INTEGRAÇÃO ENTRE VÁRIAS ESFERAS? TERRA UM SUPER-ORGANISMO?



Documentos relacionados
FUNDAMENTOS DE ECOLOGIA Aula nº 5. Prof. Luís Chícharo TEMPERATURA

Sumário aula nº 3 Hipótese de Gaia Evidências Daisyworld Factos sobre a variação da temperatura na Terra O efeito de estufa Variação da temperatura

FUNDAMENTOS DE ECOLOGIA Aula nº 3

FUNDAMENTOS DE ECOLOGIA

Aquecimento global Rise of temperature

6 Não será permitido o uso de dicionário.

TEMPO CLIMA. num dado local ou região (definido através dos valores das variáveis meteorológicas).

Impacto dos padrões de circulação nos recursos de energia renovável na Ibéria

Problemas Ambientais

Bioenergia e Sustentabilidade: a perspectiva da indústria. FAPESP 18 de Novembro de Paulo Artaxo Instituto de Física Universidade de São Paulo

Uma investigação da retroalimentação do enfraquecimento da circulação termohalina pela atmosfera

Mudança do clima, Qual a importância? Martin Hedberg meteorologista do Centro Meteorológico Sueco

Atividade extra. Questão 01. Lingua Estrangeira Inglês

Introdução a Mudanças Climáticas e Inventários de Emissões de GEE

Mestrado Integrado Engenharia da Energia e do Ambiente, Faculdade Ciências da Universidade de Lisboa, 1/12

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS DE TEMPERATURA MÍNIMA DO BRASIL

Gestão de energia: 2008/2009

CAPÍTULO 7 EFEITO ESTUFA

Carbon stocks and changes across a network of Atlantic Forest plots. Simone Vieira (NEPAM/UNICAMP, Brazil)

Módulo 1 A Ciência da Mudança do Clima

Mudanças Climáticas Globais

ASPECTOS SINOTICOS E TtRMICOS DO INVERNO EUROPEU 86/87. Marcos Anderson Duffles Andrade

In: As era de Gaia, James Lovelock

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TEMPORAL DA TEMPERATURA DO AR NA CIDADE DE PORTO ALEGRE NO PERÍODO DE

CLIMATOLOGIA E MUDANÇAS GLOBAIS VARIAÇÕES DECADAIS CLIMA DO FUTURO MUDANÇAS CLIMÁTICAS

VARIABILIDADE ESPACIAL E TEMPORAL DAS ESTAÇÕES NO ESTADO DE SÃO PAULO PARA AS VARIAVEIS TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO

LEA - População, Recursos e Ambiente 1º Ano / 1º Semestre Aulas Práticas. Pegada Ecológica. 26 de Novembro de 2007

A mudança climática: Kyoto e cenários de aquecimento global

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS NA TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO EM LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ

Jose A Marengo CCST INPE São Paulo, Brazil jose.marengo@inpe.br

ÁNALISE DAS OCORRÊNCIAS DE EVENTOS EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO NA REGIÃO DE RIO LARGO, ALAGOAS

Unidade IV Ser Humano e saúde. Aula 17.1

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS EM REATORES ANAERÓBIOS NO TRATAMENTO DE DEJETOS DE SUÍNOS EM DIFERENTES ÉPOCAS DO ANO

Os fenômenos climáticos e a interferência humana

Comparação entre Variáveis Meteorológicas das Cidades de Fortaleza (CE) e Patos (PB)

Aula 1 Introdução. Prof. Dr. Mauricio M. Mata. Laboratório de Estudos dos Oceanos e Clima (LEOC) 1º SEM Terça-feira 14:00/16:00h, sala 2119

CARACTERIZAÇÃO DE EXTREMOS CLIMÁTICOS UTILIZANDO O SOFTWARE RClimdex. ESTUDO DE CASO: SUDESTE DE GOIÁS.

VARIABILIDADE, ANOMALIA E MUDANÇA CLIMÁTICA

Variabilidade temporal de índice de vegetação NDVI e sua conexão com o clima: Biomas Caatinga Brasileira e Savana Africana

Surface to Atmosphere Exchange at an Amazon Pasture/Agricultural Site

Impacto das Mudanças Climáticas nosrecursoshídricos

ENERGIA e DESENVOLVIMENTO. CCEE Lisboa, em 12 de Outubro de 2016

A TERRA ONTEM, HOJE E AMANHÃ

SELEÇÃO DE CANDIDATOS AO PPG EM QUÍMICA- INQUI/UFMS

Energia e Sustentabilidade A Eficiência Energética na Indústria

YORK Modelo YVWA Velocidade Variável, Unidade com compressores parafusos resfriados a água 200 a 300 Tons

Carlos H. de Brito Cruz Scientific Director Fapesp. 26/8/2008 mudança climática global.ppt; C.H. Brito Cruz e Fapesp

Produção Animal e Mudanças Climá4cas: Visão Geral e Desafios

ESTUDO TEMPORAL DO PERFIL DE TEMPERATURA NO SOLO NA EACF DURANTE PERÍODO DE OCORRÊNCIA DO FENÔMENO EL NIÑO ( )

IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA EVATRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA EM SANTA CATARINA

Uma Síntese do Quarto Relatório do IPCC

O DESMATAMENTO, A MUDANÇA A CLIMÁTICA E O EQUILIBRIO ECOLÓGICO REGIONAL

What is Bullying? Bullying is the intimidation or mistreating of weaker people. This definition includes three important components:1.

INVESTIR EM QAI MELHORA A PRODUTIVIDADE? LEONARDO COZAC (11) LEONARDO@CONFORLAB.COM.BR 23/09/ :30HS

IS CLIMATE INDUCING DENGUE? Flávio Justino, 1 Hudson Campos 2

Índices Teleconectivos

Mudança do clima e acordos internacionais

GHG missions in sugar cane ethanol production and avoided CO2

DEPARTAMENTO DE LETRAS INGLÊS TÉCNICO E CIENTÍFICO PROFESSOR: WELLINGTON BORGES

ECA. Ambiente e sustentabilidade ECA DECivil / IST manuel.pinheiro@ist.utl.pt. Manuel Duarte Pinheiro.

PROJEÇÕES DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL PARA CENÁRIOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TAPEROÁ - PB

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA SIMULTÂNEA DE ENOS E ODP SOBRE O CARIRI CEARENSE

INFLUÊNCIA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE DOENÇAS: FERRUGEM DO EUCALIPTO NO BRASIL. Engº Agrônomo, M. Sc. Willian Bucker Moraes

Análise de Tendências de Extremos para o Planalto Central

Ciclos do elementos Carbono, Nitrogênio e Enxofre

Ficha de trabalho: Questionários

MATERIAIS E METODOLOGIA

Energia e Ambiente Seminário: A Diversidade como Valor: Energia e Ecossistemas

Câmara setorial Açúcar e Álcool

Atividade extra. Questão 01. Lingua Estrangeira Inglês

Caracterização da Variabilidade do Vento no Aeroporto Internacional de Fortaleza, Ceará. Parte 2: Análise da Velocidade

OS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: ÁGUA, CARBONO E NITROGÊNIO. Profº Júlio César Arrué dos Santos

CARGA NUCLEAR EFETIVA A carga nuclear de um átomo é dada pelo número de prótons do núcleo deste átomo e é chamada número atômico (Z).

CARGA NUCLEAR EFETIVA

INFLUÊNCIA DO ANTICICLONE SUBTROPICAL DO ATLÂNTICO SUL NOS VENTOS DA AMÉRICA DO SUL

VARIABILIDADE CLIMÁTICA PREJUDICA A PRODUÇÃO DA FRUTEIRA DE CAROÇO NO MUNICÍPIO DE VIDEIRA SC.

Adsorção em interfaces sólido/solução

O MUNDO ONDE VIVEMOS!

O Projeto Antártico do INPE: Aplicações de Sensoriamento Remoto

Sinais. O mundo está a mudar

Ø As actividades humanas dependem da água para a agricultura, indústria, produção de energia, saúde, desporto e entretenimento.

Exploração sustentada de recursos geológicos Recursos energéticos

Meio ambiente físico e Ecossistemas

TOXIDEZ DE ALUMÍNIO NO SISTEMA PLANTIO DIRETO. ROBERTO LUIZ SALET (Engenheiro Agrônomo, UFSM)

CARACTERIZAÇÃO DOS FLUXOS DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS DE FLORESTA TROPICAL, FLORESTA DE TRANSIÇÃO E PASTAGEM PELO MODELO DE BIOSFERA TERRESTRE IBIS

Mudança Climáticas: Riscos urbanos nas grandes metrópoles

Secas Extremas e Mudanças Climáticas: Mudanças Climáticas e os Impactos na Região Sudeste do Brasil

Long-range transport to the Arctic in HTAP models. Drew Shindell

RELAÇÕES HÍDRICAS NAS PLANTAS

Previsão e Avaliação de Impactes no Ar

Mudanças Climáticas, Tecnologia e Agricultura. Prof. Dr. Flavio Justino

Prova Escrita de Inglês

SOLUÇÕES DE SEQUESTRO DE CARBONO NA AGRICULTURA E FLORESTA COM MÚLTIPLOS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS

OFFSHORE INTERACTIONS

A Biosfera e seus Ecossistemas

AQUECIMENTO GLOBAL, EL NIÑOS, MANCHAS SOLARES, VULCÕES E OSCILAÇÃO DECADAL DO PACÍFICO

Escola do Campus da Caparica Ano Lectivo 2006/2007 Ciências Naturais 9º Ano. Nome: N.º: Turma:

Mudanças climáticas globais e recursos hídricos com enfoque para as bacias hidrográficas

Transcrição:

Sumário aula nº 2 Níveis de organização em ecologia Classificação dos factores ecológicos Influência dos factores ecológicos nos organismos Influência do factor ecológico no desempenho das espécies Métodos para análise do desempenho performance das espécies Lei da tolerância de Shelford (1911) Valência ecológica Lei do Mínimo (Leibig, 1840) Circulação da matéria e energia nos sistemas Leis da termodinâmica Exergia e processos biológicos Ciclos biogeoquímicos: água, carbono, azoto, fósforo 51

INTEGRAÇÃO ENTRE VÁRIAS ESFERAS? TERRA UM SUPER-ORGANISMO? 52

HIPÓTESE DE GAIA: BIOSFERA CONTROLA O CLIMA Gaia is a complex entity involving the Earth s biosphere, atmosphere, oceans, and soil; the totality constituting a feedback of cybernetic system which seeks an optimal physical and chemical environment for life on this planet James Lovelock, 1979 53

HIPÓTESE DE GAIA : EVIDÊNCIA 1 VENUS EARTH MARS N (<2%) CO2 (95%) No oxygen atmosphere in chemical equilibrium N (77%), CO2( 0.03%) 21% Oxygen atmosphere not in chemical equilibrium N (<3%) CO2 (95%) No oxygen atmosphere in chemical equilibrium 54

HIPÓTESE DE GAIA : EVIDÊNCIA 2 CCN cloud-condensation nuclei DMS dimethyl sulphide Coccolithophorids in the Bering Sea Gephrocapsa sp, one of many species of coccolithophorids living in the ocean 55

HIPÓTESE DE GAIA : MODELO DAISYWORLD Daisyworld is a very simple planet that has only two species of life on its surface -- white and black daisies. The planet is assumed to be well-watered, with all rain falling at night so that the days are cloudless. The atmospheric water vapor and CO2 are assumed to remain constant, so that the greenhouse of the planet does not change. The key aspect of Daisyworld is that the two types of daisies have different colors and thus different albedos. 56 In this way, the daisies can alter the temperature of the surface where they are growing

HIPÓTESE DE GAIA : MODELO DAISYWORLD black daisies absorb more heat white daisies reduce TºC optimum interval Coevolution of climate and vegetation at increasing (red) and decreasing (blue) insolation. T0 is the global temperature of the corresponding planet without vegetation 57

MODELO DAISYWORLD 58

TEMPERATURA 59

FACTOS 60

VARIAÇÃO DA TEMPERATURA NA TERRA irtemp.sw RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE DIF. CONTINENTES/OCEANOS CIRC. ATMOSFÉRICA 61

O EFEITO DE ESTUFA 62

VARIAÇÃO DA TEMPERATURA NA TERRA 63

VARIAÇÃO DA TEMPERATURA NA TERRA - Ao longo do século XX a temperatura média do planeta aumentou 0,6ºC; - Este aumento da temperatura provocou mais mudanças no clima do planeta do que aquelas que ocorreram nos últimos 40 mil anos; - Desde o início dos registos das temperaturas, nos últimos 20 anos registaram-se os 10 anos mais quentes da história. 64

VARIAÇÃO DA TEMPERATURA NA TERRA : INVERSÃO DA TENDÊNCIA Anomalias térmicas verificadas no hemisfério Norte, entre 1880 e 2000, nos continentes, no oceano e nos Continentes+oceano Anomalias térmicas verificadas nos trópicos, entre 1880 e 2000, nos continentes, no oceano e nos continentes+oceano Efeito na distribuição e abundância de espécies e produtividade dos ecossistemas 65

O AQUECIMENTO DO PLANETA: CIRCULAÇÃO ATMOSFÉRICA E OCEÂNICA 66

CAUSAS 67

O AQUECIMENTO DO PLANETA : FLUTUAÇÕES NATURAIS ex Younger Dryas? This cold episode is identified as the Younger Dryas cold phase. Recent studies show this inteval began with an ~7oC drop in temperature, in only 20 years. The event ended as suddenly as it had begun with a dramtic increase in temperature of ~7oC. A total shutdown of the ocean conveyor might lead to a big chill like the Younger Dryas, when icebergs appeared as far south as the coast of Portugal. Or the conveyor might only temporarily slow down, potentially causing an era like the "Little Ice Age," a time of hard winters, violent storms, and droughts between 1300 and 1850. That period's weather 68 extremes caused horrific famines, but it was mild compared with the Younger Dryas.

O AQUECIMENTO DO PLANETA : IMPACTO HUMANO? In the late 19th century, a Swedish chemist, Svante Arrhenius, noticed that human activities, such as the burning of coal and other fossil fuels for heat, and the removal of forested lands for urban development, 69 led to higher concentrations of greenhouse gases, like carbon dioxide and methane, in the atmosphere.

O AQUECIMENTO DO PLANETA: EFEITO DO CO2 70

O AQUECIMENTO DO PLANETA : DEFLORESTAÇÃO NA CHINA The entire region is shown as "forest" in maps of natural vegetative cover 71

O AQUECIMENTO DO PLANETA : DEFLORESTAÇÃO NO BRASIL E BOLÍVIA 72

AGRICULTURA INTENSIVA E CO2 global warming potential (GWP) 73

O AQUECIMENTO DO PLANETA: O RISCO DO METANO (CH4) Methane is 10 times more effective than carbon dioxide in causing climate warming. 74

CONSEQUÊNCIAS 75

AQUECIMENTO GLOBAL 76

ANOMALIAS TÉRMICAS E PRECIPITAÇÃO 77

PRECIPITAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE ÁGUA 78

DISPONIBILIDADE vs. CONSUMO DE ÁGUA 2003 1933 S. Louis River 79

O AQUECIMENTO DO PLANETA: SUBIDA NÍVEL DO MAR 80

O AQUECIMENTO DO PLANETA: SUBIDA NÍVEL DO MAR Estimativas para o ano de 2100, para Portugal 81

82

O AQUECIMENTO DO PLANETA: EFEITO FERTILIZANTE DO CO2 Facteur de modification de croissance de la biomasse (facteur de modification de croissance ou augmentation relative dans la croissance de la biomasse) résultant d'un accroissement de teneur en CO2 de 300 m mol/mol au-dessus de la teneur ambiante (presque doublée) en fonction de la température moyenne journalière de 83 l'air pour les plantes indiquées dans la légende. Source: Kimbal et al. (1993)

O AQUECIMENTO DO PLANETA: CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE HUMANA 84

O AQUECIMENTO DO PLANETA: CORRENTES OCEÂNICAS E EL NIÑO (ENSO) ENSO EL NIÑO SOUTH OSCILLATION warm ENSO 85

EL NIÑO E LA NIÑA(ENSO) LA NiÑA cold ENSO 86

EL NIÑO E LA NIÑA(ENSO): EFEITOS NO CLIMA EM DIF. ÉPOCAS DO ANO LA NIÑA EL NIÑO 87

EL NIÑO E PRODUCTIVIDADE PRIMÁRIA (CLOROFILA A) CONDIÇÕES NORMAIS EL NIÑO ACTIVO 88

NORTH ATLANTIC OSCILLATION: NAO - speed and direction of winds -airtemperatures and precipitation Tº and Salinity of the water Vertical mixing Circulation patterns + NAO very large pressure difference between Azores and Iceland More and stronger winter storms on a NE direction in Europe The NAO index is defined as the anomalous difference between the polar low and the subtropical high during the winter season (December through March) -NAO small pressure difference between Azores and Iceland Fewer and weaker winter stroms 89 on a W-E direction in Europe