PROVA DE AFERIÇÃO (RNE)



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Transcrição:

ORDEM DOS ADVOGADOS CNEF / CNA PROVA DE AFERIÇÃO (RNE) Prática Processual Civil (12,5 valores) 3 de Junho de 2013

- Ler atentamente todo o enunciado da prova antes de começar a responder. -Todas as respostas devem ser completas e fundamentadas juridicamente. -A estruturação e o grau de precisão das respostas são considerados na avaliação. - A peça, apesar de dever ser assinada processualmente, não o pode ser no teste, sob pena de nulidade, mesmo que a assinatura seja ficcionada. Em 10.12.2009, pelas 10:20 horas, Artur Boavida encontrava-se a navegar, na zona de Avintes, no rio Douro, no sentido da Régua, com a sua embarcação de recreio TUBARÃO I, com o conjunto de identificação n.º 14345P5, quando embateu na embarcação auxiliar VIROTE DO RIO, com o conjunto de identificação n.º P4327AL, propriedade da empresa Brisas do Douro, Lda., que navegava no sentido oposto, em direção à foz do rio, no âmbito de um passeio turístico por si organizado, encontrando-se a bordo seis passageiros. O acidente deu-se quando a Tubarão I ao cruzar-se com a Virote do Rio abateu demasiado para bombordo, indo embater com a proa no lado de bombordo desta última embarcação (ver abaixo representação gráfica do acidente). Tal facto ocorreu por distração de Artur que observava as aves que se encontravam na margem do rio, perdendo por instantes contacto visual com o canal. Em consequência desse acidente, Benilde Semsorte, um dos passageiros da Virote do Rio, foi projetada borda fora, tendo caído no rio e sofrido ferimentos nos membros inferiores devido aos vários cortes provocados pela hélice da Tubarão I que lhe passou por cima após a queda. Artur Boavida e Brisas do Douro, Lda. tinham transferido a responsabilidade civil decorrente da utilização das respetivas embarcações para as seguradoras Sinistrália, S.A., e Segurmais, S.A., respetivamente, uma vez que o seguro de responsabilidade civil era obrigatório para ambas as embarcações. 2

O Regulamento da Via Navegável do Douro, aprovado pelo DL n.º 344- A/98, de 6/11, dispõe: - no nº3 do art.º 57º que As embarcações devem deslocar-se para estibordo para que o cruzamento se possa efetuar sem perigo, bombordo por bombordo ; - e na al. c) do art.º 14º impõe ao condutor tomar todas as medidas de precaução para evitar pôr em perigo a vida de pessoas. Entretanto, Benilde recebeu uma carta da Segurmais, S.A., a comunicar que o acidente não está coberto pela apólice que emitiu, uma vez que no âmbito do processo de sinistro apurou-se que o condutor da embarcação na qual seguia não tinha dado causa ao acidente. Da Sinistrália, S.A., nunca obteve qualquer resposta, não obstante Benilde ter enviado, em 06.07.2010, uma carta a reclamar desta seguradora o pagamento das despesas hospitalares (taxa moderadora 17,60), dos tratamentos clínicos a que teve de se submeter ( 80), dos medicamentos que teve de comprar ( 50) e das consultas para a obtenção do relatório médico ( 150). Benilde tinha à data do acidente 57 anos, trabalhava como operadora de corte para uma empresa de calçado com sede em Guimarães, auferindo a remuneração mensal de 500. Era uma mulher saudável e vaidosa. Após o acidente, Benilde ficou totalmente incapacitada para o trabalho durante 60 dias, após o que teve alta médica por ter sido considerada clinicamente curada. O quantum doloris atribuído foi de grau 2 numa escala de 0 a 7. Benilde ficou com duas cicatrizes de 20 cms em ambas as pernas abaixo dos joelhos que psicologicamente a inibem de voltar a usar saia ou vestidos por cima do joelho como era hábito fazer antes do acidente, o que lhe causa um profundo desgosto, tendo-lhe sido atribuído um dano estético de nível 3 numa escala de 0 a 7. 3

Benilde pretende obter do responsável ou responsáveis pelo acidente o pagamento de uma indemnização pelos danos patrimoniais e não patrimoniais por si sofridos, motivo pelo qual contactou o seu patrono. 1- Diga se, no dia de hoje, ainda é possível intentar a ação pretendida por Benilde e contra quem? (1V) 2- O seu patrono, em cumprimento das obrigações que lhe incumbem no âmbito do estágio, pediu-lhe que lhe apresentasse um projeto de petição inicial tendo em conta a pretensão de Benilde a fim de poder aferir dos conhecimentos que adquiriu ao longo da fase inicial do estágio. Redija o projeto de petição inicial a apresentar em tribunal, da forma mais completa possível, observando os requisitos legais e recorrendo aos elementos que considere pertinentes e que entenda por bem acrescentar (8 V) 3- Supondo que o R. veio invocar na contestação ter pago as despesas hospitalares, tratamentos clínicos e medicamentos de Benilde, esclareça sobre se haveria ou não lugar a mais algum articulado, considerando a forma de processo que indicou para a ação em causa (1V) 4- Imagine que, após a apresentação da petição inicial, Benilde faleceu e que a sua única filha, Cremilde Boasorte, pretende que a ação prossiga. Elabore o requerimento que teria de apresentar considerando o efeito pretendido, não deixando de indicar todos os elementos que lhe pareçam relevantes. (2,5V) 4

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO ACIDENTE Régua E B Margem Margem B E Legenda: E Estibordo (lado direito) B Bombordo (lado esquerdo) - Virote do Rio - Tubarão I Foz do rio Douro 5

ORDEM DOS ADVOGADOS CNEF / CNA PROVA DE AFERIÇÃO (RNE) TARDE Organização Judiciária (7,5 Valores) 3 de Junho de 2013

- Ler atentamente todo o enunciado da prova antes de começar a responder. -Todas as respostas devem ser completas e fundamentadas juridicamente. -A estruturação e o grau de precisão das respostas são considerados na avaliação. Ana, SA, é uma sociedade anónima com sede em Vila Nova de Gaia. Bento reside em Vila do Conde e é acionista maioritário e administrador de Ana, SA. César e Duarte, advogados, partilham os custos e os benefícios da sua indústria em escritórios no Porto e no Funchal. Em 19 de Agosto de 1994 Bento foi ao escritório de César e Duarte no Porto e acordou outorgar procuração para ambos se incumbirem do patrocínio forense e judicial da sociedade. Acordou também que César passaria a assessorá-lo juridicamente na qualidade de administrador da Ana, SA. contra o pagamento mensal da quantia de 250 contos ( 1250), a pagar pela Ana, SA., a César até ao dia 10 do mês seguinte. Reduziram este acordo a escrito consignando a emissão de nota de honorários até ao último dia do mês a que respeitasse para ser assinada por Bento e valer como título executivo. Acordaram ainda que, por cada assunto patrocinado por César e Duarte, devia ser elaborada uma conta-corrente a descrever as provisões e despesas, sendo liquidados os honorários a final para serem pagos até 60 dias depois da respetiva nota. Bento outorgou procuração constituindo César e Duarte mandatários da Ana, SA. A validade e a suficiência dos poderes de representação de Bento foram verificadas pelo notário que reconheceu a sua assinatura. Certa vez, encontrando-se Bento e César na sede da Ana, SA., o primeiro confidenciou que tinha sido casado nos EUA e aí se tinha divorciado, não estando transcrito o casamento em Portugal nem o respectivo divórcio. César aconselhou Bento a regularizar a situação. Bento outorgou imediatamente procuração constituindo César seu mandatário para o efeito. 2

César e Duarte foram recebendo indicações de Bento para, no interesse da Ana, SA., efetuarem cobranças e patrocinarem procedimentos e ações judiciais. II Até ao dia 30 de Abril de 2010 a Ana, SA., pagou pontualmente a César mas, a partir de Junho seguinte, apesar de Bento assinar as notas de honorários apresentadas por César, passou a invocar dificuldades de ordem económica e financeira da sua representada para adiar os respectivos pagamentos. Em 30 de Abril de 2012 César comunicou o fim do contrato, por incumprimento, e reclamou o pagamento da importância de 30.008,13 pela assessoria prestada. III De entre os assuntos cometidos pela Ana, SA., a César e Duarte destacam-se os seguintes: a) Ação de impugnação judicial da regularidade e licitude de despedimento; b) Impugnação judicial de liquidação de IMI; c) Impugnação do indeferimento de um pedido de licenciamento municipal; d) Indemnização por expropriação de parcela de terreno; e) Responsabilidade civil da concessionária por danos sofridos em estrada concessionada; f) Furto qualificado de materiais; g) Indemnização civil por acidente de viação. IV No dia 12 de Abril de 2010, César, em representação de Bento, instaurou ação especial para revisão e confirmação de sentença estrangeira. 3

V Em Agosto de 2012 a Ana, SA., e Bento deixaram de pagar provisões por conta dos honorários de César e Duarte. Estes, em Janeiro de 2013, interpelaram a sociedade e Bento pedindo-lhes que lhes pagassem o devido sob pena de renunciarem aos respetivos mandatos, não prosseguirem os assuntos pendentes e instaurarem contra a Ana, SA., e Bento as ações necessárias ao recebimento dos honorários em dívida. Na falta de resposta César e Duarte renunciaram aos mandatos e, liquidando todos os assuntos da sociedade e de Bento, informaram que a Ana, SA., era devedora a César e Duarte das seguintes quantias: 1) 1.375,00 por cobranças extrajudiciais; 2) 850,00 pelo assunto a) de III; 3) 150,00 pelo assunto b) de III; 4) 550,00 pelo assunto c) de III; 5) 1750,00 pelo assunto d) de III; 6) 1.100,00 pelo assunto e) de III; 7) 950,00 pelo assunto f) de III; 8) 7.500,00 pelo assunto g) de III. VI Por sua vez César liquidou o assunto referido em IV e apresentou a Bento a nota de despesas e honorários com um saldo a seu favor da quantia de 750,00. VII A Ana, SA., e Bento não reclamaram das quantias referidas em II, V e VI nem as pagaram até agora. 4

QUESTÕES: 1- Tendo em conta o descrito, determine com base na lei e referências à jurisdição e estrutura orgânica, o tribunal ou o juízo material e territorialmente competente para cada uma destas situações: A) [III a)] O suposto trabalhador residia na freguesia de Outeiro Maior, Vila do Conde, e prestava o seu trabalho em obra da Ana, SA., na Covilhã, para onde se deslocava de segunda a sexta-feira - (0,5V); B) [III b)] A liquidação do IMI foi efetuada pelo Serviço de Finanças de Machico, Região Autónoma da Madeira - (0,5V); C) [III c)] O indeferimento do pedido de licenciamento municipal refere-se a prédio situado na freguesia de Chafé, Viana do Castelo - (0,5V); D) [III d)] Tratou-se de indemnização pela expropriação de parcela de terreno cuja utilidade pública havia sido declarada pela Assembleia Municipal para construção de uma escola na freguesia de Boidobra, município da Covilhã - (0,5V); E) [III e)] Decorre de ação de responsabilidade civil extracontratual instaurada contra a concessionária por despiste e embate, ocorrido em Famalicão, por anormal acumulação de água em auto-estrada concessionada - (0,5V); F) [III f)] Refere-se a furto qualificado de materiais, praticado por Gabriel residente em Mamarrosa, Oliveira do Bairro, em obra a decorrer na freguesia da Gafanha da Nazaré, município de Ílhavo - (0,5V); 5

G) [III g)] Refere-se a pedido de indemnização civil em processo penal instaurado contra seguradora. Nele Horácio é arguido por ofensa à integridade física por negligência em consequência de acidente de viação ocorrido na freguesia de Horta da Vilariça, município de Torre de Moncorvo - (0,5V). 2- Suponha agora que Horácio, anteriormente referido, recorreu da sentença que o condenou e que o Tribunal da Relação do Porto a revogou ordenando novo julgamento. Suponha também que o juiz do tribunal da comarca de Alfândega da Fé é único e que a sua atividade é repartida entre aquele e os tribunais vizinhos das comarcas de Torre de Moncorvo e de Vila Nova de Foz Côa, os quais não têm outro juiz. Face ao disposto no n.º 1 do art.º 426.º-A do CPP onde pensa que deve ser efetuado novo julgamento? - (1V) 3- Atenta a situação descrita em IV, com base na lei especifique o tribunal material e territorialmente competente, tendo em conta que o casamento foi realizado nos EUA e a sua dissolução por divórcio foi decretada em Miami Beach, onde reside a ex-cônjuge de Bento, por um tribunal estadual - (0,5V). 4- Imagine-se a tirocinar para o exercício da advocacia sob o patrocínio de César e que este lhe pediu para indicar as formas legais adequadas à cobrança dos honorários devidos a César e Duarte, referidos em II, em a), b), c), d), e), f) e g) de V e em VI. 6

Imagine também que respondeu a César que deitaria mão da ação executiva, do procedimento de injunção e da ação de honorários e que César lhe disse: - Sem se esquecer da competência legalmente atribuída à jurisdição dos tribunais administrativos e aos tribunais da relação e do trabalho nem do disposto no n.º 1 do art.º 211.º da Constituição da República Portuguesa, determine em que tribunais devem ser instauradas as ações, executiva e de honorários, que referiu. Responda - (2,5V). 7

ORDEM DOS ADVOGADOS CNEF / CNA Comissão Nacional de Estágio e Formação / Comissão Nacional de Avaliação PROVA NACIONAL DE AFERIÇÃO (RNE) GRELHA DE CORRECÇÃO Prática Processual Civil (12,5 valores) 3 de Junho de 2013

1. Sim. O prazo de prescrição de três anos previsto no n.º 1 do art.º 498º do CPC pode ser mais longo nos casos do n.º 3 do mesmo preceito se o facto ilícito constituir um crime. Como o ilícito em causa corresponde à prática de um crime de ofensas à integridade física por negligência, p. e p. no art.º 148º do CP, o prazo prescricional é de cinco anos, ao abrigo da al. c) do art.º 118º do CP. Atendendo à matéria de direito indicada no enunciado, resulta que Artur Boavida será o responsável pelo acidente. Contudo, tratando-se de seguro obrigatório, a ação devia ser proposta contra a sua seguradora, a Sinistrália, S.A. (art.º 146º/1 DL n.º 7/2008, de 16/4), caso o pedido não exceda o capital seguro. Caso contrário, teria de ser demandado também o tomador de seguro. 2. Elementos obrigatórios: 1) indicação dos requisitos legalmente exigidos para a p.i. (art.º 467º do CPC, à exceção da al. g) do n.º 1). Poder-se-á, todavia, relevar a falta de indicação do domicílio profissional do mandatário nos casos de apresentação por via eletrónica ou quando seja de presumir que essa informação resulta da representação gráfica de um carimbo do candidato na peça. 2) liquidação dos danos morais dentro de valores razoáveis e admitidos pela prática jurisprudencial e liquidação do dano decorrente da incapacidade temporária para o trabalho durante 60 dias; Elementos a valorar (4 valores): coerência geral da peça; seleção e alegação dos factos que compõem a causa de pedir e que sustentam o pedido ou pedidos realizados através de artigos, se for o caso, considerando a forma de processo da ação (151º CPC); clareza na alegação dos factos; apoio documental dos mesmos quando possível; indicação de testemunhas e requisição de outras provas (467º/2 do CPC); indicação final do número total de documentos apresentados, incluindo a procuração forense e o comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça; relação entre o valor atribuído à ação e a forma de processo; liquidação do pedido de condenação no pagamento de juros de mora vencidos à taxa legal anual para as quantias que constam da carta enviada a 06.07.2010 e pedido de condenação em juros vincendos para as restantes quantias a partir da data da citação caso a R. seja a Sinistrália, S.A. 3. Trata-se de uma exceção perentória (neste caso, com efeito extintivo da pretensão do A., pelo menos parcialmente). Se o processo for ordinário, apenas poderá haver lugar a réplica (art.º 502º CPC); se for sumário, haverá lugar a resposta (art.º 785º CPC); e se for sumaríssimo, não haverá lugar a mais articulados, não obstante a possibilidade admitida no n.º 4 do art.º 3º do CPC. 4. A ação terá de prosseguir em nome da herdeira legal, mediante a dedução do incidente de habilitação (art.º 371º/1 CPC). Elementos a valorar: identificação do processo principal, da Requerente e do Requerido(s); exposição sucinta e clara dos fatos (indicação da data do óbito da A. e da qualidade de herdeira da filha); junção de documento comprovativo do óbito e, se for o caso, da habilitação judicial/notarial do herdeiro (art.º 373º do CPC). Pedido de deferimento. Junção de comprovativo do prévio pagamento da taxa de justiça devida pelo incidente. 1V 8V 1V 2,5V

ORDEM DOS ADVOGADOS CNEF / CNA PROVA DE AFERIÇÃO (RNE) TARDE Organização Judiciária (7,5 Valores) Grelha de correcção 3 de Junho de 2013

1.ª QUESTÃO (3,5 valores) Devem considerar-se correctas, atribuindo-se-lhes a valorização máxima, as respostas apoiadas na lei que, em comum e independentemente do item a que respondam, refiram a função jurisdicional [art.º 202.º da CRP], respectivas jurisdição e categorias dos tribunais [artigo 209.º da CRP], competência material [artigos 211.º e 212.º da CRP] e estruturas orgânicas [LOFTJ da Lei 3/99 e LOFTJ da Lei 52/2008], pressupondose em todas as outras, pelas respostas dadas antes ou depois, que há correspondência com aquelas, como nos casos a seguir enumerados: A) [III a)] - (0,5 valores) O suposto trabalhador residia na freguesia de Outeiro Maior, Vila do Conde, e prestava o seu trabalho em obra da Ana, SA., na Covilhã, para onde se deslocava de segunda a sexta-feira. Tribunais do trabalho estão incluídos na jurisdição dos tribunais judicias de competência especializada, expressa e materialmente atribuída por lei e, no caso, aplicando-se as regras da competência territorial, pode o trabalhador optar entre o Tribunal do Trabalho da Covilhã, Círculo judicial da Covilhã, Distrito Judicial de Coimbra, e o Tribunal do Trabalho de Matosinhos (que tem competência na comarca de Vila do Conde por falta de instalação do já criado Tribunal do Trabalho da Póvoa de Varzim, Círculo judicial de Vila do Conde, Distrito Judicial do Porto): Art.º 14.º/1 do Código de Processo do Trabalho (CPT); artigos 85.º/b) da LOFTJ aprovada pela Lei 3/99) e 74.º/2/c) da LOFTJ aprovada pela Lei 52/2008); Sucessivos regulamentos e mapas das referidas LOFTJ (Decreto-Lei 186-A/99, de 31 de Maio, e suas alterações e Decreto-Lei n.º 28/2009, de 28 de Janeiro, e suas alterações). B) [III b)] - (0,5 valores) A liquidação do IMI foi efetuada pelo Serviço de Finanças de Machico, Região Autónoma da Madeira. Jurisdição e competência material atribuída aos tribunais administrativos e fiscais (TAF), competência territorial do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal: artigos 209.º/1/b) e 211.º da Constituição da República Portuguesa (CRP); art.º 4.º/1/a) do ETAF; Portaria 874/2008, de 14 de Agosto. 2

C) [III c)] (0,5 valores) O indeferimento do pedido de licenciamento municipal refere-se a prédio situado na freguesia de Chafé, Viana do Castelo. Competência territorial do TAF de Braga:. Decreto-Lei nº325/2003, de 29 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº182/2007, de 9 de Maio e Decreto-Lei nº190/2009, de 9 de Agosto. D) [III d)] (0,5 valores) Tratou-se de indemnização pela expropriação de parcela de terreno cuja utilidade pública havia sido declarada pela Assembleia Municipal para construção de uma escola na freguesia de Boidobra, município da Covilhã. Competência territorial do Tribunal judicial da comarca da Covilhã: LOFTJ 3/99 e Decreto-Lei 186-A/99. E) [III e)] (0,5 valores) Decorre de ação de responsabilidade civil extracontratual instaurada contra a concessionária por despiste e embate, ocorrido em Famalicão, por anormal acumulação de água em auto-estrada concessionada. Competência territorial do TAF de Braga: Decreto-Lei nº325/2003, de 29 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº182/2007, de 9 de Maio e Decreto- Lei nº190/2009, de 9 de Agosto. F) [III f)] (0,5 valores) Refere-se a furto qualificado de materiais, praticado por Gabriel residente em Mamarrosa, Oliveira do Bairro, em obra a decorrer na freguesia da Gafanha da Nazaré, município de Ílhavo. Competência material e jurisdicional dos tribunais judiciais em matéria criminal e competência territorial do Juízo de Média Instância Criminal de Ílhavo, do tribunal da comarca piloto do Baixo Vouga, Distrito Judicial de Coimbra: LOFTJ aprovada pela Lei 52/2008 e regulamentação do Decreto-Lei n.º 28/2009, de 28 de Janeiro. G) [III g)] (0,5 valores) Refere-se a pedido de indemnização civil em processo penal instaurado contra seguradora. Nele Horácio é arguido por ofensa à integridade física por negligência em consequência de acidente de viação ocorrido na freguesia de Horta da Vilariça, município de Torre de Moncorvo. 3

Competência territorial do Tribunal judicial da comarca de Torre de Moncorvo, Círculo Judicial de Mirandela: LOFTJ da Lei 3/99 e regulamento aprovado pelo Decreto-Lei 186-A/99. 2.ª Questão Suponha agora que Horácio, anteriormente referido, recorreu da sentença que o condenou e que o Tribunal da Relação do Porto a revogou ordenando novo julgamento. Suponha também que o juiz do tribunal da comarca de Alfândega da Fé é único e que a sua atividade é repartida entre aquele e os tribunais vizinhos das comarcas de Torre de Moncorvo e de Vila Nova de Foz Côa, os quais não têm outro juiz. Face ao disposto no n.º 1 do art.º 426.º-A do CPP onde pensa que deve ser efetuado novo julgamento? - (1Vvalor) Deve considerar-se correcta, atribuindo-se-lhe a valorização máxima, a resposta que, apoiada na lei, refira as categorias dos tribunais judiciais e o tribunal de recurso, mencione o reenvio e a incompatibilidade do juiz da primeira instância para novo julgamento em qualquer das mencionadas comarcas e que, nessas circunstâncias, mencione o Tribunal Judicial da comarca de Vila Flor como o mais próximo, dentro do Circulo Judicial de Mirandela, Distrito Judicial do Porto: artigos 209.º/1/a) e 210.º da CRP; artigo 17.º da LOFTJ (Lei 52/2008) e art.º 426.º do CPP [LOFTJ (Lei 3/99) e respectivo regulamento (Decreto-Lei 186-A/99)]. 3.ª Questão Atenta a situação descrita em IV, com base na lei especifique o tribunal material e territorialmente competente, tendo em conta que o casamento foi realizado nos EUA e a sua dissolução por divórcio foi decretada em Miami Beach, onde reside a ex-cônjuge de Bento, por um tribunal estadual - (0,5Valores). Deve considerar-se correcta, atribuindo-se-lhe a valorização máxima, a resposta que, com base na lei, indique o Tribunal da Relação de Lisboa como o competente para a acção especial mencionada: artigos 1095.º e, por remissão, 85.º/3, ambos do CPC. 4

4.ª Questão Imagine-se a tirocinar para o exercício da advocacia sob o patrocínio de César e que este lhe pediu para indicar as formas legais adequadas à cobrança dos honorários devidos a César e Duarte, referidos em II, em a), b), c), d), e), f) e g) de V e em VI. Imagine também que respondeu a César que deitaria mão da ação executiva, do procedimento de injunção e da ação de honorários e que César lhe disse: - Sem se esquecer da competência legalmente atribuída à jurisdição dos tribunais administrativos e aos tribunais da relação e do trabalho nem do disposto no n.º 1 do art.º 211.º da Constituição da República Portuguesa, determine em que tribunais devem ser instauradas as ações, executiva e de honorários, que referiu. Responda - (2,5Valores). Deve considerar-se correcta, atribuindo-se-lhe a valorização máxima, a resposta que, com base na lei, refira: a) a competência residual dos tribunais judiciais, a competência por atribuição dos tribunais da jurisdição administrativa, dos tribunais de competência especializada e das instâncias de recurso; b) o Tribunal judicial da comarca de Vila Nova de Gaia para a acção executiva (II) de César contra Ana, SA; c) o tribunal judicial mais próximo da sede do devedor para a acção de honorários pelo patrocínio prestado por César e Duarte em todas as acções judiciais referidas em V [a) b), c), d), e), f) e g)], qualquer que ele seja; d) o Tribunal Judicial da comarca de Vila do Conde para a acção de honorários a instaurar por César contra Bento; (VI): artigo 26.º da LOFTJ (Lei 52/2008); art.º 4.º do ETAF; art.º 14.º/1 do Código de Processo do Trabalho e artigos 66.º e 76.º/2 do CPC. 5

Nota: A falta de resposta à totalidade de qualquer questão ou a uma parte determinada e autónoma da mesma ou a sua manifesta ininteligibilidade, o que equivale à falta, é classificada com 0,00 (zero) valores. A insuficiência em relação ao enunciado de qualquer questão é ponderada proporcionalmente à totalidade, não se considerando a insuficiência quando na resposta a outras questões seja possível descortinar resposta, ainda que indirecta, à questão avalianda. Sem prejuízo da cotação pela falta de resposta supra referida, na ponderação da insuficiência em relação à totalidade do enunciado de cada questão calcula-se a redução numa escala de correspondência proporcional, graduada de 10% em 10%, cumulativamente até 90% menos da totalidade da cotação prevista. 6