ANO XXIV - 2013-1ª SEMANA DE MARÇO DE 2013 BOLETIM INFORMARE Nº 10/2013



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Transcrição:

ANO XXIV - 2013-1ª SEMANA DE MARÇO DE 2013 BOLETIM INFORMARE Nº 10/2013 ASSUNTOS TRABALHISTAS CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS EM MARÇO DE 2013 - CONSIDERAÇÕES GERAIS... Pág. 221 ESTRANGEIRO - PROCEDIMENTOS PARA CONTRATAÇÃO (ASPECTOS TRABALHISTAS)... Pág. 234

ASSUNTOS TRABALHISTAS Sumário CONTRIBUIÇÃO SINDICAL DOS EMPREGADOS EM MARÇO DE 2013 Considerações Gerais 1. Introdução 2. Conceito De Contribuição Sindical 3. Filiação À Sindicato 4. Objetivo Da Contribuição Sindical 5. Obrigatoriedade Da Contribuição Sindical 5.1 - Na Contratação Do Empregado 5.2 - Quem Deve Contribuir 5.3 - Categoria Preponderante 5.4 - Destino Da Contribuição 6. Desconto Da Contribuição Sindical Pelos Empregadores 6.1 - Mês Do Desconto - Mês De Março 6.2 - Empregado Que Não Estiver Trabalhando No Mês De Março 6.2.1 Auxílio-Doença, Auxílio-Acidentário, Férias, Licença Maternidade 6.2.2 Licença Não Remunerada 6.3 - Admissão Antes Do Mês De Março 6.4 - Admissão No Mês De Março 6.5 - Admissão Após O Mês De Março 6.6 - Aposentado 6.7 - Rescisão 6.8 - Menor Aprendiz 6.9 Estagiário 6.10 Doméstico 7. Valor Da Contribuição 7.1 - Salário Utilidade E Gorjetas 7.2 - Vantagens Habituais Controvérsia 7.3 - Salário-Família Não Se Aplica 7.4 Adicional De 1/3 Constitucional Sobre As Férias Não Se Aplica 8. Empregado Com Mais De Um Vínculo Empregatício 9. Profissional Liberal Com Vínculo Empregatício 9.1 - Profissional Liberal Com Vínculo Empregatício 9.1.1 - Técnicos Em Contabilidade 9.1.2 Advogados 9.1.3 - Anuidade De Conselhos Regionais 9.2 - Quadro Das Profissões Liberais 10. Categoria Diferenciada 10.1 - Contribuição Sindical - Recolhimento Separado 10.2 - Relação Das Categorias Profissionais Diferenciadas 11. Anotações Em Ficha Ou Livro De Registro E Na CTPS 12. Pagamento Da Guia GRCS 12.1 - Prazo Para Pagamento - Mês De Abril 12.2 - Local Para Pagamento 13. Preenchimento Da Guia 13.1 - Modelo Da GRCSU 14. Comprovação Do Recolhimento 14.1 - Relação Dos Empregados Ao Sindicato 14.1.1 - Modelo Da Relação Ao Sindicato 15. Arrecadação 16. Concorrência Pública - Participação 17. Penalidades 18. Multa - Recolhimento Em Atraso 19. Fiscalização 20. Prescrição 1. INTRODUÇÃO O Imposto Sindical foi criado e instituído pelo Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e passou a ser denominado de Contribuição Sindical pelo Decreto-lei nº 27, de 14 de novembro de 1966, e está fundamentado na CLT - Consolidação das Leis do Trabalho, nos artigos 578 a 610, com respaldo legal no artigo 8º, IV, da Constituição Federal de 1988. A Contribuição Sindical é devida por todos aqueles que participam de uma determinada categoria econômica ou profissional, inclusive profissionais liberais, em favor do sindicato representativo da respectiva categoria ou profissão ou, na falta deste, à federação correspondente à categoria econômica ou profissional. E é de competência exclusiva da União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas (Artigo 149, 1º, da CF/1988). TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 221

Conforme o artigo 579 da CLT determina que a contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão, ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591. Os empregadores em geral deverão descontar de seus empregados a contribuição sindical no mês de março de cada ano, no valor correspondente à remuneração de um dia de trabalho, qualquer que seja a forma de remuneração. 2. CONCEITO DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL Contribuição Sindical são as contribuições devidas aos sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades, pagas, recolhidas e aplicadas conforme estabelece a Legislação Trabalhista - CLT (Artigo 578 da CLT). 3. FILIAÇÃO À SINDICATO De acordo com artigo 8 é livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato. Porém, todos pertencem a uma categoria, tanto que são obrigados a contribuir anualmente com a Contribuição Sindical. Em virtude disso, faz jus a todos os direitos dispostos na convenção coletiva, inclusive o dissídio. 4. OBJETIVO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL O objetivo da cobrança da Contribuição Sindical é o custeio das atividades sindicais e os valores destinados à Conta Especial Emprego e Salário que integram os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego expedir instruções referentes ao recolhimento e à forma de distribuição da Contribuição Sindical. 5. OBRIGATORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL Conforme o artigo 582 da CLT determina que os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. A Contribuição Sindical tem natureza jurídica tributária, fixada em lei, sendo, portanto, compulsória. E não está sujeito à autorização ou anuência dos empregados, portanto, deve ser pago por todos que participam de uma determinada categoria econômica, profissional ou de uma profissão liberal, em favor de uma entidade representativa da respectiva categoria a que pertencem, independente de serem ou não sindicalizados. 5.1 - Na Contratação do Empregado O artigo 601, da CLT, estabelece que no ato da admissão de qualquer empregado, o empregador deverá exigir dele a apresentação da prova de quitação do imposto sindical. 5.2 - Quem Deve Contribuir A Contribuição Sindical é devida por todos aqueles que participam de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, em favor da federação correspondente à mesma categoria econômica ou profissional (Artigos 579 e 591 da CLT). A Contribuição Sindical dos empregados deverá ser recolhida para o Sindicato da categoria econômica ou profissional preponderante da empresa. 5.3 - Categoria Preponderante Categoria preponderante é aquela da atividade-fim da empresa, ou seja, todas as atividades da empresa convergem para um fim comum e é esta atividade final que define a categoria econômica da empresa (Art. 581, 2º, da CLT). TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 222

CLT, Art. 581-2º - Entende-se por atividade preponderante a que caracterizar a unidade de produto, operação ou objetivo final, para cuja obtenção todas as demais atividades convirjam, exclusivamente, em regime de conexão funcional. Não pertencendo o empregado à categoria diferenciada e executando o empregador múltiplas atividades econômicas, o enquadramento profissional para fins de desconto da Contribuição Sindical deve ser feito buscando a atividade preponderante da empresa, ou seja, a que se relaciona com os objetivos empresariais, considerando que o trabalho em comum, como os demais empregados, visa os mesmos fins, gerando a solidariedade de interesses. 5.4 - Destino Da Contribuição Está previsto no art. 589 da CLT o destino dessa contribuição: Art. 589 - Da importância da arrecadação da contribuição sindical serão feitos os seguintes créditos pela Caixa Econômica Federal, na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministério do Trabalho: I - 5% (cinco por cento) para a Confederação correspondente; II - 15% (quinze por cento) para a Federação; III - 60% (sessenta por cento) para o Sindicato respectivo; IV - 20% (vinte por cento) para a Conta Especial Emprego e Salário. Deve-se também observar os artigos 590 e 591, conforme abaixo: CLT, Art. 590 - Inexistindo confederação, o percentual previsto no art. 589 desta Consolidação caberá à federação representativa do grupo. 3º - Não havendo sindicato, nem entidade sindical de grau superior ou central sindical, a contribuição sindical será creditada, integralmente, à Conta Especial Emprego e Salário. 4º - Não havendo indicação de central sindical, na forma do 1º do art. 589 desta Consolidação, os percentuais que lhe caberiam serão destinados à Conta Especial Emprego e Salário. CLT, Art. 591 - Inexistindo sindicato, os percentuais previstos na alínea c do inciso I e na alínea d do inciso II do caput do art. 589 desta Consolidação serão creditados à federação correspondente à mesma categoria econômica ou profissional. Parágrafo único - Na hipótese do caput deste artigo, os percentuais previstos nas alíneas a e b do inciso I e nas alíneas a e c do inciso II do caput do art. 589 desta Consolidação caberão à confederação. 6. DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PELOS EMPREGADORES Ressalta-se, que a Contribuição Sindical está prevista na CLT e CF, e possui natureza tributária, sendo devido o recolhimento pelos empregadores em geral. Observação: Se o empregado for trabalhar em outra empresa nesse mesmo ano, ele deverá sofrer o desconto da Contribuição Sindical. 6.1 - Mês Do Desconto - Mês De Março Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a Contribuição Sindical por estes devida aos respectivos sindicatos (Artigo 582 da CLT). 6.2 - Empregado Que Não Estiver Trabalhando No Mês De Março Conforme o artigo 602 da CLT, o empregado que não estiver trabalhando no mês de março, por motivo de afastamento do trabalho sem percepção de salários (ausência por acidente do trabalho, doença, entre outros), o desconto da Contribuição Sindical ocorre no primeiro mês subsequente ao do reinício do trabalho. Art. 602 - Os empregados que não estiverem trabalhando no mês destinado ao desconto da contribuição sindical serão descontados no primeiro mês subseqüente ao do reinício do trabalho. Observação: O recolhimento é no mês subsequente ao reinício das atividades e o repasse ao sindicato deve ser feito no mês subsequente ao do desconto do empregado. 6.2.1 Auxílio-Doença, Auxílio-Acidentário, Férias, Licença Maternidade Conforme o artigo 602 da CLT, os empregados que não estiverem trabalhando no mês destinado ao desconto da Contribuição Sindical, tais como: afastados por auxílio-doença, auxílio acidentário, férias, licença maternidade, terão os descontos no primeiro mês subsequente ao do reinício do trabalho. TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 223

Como a empregada se encontra afastada por licença-maternidade e o seu salário é efetuado pela Previdência Social, porém através da empresa, ou seja, é feita a compensação do valor bruto na guia da GPS, o desconto ocorrerá após o seu retorno ao trabalho. Observação: Quando o empregado se afastar antes de março e o seu retorno for somente no outro ano, há entendimento que não serão descontadas 2 (duas) contribuições, ou seja, o ano anterior e o do seu retorno, sendo somente o ano corrente. 6.2.2 Licença Não Remunerada A CLT distingue a suspensão e a interrupção do contrato de trabalho, que pode ser remunerado e não-remunerado, de acordo com a situação. No caso de licença não prevista em lei, o empregador não tem obrigatoriedade de conceder ao seu empregado, mas poderá fazê-lo, caso o empregado solicite, firmando um acordo entre as partes, sendo assim, uma licença não remunerada. A licença não-remunerada, salvo quando houver consentimento da empresa, ou mesmo em cláusula contratual é o tempo em que o empregado se ausentar do trabalho no desempenho das funções. No caso de ocorrer a licença não remunerada, conforme citado nos parágrafos citados acima, também deverá aplicar o dispositivo do artigo 602 da CLT. 6.3 - Admissão Antes Do Mês De Março Empregados admitidos nos meses de janeiro e fevereiro de 2013, o desconto da Contribuição Sindical ocorrerá em março de 2013. Ressalta-se, então que, o empregado que é demitido nos meses de janeiro e fevereiro, a empresa não poderá descontar a Contribuição Sindical, mesmo tendo trabalhado 2 (dois) meses no ano, uma vez que a contribuição é descontada apenas no mês de março. 6.4 - Admissão No Mês De Março De acordo com o artigo 601 da CLT caso não tenha sido efetuado o desconto da Contribuição Sindical na empresa anterior, a empresa atual deverá efetuar o desconto normalmente no mês de março para recolhimento no mês de abril. 6.5 - Admissão Após O Mês De Março Primeiramente, a empresa deverá verificar se o empregado já teve o desconto da Contribuição Sindical pela empresa anterior, para não haver o desconto em duplicidade, conforme estabelece o artigo 601 da CLT. Os empregados que forem admitidos depois de março e que não tenham trabalhado anteriormente nem apresentado a quitação da Contribuição Sindical, o empregador deverá descontar a referida contribuição no primeiro mês subsequente ao do reinício do trabalho (Artigo 602 da CLT). O repasse da Contribuição Sindical, ou seja, o pagamento será feito no mês subsequente ao do desconto do empregado. Exemplo: a) Mês da admissão: maio de 2013; b) Mês do desconto da Contribuição Sindical: junho de 2013; c) Mês do recolhimento: julho de 2013. Nota 1: Quando a Contribuição Sindical tiver sido efetuada pela empresa anterior, a atual empresa deverá anotar a devida contribuição no Livro ou na Ficha de Registro de Empregados. TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 224

Nota 2: As novas Carteiras de Trabalho (CTPS) expedidas pelo Ministério do Trabalho não possuem campo próprio para anotações das Contribuições Sindicais, devendo referidas anotações serem feitas no campo das Anotações Gerais. 6.6 - Aposentado O trabalhador aposentado pela previdência, por tempo de contribuição ou por idade e que continua com suas atividades profissionais, ou retorna ao trabalho após a aposentadoria, tem praticamente os mesmos direitos e deveres perante a Legislação Trabalhista e Previdenciária. O empregado aposentado que se encontra em atividade se sujeita normalmente ao desconto da Contribuição Sindical. Observação: Matéria sobre aposentado que continua com vínculo empregatício, vide Bol. INFORMARE n 9/2011. 6.7 - Rescisão Ao demitir o empregado no mês de março, ou no mês em que for devido o desconto da Contribuição Sindical, a empresa deverá proceder ao desconto correspondente a 1 (um) dia de trabalho do empregado. Observação: Esse desconto deverá ser anotado na CTPS. 6.8 - Menor Aprendiz A Legislação Trabalhista não exime o menor aprendiz da Contribuição Sindical, na forma do art. 582 da CLT, in verbis: Art. 582 - Os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. 1º - Considera-se um dia de trabalho, para efeito de determinação da importância a que alude o item I do art. 580. 6.9 Estagiário No caso dos estagiários, não é descontada a Contribuição Sindical, pois o estágio prestado está caracterizado pela Lei nº 11.788/2008, segundo a qual ele não é empregado e não tem vínculo empregatício. 6.10 Doméstico O empregado doméstico é regido pela Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972, regulamentada pelo Decreto nº 71.885, de 09 de março de 1973, e pela Lei nº 11.324/2006, tendo seus direitos elencados no parágrafo único do artigo 7º da Constituição Federal/1988, bem como sua integração à Previdência Social, ou seja, conceituando e atribuindo-lhe direitos. O empregador doméstico não paga Contribuição Sindical Patronal, como também da empregada doméstica não é descontada a Contribuição Sindical, pois não tem sindicato da categoria regulamentado. Então, a Contribuição Sindical não se aplica aos empregados domésticos. 7. VALOR DA CONTRIBUIÇÃO Conforme determina o artigo 582 da CLT, os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a Contribuição Sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. A contribuição corresponde à remuneração de um dia de trabalho, qualquer que seja a forma de pagamento, conforme determina o artigo 580 da CLT. CLT, Art. 580 - A contribuição sindical será recolhida, de uma só vez, anualmente, e consistirá: I - na importância correspondente à remuneração de 1 (um) dia de trabalho, para os empregados, qualquer que seja a forma da referida remuneração. Entende-se como um dia de trabalho o equivalente a (Art. 582, 1º e 2º): TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 225

a) uma jornada normal de trabalho, para aqueles que recebem por unidade de tempo (hora, dia, semana, quinzena ou mês); e b) 1/30 da remuneração recebida no mês anterior, para aqueles que recebem por tarefa, empreitada, comissão, etc. E de acordo com o parágrafo segundo do artigo 582 da CLT, quando o salário for pago em utilidades, ou nos casos em que o empregado receba, habitualmente, gorjetas, a Contribuição Sindical corresponderá a 1/30 da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à Previdência Social. Sendo assim, teremos: a) Para empregados mensalistas e quinzenalistas: A Contribuição Sindical para esses empregados corresponde a 1/30 de sua remuneração mensal. Exemplo: Empregado que recebe mensalmente o valor de R$ 1.000,00, deverá pagar R$ 33,33 (R$ 1.000,00/30) de Contribuição Sindical. a.1) Para empregados semanalistas, diaristas e horistas: O valor da Contribuição Sindical dos empregados que recebem esse tipo de remuneração corresponde a: a.1.1) Semanalista: 1/7 da remuneração semanal no mês de março (salário + DSR da semana): Exemplo: Empregado semanalista, com remuneração composta de salário (R$ 480,00) + R$ 96,00 (DSR), totalizando R$ 576,00 semanais, deverá pagar uma Contribuição Sindical no valor de R$ 82,29 (R$ 576,00/ 7). a.1.2) Horista: multiplicação da remuneração da hora de trabalho do mês pelo número de horas trabalhado em um dia de serviço: Exemplo: Empregado horista com uma jornada de trabalho diária igual a 4 horas e que recebe um salário hora (já incluído o valor do DSR) no valor de R$ 20,00, deverá pagar uma Contribuição Sindical no valor de R$ 80,00 (R$ 20,00 x 4 horas). b) Comissionista ou Tarefeiro: Quando se tratar de empregado cuja remuneração seja paga por comissão, tarefa ou empreitada, o valor da Contribuição Sindical corresponderá a 1/30 da remuneração percebida no mês anterior ao do desconto, ou seja, mês de fevereiro, quando o desconto for efetuado no mês de março. Exemplo: O empregado comissionista no mês de fevereiro recebeu de comissões o valor de R$ 3.000,00, já incluso o repouso remunerado, mais o salário fixo de R$ 722,00. O valor da Contribuição Sindical, no mês de março será calculado da seguinte forma: a) Salário fixo no mês de março/2013= R$ 722,00 b) Comissões de fevereiro/2013= R$ 3.000,00 c) Remuneração Total = R$ 3.722,00 Valor da Contribuição Sindical, na proporção de 1/30 = R$ 3.722,00 / 30 = R$ 124,06 7.1 - Salário Utilidade E Gorjetas Conforme a CLT em seu artigo 582, 2, os empregadores são obrigados a descontar, da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano, a contribuição sindical por estes devida aos respectivos sindicatos. E quando o salário for pago em utilidades, ou nos casos em que o empregado receba, habitualmente, gorjetas, a contribuição sindical corresponderá a 1/30 (um trinta avos) da importância que tiver servido de base, no mês de janeiro, para a contribuição do empregado à Previdência Social. Exemplo: A Contribuição Sindical de empregado cuja remuneração (janeiro/2013) é composta de salário no valor de R$ 2.000,00 + salário utilidade no valor de R$ 500,00 será de R$ 83,33 (R$ 2.500,00 / 30). TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 226

7.2 - Vantagens Habituais Controvérsia Sobre as vantagens habituais para o cálculo da Contribuição Sindical, essa é uma questão controvertida, uma vez que a Legislação não trata especificamente do assunto, pois existe corrente que entende que o cálculo da Contribuição Sindical engloba as vantagens habituais (adicional noturno, adicional de insalubridade e periculosidade, gratificações, abonos, prêmios, adicional de tempo de serviço, exceto horas-extras, etc.) recebidas pelo empregado. 1ª corrente: A maioria dos doutrinadores, com base no artigo 457 da CLT e nas Súmulas nºs 60 e 203 do TST, entendem que tais vantagens integram a remuneração do empregado para todos os efeitos legais, portanto, o desconto da Contribuição Sindical deve ser efetuado sobre a remuneração global e não apenas sobre o salário básico do empregado. 2ª corrente: Nesta corrente há os que entendem que o desconto deve incidir apenas sobre o salário contratado, uma vez que aos empregados mensalistas, quinzenalistas, semanalistas, diaristas e horistas aplicam-se o desconto de um dia de trabalho, que equivale a uma jornada normal de trabalho porque, se assim não for, ficaria descaracterizada a importância equivalente a uma jornada normal de trabalho. Nota: Antes do empregador adotar um posicionamento, recomenda-se verificar o entendimento do sindicato da categoria. Informamos ainda que a solução das controvérsias será dirimida pelo poder judiciário, quando acionado. 7.3 - Salário-Família Não Se Aplica O salário-família não é base para o desconto da Contribuição Sindical em razão do mesmo não ter natureza salarial, tratando-se de um Benefício Previdenciário. As cotas do salário-família não serão incorporadas para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício, para efeito de definição do valor da cota do salário-família devido ao mês (Instrução Normativa RFB nº 971/ 2009, artigo 84, Decreto nº 3.048/1999, artigo 92). 7.4 Adicional De 1/3 Constitucional Sobre As Férias Não Se Aplica O adicional de 1/3 sobre as férias é um direito atribuído aos trabalhadores empregados conforme estabelece a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º, inciso XVI. Ressalta-se, então que, conforme o artigo 602 da CLT, os empregados que não estiverem trabalhando no mês destinado ao desconto da Contribuição Sindical, terão os descontos no primeiro mês subsequente ao do reinício do trabalho, ou seja, somente sobre a remuneração e não sobre o adicional de 1/3 constitucional sobre as férias. 8. EMPREGADO COM MAIS DE UM VÍNCULO EMPREGATÍCIO O empregado que tiver mais de um vínculo empregatício, simultaneamente (dois ou mais empregos) a Contribuição Sindical será descontada por todas as empresas, pois a Legislação dispõe que deverá ser recolhida sob a remuneração de 1 (um) dia de trabalho, ou seja, cada empregador deverá fazer o seu desconto (Art. 580 da CLT). Exemplo: Empresa A: Salário de R$ 1.200,00 - Contribuição Sindical = R$ 40,00 Empresa B: Salário de R$ 950,00 - Contribuição Sindical = R$ 31,67 Cada empresa, por sua vez, deve efetuar o recolhimento da Contribuição Sindical. 9. PROFISSIONAL LIBERAL COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO Considera-se profissional liberal aquele que exerce com independência ou autonomia profissão ligada à aplicação de seus conhecimentos técnicos e para a qual possua diploma legal que o autorize ao exercício da respectiva atividade. TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 227

Art. 585 da CLT - Os profissionais liberais poderão optar pelo pagamento da contribuição sindical unicamente à entidade sindical representativa da respectiva profissão, desde que a exerça, efetivamente, na firma ou empresa e como tal sejam nelas registrados. Parágrafo único - Na hipótese referida neste artigo, à vista da manifestação do contribuinte e da exibição da prova de quitação da contribuição, dada por sindicato de profissionais liberais, o empregador deixará de efetuar, no salário do contribuinte, o desconto a que se refere o art. 582". Observações: Os profissionais liberais devidamente registrados e contribuindo para o seu órgão de classe têm a faculdade de optar em pagar a Contribuição Sindical, desde que exerçam na empresa atividade para a qual estejam legalmente habilitados. Esses profissionais devem recolher para o sindicato próprio de sua categoria, no mês de fevereiro de cada ano. Matéria completa sobre a Contribuição Sindical dos profissionais liberais, vide Bol. INFORMARE N 7/2013. 9.1 - Profissional Liberal Com Vínculo Empregatício a) Exercício da atividade: Os profissionais liberais registrados como empregados, no exercício das respectivas profissões, podem optar pelo pagamento da contribuição unicamente às entidades representativas de suas próprias categorias, em valor correspondente a 30% (trinta por cento) do MVR, cujo recolhimento é efetuado pelo próprio contribuinte no mês de fevereiro, conforme prescrito nos arts. 580, II, 583, caput, e 585 da CLT. b) Não-exercício da atividade: Os empregados liberais, que não exerçam na empresa atividade equivalente a seu título, deverão contribuir com o sindicato da categoria preponderante da empresa onde exerce função diversa, ou seja, a empresa irá fazer o desconto da devida contribuição. c) Atividades Múltiplas: Os profissionais liberais que exercem atividades múltiplas ficam sujeitos à contribuição múltipla, ou seja, contribuem com o sindicato da categoria preponderante da empresa onde exerce função diversa e também contribuem para o sindicato de sua classe na condição de profissional liberal. 9.1.1 - Técnicos Em Contabilidade Os técnicos em contabilidade enquadram-se no 11º grupo - Contabilistas - do plano da Confederação Nacional das Profissões Liberais a que se refere o quadro anexo ao art. 577 da CLT, conforme consta do Decreto-lei nº 9.295/1946. De acordo com o despacho proferido pelo Ministro do Trabalho no Processo MTb nº 325.719/82, que reformula a decisão da Comissão de Enquadramento Sindical enunciada na Resolução MTb nº 320.906/81, que negava o direito de opção aos técnicos de contabilidade por não possuírem diploma de curso superior e por estarem impedidos de executar trabalhos de contabilidade privativos dos contadores, esses profissionais têm direito à opção desde que sejam atendidos os requisitos do art. 585 do texto consolidado, ou seja: a) exercício efetivo, na condição de empregado, da respectiva atividade profissional; b) registro (livro/ficha de registro e CTPS) na respectiva profissão; c) opção em poder do empregador; d) exibição da prova de quitação da contribuição fornecida pelo respectivo sindicato dos contabilistas. 9.1.2 Advogados O pagamento da contribuição anual à Ordem dos Advogados - OAB - isenta os inscritos em seus quadros (advogados e estagiários) do pagamento obrigatório da Contribuição Sindical (Estatuto da OAB - Lei nº 8.906/1994 - art. 47). TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 228

Nota: Tramitou no Supremo Tribunal Federal a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.522-8, ajuizada pela Confederação Nacional de Profissionais Liberais contra o dispositivo do Estatuto da OAB que isenta os advogados da Contribuição Sindical, entretanto, a mesma foi considerada improcedente, o que reforça a isenção desses profissionais. 9.1.3 - Anuidade De Conselhos Regionais As anuidades pagas a Conselhos Regionais não isenta o profissional liberal da Contribuição Sindical dos empregados. Apenas os advogados têm essa prerrogativa. Exemplo: Um profissional liberal que tiver pago a anuidade ao seu conselho, terá que pagar também a Contribuição Sindical dos empregados, ou seja, a contribuição será devida ao sindicato da categoria do profissional e não ao sindicato da atividade preponderante da empresa. 9.2 - Quadro Das Profissões Liberais Profissional Liberal: É o profissional que presta serviços em áreas de uso intensivo de conhecimento técnico e, na maioria das vezes, possui nível superior. 1º - Advogados; 2º - Médicos; 3º - Odontologistas; 4º - Médicos Veterinários; 5º - Farmacêuticos; 6º - Engenheiros (civis, de minas, mecânicos, eletricistas, industriais e agrônomos); 7º - Químicos (industriais, industriais agrícolas e engenheiros químicos); 8º - Parteiros; 9º - Economistas; 10º - Atuários; 11º - Contabilistas; 12º - Professores (privados); 13º - Escritores; 14º - Atores Teatrais; 15º - Compositores Artísticos, Musicais e Plásticos; 16º - Assistentes Sociais; 17º - Jornalistas; 18º - Protéticos Dentários; 19º - Bibliotecários; 20º - Estatísticos; 21º - Enfermeiros; 22º - Administradores; 23º - Arquitetos; 24º - Nutricionistas; 25º - Psicólogos; 26º - Geólogos; 27º - Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Auxiliares de Fisioterapia e Auxiliares de Terapia Ocupacional; 28º - Zootecnistas; 29º - Profissionais Liberais de Relações Públicas; 30º - Fonoaudiólogos; 31º - Sociólogos; 32º - Biomédicos; 33º - Corretores de Imóveis; 34º - Técnicos Industriais de nível médio (2º grau); 35º - Técnicos Agrícolas de nível médio (2º grau); 36º - Tradutores. 10. CATEGORIA DIFERENCIADA No artigo 511 da CLT, 3º, tem o conceito de categoria profissional diferenciada, estabelecendo que essa categoria é aquela dos empregados que exercem profissões ou funções diferenciadas por força do estatuto profissional especial ou em consequência de condições de vida singulares, a qual, quando organizada e reconhecida como sindicato na forma da lei, detém todas as prerrogativas sindicais. 10.1 - Contribuição Sindical - Recolhimento Separado TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 229

A Contribuição Sindical de trabalhadores enquadrados em categoria diferenciada destina-se às entidades que os representem, desconsiderando, portanto, o enquadramento dos demais empregados da empresa em que trabalhem, ou seja, daqueles pertencentes à categoria preponderante. Exemplo: O motorista pode trabalhar para uma indústria da construção civil, casa comercial ou qualquer outro tipo de empresa. A respectiva Contribuição Sindical é recolhida separadamente da relativa aos demais empregados. Contribuição Sindical de trabalhadores enquadrados em categoria diferenciada destina-se unicamente às entidades que os representem, independentemente do enquadramento dos demais empregados da empresa na qual trabalhem. 10.2 - Relação Das Categorias Profissionais Diferenciadas Segue abaixo algumas categorias profissionais diferenciadas: 1º - AERONAUTAS; 2º - AEROVIÁRIOS; 3º - AGENCIADORES DE PUBLICIDADE; 4º - ARTISTAS E TÉCNICOS EM ESPETÁCULOS DE DIVERSÕES (CENÓGRAFOS E CENOTÉCNICOS, ATORES TEATRAIS, INCLUSIVE CORPOS DE CORAIS E BAILADOS, ATORES CINEMATOGRÁFICOS E TRABALHADORES CIRCENSES, MANEQUINS E MODELOS); 5º - CABINEIROS (ASCENSORISTAS); 6º - CARPINTEIROS NAVAIS; 7º - CLASSIFICADORES DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL; 8º - CONDUTORES DE VEÍCULOS RODOVIÁRIOS (MOTORISTAS); 9º - EMPREGADOS DESENHISTAS TÉCNICOS, ARTÍSTICOS, INDUSTRIAIS, COPISTAS, PROJETISTAS TÉCNICOS E AUXILIARES; 10º - JORNALISTAS PROFISSIONAIS (REDATORES, REPÓRTERES, REVISORES, FOTÓGRAFOS, ETC.); 11º - MAQUINISTAS E FOGUISTAS (DE GERADORES TERMOELÉTRICOS E CONGÊNERES, EXCLUSIVE MARÍTIMOS); 12º - MÚSICOS PROFISSIONAIS; 13º - OFICIAIS GRÁFICOS; 14º - OPERADORES DE MESAS TELEFÔNICAS (TELEFONISTAS EM GERAL); 15º - PRÁTICOS DE FARMÁCIA; 16º - PROFESSORES; 17º - PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM, TÉCNICOS, DUCHISTAS, MASSAGISTAS E EMPREGADOS EM 18º - HOSPITAIS E CASAS DE SAÚDE; 19º - PROFISSIONAIS DE RELAÇÕES PÚBLICAS; 20º - PROPAGANDISTAS, PROPAGANDISTAS VENDEDORES E VENDEDORES DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS; 21º - PUBLICITÁRIOS; 22º - RADIOTELEGRAFISTAS (DISSOCIADA); 23º - RADIOTELEGRAFISTAS DA MARINHA MERCANTE; 24º - SECRETÁRIAS; 25º - TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO; 26º - TRATORISTAS (EXCETUADOS OS RURAIS); 27º - TRABALHADORES EM ATIVIDADES SUBAQUÁTICAS E AFINS; 28º - TRABALHADORES EM AGÊNCIAS DE PROPAGANDA; 29º - TRABALHADORES NA MOVIMENTAÇÃO DE MERCADORIAS EM GERAL; 30º - VENDEDORES E VIAJANTES DO COMÉRCIO. 11. ANOTAÇÕES EM FICHA OU LIVRO DE REGISTRO E NA CTPS A empresa deverá anotar no livro ou Ficha de Registro de Empregados as informações relativas à Contribuição Sindical paga e deve também anotar o valor da Contribuição Sindical dos empregados e a data do desconto ou pagamento pelos profissionais liberais, e o nome do Sindicato a que estiverem filiados os empregados ou os profissionais liberais. Observação: A anotação deixou de ser obrigatória através da Portaria MTB nº 3.042/1992, mas é conveniente que a empresa faça para efeitos de controle. TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 230

A empresa também deve fazer a anotação na CTPS dos empregados. Ela deverá solicitar aos seus empregados a CTPS e efetuar as anotações correspondentes ao valor da Contribuição Sindical, o nome do sindicato e ano a que se refere a contribuição descontada, tanto do empregado como do profissional liberal. Esta anotação poderá ser feita na página destinada a Anotações Gerais. 12. PAGAMENTO DA GUIA GRCS 12.1 - Prazo Para Pagamento - Mês De Abril O recolhimento da Contribuição Sindical deve ser efetuado anualmente, em guia própria GRCS - Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical, aprovada pela Portaria MTE/GM nº 488/2005 e com código de barras, no mês de abril até o dia 30 (trinta). O empregador recolhe o valor em favor da classe sindical que representa esses trabalhadores. Artigo 583 da CLT - O recolhimento da contribuição sindical referente aos empregados e trabalhadores avulsos será efetuado no mês de abril de cada ano. Importante: Ressaltamos que o desconto e não recolhimento da Contribuição Sindical dos empregados configura crime de apropriação indébita, conforme o que determina a CLT em seus artigos 582 e 583. 12.2 - Local Para Pagamento O recolhimento da Contribuição Sindical poderá ser efetuado em qualquer agência bancária, bem como em todos os canais da CAIXA - Caixa Econômica Federal (agências, unidades lotéricas, correspondentes bancários, postos de autoatendimento), conforme dispõe o artigo 586 da CLT. Art. 586 da CLT - A contribuição sindical será recolhida, nos meses fixados no presente Capítulo, à Caixa Econômica Federal, ao Banco do Brasil S/A, ou aos estabelecimentos bancários nacionais integrantes do sistema de Arrecadação dos Tributos Federais, os quais, de acordo com instruções expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, repassarão à Caixa Econômica Federal as importâncias arrecadadas. 1º - Integrarão a rede arrecadadora as Caixas Econômicas Estaduais, nas localidades onde inexistam os estabelecimentos previstos no caput deste artigo. 2º - Tratando-se de empregador, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais, o recolhimento será efetuado pelos próprios, diretamente ao estabelecimento arrecadador. 3º - A contribuição sindical devida pelos empregados e trabalhadores avulsos será recolhida pelo empregador e pelo Sindicato, respectivamente. 13. PREENCHIMENTO DA GUIA A GRCS - Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical é o único documento hábil para a quitação dos valores a título de Contribuição Sindical dos empregados. E ela é composta de 2 (duas) vias: a) uma destinada ao contribuinte, para comprovação da regularidade da arrecadação; b) outra à entidade arrecadadora. A guia encontra-se disponível para preenchimento no endereço eletrônico da CAIXA (www.caixa.gov.br) e do Ministério do Trabalho e Emprego (www.mte.gov.br), ou em alguns sites dos respectivos sindicatos. Anualmente as Entidades Sindicais emitem a GRCSU aos Contribuintes, para que sejam efetuados os pagamentos. Quando a emissão da guia não é efetuada pela Entidade Sindical, o Contribuinte tem a opção de emiti-la por meio do site da CAIXA (site da Caixa Econômica Federal). 13.1 - Modelo Da GRCSU A Portaria MTE nº 488/2005 aprovou a nova guia para recolhimento da Contribuição Sindical, para o recolhimento da contribuição destinada aos sindicatos pelos empregadores, profissionais liberais, autônomos, entre outros. TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 231

14. COMPROVAÇÃO DO RECOLHIMENTO É responsabilidade do empregador comprovar o recolhimento da Contribuição Sindical à respectiva entidade sindical econômica e/ou profissional ou, na falta desta, ao órgão competente do Ministério de Trabalho e Emprego. 14.1 - Relação Dos Empregados Ao Sindicato Os empregadores deverão enviar uma relação à respectiva entidade sindical, no prazo de 15 (quinze) dias contados da data de recolhimento da Contribuição Sindical, relacionando o nome dos empregados contribuintes, a função de cada um, o salário percebido no mês a que corresponder a contribuição e valor recolhido. Conforme o artigo 583 da CLT, 2º, o comprovante de depósito de Contribuição Sindical será remetido ao respectivo sindicato; na falta deste, à correspondente entidade sindical de grau superior, e, se for o caso, ao Ministério do Trabalho. A relação nominal pode ser substituída por cópia de folha de pagamento (Art. 2º da Portaria nº 3.233, de 08.03.1983). TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 232

Art.2º - Os empregadores remeterão dentro do prazo de 15 (quinze) dias, contados da data do recolhimento da contribuição sindical dos seus empregados, à respectiva entidade sindical profissional, ou, na falta desta, à Secretaria Geral do Ministério do Trabalho, relação nominal dos empregados contribuintes, indicando a função de cada um, o salário percebido no mês a que corresponder a contribuição e o respectivo valor recolhido. Parágrafo Único - A relação de que trata o "caput" deste artigo poderá ser substituída por cópia de folha de pagamento. 14.1.1 - Modelo Da Relação Ao Sindicato CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - RELAÇÃO NOMINAL DE EMPREGADOS MÊS: ANO: NOME DO FUNÇÃO SALÁRIO VALOR EMPREGADO RECEBIDO RECOLHIDO 1. 2. 3. 4. 5. 6. Localidade e data Assinatura do Responsável 15. ARRECADAÇÃO A CAIXA encaminhará, mensalmente, para as entidades sindicais, para a Secretaria de Relações do Trabalho do MTE e para a CGFAT - Coordenação Geral de Recursos do FAT, informações relativas ao recolhimento da Contribuição Sindical urbana, por meio de arquivo eletrônico e de relatório impresso, com informações relativas à arrecadação da Contribuição Sindical por contribuinte, por categoria, por entidade, por CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas e por unidade da Federação, bem como um relatório anual consolidado. 16. CONCORRÊNCIA PÚBLICA - PARTICIPAÇÃO A guia quitada da Contribuição Sindical é um documento essencial para a participação em concorrências públicas ou administrativas e também para o fornecimento às repartições para estatais ou autarquias. De acordo com o artigo 607 da CLT é considerada como documento essencial ao comparecimento às concorrências públicas ou administrativas e para fornecimento às repartições paraestatais ou autárquicas a prova da quitação da respectiva Contribuição Sindical, descontada dos respectivos empregados. 17. PENALIDADES Além dos acréscimos legais, a fiscalização do trabalho pode aplicar a multa de 7,5657 UFIR, no mínimo, até o máximo de 7.565,6943 UFIR por infração aos dispositivos relativos à Contribuição Sindical (CLT, art. 598). Observação: A Lei nº 10.192/2001, em seu art. 6º, parágrafo único, estabelece que a reconversão para o Real dos valores expressos em UFIR, extinta em 27.10.2000, será efetuada com base no valor dessa unidade fixado para o ano de 2000, ou seja, R$ 1,0641. Na falta de pagamento da Contribuição, as entidades podem promover a respectiva cobrança judicial perante a Justiça do Trabalho, de acordo com o previsto na nova redação do artigo 114, inciso III, da Constituição Federal, dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, que dispõe ser da competência da justiça do trabalho lides que envolvam a cobrança de contribuições devidas às entidades sindicais, contribuição confederativa (Art. 8º, IV, da CF/1988), Contribuição Sindical (Art. 8º, IV, da CF/1988, arts. 548, 578 e seguintes da CLT) ou contribuição associativa, e Art. 548, b, da CLT). 18. MULTA - RECOLHIMENTO EM ATRASO De acordo com o artigo 600 da CLT, o recolhimento da Contribuição Sindical efetuado fora do prazo legal, quando espontâneo, será acrescido: a) de multa de 10% (dez por cento), aos 30 (trinta) primeiros dias; b) com o adicional de 2% (dois por cento) por mês subsequente de atraso; TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 233

c) além de juro de mora de 1% (um por cento) ao mês. 19. FISCALIZAÇÃO A Contribuição Sindical tem natureza tributária, e compete ao Ministério do Trabalho e Emprego realizar a fiscalização do seu efetivo recolhimento. Às entidades sindicais cabe, em caso de falta de pagamento de Contribuição Sindical, promover a respectiva cobrança judicial, mediante ação executiva, valendo como título de dívida a certidão expedida pelas autoridades regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social (Artigo 606 da CLT). CLT, Art. 604 - Os agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais são obrigados a prestar aos encarregados da fiscalização os esclarecimentos que lhes forem solicitados, inclusive de quitação da Contribuição Sindical. SÚMULA Nº 222 DO STJ (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA): Compete à Justiça Comum processar e julgar as ações relativas à contribuição sindical prevista no Art. 578 da CLT. 20. PRESCRIÇÃO O direito à ação de cobrança da Contribuição Sindical prescreve em 5 (cinco) anos, pois está vinculada às normas do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966, artigo 217). Fundamentos Legais: Os citados no texto e site do Ministério do Trabalho e Emprego. Sumário ESTRANGEIRO Procedimentos Para Contratação (Aspectos Trabalhistas) 1. Introdução 2. Conceitos 3. Requerimento 3.1 - Grupo Econômico 3.2 - Sociedade Estrangeira De Exploração De Transporte Aéreo 3.3 - Instituições Financeiras 3.4 - Sociedades Seguradoras 3.5 Outros Dispositivos Referente À Contratação 4. Ausência De Documento 5. Remuneração 6. Deferimento/Indeferimento 7. Transferência 8. Mudança De Função/Agregamento 9. Vedado 10. Concessão De Autorização De Trabalho Para Obtenção De Visto Temporário A Estrangeiro 10.1 - Autorização De Trabalho Para Obtenção De Visto Temporário - Prorrogado Ou Transformado Em Permanente 10.2 - Avaliação Do Pedido De Prorrogação 11. Término De Autorização - Concessão De Nova 12. Transformação Do Visto Temporário 13. Concessão Do Visto Permanente 14. Direitos E Deveres Do Estrangeiro 14.1 - Visto De Cortesia, Oficial Ou Diplomático 15. Vedado Ao Estrangeiro 15.1 Outros Dispositivos 16. Aspectos Trabalhistas 16.1 - Proporcionalidade De Empregados Brasileiros 16.2 - Carteira De Identidade De Estrangeiro - Obrigatoriedade 16.3 CTPS 16.3.1 - CTPS Estrangeiro 16.4 Direitos Do Trabalhador Estrangeiro 16.5 Encargos Sociais 17. Formulários E Modelos De Contratos 17.1 - Contrato De Trabalho Por Prazo Determinado (Modelo II) 17.2 - Contrato De Trabalho Por Prazo Indeterminado (Modelo III) 1. INTRODUÇÃO O trabalho de cidadão estrangeiro no Brasil é regido pela Lei 6.815, de 19 de agosto de 1980, regulamentada pelo Decreto 86.715, de 10 de dezembro de 1981. Essas normas estabelecem diretrizes e orientações de caráter geral no que concerne à situação jurídica do estrangeiro no Brasil. TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 234

A Resolução Normativa do Ministério do Trabalho n 74, de 09 de fevereiro de 2007 disciplina os procedimentos a estrangeiros. Conforme a Resolução Normativa do MTE n 74/2007, artigo 1, a pessoa jurídica interessada na chamada de mão-de-obra estrangeira, em caráter permanente ou temporário, deverá solicitar autorização de trabalho junto à Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, mediante a apresentação de requerimento. A Resolução Normativa n 99, de 12 de Dezembro de 2012 disciplina a concessão de autorização de trabalho para obtenção de visto temporário a estrangeiro com vínculo empregatício no Brasil. O Ministério do Trabalho e Emprego estabelecerá procedimento que simplifique a apresentação de documentos pelas requerentes que demandem grandes quantidades anuais de autorizações de trabalho à Coordenação Geral de Imigração. 2. CONCEITOS Segue abaixo, conceitos conforme informações obtidas no site do Ministério do Trabalho, para melhor compreensão da matéria. a) Autorização de trabalho a estrangeiros é o ato administrativo de competência do Ministério do Trabalho exigido pelas autoridades consulares brasileiras, em conformidade com a legislação em vigor, para efeito de concessão de vistos permanentes e/ou temporário a estrangeiros que desejem permanecer no Brasil a trabalho. b) Visto é o ato administrativo de competência do Ministério das Relações Exteriores que se traduz por autorização consular registrada no passaporte de estrangeiros que lhes permite entrar e permanecer no País, após satisfazerem as condições previstas na legislação de imigração. c) Visto Temporário é a autorização concedida pelo Ministério das Relações Exteriores, através dos consulados brasileiros no exterior, aos estrangeiros que pretendam vir ao Brasil: c.1) em viagem cultural ou missão de estudos; c.2) em viagem de negócios; c.3) na condição de artista ou desportista; c.4) na condição de estudante; c.5) na condição de cientista, professor, técnico ou profissional de outra categoria, sob regime de contrato, ou a serviço do Governo brasileiro; c.6) na condição de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou agência noticiosa estrangeira; c.7) na condição de ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa. Para a concessão de visto temporário, no caso das alíneas c.3 e c.5, é exigida, também, a Autorização de Trabalho. Para orientações, ver Procedimentos Administrativos. d) Visto Permanente é a autorização concedida pelo Ministério das Relações Exteriores ao estrangeiro que pretenda estabelecer-se definitivamente no Brasil. A concessão deste tipo de visto também requer prévia Autorização de Trabalho emitida pelo Ministério do Trabalho nos casos de investidor (pessoa física) ou ocupante de cargo de administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil. e) Unidades Receptoras são as unidades administrativas do Ministério do Trabalho, Delegacias Regionais, Subdelegacias e o Protocolo-Geral do Gabinete do Ministro, com competências para autuar a documentação de Solicitação de Autorização de Trabalho a Estrangeiros. f) Gabinete do Ministro - Coordenação-Geral de Imigração é a unidade administrativa do Ministério do Trabalho que tem competência de decisão sobre as Solicitações de Autorização de Trabalho a Estrangeiros. g) Empresa é a pessoa jurídica estabelecida no Brasil. TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 235

3. REQUERIMENTO A pessoa jurídica interessada na chamada de mão-de-obra estrangeira, em caráter permanente ou temporário, deverá solicitar autorização de trabalho junto à Coordenação-Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, mediante a apresentação de requerimento, conforme Formulário de Requerimento de Autorização de Trabalho anexo, assinado e encaminhado por seu representante legal, ou procurador, instruído com os seguintes documentos (artigo 1 da Resolução Normativa do MTE n 74/2007): a) Pessoa Jurídica: a.1) ato legal que rege a pessoa jurídica devidamente registrada no órgão competente; a.2) demais atos constitutivos da requerente necessários à comprovação de sua estrutura organizacional; a.3) ato de eleição ou de nomeação de seu representante legal devidamente registrado no órgão competente; a.4) cópia do cartão do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; a.5) procuração por instrumento público ou, se particular, com firma reconhecida, quando a requerente se fizer representar por procurador; a.6) termo de responsabilidade pelo qual a requerente assume qualquer despesa médica e hospitalar do estrangeiro chamado, bem como seus dependentes, durante sua permanência; a.7) compromisso de repatriação do estrangeiro chamado, bem como de seus dependentes, ao final de sua estada; a.8) comprovante original de recolhimento da taxa individual de imigração; a.9) informação do endereço de todos os locais onde o estrangeiro prestará serviços; e a.10) outros documentos previstos em Resoluções do Conselho Nacional de Imigração. b) Do Candidato: b.1) cópia de página do passaporte que contenha o número, nome, data de nascimento, nacionalidade e fotografia do estrangeiro; e b.2) outros documentos previstos em razão de Resoluções do Conselho Nacional de Imigração. c) formulário de dados da requerente e do candidato, conforme Modelo I (anexo); e d) contrato de trabalho por prazo determinado, ou indeterminado, devidamente assinado pelas partes, conforme modelos II ou III (anexos). 3.1 - Grupo Econômico Quando se tratar de pedido de concomitância em empresa do mesmo grupo ou conglomerado econômico, a requerente deverá apresentar: a) cópia autenticada do contrato ou do estatuto social da empresa requerente, bem como de suas cinco últimas alterações, devidamente registrados em Junta Comercial, ainda que sejam anteriores à indicação do estrangeiro como administrador, gerente, diretor ou quaisquer outros cargos com poderes de gestão; b) comprovação do vínculo associativo entre a empresa requerente e a empresa que deu origem à autorização de trabalho; e c) carta de anuência da empresa que deu origem à autorização de trabalho. 3.2 - Sociedade Estrangeira De Exploração De Transporte Aéreo Quando se tratar de chamada de representante legal de sociedade estrangeira de exploração de transporte aéreo e de serviços acessórios, a requerente deverá apresentar instrumento público de procuração delegando poderes TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 236

ao estrangeiro e carta de homologação da nomeação do representante no Brasil, ou de seu substituto, expedida pela Agência Nacional de Aviação Civil ANAC. 3.3 - Instituições Financeiras Quando se tratar de chamada de dirigente, com poderes de representação geral, em instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil - BACEN, a requerente deverá apresentar carta de anuência do BACEN, quanto à indicação do estrangeiro para o cargo. 3.4 - Sociedades Seguradoras Quando se tratar de sociedades seguradoras, de capitalização e de entidades abertas de previdência privada, a requerente deverá apresentar documento de homologação expedido pela Superintendência de Seguros Privados SUSEP, da indicação do estrangeiro para ocupar cargo na Diretoria, nos Conselhos de Administração, Deliberativo, Consultivo e Fiscal, ou em outros órgãos previstos nos atos constitutivos. 3.5 Outros Dispositivos Referente À Contratação Resolução Normativa do Ministério do Trabalho n 74, de 09 de fevereiro de 2007: 5º As exigências relativas à apresentação de documentos da pessoa jurídica não se aplicam às solicitações amparadas no art. 13, inciso III, da Lei nº 6.815 de 1980. 6º O Ministério do Trabalho e Emprego estabelecerá procedimento que simplifique a apresentação de documentos pelas requerentes que demandem grandes quantidades anuais de autorizações de trabalho à Coordenação-Geral de Imigração. 7º Os documentos produzidos fora do país deverão estar consularizados e traduzidos, na forma da legislação em vigor. 8º O reconhecimento de firma não será exigível, salvo nos casos previstos em lei. 4. AUSÊNCIA DE DOCUMENTO A ausência de documento ou falha na instrução do processo acarretará o seu sobrestamento para cumprimento de exigência, pelo prazo de 30 (trinta) dias, contados da data de ciência do interessado, sob pena de indeferimento do pedido (artigo 2 da Resolução Normativa do Ministério do Trabalho n 74/2007). Conforme o parágrafo único, do artigo citado acima, a notificação de qualquer ato administrativo ou de decisão exarada pela Coordenação-Geral de Imigração será efetuada por ciência do processo, por via postal com Aviso de Recebimento - AR, por telegrama ou por qualquer meio eletrônico que assegure a certeza da ciência do interessado. 5. REMUNERAÇÃO Poderá ser concedida autorização de trabalho ao estrangeiro quando a remuneração a lhe ser paga não for inferior a maior remuneração paga pela empresa, na mesma função/atividade a ser desenvolvida pelo estrangeiro chamado no Brasil (artigo 3 da Resolução Normativa do Ministério do Trabalho n 74/2007). Conforme o parágrafo único, do artigo citado acima, poderá ser concedida autorização de trabalho ao estrangeiro, empregado de empresa integrante do mesmo grupo econômico, quando a remuneração a lhe ser paga no Brasil e no exterior não for inferior à última remuneração que tenha recebido no exterior. 6. DEFERIMENTO/INDEFERIMENTO De acordo com o artigo 4 da Resolução Normativa do Ministério do Trabalho n 74/2007, concluída a instrução do processo, a Coordenação-Geral de Imigração decidirá quanto à autorização no prazo estabelecido na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, prorrogável por igual período, mediante justificativa expressa. Recusada a autorização de trabalho caberá pedido de reconsideração dirigido à autoridade que proferiu a decisão, no prazo estabelecido em lei, contados da data de publicação no Diário Oficial da União. O pedido de reconsideração deverá ser acompanhado da taxa de imigração em dobro. Se a autoridade não reconsiderar a decisão no prazo legal, o pedido será recebido como recurso e será encaminhado de ofício à autoridade superior para decisão. TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 237

A Coordenação Geral de Imigração fica autorizada a (artigo 5 da Resolução Normativa do Ministério do Trabalho n 74/2007): a) indeferir, sem prejuízo das multas e demais medidas administrativas previstas na legislação vigente, os pedidos de concomitância, quando a data de investidura do estrangeiro, constante das alterações contratuais anteriores, não obedecer, rigorosamente, aos comandos legais e aos dados contidos nos processos originários; e b) chamar à ordem o processo e cancelar a autorização de trabalho quando verificado o não cumprimento de qualquer cláusula contratual ou descumprimento de disposições legais, cabendo recurso no prazo estipulado por esta Resolução Normativa. 7. TRANSFERÊNCIA A transferência do estrangeiro para outra empresa do mesmo conglomerado econômico, obriga a pessoa jurídica contratante a comunicar e justificar o ato ao Ministério do Trabalho e Emprego, no prazo máximo de 15 (quinze) dias após a sua ocorrência (artigo 6 da Resolução Normativa n 74/2007. 8. MUDANÇA DE FUNÇÃO/AGREGAMENTO Na hipótese de mudança de função e/ou agregamento de outras atividades àquelas originalmente desempenhadas pelo estrangeiro, deverá a requerente apresentar justificativa, bem como aditivo ao contrato de trabalho, quando cabível, junto à Coordenação-Geral de Imigração, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, após a ocorrência do fato (artigo 7 da Resolução Normativa n 74/2007). 9. VEDADO Conforme o artigo 8 da Resolução Normativa n 74/2007 é vedada a concessão de nova autorização de trabalho para o mesmo estrangeiro em relação à mesma pessoa jurídica nos 90 (noventa) dias seguintes ao término da vigência da autorização de trabalho concedida ou ao cancelamento da mesma. Conforme o parágrafo único do artigo citado acima, o disposto no caput do art. 8º não se aplicará: a) às autorizações de trabalho solicitadas à Coordenação-Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego com base na Resolução Normativa nº 61, de 8 de dezembro de 2004, quando precedidas de autorização de trabalho concedida pelo art. 6º da mesma Resolução, haja vista o disposto em seu parágrafo único; e b) às autorizações de trabalho solicitadas à Coordenação-Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego com base na Resolução Normativa nº 64, de 13 de agosto de 2005, quando precedidas de autorização de trabalho concedida pela Resolução Normativa nº 61, de 2004, haja vista o disposto no seu art. 4º parágrafo único. 10. CONCESSÃO DE AUTORIZAÇÃO DE TRABALHO PARA OBTENÇÃO DE VISTO TEMPORÁRIO A ESTRANGEIRO A Resolução Normativa do Conselho Nacional de Imigração CNI n 99, de 12.12.2012 (DOU: 17.12.2012) disciplina a concessão de autorização de trabalho para obtenção de visto temporário a estrangeiro com vínculo empregatício no Brasil, conforme parágrafos abaixo: O Ministério do Trabalho e Emprego poderá conceder autorização de trabalho para obtenção de visto temporário, previsto no art. 13, inciso V, da Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, ao estrangeiro que venha ao Brasil com vínculo empregatício, respeitado o interesse do trabalhador brasileiro (artigo 1 da Resolução Normativa do CNI n 99/2012). E o parágrafo único do artigo 1, dispõe que sendo o empregador pessoa física, o pleito deverá ser instruído, no que couber, com o mesmos documentos exigidos de empregador pessoa jurídica, nos termos de Resolução específica. Na apreciação do pedido será examinada a compatibilidade entre a qualificação e a experiência profissional do estrangeiro e a atividade que virá exercer no país (artigo 2 da Resolução Normativa do CNI n 99/2012). Conforme o parágrafo único do artigo 2, a comprovação da qualificação e experiência profissional deverá ser feita pela entidade requerente por meio de diplomas, certificados ou declarações das entidades nas quais o estrangeiro tenha desempenhado atividades, demonstrando o atendimento de um dos seguintes requisitos: TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 238

a) escolaridade mínima de 9 (nove) anos e experiência de 2 (dois) anos em ocupação que não exija nível superior; ou b) experiência de 1 (um) ano no exercício de profissão de nível superior, contando esse prazo da conclusão do curso de graduação que o habilitou a esse exercício; ou c) conclusão de curso de pós-graduação, com no mínimo 360 horas, ou de mestrado ou grau superior compatível com a atividade que irá desempenhar; ou d) experiência de 3 (três) anos no exercício de profissão, cuja atividade artística ou cultural independa de formação escolar. De acordo com o artigo 3 da Resolução Normativa do CNI n 99/2012), não se aplicará o disposto no artigo anterior (artigo 2 ) quando se tratar de pedido de autorização de trabalho para nacional de país sul-americano ou ainda, excepcionalmente, quando a compatibilidade do perfil profissional do estrangeiro com a função a ser desempenhada no Brasil possa ser demonstrada por outros meios. Importante: Conforme o artigo 5 da Resolução citada neste item, a chamada de mão-de-obra estrangeira deverá ser justificada pelo requerente. 10.1 - Autorização De Trabalho Para Obtenção De Visto Temporário - Prorrogado Ou Transformado Em Permanente De acordo com o artigo 6 da Resolução Normativa do Conselho Nacional de Imigração CNI n 99/2012, o prazo de estada do estrangeiro portador do visto temporário de que trata o art. 1º poderá ser prorrogado ou transformado em permanente, nos termos da legislação em vigor. Resolução Normativa n 99/2012, Art. 1º O Ministério do Trabalho e Emprego poderá conceder autorização de trabalho para obtenção de visto temporário, previsto no art. 13, inciso V, da Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, ao estrangeiro que venha ao Brasil com vínculo empregatício, respeitado o interesse do trabalhador brasileiro. Parágrafo único. Sendo o empregador pessoa física, o pleito deverá ser instruído, no que couber, com o mesmos documentos exigidos de empregador pessoa jurídica, nos termos de Resolução específica. 10.2 - Avaliação Do Pedido De Prorrogação Conforme o artigo 6, 1 da Resolução Normativa do CNI n 99/2012, na avaliação do pedido de prorrogação deverá ser considerado: a) a continuidade da necessidade do trabalho do estrangeiro no Brasil, respeitado o interesse do trabalhador brasileiro; b) o cumprimento dos condicionantes estabelecidos quando da concessão da autorização de trabalho ao profissional estrangeiro, conforme a Resolução Normativa do Conselho Nacional de Imigração aplicável; e c) a evolução do quadro de empregados, brasileiros e estrangeiros, da empresa requerente. Na avaliação do pedido de transformação em permanente deverá ser considerado: a) a justificativa apresentada pelo estrangeiro sobre sua pretensão em fixar-se definitivamente no Brasil; b) a continuidade da necessidade do trabalho do estrangeiro no Brasil, respeitado o interesse do trabalhador brasileiro; e c) a evolução do quadro de empregados, brasileiros e estrangeiros, da empresa requerente. 11. TÉRMINO DE AUTORIZAÇÃO - CONCESSÃO DE NOVA Os pedidos de prorrogação do prazo de estada ou de transformação de visto, em relação a estrangeiros titulares de autorizações de trabalho, serão efetuados junto ao Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, instruídos com a seguinte documentação (artigo 9 da Resolução Normativa n 74/2007): Para prorrogação do prazo de estada: TRABALHO E PREVIDÊNCIA Março - 10/2013 239