Pequenas e Médias Empresas em Angola. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios



Documentos relacionados
Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

O FOMENTO DAS MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

LEI DE INCENTIVOS E BENEFÍCIOS FISCAIS AO INVESTIMENTO PRIVADO Lei nº 17 / 03 de 25 de Julho

Reindustrializaçãoda Economia Portuguesa: Impacto no Emprego, Profissões e Competências

PERFIL DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO BOM NEGÓCIO PARANÁ NA REGIÃO SUDOESTE DO PARANÁ

GOVERNO. Orçamento Cidadão 2015

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

Resultados da Pesquisa IDIS de Investimento Social na Comunidade 2004

11. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

PROGRAMA DE EMPREENDEDORISMO 10ª e 11ª Classes

DESENCADEANDO O EMPREENDEDORISMO

Realizador. Ficha Técnica. Equipe. Parceiro. Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) Fernando Fagundes Milagre Presidente

CAPTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

Lições para o crescimento econômico adotadas em outros países

Nota Data 8 de maio de 2013

Pequenas e Médias Empresas no Chile. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

PROGRAMA RS TECNÓPOLE

Potencial humano com prioridade para intervenções no âmbito do emprego privado e público, da educação e formação e da formação avançada, promovendo a

AVISO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS. Reforçar a Competitividade das Empresas

ESTRATÉGIAS CORPORATIVAS COMPARADAS CMI-CEIC

TECNOLOGIA SOCIAL DO MICROCRÉDITO PRODUTIVO. José Nelio Monteiro Corsini

APRESENTAÇÃO DA OFICINA DA INOVAÇÃO

PROGRAMA DE EMPREENDEDORISMO 12ª Classe

PROGRAMA TÉMATICO: 6214 TRABALHO, EMPREGO E RENDA

Relatório de Pesquisa. Março 2013

POLÍTICA DE PROMOÇÃO E COOPERAÇÃO EM PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEIS NO MERCOSUL

Mário de Jesus Economista Membro fundador do FRES Fórum de Reflexão Económica e Social

Desigualdade Entre Escolas Públicas no Brasil: Um Olhar Inicial

Empreendedorismo social

COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA

Tax News Flash n.º 7/2015 Construir o futuro

É HORA DE INCLUIR O DESENVOLVIMENTO LOCAL NAS PRIORIDADES DO SEU MUNICÍPIO! Especialistas em pequenos negócios

EMPREGOS HOJE E NO FUTURO

ELEIÇÃO 2014 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA BRASIL 27 DO BRASIL QUE TEMOS PARA O BRASIL QUE QUEREMOS E PODEMOS DIRETRIZES GERAIS DE GOVERNO

Confiança no crescimento em baixa

CAPÍTULO 25 COERÊNCIA REGULATÓRIA

Workshop Mercado de Angola

Mudança de paradigma em Angola: Da Ajuda de Emergência ao Desenvolvimento.

Empreender. A chave para o sucesso profissional. José Dornelas.

Trabalhar no feminino

O que é Empreendedorismo Fatos e Características

Como economizar dinheiro negociando com seu banco. negociecomseubanco.com.br 1

Etapas para a preparação de um plano de negócios

WORKSHOP SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE E SUA CERTIFICAÇÃO. Onde estão os Riscos?

VERITAE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO MATÉRIAS TRABALHO

Secretaria Nacional da Juventude da Força Sindical BRASIL BRASIL MERCADO DE TRABALHO DESEMPREGO POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O PRIMEIRO EMPREGO

Cartilha do ALUNO EMPREENDEDOR POLITÉCNICA

Olhar ver entender aprender agir

O Empreendedor Fabiano Marques

ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE APOIO ÀS PMEs NO BRASIL Resumo Executivo PARA BAIXAR A AVALIAÇÃO COMPLETA:

O que é Programa Rio: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher? Quais suas estratégias e ações? Quantas instituições participam da iniciativa?

Câmara Municipal de Alter do Chão Setor Ação Social e Educação

Cimeira Empresarial UE-CELAC eucelac-bizsummit2015.eu. Quarta-feira, 10 de junho de 2015, 14h30-16h30 Documento de síntese para o Workshop 3

1º Encontro sobre Licenciamento Ambiental Municipal para Oficinas e Coligados. Fortaleza, 18 de Dezembro de 2015

ECONOMIA. Prof. João Artur Izzo

Alianzas Público-Privadas: expectativas paraguayas y experiencias Brasileñas

XXV anos de FUNDOS de PENSÕES

Norwegian State Housing Bank Resumo de Atividades 2010

Aspectos Sociais e Econômicos da Sociedade da Informação. Eduardo Navarro de Carvalho Brasília, 14 de Novembro de º Painel Telebrasil

15071/15 ip/arg 1 DG B 3A

Empreendedorismo, transformando idéias em negócios. (Introdução)

Como participar pequenos negócios Os parceiros O consumidor

24/05/2015. Índice. Portugal 2020 : Objectivos e Prioridades. Estrutura Operacional. ISQ e Portugal Oportunidades

Regulamento do Programa de Apoio à Economia e Emprego Nota Justificativa

4 Contextualização da pesquisa

Conceitos básicos: Cuidar, Inovar e Avançar

A gestão da prática do voluntariado como responsabilidade social, no contexto da estratégia organizacional. Fundação ArcelorMittal

Análise jurídica para a ratificação da Convenção 102 da OIT

8 de Março E urgente acabar com as discriminações que a mulher continua sujeita em Portugal Pág. 2

Agosto 2015

O PERFIL DAS MULHERES EMPREENDEDORAS

SEMINÁRIO OPORTUNIDADES E SOLUÇÕES PARA AS EMPRESAS INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS OPORTUNIDADES E SOLUÇÕES

Informações do Questionário. Programa Autoavaliação Institucional - UFSM Questionário Segmento Egresso

PORTARIA Nº 185, DE 12 DE JULHO DE 2012

MELHORES PRÁTICAS DA OCDE

FCO FUNDO CONSTITUCIONAL DE FUNDO CONSTITUCIONAL DE FINANCIAMENTO DO CENTRO-OESTE

Motivos de transferência do negócio por parte dos franqueados

PLANO DE AULA DO PROCESSO SELETIVO DOCENTE GERAL (PSD-G)

Brasil e Alemanha: Cooperação e Desenvolvimento

DOCUMENTO DE CONSULTA REGULAMENTO DO BCE RELATIVO ÀS TAXAS DE SUPERVISÃO PERGUNTAS E RESPOSTAS

e.mail: República de Angola

2º CICLO DE PALESTRAS SODEPAC GESTÃO DE PEQUENOS NEGÓCIOS

PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE QUADROS

Modos de vida no município de Paraty - Ponta Negra

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS. QREN: uma oportunidade para a Igualdade entre homens e mulheres

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR

Empresas em Portugal 2012

Procedimento dos Défices Excessivos (2ª Notificação de 2014)

Educação Financeira: mil razões para estudar

Breve Diagnóstico Financeiro- Atuarial dos RPPS de Pernambuco

CARACTERIZAÇÃO DA FILEIRA EM ANGOLA Moras Cordeiro

ANÁLISE DO GRAU DE INOVAÇÃO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DA CIDADE DE MINEIROS GOIÁS

PROGRAMA DE INTRODUÇÃO AO DIREITO

EDITAL CHAMADA DE CASOS PARA PARTICIPAÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS INICIATIVAS INOVADORAS PARA SUSTENTABILIDADE EM DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA

A Inteligência Empresarial

PROJETO HÁ FESTA NO CAMPO UM PROJETO DE INSPIRAÇÃO.

Transcrição:

Pequenas e Médias Empresas em Angola Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Em Angola, de acordo com a Lei n 30/11, de 13 de setembro de 2011, as PMEs distinguem-se por dois critérios, quais sejam: o número de trabalhadores efetivos e o volume de faturamento anual, sendo que este último fator prevalece sempre que for necessário decidir sobre a classificação das mesmas. Dessa forma, consideram-se: a) Micro empresas - aquelas que empregam até 10 trabalhadores e/ou tenham um faturamento anual bruto não superior ao equivalente a USD 250 mil; b) Pequenas empresas - aquelas que empregam mais de 10 e até 100 trabalhadores e/ou tenham um faturamento anual bruto superior ao equivalente a USD 250 mil e igual ou inferior a USD 3 milhões; c) Médias empresas, aquelas que empregam mais de 100 e até 200 trabalhadores e/ou tenham um faturamento anual bruto superior ao equivalente a USD 3 milhões e igual ou inferior a USD 10 milhões. Ainda de acordo com o diploma legal acima citado, após a obtenção desse estatuto, existe um variado leque de incentivos que está reservado às MPME, que são, essencialmente, benefícios fiscais e financeiros, bem como incentivos e benefícios de organização, de criação de competências, de inovação e de capacitação tecnológica. O órgão encarregado do acompanhamento, certificação e classificação das PMEs é o Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), sob tutela do Ministério da Economia. Além disso, o Decreto Presidencial n.º 42/12 criou o novo Programa de Apoio ao Pequeno Negócio (PROAPEN). Com este Programa, pretende-se realizar a promoção e o

desenvolvimento dos negócios de pequena dimensão, tendo os seguintes objetivos: (i) o aumento da oferta de bens e serviços angolanos; (ii) a criação de postos de trabalho e consequente redução da pobreza; (iii) reduzir a informalização da economia; e (iv) estimular a frequência de ações de formação profissional. Com a dotação orçamentária que lhe é destinada, o PROAPEN pretende facilitar o acesso das empresas ao crédito para financiamento dos custos de investimento e exploração, bem como a capacitação profissional dos beneficiários, por meio dos centros de formação do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP). Atividade empreendedora e ambiente de negócios O país encontra-se classificado entre os mais empreendedores do mundo, com cerca de um terço da população envolvida em negócios estabelecidos recentemente. Nesse sentido, Angola segue uma tendência que é muito característica de países da África Subsaariana. No entanto, o contexto empresarial em Angola apresenta algumas diferenças importantes em comparação com a de seus vizinhos ao sul do Saara, ou seja, o fato de que os empresários em Angola tendem a ser, na sua maior parte, impulsionados pela oportunidade, e as pessoas de meia-idade são mais propensas a iniciar novos negócios do que os jovens e adultos jovens. Angola passou por um período de forte investimento do governo em apoio ao empreendedorismo e opiniões gerais sobre as condições do país para iniciar um negócio têm melhorado ao longo do tempo. Ainda assim, há um reconhecimento geral de que a infraestrutura e educação precisam de reformas profundas para atuar como facilitadores para a atividade empresarial. O empresário médio em Angola é adulto, com idade entre 35 e 44 anos. Outra característica importante é que a atividade empresarial é igualmente alta em ambos os sexos. Os empresários são motivados principalmente pela oportunidade e tendem a iniciar negócios em setores voltados ao consumo, como serviço de varejo e alimentos.

Facilitadores e restrições Os facilitadores do empreendedorismo em Angola são as normas sociais e culturais, além das políticas do governo. A sociedade angolana valoriza a iniciativa privada e realização pessoal, e os empresários angolanos possuem um reconhecimento elevado pela sociedade. O governo tem considerado o empreendedorismo como um veículo para a diversificação econômica, o que se reflete no aumento dos níveis de apoio financeiro e de novos programas de apoio ao empreendedorismo no país. Por outro lado, a infraestrutura e a educação são os dois principais obstáculos à criação de empresas no desenvolvimento do país. Mais de duas décadas de guerra civil deixaram a infraestrutura do país em um estado de degradação da qual ainda não se recuperou totalmente, e isso aumenta o custo de fazer negócios no país. O subdesenvolvimento do sistema de educação é também um obstáculo para a criação de empresas, uma vez que os angolanos acreditam, em números mais elevados do que outros na África Subsaariana, que não possuem as habilidades necessárias para iniciar e gerir um negócio. Angola Investe e Balcão Único do Empreendedor Em Angola, dois grandes programas encontram-se em evidência. O primeiro deles, éo Angola Investe, que fornece garantia do governo e os juros subsidiados a empréstimos concedidos por bancos comerciais às PMEs. O outro é Balcão Único do Empreendedor (BUE), que criou um único passo para o registo e licenciamento para as PMEs, além de prestar assistência na transição de empreendedores do setor informal para o setor formal da economia. Tendências ao longo do tempo Algumas tendências interessantes foram observadas em Angola a partir de 2008. Em primeiro lugar, as mulheres costumavam ser mais empreendedoras do que os homens, mas, desde 2008, os homens ganharam terreno. Em 2013, observou-se que os homens são ligeiramente mais

empreendedores do que as mulheres, com 24% dos homens e 20% das mulheres envolvidas em novos negócios. Em segundo lugar, os empresários angolanos têm sido cada vez mais motivados pela oportunidade, o que pode refletir a melhoria das condições econômicas no país. Em 2012, pela primeira vez, a oportunidade superou a necessidade como o principal motor para o empreendedorismo. Desafios para o futuro Simplificando, são dois os principais desafios para o futuro do empreendedorismo em Angola, quais sejam: infraestrutura e educação. As dificuldades detectadas nessas áreas aumentam o custo de fazer negócios no país e evitar o surgimento de empreendedores mais qualificados e preparados. Embora existam outros desafios, a sua importância é menor em relação ao significado destes dois. Em 2013, 22% da população adulta em Angola está engajada em empreendedorismo, enquanto 8,5% já possui ou gerencia um negócio estabelecido; 69% dos adultos em Angola vêem boas oportunidades para iniciar um negócio; 44% deles seriam impedidos de fazê-lo por medo do fracasso; 40% dos empresários em Angola começam um negócio como uma oportunidade e para aumentar sua renda ou a independência; 26% o fazem porque não têm outra opção para o trabalho. Angola mantém uma elevada dependência do setor petrolífero e da atividade de importação, uma vez que o setor produtivo nacional mantém uma baixa capacidade de satisfazer as necessidades de consumo interno. Adicionalmente, as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) continuam a ter uma importância reduzida no ramo empresarial Angolano ao contribuírem apenas com 5% do imposto industrial. Angola tem aproximadamente apenas 50.000 mil empresas formalmente identificadas. O programa das MPME está enfocado em quatro setores econômicos prioritários, quais sejam: (a) Agricultura, Pecuária e Pescas; (b) Materiais de Construção; (c) Indústria

Transformadora, Geologia e Minas; e (d) Serviços de Apoio ao Sector Produtivo. Fontes: http://www.aiangola.com/servicos.html http://www.anerh.pt/content/conteudos/21304/30b9ddd1668e43588594945a 940ED284_ANE.pdf http://m. gemconsortium.org/entrepreneurship/angola/ http://www.angola.org.uk/pdf/press/mineco_programa_desenvolvimento_mpm E_APR.pdf