GRUPO II GRUPO DE ESTUDO DE PROTEÇÃO TÉRMICA E FONTES NÃO CONVENCIONAIS



Documentos relacionados
MINIMIZAÇÃO DO DESGASTE EROSIVO E CORROSIVO EM TROCADORES DE CALOR DE USINAS TERMOELÉTRICAS A CARVÃO

NOVOLAC AR 170 Revestimento de alto desempenho Novolac, resistente a ácido sulfúrico 98%.

TESTES REFERENTES A PARTE 1 DA APOSTILA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO INDIQUE SE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR ESTÃO CERTAS OU ERRADAS

O FORNO A VÁCUO TIPOS E TENDÊNCIA 1

Óleo Combustível. Informações Técnicas

Usinagem com Altíssima Velocidade de Corte

ENERGIA DO HIDROGÊNIO - Célula de Combustível Alcalina

VALIDAÇÃO DO MODELO DE ELETROCOAGULAÇÃO FLOTAÇÃO NO TRATAMENTO DE EFLUENTE TÊXTIL VISANDO À REMOÇÃO DE DQO, UTILIZANDO REATOR EM BATELADA.

OTIMIZAÇÃO DE PARÂMETROS DE SOLDA POR DEPOSIÇÃO SUPERFICIALPOR FRICÇÃO EM LIGA DE ALUMÍNIO AL 7075

PREDIAL AQUATHERM CATÁLOGO TÉCNICO

COMPARAÇÃO ECONÔMICA ENTRE O TRANSPORTE DE GÁS E LINHA DE TRANSMISSÃO

Características do processo

Poluição atmosférica decorrente das emissões de material particulado na atividade de coprocessamento de resíduos industriais em fornos de cimento.

INSTALAÇÃO, LUBRIFICAÇÃO E MANUTENÇÃO DAS CORRENTES TRANSPORTADORAS PROCEDIMENTO DE INSTALAÇÃO DA CORRENTE

Universidade Paulista Unip

A INFLUÊNCIA DO SISTEMA DE VÁCUO NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DOS PRODUTOS DE CERÂMICA VERMELHA.

Dosagem de Concreto INTRODUÇÃO OBJETIVO. Materiais Naturais e Artificiais

TRATAMENTOS TÉRMICOS E TERMO - QUÍMICOS

Curso de MIQ - Profa. Simone P. Taguchi Borges DEMAR/EEL/USP Proteção de superfícies 1

1 Introdução simulação numérica termoacumulação

Influência da Temperatura e da Salinidade no Cultivo da Microalga Dunaliella tertiolecta em Fotobiorreator Airlift

Utilização do óleo vegetal em motores diesel

UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS COMPÓSITOS EM GRADES DE PLATAFORMAS MARITIMAS (2012) 1 OLIVEIRA, Patrícia, GARAY, André RESUMO

DESIDRATAÇÃO, SEPARAÇÃO E LIQUEFAÇÃO DE GÁS NATURAL USANDO O TUBO VORTEX

Universidade do Estado de Mato Grosso Engenharia Civil Estradas II

ESTUDO DO EFEITO DA QUANTIDADE DE FRITA MATE NA RESISTÊNCIA AO ATAQUE QUÍMICO DE ESMALTES MATES

Aula 17 Projetos de Melhorias

- CAPÍTULO 2 MATERIAIS CONDUTORES

Física. Questão 1. Questão 2. Avaliação: Aluno: Data: Ano: Turma: Professor:

TESTES DE VIDA EM FRESAMENTO COM REDUÇÃO DO NÚMERO DE FERRAMENTAS

Inversores de Frequência Aplicados em Processos de Mineração Trazem Ganho de Produtividade, Economia de Energia e Manutenção Reduzida.

Tabela 1 - conteúdo de umidade em alguns alimentos:

(J/gºC) Água 4,19 Petróleo 2,09 Glicerin a 2,43. Leite 3,93 Mercúri o 0,14. a) a água. b) o petróleo. c) a glicerina. d) o leite.

9. MANUTENÇÃO DE TRANSFORMADORES:

Tipos de malha de Controle

Tratamento Térmico. Profa. Dra. Daniela Becker

FACULDADE DE JAGUARIÚNA

AQUECEDOR SOLAR A VÁCUO

III-123 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL EM ATERROS DE RESÍDUOS SÓLIDOS A PARTIR DE ESTUDOS DE REFERÊNCIA

Estudo das Propriedades Físico Mecânicas do Papel a ser submetido ao 4º EETCG- Encontro de Engenharia e Tecnologia dos Campos Gerais

1.1 Objetivo. 1.2 Considerações Iniciais

Componente B Catalisador AL 1006 Componente B ( ) - (1,5L)

Otimização do Processo de Moagem de Engobes Cerâmicos para Produção de Revestimento

8º CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ENGENHARIA MECANICA Cusco, 23 a 25 de Outubro de 2007

TIJOLOS CRUS COM SOLO ESTABILIZADO

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

PRINCÍPIOS TERMOELÉCTRICOS. Princípios de funcionamento e características dos termopares

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA EEL7051 Materiais Elétricos - Laboratório

PROGRAMA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL POR SOLDAGEM

TTT VI Conferência Brasileira sobre Temas de Tratamento Térmico 17 a 20 de Junho de 2012, Atibaia, SP, Brasil

BT 0082 BOLETIM TÉCNICO RESINA CERAMIC REPAIR_ ENDURECEDOR CERAMIC REPAIR

Discussão sobre os processos de goivagem e a utilização de suporte de solda

Centro de Seleção/UFGD Técnico em Refrigeração ==Questão 26==================== Assinale a alternativa que define refrigeração.

ESTUDO DA REMOÇÃO DE ÓLEOS E GRAXAS EM EFLUENTES DE PETRÓLEO UTILIZANDO BAGAÇO DA CANA

Distância de acionamento. Distância sensora nominal (Sn) Distância sensora efetiva (Su) Distância sensora real (Sr) 15/03/2015

11.1 EQUAÇÃO GERAL DOS BALANÇOS DE ENERGIA. Acúmulo = Entrada Saída + Geração Consumo. Acúmulo = acúmulo de energia dentro do sistema

Conformação dos Metais Prof.: Marcelo Lucas P. Machado

Usinagem I Parte I Aula 6 Processos não convencionais e MicroUsinagem. Prof. Anna Carla - MECÂNICA - UFRJ

RELATÓRIO TÉCNICO N 04/2008 ANÁLISE DA AÇÃO DE ALTAS TEMPERATURAS EM PAINEL EM ALVENARIA DE BLOCOS CERÂMICOS VAZADOS

AÇOS ESTRUTURAIS. Fabio Domingos Pannoni, M.Sc., Ph.D. 1

AÇOS. Construção Mecânica

Introdução ao Estudo da Corrente Eléctrica

Sensores de detonação (KS ou Knock Sensor)

Tecnologias de Micro-Geração e Sistemas Periféricos PARTE II Tecnologias de Aproveitamento de Calor -

MODELO TERMODINÂMICO DE UMA TURBINA A GÁS

Piso epóxico Solución para estacionamientos. Viafloor EP 250. Objetivo:

EME405 Resistência dos Materiais I Laboratório Prof. José Célio

2.4-Aços inoxidáveis dúplex:

ME-38 MÉTODOS DE ENSAIO ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS-DE-PROVA CILÍNDRICOS DE CONCRETO

Período de injeção. Período que decorre do início da pulverização no cilindro e o final do escoamento do bocal.

Resistência de Bactérias a Antibióticos Catarina Pimenta, Patrícia Rosendo Departamento de Biologia, Colégio Valsassina

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE DECAPAGEM E DE PASSIVAÇÃO E APLICAÇÃO DE PINTURA EM AÇO INOXIDÁVEL AUSTENÍTICO

ESTUDO DE PROPRIEDADES TÉRMICAS DE MATERIAIS UTILIZADOS COMO ESCUDO DE PROTEÇÃO DE DISPOSITIVOS AEROESPACIAIS

Bombas de Calor Geotérmicas

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA Campus RECIFE. Curso: Engenharia de Produção Disciplina: Materiais para Produção Industrial

PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS I ÁCIDO SULFÚRICO

Transformadores a seco. Indutores e reatores (chokes) a seco Para aplicações de componentes eletrônicos de potência, transmissão e distribuição

Análise de Percolação em Barragem de Terra Utilizando o Programa SEEP/W

CORROSÃO. Química Geral Prof a. Dr a. Carla Dalmolin

EXTRAÇÃO DE ACIDOS HUMICOS A PARTIR DO REJEITO DA CONCENTRAÇÃO DE CARVÃO MINERAL POR DIFERENTES METODOS

Construção. Sika Unitherm -Steel S interior. Pintura intumescente base solvente, de rápida secagem, para uso em áreas internas. Descrição do Produto

AISI 420 Tratamento Térmico e Propriedades. InTec Introdução

Considerações sobre redimensionamento de motores elétricos de indução

Tubos Redondos

Medição de Temperatura. Profa. Michelle Mendes Santos

NGK recomenda revisão periódica de velas de ignição de motocicletas

Caracterização de Termopares

UM ENSAIO DO PROCESSO DE RECOZIMENTO PLENO

Leonnardo Cruvinel Furquim TERMOQUÍMICA 2

Guia do professor. Introdução

Aperfeiçoe o desempenho do injetor no refino de petróleo

2.5 Sistema de recuperação de energia. Funcionamento em alívio

A partir de 300. Aqueça um chão frio. Warmup PLC Av. das Comunidades Europeias, Lote V - R/C - A, Cascais, Portugal

TRABALHOS TÉCNICOS PROPOSIÇÃO DE MÉTODO DE DOSAGEM MARSHALL PARA MISTURA BETUMINOSA TIPO C.B.U.Q.

EXPERIÊNCIA Nº 4 ESTUDO DE UM TROCADOR DE CALOR DE FLUXO CRUZADO

Lubrificação IV. Notou-se excessivo ruído no sistema de mudança. Sistema selado

Estudo da Viabilidade Técnica e Econômica do Calcário Britado na Substituição Parcial do Agregado Miúdo para Produção de Argamassas de Cimento

Propriedades Térmicas

Trabalho Prático N o :. Técnica Operatória da Soldagem SMAW

Escola Superior de Tecnologia de Setúbal. Modelação e Identificação de Sistemas. Controlo. Ângelo Carmo Luis Santos

Transcrição:

SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GPT 26 14 a 17 Outubro de 2007 Rio de Janeiro - RJ GRUPO II GRUPO DE ESTUDO DE PROTEÇÃO TÉRMICA E FONTES NÃO CONVENCIONAIS MINIMIZAÇÃO DA CORROSÃO E EROSÃO EM TROCADORES DE CALOR TIPO TUBOS E CARCAÇA EM USINAS TERMOELÉTRICAS A CARVÃO Cristiani Coral Zanelatto (IC) 1, Lucas Crotti Zanini (IC) 1, Rodrigo Miranda (IC) 2, Elidio Angioletto (PQ) 1, Marcio Roberto Rocha (PQ) 1, Ângela Arnt (PQ) 1, Luis Filipe (PQ) 4, Marcos Marques da Silva Paula (PQ) 1,3 Departamento de Engenharia de Materiais 1, Departamento de Engenharia Química 2, Laboratório de Síntese de Complexos Multifuncionais LASICOM* 3, Tractebel Energia S.A 4, Universidade do Extremo Sul Catarinense RESUMO A cinza volante, resultante da queima do carvão mineral empregado na geração de energia elétrica, é responsável por problemas de desgaste erosivo intenso e localizado em estruturas e equipamentos. Os gases de combustão ao atingirem a temperatura do ponto de orvalho da água possibilitam a formação de ácido sulfúrico, que causa intensa corrosão nos tubos localizados nas regiões mais frias dos trocadores (região inferior). O objetivo deste trabalho foi o de avaliar alternativas que minimizem a ação erosiva e corrosiva, permitindo um aumento da vida útil e melhor performance dos equipamentos em serviço. PALAVRAS-CHAVE: Erosão, Corrosão, Trocadores de Calor, Nitretação, Aspersão Térmica. 1- INTRODUÇÃO Os equipamentos utilizados em termoelétricas que utilizam carvão como combustível sofrem rotineiramente desgastes. Este desgaste é verificado freqüentemente nos tubos metálicos dos bancos de trocadores de calor, resultado da passagem de gases aquecidos que carregaram partículas erosivas no seu percurso. O carvão mineral é utilizado em usinas termoelétricas como combustível na geração de energia elétrica. Além da energia, a queima do carvão mineral gera um alto teor de cinzas, responsáveis por problemas de desgaste intensos e localizados. O desgaste mais freqüente neste tipo de aplicação é o erosivo, devido à agressão de partículas sólidas presentes em um fluido a uma superfície. O desgaste erosivo em altas temperaturas nas usinas termoelétricas ocorre principalmente nos tubos dos trocadores de calor. Assim, pode-se destacar a importância do estudo dos mecanismos envolvidos no desgaste erosivo, propondo soluções adequadas que minimizem ou eliminem a necessidade de paradas para reparos desses tubos. Para compreender os mecanismos de erosão, deve-se entender como pequenas partículas sólidas podem remover material da superfície de uma amostra durante o impacto. Para isso, é preciso conhecer a natureza e/ou a magnitude das forças agindo entre a partícula e a amostra. Estas forças transferem energia da partícula ao material alvo e determinam a extensão e morfologia da deformação resultante do impacto [1]. Muitos são os fatores responsáveis pelo processo de erosão, como: o ângulo de impacto da partícula, a resiliência final da superfície, a velocidade da partícula, temperatura e a energia de ligação metálica da superfície [2]. Uma das variáveis de grande significância é o ângulo com que a partícula atinge a superfície. Para metais dúcteis e sólidos frágeis, diferentes curvas para erosão são obtidas em função deste ângulo de ataque [3]. Outro ponto a ser considerado é que nos trocadores de calor, os gases de combustão ao atingirem a temperatura do ponto de orvalho da água possibilitam a formação de ácido sulfúrico. O H 2 SO 4 é formado a partir da reação entre o SO x contido nos gases de combustão e moléculas de água presentes no ambiente, o que causa intensa corrosão nos tubos localizados nas regiões mais frias dos trocadores (região inferior). Quando processos corrosivos e erosivos agem em conjunto as perdas materiais são maiores que a soma da ação isolada de cada processo, pois o processo erosivo remove o produto de corrosão expondo a superfície a novo desgaste corrosivo (*) Av Universitária, 1105 - Bloco S CEP 88806-000 Criciúma, SC Brasil Tel: (+48) 3431-2577 Email: lasicom@unesc.net

2 e assim, sucessivamente [4]. Este trabalho objetiva desenvolver e especificar materiais e métodos de tratamento da superfície que minimizem a ação corrosiva e erosiva em trocadores de calor tubulares em usinas termoelétricas a carvão e assim, prolongar a vida útil em condições reais de operação, levando em consideração a relação custo-benefício do revestimento aplicado. 2 - MÉTODO EXPERIMENTAL SUBSTRATOS Os seguintes materiais de base foram estudados com relação à resistência ao desgaste e a corrosão: ASTM 178, ASTM 106 e aço CORTEN. Corpos-de-prova de aço ASTM 178 foram preparados a partir de tubos removidos da própria UTE. Os demais, adquiridos junto a fornecedores. 2.1 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE EROSÃO Para a avaliação da resistência ao desgaste erosivo em temperaturas elevadas, foi realizado um ensaio de desgaste erosivo nas amostras de acordo com a norma ASTM G76, com equipamento disponível no laboratório de materiais cerâmicos da UFRGS (Figura 1). Foram extraídas dos tubos amostras com 30 mm de diâmetro, cortadas e arredondadas. Como agente erodente, empregou-se sílica. Todas as medidas foram conduzidas à temperatura de 450 ºC. Para avaliação do efeito do ângulo de colisão do agente erodente em relação à superfície das amostras, foram utilizados dois ângulos de incidência de 30º e 45º. Estes ângulos foram selecionados por serem críticos na degradação do substrato. 1 3 2 4 FIGURA 1 Equipamento para ensaios de desgaste erosivo indicando as partes principais: (1) sistema de préaquecimento do ar, (2) sistema de alimentação de partículas erodentes; (3) Sistema venturi-acelerador de partículas e (4) Forno para os ensaios. 2.2 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE EROSÃO DE REVESTIMENTO Foram realizados ensaios acelerados de desgaste erosivo, de acordo com a norma ASTM G76, na qual foram confeccionados corpos-de-prova e revestidos com ligas a base de WC-12Co e Cr 3 C 2 -NiCr pela técnica HVOF. Em virtude dos trocadores de calor operarem em torno de 400 ºC a 450 ºC, os materiais revestidos foram submetidos a ensaios em laboratório nesta faixa de temperatura. Partículas de sílica foram utilizadas como agente erodente, tendo sido utilizados ângulos de impacto iguais a 30º e 45º. A utilização destes erodentes e dos ângulos de incidência foram escolhidos por simularem uma condição de erosão mais drástica do que àquela verificada nas condições de operação dos tubos. O ensaio de desgaste foi efetuado em um equipamento desenvolvido baseado na norma ASTM G76, como mostra a Figura 1. 2.3 MEDIDAS DE POLARIZAÇÃO As experiências de polarização foram realizadas em uma célula convencional de três eletrodos. Como eletrodo de referência, empregou-se um Eletrodo Saturado de Calomelano (SCE); uma placa de platina como contra-eletrodo;

3 finalmente, como eletrodo de trabalho, corpos-de-prova dos diversos substratos sob diferentes revestimentos. Os substratos foram embutidos em resina de poliestireno, de modo que a área de superfície plana fosse a única em contato com o meio corrosivo. No ensaio potenciodinâmico utilizou-se corpos-de-prova produzidos com os aços ASTM 178, ASTM 106 e CORTEN, em meios diferentes, como H 2 SO 4 0,5M, NaCl 3%, HCl 0,5M e HNO 3 0,5M. Antes de cada medida, o eletrodo foi mantido imerso na solução teste no potencial natural por 1 hora, isto é, até atingir um equilíbrio na interface metal-solução. As curvas de polarização foram registradas num potenciostato EG&G PAR 283 a 25ºC. A velocidade de variação de potencial foi de 0,2 mv.s -1, iniciando em potencial de -0,25 V a +1,6 V vs. SCE. 2.4 ENSAIOS DE IMERSÃO Ensaios de imersão por perda de massa foram realizados em diferentes meios, empregando cinco corpos-deprova retangulares, com área aproximadamente de 3,5 cm 2 para cada meio. Os corpos-de-prova foram previamente decapados com HCl 50% e em seguida, lavados com água destilada. A seguir, pesados e imersos nos seguintes meios: H 2 SO 4 0,5M, NaCl 3%, HCl 0,5M e HNO 3 0,5M. 3- RESULTADOS E DISCUSSÕES Abaixo são apresentados resultados preliminares dos testes realizados com os corpos-de-prova de diversos aços e ligas, em relação ao aço ASTM 178, empregado atualmente na UTE em estudo. 3.1 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE EROSÃO A TABELA 1 apresenta os resultados obtidos para a taxa de desgaste erosivo, de acordo com a norma ASTM G76, em massa dos materiais investigados, que são o ASTM A178, ASTM A106, CORTEN e Nitretado. Para cada valor apresentado na tabela, a média foi obtida pelo ensaio de três corpos-de-prova. TABELA 1: Taxa de desgaste erosivo. Revestimento Condição de ensaio (temperatura - ângulo) ASTM 178 450 C 30 ASTM 106 450 C 30 CORTEN 450 C 30 Nitretado 450 C 30 Taxa Média de erosão (G alvo /G erodente *10-4 ) 1,68 1,35 1,48 1,26 1,72 1,48 1,37 1,34 A TABELA 2 apresenta os resultados obtidos de microdureza Vickers, utilizando um microdurômetro da marca Buehler, modelo micromet 2001. Utilizou-se identadores vickers e carga de 1000 g. Cada valor apresentado na tabela corresponde a média de dez medidas. TABELA 2: Microdureza Vickers para os diversos substratos. Revestimento Condição do teste Microdureza Vickers Média (HV) ASTM 178 (a) 119,02 182,18 ASTM 106 171,91 200,72 CORTEN 139,42 231,86 Nitretado 216,46 270,43 Cr 3 C 2 -NiCr 663,27 134,81 (a) Temperatura de 450ºC e ângulo de impacto de 45º.

4 Observa-se que o corpo-de-prova revestido com Cr 3 C 2 -NiCr apresenta maior microdureza que o aço ASTM 178, utilizado na UTE. 3.2 DETERMINAÇÃO DA TAXA DE EROSÃO DE REVESTIMENTO A TABELA 3 e a FIGURA 2 apresentam os resultados obtidos da taxa do desgaste erosivo em volume. Para tanto se determinou a porosidade e posterior densidade dos revestimentos. TABELA 3: Desgaste erosivo em volume para WC-12Co e Cr 3 C 2 -NiCr. Revestimento Condição do Teste Taxa Média de erosão (g/cm 3 *10-5 ) WC-12Co Cr 3 C 2 -NiCr 400 ºC - 30º 450 ºC - 30º 400 ºC - 45º 450 ºC 45º 400 ºC - 30º 450 ºC - 30º 400 ºC - 45º 450 ºC 45º 0,38 0,39 0,44 0,48 0,74 0,79 0,85 0,86 Porosidade (%) Densidade (g/cm 3 ) 4,98% 14,159 0,70% 6,867 Erosão volume (cm 3 /g*10-5 ) 1,00 0,90 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,38 0,74 0,44 0,85 0,39 0,79 WC12Co Cr3C2-25NiCr 0,86 0,48 0,10 0,00 400-30 400-45 450-30 450-45 Temperatura (ºC), Ângulo (º) FIGURA 2: Variação da taxa de erosão, em perda de volume por massa de erodente impactada, em função do ângulo de incidência do eroente (30 ou 45º) e da temperatura de ensaio (400 C ou 450 C). Os experimentos mostram que o desempenho apresentado pelos revestimentos à base de Cr 3 C 2 -NiCr e o WC- 12Co é superior àquele apresentado pelo aço sem revestimento. Outra vantagem da aplicação dos revestimentos selecionados é que estes apresentam uma maior resistência à corrosão. 3.3 POLARIZAÇÃO Os traços gráficos da variação de massa em função do tempo são lineares, sugerindo a não formação de filme de óxido protetor. Estes resultados estão de acordo com os obtidos nos ensaios potenciodinâmicos. As curvas potenciodinâmicas, partindo de -0,25 V vs. E corr até 1,6 V e registradas a uma velocidade de 0,2 mv.s -1 mostrando um crescimento significativo na densidade de corrente acima de E corr, sem a presença de uma região bem definida de passivação até potencial próximo a 600 mv vs. SCE. Acima deste potencial, observa-se acentuada queda na densidade de corrente. Entretanto, não se verifica passivação suficiente para proteger o metal, que continua ativo, com densidade de corrente crescente até dissolução do substrato.

5 1600 1400 1200 1000 800 600 E(mV) 400 200 0-200 -400-600 -800-1000 -1200-1400 -7-6 -5-4 -3-2 -1 log(i)(log(a)) FIGURA 3 Perfil potenciodinâmico para corpo-de-prova em aço ASTM 178 em H 2 SO 4 0,5 M. Velocidade de variação de potencial: 0,2 mv.s -1. 3.4 PERDA DE MASSA Resultados apontam que o H 2 SO 4 0,5M foi o meio mais agressivo, apresentando perda de massa de aproximadamente 85% da massa inicial em 469 horas de ensaio. Para o meio NaCl 3%, a perda foi quase desprezível, ou seja, de 0,37%, num tempo aproximado de 448 horas. Para o meio HCl 0,5M, teve-se uma perda intermediária, de aproximadamente 16%, num tempo de 776 horas. Para o meio HNO 3 0,5M a perda de massa foi em média de 0,97%, em aproximadamente 241 horas. A B C FIGURA 4 (A) corpo-de-prova imerso em H 2 SO 4 0,5 M, (B) corpo-de-prova imerso em NaCl 3%, (C) corpo-deprova imerso em HCl. 4. CONCLUSÃO 1) O revestimento que apresentou melhor desempenho frente às condições testadas foi o Cr 3 C 2 -NiCr; 2) O desgaste erosivo dos revestimentos depende de suas propriedades físicas e mecânicas, bem como da microestrutura; 3) O H 2 SO 4 0,5M foi o meio mais agressivo, apresentando perda de massa de aproximadamente 85% da massa inicial em 469 horas de ensaio. 4) Os traços gráficos da variação de massa em função do tempo são lineares, sugerindo a não formação de filme de óxido protetor. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

6 [1] HUTCHINGS, I. M. The erosion of ductile metals by solid particles PhD. Dissertation, Univ. of Cambridge (1974). p. 45-52. [2] BUSHAN,Bharat; GUPTA,B.K. ; Tribology ; ed. Krieger, 1997. [3] SUCKLING, M. e ALLEN, C. Critical variables in high temperature erosive wear, Wear 203-204 (1997), p. 528-536. [4] http://www.iope.com.br/3i_corrosao_2.htm [5] J. VICENZI, D. L. VILLANOVA, M. D. LIMA, A. S. TAKIMI, C. M. MARQUES, C. P. BERGMANN. Revestimentos protetores aplicados por HVOF: estudo comparativo da resistência à erosão a quente por cinzas de carvão mineral.