa de proteção e instalação em local que não permita sua violação ou remoção através da utilização de armas de fogo, ferramentas ou instrumento de utilização manual; e) equipamento com alimentação de emergência capaz de mate-lo operante por no mínimo 2 (duas) horas, no caso de estabelecimento de atendimento convencional; IV- divisórias opacas e com altura de dois metros entre os caixas, inclusive nos caixas eletrônicos, para garantir a privacidade dos clientes durante as suas operações bancárias; V- biombos ou estrutura similar com altura de dois metros entre a fila de espera e a bateria de caixas das agências, bem como na área dos terminais de autoatendimento, cujos espaços devem ser observados pelos vigilantes e controlados pelas câmeras de filmagem, visando impedir a visualização das operações bancárias por terceiros. Art. 3º É vedado aos vigilantes o exercício de qualquer outra atividade no interior da agência, que não seja a segurança. Parágrafo único. O trabalhador de que trata este artigo deverá usar colete à prova de bala de nível 03, portar arma de fogo e arma não letal autorizada, além de dispor de assento apropriado e escudo de proteção. Art. 4º O estabelecimento financeiro que infringir a cada um dos itens dispostos nesta lei ficará sujeito às seguintes penalidades: I- advertência: na primeira autuação, o banco será notificado para que efetue a regularização da pendência em até 10 m(dez) dias úteis; II- multa: persistindo a infração, será aplicada multa no valor de 10.000 UFFIs (Unidades Fiscais de Foz do Iguaçu); se, até 30 (trinta) dias úteis após a

aplicação da multa, não houver regularização da situação, será aplicada uma segunda multa no valor de 20.000 UFFIs; III- interdição: se, após 30 (trinta) dias úteis da aplicação da segunda multa, persistir a infração, o Município procederá à interdição do estabelecimento financeiro. Parágrafo único. As entidades sindicais dos bancários e vigilantes poderão representar junto ao Município contra o (s) infrator (es) desta Lei. Art. 5º Os estabelecimentos financeiros terão o prezo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da publicação desta Lei, para instalarem os equipamentos exigidos no art. 2º desta Lei. Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

J U S T I F I C A T I V A Um projeto de lei para proteger a vida O presente projeto se justifica tendo em vista a onda de violência e criminalidade, fruto de uma série de fatores econômicos, políticos, sociais e culturais, que desafia cada vez mais a sociedade. Ninguém pode ficar omisso ou indiferente diante das situações de exclusão social e das ações criminosas que sucedem em todos os cantos do País, deixando um rastro de mortes, feridos e pessoas traumatizadas. Além de políticas públicas e ações de cidadania e inclusão social, o Estado tem o dever de investir em segurança pública, o que requer mais atenção e comprometimento dos governos e da sociedade. Da mesma forma, a segurança privada exige melhorias sob a ótica da proteção da vida das pessoas, o bem mais precioso na face da terra. A realidade nos estabelecimentos financeiros não é diferente. Assaltos, seqüestros e outros ataques viraram infelizmente rotinas em muitas regiões, assustam trabalhadores, clientes e usuários dos bancos, aumentam a sensação de medo e insegurança, e são hoje ameaças permanentes para quem trabalha ou busca atendimento bancário. Os investimentos feitos pelas instituições para a melhoria da segurança têm sido insuficientes e não estão à altura dos lucros acumulados em seus balanços. Isso não pode continuar assim. A vida corre risco. A legislação federal que possui importantes exigências para trazer segurança está desatualizada, o que tem motivado uma série de projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. Há iniciativas louváveis, que contribuem para inibir ações de assaltantes, mas lamentavelmente existem propostas que não trazem avanços e até apresentam retrocessos inaceitáveis. Com a visão de defender, acima de tudo, a vida de trabalhadores e clientes, a FEDERAÇÃO DOS VIGILANTES DO PARANÁ apresenta um projeto de lei municipal de segurança nos estabelecimentos financeiros para proteger a vida de trabalhadores, clientes, usuários e cidadãos em geral. O objetivo é prevenir ações de violência, através do aprimoramento das condições de segurança nos estabelecimentos e construir medidas eficazes para mudar essa realidade. Município tem competência para legislar Importante resgatar que, após longo período de inércia dos Municípios, os mesmos foram, com a atual Carta Magna, inseridos em posição de igualdade jurídica à União, Estados e Distrito Federal, ganhando autonomia na organização federativa e novas responsabilidades políticas e administrativas. Nesta linha, conforme estabelece o artigo 30 da Constituição Federal de 1988, os municípios passaram a ter autonomia constitucional para legislar sobre assuntos de interesse local, bem como suplementar a legislação federal e estadual no que couber. É o caso da segurança nos estabelecimentos financeiros, assim como o tempo máximo de esperas nas filas dos bancos, dentre outras prerrogativas. A competência suplementar engloba a complementar, que significa desdobrar, pormenorizar, detalhar o conteúdo de uma norma geral e a suplementar, que significa suprir, preencher.

Destarte, pode e deve o Município complementar normas gerais originárias da União, a fim de ver cumprida a sua responsabilidade pública. Regra geral, a possibilidade de complementação da legislação proveniente da União deve estar vinculada ao interesse local, como no caso específico do presente projeto de lei. Ainda como fundamento da competência municipal, para legislar sobre o objeto desta proposta de lei, ressalte-se que a doutrina constitucional brasileira ratifica a competência concorrente como aquela que complementa a legislação federal e a estadual quando assim couber, objetivando adaptar a legislação federal e a estadual à realidade do município. Em 25/11/2003, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal indeferiu os Recursos Extraordinários (REs 240.406 e 355.853) interpostos pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e pelo Banco ABN Amro Real S/A contra leis dos Municípios de Porto Alegre e Igrejinha (RS) que determinaram à instalação de portas de segurança nas agências bancárias. A decisão foi unânime e acompanhou o voto do relator da matéria, ministro Carlos Velloso, que sentenciou ao final: A legitimidade constitucional da Lei apóia-se na circunstância relevante de que o município, ao condicionar o funcionamento de agência bancária à instalação de dispositivos de segurança, na realidade não está a dispor sobre o controle da moeda, ou disciplinar política de crédito, câmbio ou segurança e transferência de valores, nem muito menos está a interferir em tema que se submeta em caráter de exclusividade ao domínio normativo da União Federal. Nota-se que o presente projeto de lei tem total respaldo constitucional. No mérito, a proposta atende a um reclamo generalizado dos trabalhadores e da população, que sofre no dia-a-dia os riscos permanentes de violência injustificável, particularmente os crimes de saidinha de banco. Os ataques a bancos têm deixado um rastro de mortos, feridos e traumatizados, entre trabalhadores, clientes e usuários. Até a primeira quinzena de novembro, 20 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo país, sendo oito em casos de saidinha de banco, o que mostra a necessidade de medidas para proteger a vida e prevenir ações criminosas de quadrilhas cada vez mais ousadas e aparelhadas. Conclusão O disposto nos artigos do presente projeto atendem a regras de cautela absolutamente racionais e salvaguarda o interesse público em geral pelo que se espera a tramitação regulamentar e, ao final, a aprovação. Assim esse projeto, se aprovado, contribuirá não só para a melhoria da segurança privada, mas principalmente para a proteção de vida de bancários, vigilantes, clientes e usuários dos estabelecimentos financeiros. /Rp FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS ENQUADRADAS NO TERCEIRO GRUPO DO COMÉRCIO E EMPREGADOS EM EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS NO ESTADO DO PARANÁ Rua Mal. Floriano Peixoto, 96, 9º Andar, Sala 93 Edifício Manoel de Macedo CEP 80020-090 Curitiba-PR Fone/Fax: 41 3324-9292 fetra@onda.com.br www.fetravispp.org.br

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES O presente plano de lei foi encaminhado a esta Casa de Leis, aos cuidados da Presidência, mediante Minuta, pelo Sr. João Soares, Presidente da Federação dos Vigilantes do Paraná, que assim se expressa: Primeiramente, permita-me apresentar-me. Sou João Soares, presidente da Federação dos Vigilantes do Paraná. Venho, através deste email, representar todos os trabalhadores vigilantes do estado. O motivo de meu contato é para sugerir um modelo de projeto que visa preservar a vida dos trabalhadores vigilantes e bancários e de todo cidadão que utiliza o sistema financeiro. De antemão, me coloco a disposição de seu gabinete para conversamos pessoalmente e prestar maiores esclarecimentos sobre a importância dessas medidas para preservar a vida e a segurança de nossa população. Abaixo, segue mais informações. Números assustadores Somente nesse primeiro semestre de 2011 o Paraná já foi palco de 56 ataques a banco. Foram 24 assaltos a mão armada e 32 ataques a caixas eletrônicos. Em 2010, no mesmo período, foram registrados apenas 29 ataques, sendo apenas 1 deles efetivamente um assalto. Os números mostram que esse crime quase dobrou neste ano. Precisamos agir! Nossas vidas estão em risco cada vez que entramos em um banco ou quando utilizamos o autoatendimento. Outro problema causado pela falta de segurança dentro das agências bancárias é o crime conhecido por saidinha de banco, no qual a vítima é abordada logo após sair de uma agência ou é seguida pelos bandidos até seu destino final. Muitas vidas estão sendo ceifadas por esse crime. Somente nesse primeiro semestre, ao menos 20 mortes já foram contabilizadas em assaltos a banco, 11 delas foram em saidinhas de banco. Essa violência precisa parar! Visando assegurar a vida dos trabalhadores vigilantes e bancários e dos cidadãos usuários do sistema financeiro, a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf- CUT) desenvolveram em conjunto um modelo de projeto de lei para implementar diversos dispositivos de segurança que, juntos, podem inibir a saidinha de banco e também outros ataques a agências bancárias. Esse projeto foi lançado em novembro do ano passado, em Belo Horizonte, e já está em tramitação em diversas câmaras municipais pelo Brasil. Em Curitiba apresentamos o projeto em dezembro e foi amplamente divulgado na mídia. O PL já foi oficializado e está avançando nas comissões. Em abril realizamos uma audiência pública para discutir as medidas e também para buscar apoio da população. Ainda, um abaixo-assinado está sendo feito para pressionar a tramitação e a aprovação das medidas. Por essa razão, seguindo o exemplo de outras cidades, gostaríamos de levar esse projeto ao seu município. A aprovação dessas medidas beneficiará e preservará a vida dos trabalhadores vigilantes, bancários e também de todos os cidadãos usuários do sistema financeiro em sua região, que correm riscos todos os dias. Desde já agradecemos a atenção e aguardamos o seu contato para maiores esclarecimentos, Atenciosamente, João Soares Presidente da Fetravispp Contato: 41 3332-9293 41 9207-2888 41 9615-2117 Obs: em seu município também há um sindicato de vigilantes e de bancários que pode prestar maiores informações sobre essas medidas.