INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA

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Transcrição:

INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO European University Association Avaliação Institucional Fevereiro 2010

ÍNDICE GERAL ÍNDICE GERAL ÍNDICE DE ANEXOS ÍNDICE DE FIGURAS ÍNDICE DE QUADROS LISTA DE ABREVIATURAS SUMÁRIO EXECUTIVO I II II III III IV 1. NOTA INTRODUTÓRIA 1 2. CONTEXTUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL E NACIONAL 2.1 RESUMO HISTÓRICO 2 2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA DO IPBEJA 2 2.3 ENQUADRAMENTO DO IPBEJA NO DISTRITO 3 2.4 SISTEMA EDUCATIVO EM PORTUGAL 4 2.5 ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL 4 2.6 ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO 4 2.7 ESTUDANTES, PESSOAL DOCENTE, NÃO DOCENTE E CARGOS DIRIGENTES 5 2.8 SITUAÇÃO ACTUAL DO MERCADO DE TRABALHO REGIONAL E NACIONAL 7 2.9 AUTONOMIA 8 3. SECÇÃO I NORMAS E VALORES 3.1 OPERACIONALIZAÇÃO DA MISSÃO 8 3.2 GOVERNO E GESTÃO 10 3.3 PERFIL ACADÉMICO 11 3.4 POSICIONAMENTO LOCAL E REGIONAL 15 4. SECÇÃO II ORGANIZAÇÃO E ACTIVIDADES 4.1 PRÁTICAS DE GESTÃO 16 4.2 FINANCIAMENTO 18 4.3 ESTRUTURAS (EQUIPAMENTOS E LABORATÓRIOS) 19 4.4 RECURSOS HUMANOS 20 4.5 SERVIÇOS DE APOIO A ESTUDANTES 20 4.6 LIGAÇÃO À COMUNIDADE 22 4.7 INTERNACIONALIZAÇÃO 23 5. SECÇÃO III PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO E QUALIDADE 24 6. SECÇÃO IV ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA E CAPACIDADE DE MUDANÇA 27 7. SECÇÃO V DINÂMICA DE I&D E POTENCIAL TECNOLÓGICO 29 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 31 ANEXOS I

ÍNDICE DE ANEXOS Anexo 1 Criação do IPBeja e Unidades Orgânicas Anexo 2 Organograma Anexo 3 Localização do IPBeja Anexo 4 Concelhos constituintes do Distrito de Beja Anexo 5 Mapas das Universidades e Politécnicos, públicos e privados, de Portugal Anexo 6 Distribuição dos alunos por género, segundo a Unidade Orgânica, 2008/2009 Anexo 7 N.º de alunos matriculados, segundo a Região Anexo 8 N.º de alunos nos últimos cinco anos lectivos, por Unidade Orgânica Anexo 9 Vagas, colocações e taxas de ocupação, por oferta formativa 1ºciclo Anexo 10 Evolução do pessoal docente Anexo 11 Evolução do pessoal não docente Anexo 12 Habilitações literárias do pessoal não docente Anexo 13 Cargos dirigentes, segundo as habilitações literárias e género Anexo 14 Empregabilidade dos diplomados Anexo 15 Ensino e emprego, Jornal i Anexo 16 Desemprego por NUTS II Anexo 17 Mapa Estratégico Anexo 18 Cursos de formação inicial (1º Ciclo) Anexo 19 Mestrados Anexo 20 Pós-Graduações Anexo 21 Cursos de Especialização Tecnológica Anexo 22 Cursos de Curta Duração Anexo 23 Projectos e Parceiros Anexo 24 Proveniência geográfica dos alunos Anexo 25 Níveis de escolaridade da população residente (2004) Anexo 26 Orçamento executado por fonte de financiamento (2004/2008) Anexo 27 Orçamento 2009, Receita/Despesa Dotação Inicial Aprovada Anexo 28 Pessoal docente em formação Anexo 29 Dados dos Serviços de Acção Social do IPBeja Anexo 30 Organograma SAS Anexo 31 N.º de consultas do GAPP, (evolução) Anexo 32 N.º de actividades desenvolvidas pelo GAAD, 2008 Anexo 33 Mobilidade ERASMUS (alunos) Anexo 34 Mobilidade ERASMUS (docentes) Anexo 35 Instituições parceiras ERASMUS Anexo 36 Mobilidade Vasco da Gama Anexo 37 Cursos avaliados pela ADISPOR ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Operacionalização da Missão 9 Figura 2 Serviços Centrais do IPBeja 10 II

ÍNDICE DE QUADROS Quadro n.º 1 Alunos matriculados, segundo a modalidade formativa, por Unidade Orgânica (2008/2009) 5 Quadro n.º 2 Docentes, segundo a categoria profissional, 2009 6 Quadro n.º 3 Pessoal não docente, segundo a categoria profissional 7 Quadro n.º 4 Orçamento de Funcionamento e Investimentos do Plano, 2009 18 Quadro n.º 5 Orçamento SAS 21 LISTA DE ABREVIATURAS ACOS Associação de Criadores de Ovinos do Sul AEBAL Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral CEBAL Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-alimentar do Baixo Alentejo e Litoral CET Curso de Especialização Tecnológica COTR Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio CAQ Conselho para Avaliação e Qualidade CTC Centro de Transferência de Conhecimentos ECTS Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos EDAB Empresa para o Desenvolvimento do Aeroporto de Beja EDIA Empresas de Desenvolvimento de Infra-estruturas do Alqueva, S.A. ESA Escola Superior Agrária ESDIME Agência para o Desenvolvimento Local do Alentejo Sudoeste ESE Escola Superior de Educação ESS Escola Superior de Saúde ESTIG Escola Superior de Tecnologia e Gestão GAPP Gabinete de Apoio Psico-Pedagógico GAAD Gabinete de Apoio à Actividade Desportiva GPEARI Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais IEFP Instituto de Emprego e Formação Profissional INE Instituto Nacional de Estatística IPBeja Instituto Politécnico de Beja LNEG Laboratório Nacional de Energia e Geologia MCTES Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior NERBE Núcleo Empresarial da Região de Beja NUTS Nomenclaturas das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos PALOP Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa PCTA Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo PED Plano Estratégico de Desenvolvimento PRN Plano Rodoviário Nacional QREN Quadro de Referência Estratégico Nacional RESIALENTEJO, E.I.M. Tratamento e Valorização de Resíduos RJIES Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior SAS Serviços de Acção Social SOMICOR Sociedade Mineira de Neves Corvo, S.A. SPDE Serviço de Planeamento e Desenvolvimento Estratégico QUAR Quadro de Avaliação e Responsabilização ULSBA Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo VAB Valor Acrescentado Bruto ZIPIPB Zona de Influência Próxima do Instituto Politécnico de Beja III

DECLARAÇÃO Eu, Vito de Jesus Carioca, Presidente do Instituto Politécnico de Beja, declaro que segui o processo de Auto-avaliação Institucional e li o presente relatório de Auto-avaliação. Em nome do Instituto, aceito a responsabilidade por ambos. SUMÁRIO EXECUTIVO ( )Dos parâmetros da avaliação da qualidade, determinadas pelo RJIES, transparece a realidade incontornável e inadiável de que, só as instituições assentes nos pilares de consistente e constante qualificação docente e discente, da produção técnico-científica ajustada aos desafios das sociedades, da política de aproximação à comunidade num espírito de serviço, da sinergia e permuta de esforços e experiências, podem ser instituições atractivas e marcadas pela qualidade( ) (Carioca, Vito 2008) Entendendo a avaliação como um momento de reflexão partilhada, componente fundamental de um processo de planeamento e de uma gestão estratégica que visa a optimização dos recursos e (re) orientação da acção, considerou o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) importante a adesão ao Programa de Avaliação Institucional desenvolvido pela European University Association EUA. Este processo de avaliação surge num contexto de transição que marca a vida do IPBeja, resultante dos novos Estatutos e da obrigatória reestruturação interna, de alterações impostas por um novo enquadramento gestionário e, ainda, tendo em base os novos desafios impostos ao Ensino Superior em que se salienta a necessária aposta na qualificação do corpo docente, na obrigatoriedade de actualização da oferta educativa e na premissa que as instituições de ensino devem ser importantes pólos de investigação e desenvolvimento local. Actualmente, o IPBeja encontra-se a elaborar um Plano Estratégico de Desenvolvimento para o quadriénio 2010-2013, que visa redefinir, numa lógica participada, a missão do Instituto e os valores e que contribuam para a orientação da estratégia de gestão a seguir, que prospective e contratualize a mudança e que, dessa forma, permita ao Instituto enfrentar os novos desafios do sistema social e do enquadramento europeu. O caminho a seguir, e a equacionar no referido Plano Estratégico, visa a assumpção da excelência, a inovação, a competência, a qualidade e a internacionalização como valores fundamentais, e aspira, simultaneamente, a conseguir colocar em prática as opções e as acções adequadas à transformação do IPBeja numa organização mais ágil e mais comprometida, através de, entre outros aspectos: do desenvolvimento científico, com a transferência de conhecimento; da criação de valor acrescentado ao nível de novos produtos, novos serviços, novos recursos humanos; e da consolidação do potencial da oferta formativa, profundamente comprometido com as necessidades e características da Região. Deste modo, o presente relatório apresenta uma estrutura que contempla a caracterização da Instituição e sua contextualização no território e, posteriormente, subdivide-se em cinco secções, designadamente: Normas e Valores, Organização e Actividades, Práticas de Avaliação e Qualidade, Orientação Estratégica e Capacidade de Mudança e Dinâmica de I&D e Potencial Tecnológico. Pretende-se com esta reflexão salientar a capacidade e o potencial que caracteriza esta Instituição e, simultaneamente, aspirar a um contexto de inovação na actuação futura de todos os que contribuem para a acção do IPBeja. IV

1. NOTA INTRODUTÓRIA Na medida em que o processo de Auto-avaliação Institucional assume como objectivo principal desenvolver uma reflexão profunda e participada sobre o Instituto, de modo a ser possível traçar o estado de arte que evidencie a sua evolução, apresente as suas práticas, identifique as potencialidades e determine as fragilidades e os obstáculos que persistem e que, necessariamente, devem ser ultrapassados, emerge o presente relatório que de forma breve pretendeu efectuar uma síntese descritiva e analítica da realidade do IPBeja quanto ao seu passado, presente e futuro. Com vista à sua execução, a estratégia metodológica delineada considerou, num primeiro momento, os vários documentos, que a médio prazo, contribuíram para definir a missão do Instituto, nomeadamente: o Plano Estratégico de Desenvolvimento PED que abarcou o período de 2002/2006 1 ; a Avaliação Prospectiva do Plano Estratégico de Desenvolvimento 2002-2006 2 ; o Programa de candidatura da actual Presidência do IPBeja, realizado a partir dos documentos anteriormente mencionados e outros, e com base numa reflexão participada sobre a missão, valores e os vectores de actuação para o futuro. Outra fase da estratégia foi a constituição de vários grupos de trabalho, nomeadamente: Steering Committee, grupo composto por várias individualidades, com importância ao nível da gestão e coordenação da actividade do IPBeja nos seus diversos níveis. Teve como funções a promoção da reflexão institucional interna (discussão e validação de processos de análise SWOT), a produção de contributos imprescindíveis para a elaboração, a discussão e respectiva validação do relatório final, disponibilizando-o a toda a comunidade académica. Deste grupo, fizeram parte constituinte: Presidência do Politécnico; Directores das Unidades Orgânicas; Administradora do IPBeja; Administrador dos Serviços de Acção Social; Presidente do Conselho para Avaliação e Qualidade; Pró-presidente dos Serviços de Planeamento e Desenvolvimento Estratégico; Pró-presidente do Gabinete de Qualidade, Avaliação e Procedimentos; Representante do pessoal não docente; Representante dos alunos no Conselho para Avaliação e Qualidade; Provedor do estudante. Grupo de Redacção, teve como funções recolher e organizar informação, construir os instrumentos utilizados na discussão interna (matriz base SWOT), dinamizar os momentos de observação e respectiva análise de informação. Foi, também, responsável pela apresentação ao Steering Committee de forma periódica, dos aspectos cruciais para o incremento da reflexão, bem como de versões preliminares do relatório, executado com base nas linhas orientadoras facultadas pela EUA e pelos contributos obtidos nos vários momentos de reunião e discussão. Compuseram o mesmo: João Leal; Sandra Saúde; Luís Domingues; Sandra Lopes; Carla Nunes. 1 CESO, 2006. 2 ImproveConsult. Quartenaire Portuguesa, 2008. 1

No decurso do processo de Auto-avaliação, que resulta no presente relatório, surgiram alguns constrangimentos decorrentes do processo de transição imposto pela aplicação dos novos Estatutos e pela eleição do actual Presidente do Instituto. A dinâmica emergente do presente contexto de transição, obrigou a uma reestruturação interna surgimento de novos serviços (fusões), criação de diferentes órgãos, alteração de modos de gestão e coordenação, entre outros, o que impôs mudanças profundas ao nível dos contextos e práticas de actuação que ainda se encontram em maturação e não completamente consolidadas. 2. CONTEXTUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL E NACIONAL 2.1 RESUMO HISTÓRICO O Instituto, Instituição Pública de Ensino Superior Politécnico, foi criado pelo Decreto-lei n.º 513-T/79 de 26 de Dezembro 3. Por via do Despacho 171/MEC/87 de 17 de Julho, surge a nomeação do 1º Presidente da Comissão Instaladora do IPBeja. A tomada de posse foi a 7 de Agosto de 1987, data que coincidiu com a entrada em funcionamento do Instituto, integrando-o a Escola Superior de Educação e a Escola Superior Agrária (já existentes). Todavia, as necessidades de formação a nível superior na área da tecnologia e da gestão, por exemplo, sentidas com maior incidência em determinadas regiões do país, e as reivindicações da comunidade económica e empresarial, justificaram o alargamento da área de actividade do Instituto. Foi então criada a Escola Superior de Tecnologia e de Gestão (ESTIG), iniciando as suas actividades lectivas em 1995. Mais recentemente, no ano de 2002, a Escola Superior de Enfermagem presentemente Escola Superior de Saúde foi também integrada neste Instituto. 2.2 ORGANIZAÇÃO INTERNA DO IPBEJA Face ao novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) 4, o IPBeja procedeu à alteração dos seus Estatutos, por via do Despacho normativo n.º 47/2008, encontrando-se, actualmente, numa fase de mudança e reorganização Institucional, uma vez que daí resultaram novas formas de organização e gestão. Assim, o IPBeja integra: Unidades Orgânicas de Ensino e Investigação 5 : Escola Superior Agrária ESA ministra actualmente formação nas áreas da Agricultura, Silvicultura e Pescas, Ciências da Vida, Protecção do Ambiente e das Indústrias Transformadoras; Escola Superior de Educação ESE cuja oferta formativa actual incide nas áreas da Formação de Professores/Formadores e Ciências da Educação, Serviços Sociais, Serviços Pessoais, Ciências Sociais e do Comportamento e Artes; Escola Superior de Tecnologia e Gestão ESTIG apresenta oferta formativa nas áreas da Engenharia e Técnicas Afins, Arquitectura e Construção, Ciências Empresariais, Serviços de Segurança e Serviços Pessoais; Escola Superior de Saúde ESS que integrou recentemente o IPBeja, dispondo de oferta formativa na área da Saúde 6. 3 Tal Diploma regulamenta também o regime de instalação dos estabelecimentos de Ensino Superior Politécnico, a definição do seu prazo de vigência, que se inicia com a tomada de posse das respectivas Comissões Instaladoras e as suas competências. 4 Lei n.º62/2007, de 10 de Setembro. 5 Anexo 1 Criação do IPBeja e Unidades Orgânicas. 6 De acordo com os códigos da Classificação Nacional das Áreas de Educação e Formação. 2

Unidades Orgânicas de Apoio à Formação e ao Desenvolvimento: Biblioteca; Museu Botânico; Centro de Transferência de Conhecimento CTC. Unidade Funcional: Serviços de Acção Social SAS. O Instituto dispõe também de outros serviços com o propósito de prestar apoio técnico ou administrativo permanente, necessário ao seu bom funcionamento como de toda a sua estrutura organizativa 7. 2.3 ENQUADRAMENTO DO IPBEJA NO DISTRITO O Campus do IPBeja situa-se na cidade de Beja 8, Região do Alentejo (NUT II), integrando a sub-região Baixo Alentejo (NUT III), da qual a cidade é capital do Distrito. Estamos perante o maior Distrito do país, formado por 14 concelhos 9, que totalizam uma área de 10 225 Km². O mesmo é limitado a norte pelo Distrito de Évora (Alentejo Central), a leste por Espanha, a sul pelo Distrito de Faro e a noroeste pelo Distrito de Setúbal (Alentejo Litoral). O Distrito insere-se na Região Alentejo, dispondo esta última, segundo as estimativas do INE 10, de uma população residente de 535 507 habitantes, o que face aos dados registados nos Censos de 2001 corresponde a um decréscimo de 28 026 habitantes (-5,2%). Constatamos que o Alentejo evidencia um decréscimo populacional em todas as sub-regiões (NUT III), sendo mais expressivo no Alto e Baixo Alentejo. Também a densidade populacional nas quatro subregiões é, em 2008, uma das mais baixas a nível nacional, correspondendo a uma média de 19 hab/km 2, com ligeiras diferenças ao nível do Alentejo Central (23,4 hab/km 2 ). No que se refere ao tecido empresarial da Região, esta caracteriza-se, tal como na generalidade do país, por empresas de micro dimensão. No Baixo Alentejo, as micro-empresas apresentam um maior peso, estando acima da média regional. Contudo, todas as sub-regiões (NUT III), apresentam uma demografia empresarial consideravelmente turbulenta, que pode ser explicada pela alteração a nível de dimensão na estrutura das empresas, acima de tudo no reforço das micro e pequenas empresas. De 1996 a 2004, verificou-se uma dinâmica empresarial bastante elevada na criação de novas empresas no Alentejo. Com efeito, empresas nos sectores da indústria extractiva (Sines) e da construção (Alqueva), duplicaram nesse período, e outros sectores, como a indústria transformadora, comércio, alojamento, restauração, alugueres e serviços também foram alvo de criação de novas empresas. No que respeita, ao pessoal ao serviço nas empresas da Região Alentejo, o aumento não é tão significativo, facto que pode ser explicado pelo reforço das micro empresas. Todavia, de um modo geral, as estatísticas das empresas relativas ao período em referência revelam um aumento na sua criação, pessoal ao serviço, custos com pessoal e volume de negócios (Plano Regional de Inovação do Alentejo, 2005). De salientar que neste Distrito encontram-se sediadas importantes Empresas Públicas, como a EDIA Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva SA. e a EDAB Empresa para o Desenvolvimento do Aeroporto de Beja, S.A. (concelho de Beja), e a maior empresa extractiva do território nacional, Somincor, (concelho de Castro Verde), a ter em consideração no desenvolvimento de uma acção estratégica do IPBeja, não só no eventual estabelecimento de parcerias como ao nível da oferta formativa. 7 Anexo 2 Organograma. 8 Anexo 3 Localização do IPBeja. 9 Anexo 4 Concelhos constituintes do Distrito de Beja. 10 Dados referentes a 2008, cálculos efectuados a partir do portal www.ine.pt em 30 de Julho de 2008 última actualização dos dados feita em 20 de Novembro de 2009. 3

2.4 SISTEMA EDUCATIVO EM PORTUGAL De forma breve, importa expor os níveis em que o sistema de ensino português está estruturado, designadamente: Ensino Pré-escolar não obrigatório e tendo como público-alvo crianças dos 3 aos 6 anos; Ensino Básico constituindo a escolaridade mínima obrigatória e gratuita, encontra-se organizado em 1º Ciclo (4 anos de escolaridade), 2º Ciclo (2 anos de escolaridade) 3º Ciclo (3 anos de escolaridade) e integrando, a partir de 2009 11, o Ensino Secundário (3 anos de escolaridade); Ensino Superior compreendendo os subsistemas Politécnico e Universitário. 2.5 ENSINO SUPERIOR EM PORTUGAL Em matéria de Ensino Superior, este organiza-se num sistema binário, constituído pelo Ensino Universitário e pelo Ensino Politécnico, cada um com objectivos distintos que se traduzem em planos e concepções curriculares particulares. O ensino universitário deve orientar-se para a oferta de formações científicas sólidas, juntando esforços e competências de unidades de ensino e investigação, e o ensino politécnico deve concentrar-se especialmente em formações vocacionais e em formações técnicas avançadas, orientadas profissionalmente 12. No que se refere à sua natureza, as Instituições de Ensino Superior podem ser públicas ou privadas 13. A este propósito, importa frisar o Programa do XVII Governo Português onde um dos objectivos essenciais da política para o ensino superior, no período de 2005-2009, é garantir a qualificação dos portugueses no espaço europeu, concretizando o Processo de Bolonha oportunidade única para incentivar a frequência do ensino superior, melhorar a qualidade e a relevância das formações oferecidas, fomentar a mobilidade dos estudantes e diplomados e a internacionalização das nossas formações 14. O mesmo documento materializa as alterações à Lei de Bases do Sistema Educativo relativas ao novo modelo de organização do Ensino Superior. O Processo de Bolonha estrutura o Ensino Superior em três ciclos de formação onde o 1º conduz ao grau de licenciado, o 2º ao grau de mestre e o 3º ao grau de doutor que são objecto de uma acreditação prévia. Qualquer dos ciclos são constituídos, tendo por base, o Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos (ECTS), que beneficia a comparação dos cursos em termos europeus e a integração dos mesmos e das Instituições no espaço europeu de educação terciária. Este Processo pretende ainda dar ênfase a um ensino baseado no desenvolvimento de competências, na promoção da mobilidade e da competitividade profissional em prol de um sistema regido pela transmissão de conhecimentos. A aprendizagem ao longo da vida é outro aspecto pertinente a merecer atenção, criando-se condições de acesso ao ensino superior susceptíveis de captar cidadãos com mais de 23 anos, que abandonaram o sistema de ensino sem terminar as aspirações desejadas, ou para públicos que optaram por um percurso profissionalizante não superior, como por exemplo os Cursos de Especialização Tecnológica CET. 2.6 ENSINO SUPERIOR POLITÉCNICO Em Portugal, o Ensino Superior Politécnico está instituído desde 1986 15. A organização e atribuições destas Instituições encontram-se regulamentadas pelo Estatuto e Autonomia dos Estabelecimentos de Ensino Superior Politécnico 16. De acordo com esta Lei, os Institutos 11 Lei n.º 85/2009, de 27 de Agosto. 12 Decreto-Lei 62/2007 de 10 de Setembro, Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. 13 Anexo 5 Mapas das Universidades e Politécnicos públicos e privados de Portugal. 14 Decreto-Lei 74/2006, de 24 de Março, Regime Jurídico dos Graus e Diplomas do Ensino Superior. 15 Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro, Lei de Bases do Sistema Educativo. 16 Lei n.º 54/90, de 5 de Setembro, Estatuto e Autonomia dos Estabelecimentos de Ensino Superior Politécnico. 4

Politécnicos, com um forte carácter regional, tinham a possibilidade de conferir o grau de Bacharel. Concomitantemente, desde 1998, os Institutos podem conceder o grau de licenciado, algo que anteriormente só o faziam em relação às Licenciaturas em ensino, e desde 2005, com a segunda alteração à Lei de Bases do Sistema Educativo 17, o grau de Mestre. Segundo o RJIES, já citado, os Politécnicos devem integrar, um mínimo de duas escolas de áreas científicas diferentes, que podem dispor de órgãos de auto-governo e de autonomia de gestão, tendo em conta os seus Estatutos. A oferta formativa que têm ao dispor dos cidadãos vai ao encontro das necessidades sentidas no território nacional, mas pretende, sobretudo, dar resposta às carências e exigências do seu meio envolvente. Acrescente-se que o número de licenciados no ensino superior duplicou ao longo da última década, processo de expansão que derivou, sobretudo, do aumento do ensino superior politécnico nos anos 80 e 90, crescendo a um ritmo superior ao ensino universitário, representando no ano de 2001, quase 42% da totalidade dos estudantes 18. No entanto, a situação actual vivenciada pelas Instituições de Ensino Superior, especialmente, pelos Politécnicos, encontra-se numa fase transitória, requerendo grande capacidade de mudança e adaptação. O contexto de mudança é, essencialmente, consequente do que atrás foi mencionado: o Processo de Bolonha e as alterações ao quadro legislativo e regulamentar. 2.7 ESTUDANTES, PESSOAL DOCENTE, NÃO DOCENTE E CARGOS DIRIGENTES Alunos No ano lectivo 2008/2009, os alunos matriculados, distribuíram-se do seguinte modo: Quadro n.º 1 Alunos matriculados, segundo a modalidade formativa, por Unidade Orgânica (2008/2009) Unidade Orgânica Formação Inicial Pósgraduações Mestrados CET TOTAL ESA 575-50 153 778 ESE 704 47 19-770 ESTIG 1 117 30-44 1 191 ESS 359 - - - 359 TOTAL 2 755 77 69 197 3 098 Fonte: Serviços Académicos do IPBeja a 15.12.09 Da totalidade de alunos matriculados no ano lectivo em análise, 2008/2009, observou-se uma predominância de estudantes do género feminino (correspondente a 55,4% do total) 19. Considerando a evolução do número de alunos matriculados na Região Alentejo, entre os anos lectivos 1999/2000 e 2000/2001, verificou-se um aumento (passaram de 19.708 a 21.500 alunos), todavia, nos anos lectivos seguintes observou-se um decréscimo dos mesmos, que se fez sentir praticamente em todas as outras Regiões do país 20. A par da tendência nacional de diminuição de alunos nas Instituições de Ensino Superior, o IPBeja registou no último ano lectivo, uma quebra face aos 4 anos transactos 21, no que concerne aos alunos matriculados. Em termos de taxa de ocupação 22, no actual ano lectivo de 2009/2010 e no ano lectivo anterior, o IPBeja numa 1ªfase de colocações, situa-se a par de outros Politécnicos localizados no 17 Lei n.º 49/2005, de 30 de Agosto. 18 Tertiary Education in Portugal Background Report prepared to support the international assessment of the Portuguese system of tertiary education, April 2006, Ministry of science, Technology and Higher Education, p. 14. 19 Anexo 6 Distribuição dos alunos por género, segundo a Unidade Orgânica, 2008/2009. 20 Anexo 7 N.º de alunos matriculados, segundo a Região. 21 Anexo 8 N.º de Alunos nos últimos cinco anos lectivos, por Unidade Orgânica. 22 Anexo 9 Vagas, colocações e taxas de ocupação, por oferta formativa 1ºciclo. 5

interior do país, como é o caso do IPGuarda, do IPBragança, do IPTomar e ainda do IPPortalegre. Na análise da capacidade de captação de novos alunos, encontramos duas variáveis explicativas, nomeadamente: (1) a predominância da capacidade de atracção do Ensino Superior Universitário, em detrimento do Ensino Superior Politécnico 43% do total de alunos colocados no Ensino Superior Politécnico (nos dois últimos anos lectivos) e 67% no Ensino Superior Universitário (GPEARI, 2009); (2) a localização territorial das Instituições aliadas às suas condições de interioridade no caso específico do IPBeja, acresce o facto da sua área territorial de influência directa para captação de alunos, Alentejo (NUT II), se encontrar demograficamente envelhecida e regressiva 23. Pessoal Docente Quanto ao pessoal docente, o quadro que abaixo se apresenta, ilustra a distribuição do mesmo por categoria profissional: Quadro n.º2 Docentes, segundo a categoria profissional, 2009 Categoria Profissional Docentes (Valores Absolutos) % Assistente 1º Triénio 4 1,7 Assistente 2º Triénio 8 3,4 Assistente Convidado (tempo parcial) 30 12,8 Equip. Assistente 1º Triénio 23 9,8 Equip. Assistente 2º Triénio 47 20,1 Professor Adjunto 85 36,3 Equip. Professor Adjunto 16 6,8 Prof. Coord. sem Agregação 11 4,7 Professor Adjunto Convidado (tempo parcial) 7 3,0 Professor Requisitado 3 1,3 Total 234 100,0 Fonte: Serviço de Recursos Humanos do IPBeja, Mapa de recursos humanos a 15.12.2009 Refira-se, desde já, que no mês homólogo do ano transacto (Dezembro de 2008), o total de docentes era superior (240) 24. Procedendo a uma análise por categoria, concluímos que existe uma percentagem elevada de docentes na situação de Equiparados (36,7% do total) um pouco inferior ao peso relativo de docentes de carreira (46,1%), sendo que destes, 41,0% são professores adjuntos ou coordenadores. De registar ainda que, atendendo à natureza e especificidade de algumas unidades curriculares, foi necessário a contratação de professores convidados (12,8%) para que as mesmas pudessem ser asseguradas com a qualidade exigida. As percentagens apresentadas em cada uma das situações não são concordantes com os imperativos legalmente estabelecidos, onde é referido que os professores de carreira devem ( ) representar, pelo menos, 70% do número de docentes de cada instituição de ensino superior e o número de docentes convidados (especialistas) deve representar, pelo menos, 20% do número de docentes de cada instituição de ensino superior 25. Quanto às habilitações e de acordo com a mesma fonte, os docentes, repartem-se do seguinte modo: 14,5% possuem Doutoramento, 53,7% são Mestres e 30,8% possuem Licenciatura. Um docente, possui o grau de Bacharelato, e outro o 12ºano (este último considerado Especialista, na área das Artes). Ressalta a necessidade de investir na qualificação do corpo docente para adequar o número de Doutorados de acordo com imperativos legais subjacentes aos novos diplomas que regulam o Ensino Superior. 23 Em 1991 o Índice de Envelhecimento na Região Alentejo correspondia a 111 contra 68 no país e em 2007 a 184,5 idosos por cada 100 jovens. No país este índice é de 113,6. (INE, estimativas provisórias da população residente, 2007). 24 Anexo 10 Evolução do pessoal docente IPBeja. 25 Decreto-Lei 207/2009, de 31 de Agosto, Estatuto da Carreira do Pessoal Docente do Ensino Politécnico, art.º 30. 6

Pessoal Não Docente Importa também focar a atenção no pessoal não docente 26, pelo que o quadro que a seguir se apresenta respeita ao mesmo. Quadro n.º 3 Pessoal não docente, segundo a categoria profissional Categoria Profissional Total % Assistente Operacional 57 32,9 Assistente Técnico 64 37,0 Coordenador Técnico 2 1,2 Encarregado Operacional 1 0,6 Especialista de Informática. (G. 1 N.1) 2 1,2 Especialista de Informática (G. 1 N.2) 1 0,6 Especialista de Informática (G. 2 N.1) 3 1,7 Técnico de Informática Adjunto (N.1) 1 0,6 Técnico de Informática (G.1 N.1) 1 0,6 Técnico de Informática (G.1 N.2) 1 0,6 Técnico de Informática (G.2 N.1) 4 2,3 Técnico Superior 36 20,8 Total 173 100,0 Fonte: Serviço de Recursos Humanos do IPBeja, Mapa de recursos humanos a 15.12.2009 A maioria deste pessoal encontra-se na categoria profissional de Assistentes Técnicos (37,0%), Assistentes Operacionais (32,9%), e Técnicos Superiores (20,8%). No que se refere às habilitações literárias, concluímos que, do total, 173, 28,9% detêm Licenciatura, 22,0% o 3º Ciclo e 19,1% o Ensino Secundário 27. Na representação por género, observamos que entre o pessoal não docente, 68,8% são mulheres e 31,2% homens. Cargos Dirigentes O Instituto dispõe de vários elementos com ocupação de cargos dirigentes, mais concretamente: um Presidente, dois Vice-presidentes, dois Administradores um referente ao IPBeja e outro aos Serviços de Acção Social do Instituto, quatro Directores das Unidades Orgânicas, quatro Sub-directores dessas mesmas Unidades e três Pró-presidentes 28. 2.8 SITUAÇÃO ACTUAL DO MERCADO DE TRABALHO REGIONAL E NACIONAL No actual contexto de crise económica e financeira, internacional e nacional em que nos situamos, e tendo em conta a elevada mutação observada no mercado de trabalho, regista-se, em Portugal, um agravamento do desemprego que condiciona o bem-estar e a qualidade de vida de toda a população, independentemente do seu grau de escolaridade. De acordo com os dados de Junho de 2009 29, Portugal totalizava 472 873 indivíduos desempregados mais 90 375 do que em Junho de 2008 30, dos quais 37 692 detinham habilitação superior. Destes últimos inscritos nos Centros de Emprego, 36% diplomaram-se no ensino politécnico e 64% no ensino universitário, dados que revelam uma maior contribuição do ensino universitário para as inscrições nos Centros de Emprego 31. Uma análise ao número de desemprego entre os diplomados nos diferentes cursos, permitenos concluir que em alguns casos, existe uma coincidência entre a procura do curso pelos candidatos (1ª e 2ª fase de candidaturas) e a procura de profissionais nessa área de formação, por exemplo: o caso de Enfermagem, Turismo, Artes Plásticas e Multimédia e Desporto. No entanto, outros cursos onde a procura diminuiu, continuam a evidenciar níveis satisfatórios de 26 Anexo 11 Evolução do pessoal não docente IPBeja. 27 Anexo 12 Habilitações literárias do pessoal não docente. 28 Anexo 13 Cargos Dirigentes, segundo as habilitações literárias e género. 29 GPEARI, A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior, relatório V, Junho de 2009. 30 GPEARI, A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior, relatório III, Junho de 2008. 31 GPEARI, A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior, relatório V, Junho de 2009. 7

obtenção de emprego pelos diplomados, como seja o caso de Animação Sociocultural, Engenharia Alimentar ou Engenharia Civil 32. Necessariamente, estes dados teriam de ser conjugados com outros indicadores que permitissem concluir com maior rigor sobre a empregabilidade associada a cada caso e orientassem na redefinição da oferta formativa assim como a melhoria da adequação dos planos formativos às necessidades do mercado. Realçando a publicação sobre Ensino e Emprego, editada a 11 de Dezembro de 2009, pelo Jornal i 33, o IPBeja surge em 2º lugar num top das cinco taxas mais baixas de desemprego (3%). Os cálculos efectuados tiveram como base os anos lectivos entre 2005 a 2008, e os cursos com desempregados, sendo a fonte considerada o IEFP e o GPEARI. Relativamente à tendência regional, esta espelha a imagem do país, onde o aumento do desemprego teve lugar em todas as regiões. O Alentejo não foi excepção, registando-se, em 2009, 30 597 desempregados (destes, 7% detêm habilitações superiores) 34. Aliás, a Região tem apresentado valores elevados quanto a este fenómeno, fixando no 1º trimestre de 2009, uma das taxas de desemprego mais elevados, 10,2% 35. Traçando ainda um olhar pela taxa média de actividade, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, dados de 2006, verificase que a Região apresentava uma taxa mais baixa (57,5%) que a média nacional (62,5%). 2.9 AUTONOMIA Nos termos e para os efeitos previstos na Lei 62/2007, de 10 de Setembro, e de acordo com os seus Estatutos (despacho normativo n.º47/2008, de 2 de Setembro), o IPBeja é uma pessoa colectiva de direito público, dotada de autonomia estatutária, pedagógica, científica, cultural, administrativa, financeira, patrimonial e disciplinar. No âmbito da autonomia administrativa pode emitir regulamentos, praticar actos administrativos e celebrar contratos. Quanto à autonomia financeira, gera de forma livre os seus recursos, conforme critérios por si estabelecidos, incluindo as verbas anuais que lhe são atribuídas no Orçamento de Estado. Para além da autonomia administrativa e financeira, o Instituto dispõe ainda de autonomia patrimonial, administrando bens do domínio público ou privado do Estado ou de outra colectividade territorial que lhes tenham sido cedidas pelo seu titular, nas condições previstas na lei e protocolos estabelecidos com as mesmas entidades. Por último, importa ter presente que as Unidades Orgânicas de Ensino e Investigação, dispõem de autonomia administrativa, e são dirigidas pelo Director da Unidade Orgânica. 3. SECÇÃO I NORMAS E VALORES 3.1 OPERACIONALIZAÇÃO DA MISSÃO No contexto do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior e de todas as alterações normativas e procedimentos pedagógicos que surgiram ultimamente, o IPBeja e as Unidades Orgânicas, além das actividades normais que desenvolvem, terão de repensar as práticas desenvolvidas até ao presente. Esta mudança de atitude, já expressa nos Estatutos, exige grande rigor nos procedimentos a adoptar do ponto de vista quantitativo e qualitativo. Conforme consideração do Presidente do Instituto a excelência tem que ser procurada não só pelo valor acrescentado quantitativo mas também, e fundamentalmente, pela diferença, pela qualidade, pela especialização (Carioca, 2008). Inerente à sua missão e valores, apresentam-se de forma esquemática vectores e objectivos estratégicos que constam do programa de acção da nova presidência do IPBeja para os próximos cinco anos 2009-2013. Constituem as bases em que deve assentar a actuação do Instituto, com vista à sua sustentabilidade presente e futura: 32 Anexo 14 Empregabilidade dos Diplomados. 33 Anexo 15 Ensino e Emprego, Jornal i. 34 Anexo 16 Desemprego por NUTS II. 35 INE Estatísticas do Emprego 1º Trimestre 2009. 8

MISSÃO Produção e difusão do conhecimento, criação, transmissão da cultura e do saber de natureza profissional, da investigação orientada e do desenvolvimento experimental, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida VISÃO Excelência e inovação no saber e no aprender a fazer profundamente comprometidas com as perspectivas de desenvolvimento do contexto envolvente QUAR 2008/2010 IPBeja VALORES - Excelência na Acção - Inovação - Internacionalização - Credibilidade - Competência Vectores Estratégicos Objectivos Estratégicos V 1. Estrutura Organizacional - Consolidar a organização e gestão - Melhorar o sistema de comunicação interno V 2. Funcionamento/Dinâmica Organizacional - Diversificação e aumento das fontes de financiamento - Melhorar a dinâmica de funcionamento interno - Promover o desenvolvimento e a organização da investigação aplicada - Qualificar as instalações do IPBeja - Desenvolver/enriquecer a oferta formativa - Enriquecer os processos de acompanhamento de estudantes e ex-estudantes V 3. Recursos Humanos - Qualificação contínua do pessoal docente - Qualificação contínua do pessoal não docente V 4. Relações com a Comunidade - Consolidar a imagem local, regional e nacional do IPBeja - Consolidação dos laços de cooperação externa (internacionalização) V 5. Dinâmicas para o Desenvolvimento Territorial - Desenvolver processos de investigação-acção em territórios/clusters - Promover a articulação efectiva investigaçãoempregabilidade Figura 1 Operacionalização da Missão 9

Os vectores e os objectivos estratégicos sairão reforçados e complementados com o desenvolvimento e concretização do Plano Estratégico que se encontra em desenvolvimento. De acordo com Olve et al., (1999) a visão de uma organização, entendida como situação futura desejada tem como propósito orientar, controlar e estimular uma organização inteira a conseguir esse fim no futuro. Atendendo à articulação das quatro perspectivas do Balanced Scorecard e a sua ligação à estratégica, elaborou-se um Mapa Estratégico 36. Este tem como propósito, possibilitar uma visão clara e global da Instituição, através da representação gráfica das relações de causa e efeito entre os elementos da estratégia. Tais relações de causa e efeito, pretendem evidenciar o modo como os resultados financeiros da organização, estão condicionados pela satisfação dos clientes, cujas preferências evoluem com o contexto, e são asseguradas pela capacidade de inovação da organização (Le Gall, 2005). 3.2 GOVERNO E GESTÃO Foi no decurso de 2008 que se implementaram parte significativa das alterações introduzidas pela publicação e entrada em vigor da lei n.º 62/2007, de 10 de Setembro 37 À luz da mesma, foram publicados a 2 de Setembro de 2008 pelo Despacho Normativo n.º 47/2008, os novos Estatutos do Instituto Politécnico de Beja, e desde aí foram efectuadas as diligências possíveis no sentido de garantir a uniformização e a criação de serviços e procedimentos previstos. Outro aspecto que importa enfatizar prende-se com a mudança de Presidência do IPBeja, em Abril de 2009, como ponto de viragem no processo de Governação e Gestão. Nos Institutos Politécnicos o governo é exercido pelo Conselho Geral, Presidente e pelo Conselho de Gestão, podendo existir outros de natureza consultiva. Tal facto, acontece no IPBeja, sendo o Presidente o órgão superior de governo e representação externa do Instituto, e portanto, o órgão de condução da sua política. É coadjuvado por dois Vice-Presidentes e por Pró-Presidentes para o desenvolvimento e implementação de tarefas e funções. Nesta conjuntura de adaptação e mudança, deu-se prevalência a um novo modelo de organização interna baseado numa lógica de racionalização de recursos existentes, enquanto reforço da identidade do Instituto. As Unidades Orgânicas, além da Direcção, passaram apenas a estar dotadas de uma estrutura com competência Técnico-Científico e Pedagógica por cada curso ministrado (Comissão Técnico-científica e Pedagógica do curso). Os órgãos destas Unidades dependem dos órgãos centrais quando está em causa a tomada de decisões. Procedeu-se, portanto, à centralização dos Serviços Administrativos e Financeiros, deslocando Recursos Humanos das Escolas e dos Serviços Centrais, afectando-os à actual realidade organizacional, instalando a nova estrutura de serviços em vários edifícios do campus do Instituto. Por consequência destas alterações, novos serviços e gabinetes foram criados, e outros ainda se encontram em fase de reestruturação. - Serviços Jurídicos; - Serviços de Planeamento e Desenvolvimento Estratégico; - Serviços Financeiros; - Serviços Académicos; - Serviços de Recursos Humanos; - Serviços de Tecnologias de Informação; - Serviços Técnicos; - Secretariado da Presidência; - Serviços de Expediente, Arquivo e Reprografia; - Gabinete da Imagem e Comunicação; - Gabinete de Inserção na Vida Activa; - Gabinete de Mobilidade e Cooperação; - Gabinete de Qualidade, Avaliação e Procedimentos. Figura 2 Serviços Centrais do IPBeja 38 36 Anexo 17 Mapa Estratégico. 37 Diploma que definiu o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior. 38 De acordo com os Estatutos do Instituto. 10

Este modelo centralizado difere do modelo referente aos antigos Estatutos. Se, anteriormente à publicação dos novos Estatutos, cada Unidade Orgânica, usufruía de meios próprios (administrativos e financeiros) quanto ao seu funcionamento, e esses meios e modelos organizacionais diferiam de Escola para Escola, com a entrada em vigor do diploma supracitado valorizou-se a união, isto é, o Instituto Politécnico de Beja como um todo. Serviços que se desdobravam nas quatros Escolas constituem agora serviços centrais do Instituto, estando em fase de conclusão a Departamentalização ao nível do corpo docente. 3.3 PERFIL ACADÉMICO É um facto que o Processo de Bolonha introduziu uma mudança de paradigma no sistema de ensino superior europeu. Em 2004, criou-se no IPBeja, o Grupo Dinamizador da Implementação do Processo de Bolonha actualmente Comissão de Acompanhamento da Implementação do Processo de Bolonha, com o intuito de desenvolver linhas de orientação e acções que visassem introduzir nas diferentes Unidades Orgânicas e Serviços, as mudanças necessárias ao desenvolvimento de uma maior harmonização entre os sistemas educativos do espaço europeu, proposta pelo Processo em referência. Concluiu-se até 2007/2008 a reformulação dos planos de estudos dos cursos do IPBeja tendo presente as várias competências específicas e genéricas que o estudante tem de adquirir e desenvolver com sucesso para cada uma das ofertas formativas. Atendendo a cada curso, as competências específicas foram adoptadas a partir de fontes diversificadas, nomeadamente: documentos relativos aos procedimentos provenientes das organizações profissionais; relatório ENQA; documentos orientadores de grupos de trabalhos nacionais criados ao nível do ensino superior por áreas formativas e aos contributos de especialistas que exercem funções profissionais nas áreas de formação. Em cada curso, foram delineados objectivos educacionais de cada unidade curricular a partir do perfil de competências que lhe está associado. A estruturação dos cursos obedece actualmente, a uma lógica de organização semestral: os da área da Saúde têm uma duração de 8 semestres lectivos; os restantes têm uma duração normal de 6 semestres. À excepção do curso de Engenharia Agronómica, em todos os outros está contemplada pelo menos uma unidade curricular de Estágio, que aponta para uma carga de trabalho do estudante variável entre 8 e 27 créditos. Entenda-se que, para o Instituto, para além da oferta formativa, outros vectores de investimento como a internacionalização, a investigação e desenvolvimento I&D, e a garantia de qualidade, constituem condições-chave para o desenvolvimento regional, nacional e internacional no contexto da globalização e implementação do Processo de Bolonha. Oferta Formativa IPBeja A oferta formativa deste Instituto integra cursos de 1º e 2ºciclo (todos adaptados a Bolonha), Cursos de Especialização Tecnológica CET e outras formações que não conferem grau académico e que se destinam, sobretudo, a dar resposta a necessidades formativas sentidas na comunidade (quer através de diagnóstico realizado pelos Departamentos/Unidades Orgânicas, quer por solicitação de Entidades Externas). A generalidade das ofertas formativas de 1ºciclo integram a componente prática (estágio), que se revela de extrema importância ao promover a partilha de saberes entre o mundo académico e o mundo profissional. Tais estágios, que emergem como pontes de intercâmbio de conhecimento, facilitam por um lado a integração profissional dos diplomados e potenciam a sua empregabilidade, e por outro lado, constituem uma mais-valia para as Entidades acolhedoras, que recebem indivíduos detentores de conhecimento especializado de carácter pragmático, rentabilizando este Know-how quer para a promoção da inovação, como para a própria sustentação das mesmas. A monitorização dos estágios por parte dos docentes caracteriza-se pela supervisão e pelo acompanhamento regular de toda a actividade dos alunos, existindo momentos de observação e reunião entre o docente coordenador do estágio e o responsável por este na Entidade 11

acolhedora. Para além dos estágios, deve realçar-se a existência de Unidades Curriculares, como as Oficinas e o Ensino Clínico que permitem aos alunos, o estabelecimento de contactos e o conhecimento do mercado de trabalho que futuramente os poderá acolher. O Instituto procura também, dar resposta a diferentes perfis de alunos, sendo que em alguns casos como, por exemplo, as ofertas formativas em Engenharia Informática e Engenharia Civil funcionam em regime diurno e pós-laboral e Gestão de Empresas, em regime diurno e nocturno. Cursos Formação Inicial (1º Ciclo) Ao longo dos trinta anos de existência deste Instituto, os cursos têm sofrido alterações que se devem a diversos factores, como a procura de oferta formativa e as necessidades do meio envolvente, assim como pelas adaptações impostas pelo Processo de Bolonha. No ano lectivo de 2008/2009, o IPBeja integrou 17 ofertas formativas de 1º ciclo 39. Todavia, outras ofertas formativas que advinham de anos lectivos anteriores, tiveram continuidade nesse ano, como é o caso de Engenharia Agro-Florestal e Engenharia Agropecuária. De acordo com a nova realidade estatutária, a coordenação pedagógica e científica de um curso de Licenciatura cabe ao coordenador de curso (professor de carreira ou a um docente equiparado a professor a tempo integral), eleito pelos docentes que leccionam unidades curriculares no respectivo curso e por um estudante de cada ano curricular do mesmo. O professor eleito deverá designar um docente por cada um dos anos do curso em que obrigatoriamente leccione e os alunos deverão nomear um representante por cada ano curricular, formando-se assim a Comissão Técnico-científica e Pedagógica do curso. Mestrados Desde 2005, com a alteração à Lei de Bases do Sistema Educativo, os Institutos Politécnicos podem conferir o grau de Mestre, pelo que antes disso este Instituto estabeleceu várias parcerias com Universidades, de forma à disponibilização, por parte destas, dos seus cursos de Mestrado nas instalações do IPBeja. Estas parcerias assumem relevância quer na captação de novos alunos que, embora matriculados na Instituição parceira, desenvolvem o seu percurso académico neste Instituto, contribuindo para o seu desenvolvimento, como no aumento da sua promoção e visibilidade. Denote-se que foi no ano lectivo 2007/2008 que surgiram as primeiras ofertas formativas respeitantes a Mestrados exclusivos do Instituto, sendo que, em 2008/2009 realizaram-se oito 40. Dessa totalidade, três ofertas são exclusivamente do IPBeja e as restantes, cinco, são realizadas em parceria com Instituições Universitárias, tendo sido preferencialmente estabelecidas com a Universidade do Algarve e com a Universidade Lusíada. Estrategicamente, pretende-se fomentar este tipo de oferta formativa, paralelamente ao desenvolvimento de projectos de investigação que possam enquadrar e rentabilizar o trabalho efectuado pelos alunos, contribuindo para a qualificação da formação do IPBeja. Pós-Graduações No âmbito desta oferta formativa, desenvolveram-se em 2008/2009, duas Pós-Graduações, uma na ESE ( Formação Especializada em Comunicação Educacional e Gestão da Informação Bibliotecas Escolares ) e outra na ESTIG ( Técnico Superior em Segurança e Higiene no Trabalho ). A par destas, nos últimos dois anos lectivos realizaram-se mais 3 formações 41. Outras Formações O objectivo de captação de novos públicos para formação, de modo a ir ao encontro do desígnio nacional de aumentar os níveis de qualificação da população, assume relevância estratégica para este Instituto, uma vez que pode operar como base potencial no que respeita ao fornecimento de alunos para formação inicial. 39 Anexo 18 Cursos de formação inicial (1ºCiclo). 40 Anexo 19 Mestrados. 41 Anexo 20 Pós-graduações. 12

Desde o ano lectivo 2005/2006 que os Cursos de Especialização Tecnológica 42 CET se desenvolvem no IPBeja, iniciando esta aposta estratégica a Escola Superior Agrária ESA com 43 alunos. A ESTIG seguiu o seu exemplo no ano lectivo 2007/2008 e finalmente a Escola Superior de Educação ESE em 2009/2010. Por outro lado, também os cursos de curta duração 43 são desenvolvidos no Instituto e considerados como uma vertente importante de intervenção, dando resposta às necessidades de formação contínua e da formação ao longo da vida da comunidade envolvente. Investigação A investigação em Portugal é, essencialmente, desenvolvida em Instituições Académicas, através de cursos de Pós-Graduação que conduzem ao grau de Mestre e Doutor. Os Politécnicos só há relativamente poucos anos viram concedidas essas atribuições (com a possibilidade de concessão do grau académico de Mestre, prevista na última alteração à Lei de Bases do Sistema Educativo). O facto da investigação nunca ter sido considerada como estruturante no Ensino Politécnico pelas sucessivas tutelas, condicionou a sua extensão. No IPBeja não existem unidades de investigação acreditadas e muita da actividade de investigação, desenvolve-se no âmbito de projectos de Mestrado e Doutoramento dos seus docentes, efectuados em Universidades, ficando aí registadas as investigações realizadas, aumentando o seu potencial tecnológico. Com o objectivo de apoiar os docentes nestas condições, surgiu o Gabinete de Apoio à Investigação, enquanto estrutura que fomenta a investigação. Este é responsável pela dinamização, acompanhamento e execução de projectos de âmbito nacional e internacional. Pretende fornecer consultadoria e apoio técnico na concepção e candidatura a projectos, divulgação de oportunidades de financiamento e formação, bem como apoio a nível metodológico e de análise de resultados. Refira-se que o Gabinete funciona em estreita articulação com o Gabinete de Projectos. Já este é a estrutura técnica responsável pela mediação entre as entidades financiadoras, os coordenadores de projecto e os Serviços Financeiros do Instituto, bem como Serviços não Financeiros, cuja informação a fornecer tenha, ou possa ter, impacto financeiro, ainda que indirecto. Neste seguimento, é relevante focar, em termos globais, a dinâmica de I&D 44 e de prestação de serviços do IPBeja, registada nos últimos 5 anos 45 de 2004 a 2009 e que se encontra consubstanciada em: 72 projectos de I&D co-financiados, 35 por programas e fundos nacionais e 37 por programas e fundos comunitários; 45 projectos de I&D não co-financiados desenvolvidos ao abrigo da rede alargada de protocolos estabelecidos com entidades regionais e nacionais; Prestação de serviços à comunidade correspondente a um valor global de 1.950.669 ; Apoio e intervenção comunitária diversificada desenvolvida ao abrigo de protocolos de cooperação, na sua maioria com entidades regionais; 234 docentes/investigadores envolvidos em projectos de I&D, 84 dos quais integrados em redes e parcerias internacionais; 58 projectos de I&D em que o IPBeja assumiu a coordenação científica, 12 dos quais de âmbito internacional; 615 contratos de parceria efectuados com empresas, organismos públicos e privados, órgãos da Administração Pública central, regional e local, Associações de Desenvolvimento, Cooperativas, Organizações Não Governamentais, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Institutos Politécnicos, Universidades, entre outras entidades, nacionais e não nacionais, na sua maioria, do espaço territorial da União Europeia, dos PALOP e da América Latina. 42 Anexo 21 Cursos de Especialização Tecnológica. 43 Anexo 22 Cursos de Curta Duração. 44 Não foram tidos em linha de conta os projectos de I&D desenvolvidos pelos docentes do IPBeja no âmbito dos seus cursos de mestrado ou doutoramento. 45 IPBeja Investigação e Desenvolvimento (I&D): estado de arte e objectivos estratégicos e operacionais, Beja, 2009. 13