R io Nave quer investir 30 milhões nos Estaleiros de Viana



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Transcrição:

NEWSLETTERS TEMÁTICAS Subscrição Gratuita mailings.vidaeconomica.pt DACIAN CIOLOS, COMISSÁRIO EUROPEU DA AGRICULTURA, AFIRMA É fundamental que a futura PAC apoie os agricultores portugueses Pág. 6 Nº 1469 / 23 de novembro de 2012 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J DIRETOR João Peixoto de Sousa www.vidaeconomica.pt ECONOMISTA RICARDO ARROJA DEFENDE Portugal está carente de mecanismos que permitam ultrapassar a crise Págs. 37 e 38 PUB EMPRESA BRASILEIRA VAI MANTER TODOS OS POSTOS DE TRABALHO R io Nave quer investir 30 milhões nos Estaleiros de Viana ENCOMENDAS DA PETROBRAS ESGOTAM CAPACIDADE DE PRODUÇÃO NO BRASIL PUB Transações por meios eletrónicos mais baratas Pagar em numerário custa o triplo do que fazê-lo com cartões, de acordo com o responsável pela MasterCard em Portugal. Por isso é que, segundo Paulo Raposo, medidas de limitação ao pagamento Págs. 4 e 5 com recurso a cartões bancários como a que o Pingo Doce implementou trazem, no limite, um aumento dos custos das transações. Custos inerentes à utilização de numerário, como seguros, transporte ou, entre outros, a segurança são fatores de custos que a generalidade dos consumidores e, até, dos comerciantes não perceciona, disse à Vida Económica. Pág. 39 SUPLEMENTO ARAN PNEUS SÃO OPORTUNIDADE PARA OFICINAS FISCALIDADE Parlamento Europeu quer maior coordenação fiscal Pág. 34 MERCADOS A nossa análise Poupança do Montepio valoriza famílias numerosas Pág. 43 Economia espanhola vai influenciar negativamente a portuguesa Pág. 41 TURISMO Turistas em visita ao Porto e Norte gastam mais Pág. 21 PUB 01469 9 720972 000037

2 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 ABERTURA PROPRIEDADE HORIZONTAL MARIA DOS ANJOS GUERRA ADVOGADA marianjosguerra-3012p@adv.oa.pt Encargos de fruição jardim que não constitui parte integrante do condomínio Top da semana No condomínio onde sou um dos 50 condóminos e que já existe há mais de 10 anos, não há regulamento próprio. Na elaboração do orçamento anual das despesas do edifício, têm vindo a ser incluídas despesas com bens que não são propriedade do condomínio, isto é, não são bens comuns do condomínio tal como é o caso de um jardim que existe em frente ao edifício e que, conforme informação fornecida pela Câmara Municipal, é um bem público. Os condóminos, não todos, têm vindo a suportar os respetivos custos de manutenção e rega, com a água que é faturada pela respetiva Câmara Municipal. Atendendo ao exposto será que as despesas com o referido jardim devem constar no orçamento juntamente com as demais despesas de água, eletricidade e elevadores? Talvez pudesse ser elaborado um orçamento separado. Começa-se por lembrar que, de acordo com o estipulado legalmente, em edifícios onde existam quatro ou mais condóminos, como é o caso do edifício onde o leitor tem a sua fração autónoma, é obrigatória a existência de um regulamento do condomínio. Ainda de acordo com a lei e salvo disposição em contrário, as despesas necessárias à conservação e fruição das partes comuns do edifício e ao pagamento de serviços de interesse comum são pagas pelos condóminos na proporção do valor das suas frações. Por este motivo há que verificar, na descrição do imóvel Em edifícios onde existam quatro ou mais condóminos é obrigatória a existência de um regulamento do condomínio. que consta no registo predial, se o jardim em questão é parte integrante do edifício. Em caso afirmativo, a lei presume que os jardins anexos ao edifício são parte comum, pelo que, se o título constitutivo não afastar tal presunção, nesse caso fará todo sentido orçamentar as despesas inerentes ao jardim. Verificando-se que, efetivamente, o jardim em questão não faz parte do imóvel, o que comprovará que a informação camarária corresponde à verdade, não se entende por que motivo os condóminos estão a suportar as despesas com a rega e tratamento do mesmo, inclusivamente com o pagamento de água para rega que, ironicamente, é faturado pela própria edilidade. Pelo exposto e respondendo à questão colocada pelo leitor, constatando-se que o jardim em questão não é parte integrante do edifício, não há qualquer motivo juridicamente relevante para incluir as despesas inerentes ao seu tratamento ou rega no orçamento do condomínio, quer no geral quer em separado, como o leitor refere. PAULO AZEVEDO O grupo Sonae pretende entrar em força no mercado angolano, numa altura em que a nível interno as vendas no retalho estão estagnadas. Paulo Azevedo sabe que existem boas oportunidades naquele mercado, ainda que o mesmo tenha contornos diferentes dos habituais. Mas o empresário reconhece que é preciso arriscar e que as perspetivas são otimistas no que respeita ao continente africano. A Sonae entra em Angola através de uma parceria com a Condis, em empresa detida pela incontornável Isabel dos Santos e o grupo vai arrancar com a construção de cinco centros comerciais. Nesta edição Em Foco 31 A agricultura tem futuro em Portugal Internacional... Pág. 16 Consumidores europeus descontentes com fornecimento de eletricidade Negócios e Empresas..Pág. 18 AIP e Casa da América Latina realizam road show de negócios em Évora PME... Pág. 24 Dadavox cria marca de serviços integrados de vendas Humor económico 35 Fiscalidade Aumento dos impostos coloca em risco o emprego Associativismo... Pág. 30 Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa quer parceria na gestão de fundos Turismo... Pág. 32 Alentejo cria oferta para potenciar diáspora Douro Azul... Pág. 33 Empresa turística investe 54 milhões em projeto global 46 Empresas Setores mais desenvolvidos procuram a proteção da propriedade industrial Fiscalidade... Pág. 36 Restauração não paga IVA referente ao terceiro trimestre Mercados... Pág. 40 BPI investe 400 milhões de euros no mercado angolano BBVA... Pág. 41 Economia espanhola vai influenciar negativamente a portuguesa EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail agenda@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO PUBLICIDADE LISBOA publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO Imprensa EM REVISTA EXPANSIÓN Construção torna a cair na Zona Euro A atividade do setor da construção, na Zona Euro, registou uma quebra de 1,4%, em setembro, face ao mês anterior. Em termos anuais, a descida foi de 1,6%, de acordo com o Eurostat. No conjunto da EU, a produção do setor da construção apresentou uma baixa de 1,8%, sendo que, em termos homólogos, a baixa foi de 5,8%. Por países, a atividade aumentou em três e baixou em 11, face a agosto. Os maiores aumentos tiveram lugar na Eslovénia (mais 17,1%), na Alemanha (2,7%) e na Suécia (1%), enquanto as quebras mais significativas aconteceram em Portugal (-13,4%), na Itália (-8%) e n Roménia. Relativamente a setembro, os maiores avanços tiveram lugar na Suécia e na Alemanha, enquanto as maiores descidas foram em Portugal, Itália e na Polónia. LES ECHOS China investe mais na Europa do que o inverso Pela primeira vez, a China ultrapassou a Europa quanto a investimento nesta região. As empresas chinesas investiram 11 mil milhões de euros na Europa, enquanto o Continente europeu investiu sete mil milhões naquele MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS TIRAGEM CONTROLADA país asiático, refere um estudo da consultora PwC. A França tornou-se o primeiro investidor europeu na China e o terceiro país destinatário dos investimentos chineses, depois da Alemanha e do Reino Unido. As empresas chinesas realizaram 32 investimentos na Europa, contra 26 transações realizadas na China por grupos europeus. A China assume que as incertezas persistentes da Zona Euro aumentam as suas possibilidades de tirar partido das transações com sociedades europeias fortemente endividadas e que de outra forma não se realizariam. THE WALL STREET JOURNAL Empresas norteamericanas investem menos As empresas dos Estados Unidos estão a investir ao ritmo mais lento desde o início da recessão, o que é mais uma má notícia para a recuperação económica do país. Cerca de metade das maiores empresas já anunciou que vai cortar a despesa, neste e no próximo ano. Em termos nacionais, o investimento em equipamento e software registou uma quebra no terceiro trimestre, pela primeira vez em três anos. Entretanto, as exportações estão a abrandar ou mesmo a cair em mercados tão críticos como a China e a Zona Euro. O que representa sérios entraves aos planos de expansão das empresas. TIRAGEM DESTA EDIÇÃO 4000 Município (Porto) TAXA PAGA R ANTÓNIO MELO PIRES O grupo Autoeuropa continua a desenvolver uma estratégia laboral digna de nota e muito pouco comum entre nós. A fábrica de Palmela está a prepararse para tempos mais difíceis, mas, pelo menos para o próximo ano, descarta a possibilidade de proceder a despedimentos. Em vez de ir pelo caminho mais simples, mas também o mais desastroso para a economia nacional, a Autoeuropa vai reduzir a produção, o que implicará alguns cortes salariais. No entanto, não há soluções alternativas, tendo em conta o facto de o mercado automóvel europeu estar em quebra continuada. De louvar como continuam a ser geridos os recursos humanos nesta unidade de produção do construtor alemão VW. DURÃO BARROSO Durão Barroso nunca conseguiu afirmar-se como um líder carismático, o que acaba por enfraquecer a União Europeia como um todo e a Zona Euro, em particular. De facto, as suas aparições são cada vez mais esporádicas e nada trazem de novo. Ora, deveria acontecer exatamente o contrário. O que fica cada vez mais claro é que o responsável máximo da Comissão Europeia está refém das grandes economias, muito especialmente está atento aos recados da senhora Europa, isto é, da chanceler alemã. A união pode estar em risco, mas a Comissão deixa passar ao lado eventuais situações mais embaraçosas.

4 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 ATUALIDADE Despesa pública com a proteção social atinge 25% do PIB As despesas públicas de proteção social aumentaram para 22% do PIB nos países da OCDE desde o começo da atual crise. As despesas públicas de proteção social em Portugal vão representar em 2012 um total de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, um quarto do seu total, perspetiva a OCDE. EMPRESA BRASILEIRA VAI MANTER TODOS OS POSTOS DE TRABALHO Rio Nave quer investir 30 milhões Portugal é um país atrativo para o investimento disse Mauro Campos. Em entrevista à Vida Económica o presidente da Estai (Grupo Rio Nave) confirma a intenção de comprar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. No concurso de privatização que está a decorrer, a Rio Nave pretende vencer os investidores russos da JSC River Sea Industrial Trading. JOÃO LUIS DE SOUSA JLSOUSA@VIDAECONOMICA.PT Se for a vencedora do concurso de privatização, a Rio Nave prevê investir 30 milhões de euros na compra dos Estaleiros de Viana e na sua modernização. Os planos do grupo brasileiro contemplam manter a totalidade dos postos de trabalho, num total de cerca de 600 pessoas. O interesse do grupo brasileiro pela compra dos Estaleiros de Viana do Castelo está relacionado com os investimentos na extração de petróleo. Face ao atual volume de encomendas de navios por parte da Petrobras, a capacidade de produção dos estaleiros navais no Brasil está esgotada afirma Mauro Campos. Como exemplo, aponta um tipo de navio muito utilizado no apoio à atividade das plataformas petrolíferas, que tem um custo unitário de 80 milhões de dólares. A Petrobras pretende encomendar 300 navios deste tipo. Mauro Campos admite que seis a oito unidades deste tipo de barco venham a ser fabricadas em Viana do Castelo, podendo gerar um volume de encomendas com um valor superior a 500 milhões de dólares e ocupando em pleno a atual capacidade de produção. Além dos postos de trabalho diretos, o relançamento da atividade dos Estaleiros de Viana irá gerar um elevado número de postos de trabalho indiretos, dinamizando a procura de trabalho qualificado. Custos laborais são semelhantes em Portugal e Brasil PUB Inicialmente admitimos que os custos salariais seriam superiores em Portugal, mas verificamos que se encontram praticamente ao mesmo nível afirma Mauro Campos. Os custos de mão de obra no nosso setor de atividade são semelhantes em Portugal e Brasil disse Mauro Campos à Vida Económica. Inicialmente admitimos que os custos salariais seriam superiores em Portugal, mas verificamos que se encontram praticamente ao mesmo nível acrescentou. Sobre a principal vantagem que Portugal oferece para uma empresa estrangeira, Mauro Campos aponta a qualificação dos trabalhadores portugueses. Na visita efetuada aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Mauro Campos analisou em detalhe as instalações e os equipamentos. Só não vi os trabalhadores afirma. Como a produção se encontra praticamente parada em Viana, os trabalhadores picam o ponto no início de cada manhã e vão-se embora. O objetivo da Rio Nave é utilizar em pleno a capacidade produtiva existente. O objetivo da Rio Nave é utilizar em pleno a capacidade produtiva, o que vai exigir investimento na modernização dos estaleiros de Viana. Regras do concurso são equilibradas Para Mauro Campos, as regras estabelecidas para a privatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo têm sido equilibradas. Em termos de consulta da informação o processo tem respeitado a igualdade entre os concorrentes.

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 5 ATUALIDADE Como investir em plantas aromáticas A consultora agrónoma Espaço Visual, com sede na Foz do Sousa (Gondomar), vai organizar uma visita a algumas explorações de plantas aromáticas e de pequenos frutos. A visita vai decorrer no próximo dia 1 de dezembro, programa e informações complementares em www.espaco-visual. com. Durão Barroso quer impedir cortes no orçamento comunitário Durão Barroso reafirmou no Parlamento Europeu, num debate com os eurodeputados sobre a cimeira de líderes europeus, dedicada ao Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, que eventuais cortes no orçamento comunitário plurianual para 2014-2020 podem sacrificar as políticas de crescimento e de competitividade da União Europeia (UE). nos Estaleiros de Viana Governo prepara 12,5 milhões de euros para apoiar IPSS TERESA SILVEIRA teresasilveira@vidaeconomica.pt O tipo de navios solicitados pela Petrobras tem um custo aproximado de 80 milhões de dólares. Nesta fase fácil do concurso já só estão dois concorrentes. O grupo português Atlantic Shipbuilding não chegou apresentar a proposta por ter ocorrido uma falha técnica. Os noruegueses da Volstad Maritime foram excluídos por terem entregue a proposta para lá do fim do prazo estabelecido. Ainda assim, os noruegueses afirmam que cumpriram o prazo e que houve erro informático, conforme pretendem demonstrar. As regras do concurso de privatização estabelecem que a concessão da exploração da empresa vai durar pelo menos até 2031. A empresa vencedora não poderá vender os Estaleiros de Viana durante os próximos cinco anos. Investimento em outros países não está contemplado Para a instalação da sua primeira unidade de produção fora do Brasil, a Rio Nave apenas está a equacionar o investimento em Portugal. Mauro Campos afirmou não ter em vista outras hipóteses alternativas, nomeadamente, em Vigo, onde a indústria de construção naval tem expressão e enfrenta as contrariedades da atual conjuntura. A construção naval é uma atividade considerada difícil, em particular na Europa admite Mauro Campos. Sofre a concorrência dos países asiáticos com mão de obra barata e está sujeita a incerteza no comércio mundial. Quando as trocas comerciais aumentam, a procura de navios é maior, o que tem efeitos diretos na construção naval. Mas se o comércio mundial estagna ou diminui, a procura de navios diminui de imediato afirma. Uma das vantagens que Portugal apresenta é a cooperação possível com a Lisnave no domínio da reparação naval salienta Mauro Campos. Dispondo de um estaleiro de grandes dimensões à escala internacional, tem boas condições para complementar a oferta de Viana do Castelo como cluster da indústria naval e satisfazer parte da procura sem precedentes devido aos investimentos na exploração do petróleo que estão em curso no Brasil. Na visita efetuada aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Mauro Campos não viu os trabalhadores. Normas aduaneiras facilitam cooperação industrial Apesar de o Brasil ter normas aduaneiras que dificultam as importações e encarecem os produtos comprados no estrangeiro, Mauro Campos afirma que não existem obstáculos à cooperação na produção industrial pelo menos no caso concreto da indústria naval. Pelo contrário, a estratégia da Rio Nave passa pela produção de partes dos mesmos navios no Brasil e em Portugal, o que é permitido pelas normas brasileiras. A produção repartida por mais que um estaleiro é vista pelo presidente da Rio Nave com um fator de flexibilidade e de eficácia. Da mesma forma que a Airbus produz os aviões integrando as produções de um conjunto de fábricas integradas num consórcio e situadas em vários países europeus, Mauro Campos pretende fazer algo semelhante, mesmo tratando-se de navios de grandes dimensões. Se o avanço da aviação comercial tem tornado o mundo mais pequeno, a indústria naval também pode aproximar Portugal ao Brasil. O Ministério da Segurança Social está a preparar uma nova linha de apoio à tesouraria das instituições sociais, no montante de 12,5 milhões de euros, que servirá exclusivamente para situações de reequilíbrio financeiro e apoio à tesouraria, disse à Vida Económica fonte do gabinete do ministro Pedro Mota Soares. O objetivo é garantir a sustentabilidade destas instituições. Depois de cerca de 300 entidades do setor social terem recorrido à linha de crédito de 150 milhões disponibilizada pelo Montepio no âmbito de um protocolo assinado em junho último, o Ministério da Segurança Social contratualizou recentemente protocolos de financiamento com 292 instituições sociais. O Governo, recorde-se, alocou, em junho, 50 milhões de euros para esta iniciativa, tendo o Montepio disponibilizado um montante adicional de 100 milhões de euros nas condições de risco e de mercado. A Vida Económica apurou junto do Montepio que, em relação à parte alocada pelo Governo, a taxa de juro corresponde à soma da Euribor a 3 meses + 3,75% de spread e que este financiamento não tem qualquer tipo de comissão, nomeadamente de abertura de processo, contratualização, renovação ou amortização antecipada. O limite máximo de financiamento é de 500 mil euros por beneficiário, com um prazo de sete anos de amortização e um período inicial de dois anos de carência de capital. De acordo com fonte do Ministério de Pedro Mota Soares, já foram apresentadas 521 candidaturas, 152 das quais envolvendo investimentos no âmbito dos programas PARES, 85 no âmbito do POPH, 13 ao abrigo dos programas PARES/POPH e 271 candidaturas sem programa. O MSSS já aprovou 134 processos, no valor de 41,1 milhões de euros em 50 milhões disponíveis. Por sua vez, o Montepio aprovou 137 processos, no valor de 44,8 milhões de euros, em 100 milhões disponíveis ao abrigo deste protocolo com o Governo.

6 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 ATUALIDADE Portugueses reduzem compras de presentes de Natal A percentagem de portugueses que utilizam o subsídio de Natal para comprar os presentes desceu de 82% para 63%, conclui um inquérito do Observador Cetelem. O estudo conclui ainda que 1/5 dos consumidores portugueses inquiridos já não tem subsídio de Natal. The Lisbon MBA na Feira do Empreendedor no Porto A 15ª Feira do Empreendedor, a decorrer entre os dias 22 e 24 de novembro, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, é este ano subordinada ao tema Made in Portugal. O The Lisbon MBA está presente neste evento, organizado pela ANJE, disponibilizando informação aos candidatos que se queiram inscrever num MBA com vista a lançarem o seu próprio negócio. DACIAN CIOLOS, COMISSÁRIO EUROPEU DA AGRICULTURA, AFIRMA É fundamental que a futura PAC apoie os agricultores portugueses A visita de Dacian Ciolos a Portugal cumpriu todos os objetivos, disse à Vida Económica Capoulas Santos, frisando que ela permitiu transmitir [ao comissário] uma visão geral sobre a diversidade da agricultura portuguesa. Ficou claro que os pequenos agricultores e as organizações de produtores precisam de um tratamento especial e que os setores competitivos, em particular as culturas de regadio, ficarão muito prejudicados com algumas normas da reforma caso não sejam corrigidos alguns aspetos das propostas da Comissão. Capoulas Santos disse ainda que o comissário percebeu no terreno esses constrangimentos e está certo de que haverá abertura da Comissão para encontrar soluções para minimizar esses impactos negativos. O eurodeputado confirmou ainda à Vida Económica a sua preocupação quanto à proposta do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, sobre o orçamento plurianual da UE, considerando-a uma verdadeira bomba atómica para a agricultura ao prever menos 25 mil milhões de euros. Isto significa, para Portugal, menos cerca de 900 milhões, dos quais, 800 milhões recairão sobre o desenvolvimento rural, um pilar sempre mais dependente do co-financiamento nacional e do esforço do nosso próprio orçamento. Capoulas Santos teme que tal possa pôr completamente em causa o seu trabalho ao longo de meses. Espera, contudo, que o Parlamento Europeu responda com a dureza que é necessária. Organização Europeia dos Industriais de Tomate contesta redução de ajudas É muito importante para mim ouvir as expetativas e as preocupações dos agricultores portugueses, disse Dacian Ciolos à Vida Económica. TERESA SILVEIRA teresasilveira@vidaeconomica.pt A visita a Portugal, na passada sexta-feira, do comissário europeu da Agricultura ocorreu num momento-chave na negociação da futura política agrícola comum (PAC 2014-2020), afirmou o próprio Dacian Ciolos, em declarações à Vida Económica. É muito importante para mim ouvir as expetativas e as preocupações dos agricultores portugueses, disse o comissário, explicando que é fundamental que a futura PAC tenha em conta a diversidade da agricultura europeia e apoie os agricultores portugueses. O comissário visitou, a convite do eurodeputado Capoulas Santos, relator do Parlamento Europeu para os principais relatórios da PAC ( Pagamentos Diretos e Desenvolvimento Rural ), várias explorações agrícolas no Oeste e Vale do Tejo. Questionado pela Vida Económica sobre quais as principais preocupações manifestadas pelos agricultores nacionais quanto ao futuro da nova PAC, Dacian Ciolos reconheceu que, nas propostas da Comissão, há muitos elementos que será útil adaptar para apoiar a inovação, a modernização e o desenvolvimento da produção agrícola em Portugal. Tudo, para ajudar a fortalecer as organizações de produtores e as pequenas explorações a melhor se integrarem no mercado. Para o comissário, é igualmente muito importante ter em conta a dimensão económica e ambiental da agricultura na nossa política de futuro. O objetivo, diz Dacian Ciolos à Vida Económica, é sermos capazes de produzir alimentos a longo prazo, preservando a qualidade dos solos, a água e a biodiversidade. Futuro orçamento europeu é uma verdadeira bomba atómica para a agricultura, diz Capoulas Santos O presidente da Organização Europeia dos Industriais de Tomate, Miguel Cambezes, entregou, em mão, ao comissário da Agricultura um documento onde mostra preocupação pela mais que certa redução de ajudas ao setor no âmbito da nova PAC 2014-2020 e quanto às novas exigências em matéria de diversificação de culturas. Um problema complicado, quando se sabe que, em Portugal, neste setor, 80% dos agricultores fazem o cultivo de tomate em terras arrendadas. Em declarações à Vida Económica, Miguel Cambezes disse ter ficado agradavelmente supreendido com o comissário, que lhe pareceu muito bem preparado e assessorado tecnicamente, tendo-lhe registado uma frase lapidar : a minha preocupação é fazer uma reforma da PAC sustentável, mas que também seja aceite por aqueles a quem ela se destina, terá dito Dacian Ciolos ao presidente da Organização Europeia dos Industriais de Tomate. EMAF e FIMAP mostram o dinamismo da indústria na Exponor São cerca de 270 os expositores que participam na EMAF São cerca de 270 os expositores que, desta quarta-feira a sábado, no recinto de eventos da Exponor (em Matosinhos), participam na EMAF 14.ª Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria, na FI- MAP 17.ª Feira Internacional de Máquinas para Trabalhar Madeira e no Ferrália 12.º Salão de Acessórios e Equipamentos para a Indústria da Madeira. O acontecimento agrega, em cinco pavilhões, uma amostra alargada e de referência de exportadores, fabricantes, representantes de marcas, start ups e polos de competitividade, que reforçarão os negócios de vários segmentos industriais e puxarão pela economia do País durante quatro dias. A organização da EMAF/FI- MAP terá ainda disponível para visitantes e expositores uma aplicação móvel para smartphones e tablets (nos sistemas IOS e Android), com o intuito de melhorar a informação. A solução pode ser descarregada gratuitamente em: http://www.emaf.exponor.pt/ enews/2012/emaf_11_pt.html. A Exposição do 6.º Concurso de Inovação (Pav. 4, stand C40) e o CREATIVITY BY DESKTOP 3D MAKING - transformar uma ideia num protótipo (Pav. 5, stand C40) podem ser visitados até amanhã.

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 7 ATUALIDADE GRUPO CH vence prémio empresas mais O Grupo CH foi novamente galardoado, desta vez como a Empresa mais Inovadora nos Processos de Gestão de Pessoas, dos Prémios 2012 Human Resources Portugal Empresas Mais. Um reconhecimento atribuído às empresas que prestam o melhor serviço a terceiros na área de gestão de pessoas e que esteve a concurso ao lado de organizações como EDP, PT, BP e TAP. Turismo de Portugal incentiva jovens empreendedores As Escolas de Hotelaria e Turismo de Lisboa, Porto, Coimbra, Algarve e Estoril serão o palco das primeiras Jornadas do Empreendedorismo Turístico, que decorrem de 4 de dezembro a 24 de janeiro de 2013. Com estas iniciativas, o Turismo de Portugal vai ajudar jovens empreendedores a criarem o seu negócio no setor. Empresas estrangeiras em negócios no Ribatejo O evento Nersant Business 2012 teve início ontem em Torres Novas e decorre até amanhã. O Encontro Internacional de Negócios, promovido pela Nersant Associação Empresarial da Região de Santarém, tem como objetivos dar a conhecer a investidores estrangeiros o potencial da região do Ribatejo e alavancar a realização de negócios. Vai contar com a presença de 50 empresas de Angola, Moçambique, Cabo Verde, África do Sul, Namíbia e Brasil. 375 encontros de negócios já estão agendados. O Nersant Business 2012 enquadra-se no trabalho que a Nersant vem realizando há vários anos no sentido de promover a internacionalização das empresas e dos produtos do Ribatejo, afirma Salomé Rafael, presidente da Nersant. António Campos, presidente da Comissão Executiva da Nersant, salienta que a adesão ao evento tem surpreendido os responsáveis da iniciativa. O Nersant Business 2012 tem capacidade para a realização de 375 encontros de negócios e neste momento já temos pedidos de reuniões que ultrapassam este número. Estamos a reunir todos os esforços para que todos os pedidos sejam atendidos, afirmou. Segundo apurou a Vida Económica, foram efetuadas cerca de de 150 reuniões de negócio no âmbito do Nersant Business 2012, um resultado acima das expetativas geradas para o evento. Além das 50 empresas estrangeiras presentes, marcam presença na região diversas entidades institucionais e governamentais de Angola, Moçambique, Cabo Verde, África do Sul, Namíbia e Brasil. NBB &VOCÊ. A NBB é uma rede internacional de Consultores especializados em Fusões & Aquisições e Corporate Finance, líder mundial no seu setor, com mais de 60 escritórios em 28 países. E, ao contrário dos tempos que correm, a NBB continua a crescer. Assim, a NBB procura profissionais de referência para integrar a sua rede nacional e internacional de Partners. Uma oportunidade única de potenciar o seu percurso e experiência, descobrindo uma nova forma de juntar sucesso & compromisso, trabalho & rentabilidade. Ficha Técnica: Empresa NBB National Business Brokers Atividade Consultoria em Fusões & Aquisições e Corporate Finance Serviços Fusões e Aquisições Corporate Finance Reorganização Empresarial Avaliação de Empresas Contatos Telefone: 226 160 791 E-mail: info@nbbrokers.com Web: www.nbbadvisors.com Seja você a nossa próxima aquisição. Moradas Rua António Nicolau d Almeida, nº 45 2º Esc. 2.11 4100-320 Porto Rua Sousa Martins, 10-7º 1050-218 Lisboa Contacte-nos em: info@nbbadvisors.com ou através do 226 160 791. www.nbbadvisors.com

8 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 ATUALIDADE Brisa celebra 40 anos A Brisa assinalou ontem (dia 22) 40 anos. Segundo a concessionária de autoestradas, o investimento na rede ao longo da existência da empresa ascendeu a oito mil milhões de euros. Foram décadas de trabalho, em que a Brisa desempenhou um papel determinante no desenvolvimento económico e social do país, afirma Vasco de Mello, presidente da Brisa. Passos Coelho defende apoios comunitários para reformas estruturais Pedro Passos Coelho afirmou ao Parlamento que o novo enquadramento orçamental das políticas da União Europeia para o período 2014-2020 deverá acautelar a possibilidade de financiamentos europeus serem dirigidos a programas de reforma do Estado. PRESIDENTE DA EDP RENOVÁVEIS AFIRMA Subida do preço da eletricidade é uma A subida do preço da eletricidade é uma inevitabilidade, pois, à medida que vão aumentando as fontes de produção não convencionais, os preços tendem a subir, afirmou João Manso Neto, durante a Conferência da Associação de Energias Renováveis (APREN), que se realizou recentemente em Viana do Castelo. Para o presidente da EDP Renováveis, hoje, na Europa Ocidental, não há tecnologia que se rentabilize só pelo mercado, nem em Portugal nem em lado nenhum. O défice tarifário está a crescer e deverá atingir os 3800 mil milhões de euros em 2013. FERNANDA SILVA TEIXEIRA fernandateixeira@vidaeconomica.pt Portugal tem cerca de duas mil horas de vento, segundo dados da Direção Geral de Energia (DGE). Manso Neto dá como exemplo o caso excecional do Brasil, que não tem subsídio porque tem quatro mil horas e concluiu que para não haver subsídios é preciso ter recursos naturais brutais e, por isso, vai ser sempre preciso um complemento. Já sobre a preparação de uma nova estratégia para o setor das renováveis, o presidente da EDP Renováveis admite que é um plano que mantém o perfil das renováveis, ajustando-o a um menor nível de consumo. Não se pode dizer que o plano seja de atuação estratégico. É sim, fundamentalmente, um menor nível de consumo para se cumprir com as metas e, por outro lado, uma redução do investimento nas renováveis mais caras. Em suma, não é uma revolução, rematou. Confrontado com a recomendação do Governo, sugerindo que as empresas do setor se devem reorientar para a exportação, Manso Neto salienta que a eletricidade, para ser exportada tem que ter infraestruturas, tem que ter uma ligação física. Logo, devemos sobretudo pensar que ainda temos um peso muito grande de consumo de eletricidade de origem fóssil ou importada diretamente, pelo que, na medida em que produzamos mais eletricidade com energias renováveis, estamos a ter, claramente, um efeito positivo na balança de transações correntes substituindo importações, quer de eletricidade propriamente dita quer de diminuição de importações. Projeto do carro elétrico precisa de cirurgia estética O carro elétrico não morreu, mas está a ser objeto de cirurgia estética, admite Artur Trindade. Questionado pelo moderador do debate de encerramento da Conferência da Associação de Energias Renováveis (APREN), que se realizou recentemente em Viana do Castelo, o secretário de Estado da Energia não explicou contudo a natureza da intervenção nem revelou qual deverá ser a nova face do Mobi.com, uma aposta que ambicionava colocar Portugal na linha da frente da mobilidade elétrica. A meta era chegar a 2020 com 750 mil veículos e o Governo até apoiava com cinco mil euros a compra de carros elétricos, subsídio entretanto retirado. O projeto previa ainda a instalação de uma rede nacional de 1300 postos de carregamento, concentrada nas cidades, mas também disponível em bombas de gasolina. Admitindo ser evidente que o carregamento na via pública, um processo que demora algumas horas, dificilmente poderia seduzir os utilizadores, o secretário de Estado afirmou mesmo a este respeito que ninguém quer usar mesmo à borla, quanto mais pagar para usar. Por essa

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 9 ATUALIDADE Município da Amadora baixa taxas do IMI O município da Amadora vai abdicar de cerca de três milhões de euros em receita com a redução das taxas de IMI e IRS em 2013, medidas de alívio fiscal aprovadas hoje em reunião de câmara. O executivo aprovou taxas IMI de 0,37% (0,38 em 2012) para prédios avaliados e 0,6% (0,68 em 2012) para os não avaliados. FMI considera sistema de pensões português generoso O sistema de pensões português é relativamente generoso face ao rendimento, diz o chefe de missão do FMI. Selassie considera que a taxa de substituição das pensões é elevada. Os relatórios da Comissão Europeia dizem que no futuro não o será. Existe margem para tornar a despesa pública mais eficiente, afirma. inevitabilidade Portugal tem cerca de duas mil horas de vento, segundo dados da DGE razão, realçou Artur Trindade, terão de ser encontradas soluções para abastecer o veículo em casa. Por sua vez, António Sá da Costa reconheceu que Portugal não tem capacidade nem mercado para liderar o processo, mas acredita que esta é uma realidade que mais cedo ou mais tarde se vai impor. Mas primeiro os preços têm de baixar, afirmou o presidente da APREN. Renováveis não devem ter cor partidária Horas antes, na mesma conferência, o diretor-geral da Energia revelou as novas linhas do Plano Nacional de Apoio às Renováveis (PNAER). Não sendo uma surpresa, a decisão de não atribuir licenças para mais potência, esta decisão está longe de ser consensual. O Governo não quer mais capacidade, com direito a prémio pago nas tarifas elétricas, mas o limite para 2020 é um mínimo olímpico, realçou Pedro Cabral. Entretanto, o secretário de Estado deixou a porta aberta a mais potência, desde que esta seja atribuída em regime de mercado. Artur Trindade lembrou, todavia, que em Portugal, como noutros países, avançou- -se de forma muito voluntariosa nas energias renováveis e advertiu que tornar as renováveis num panfleto político só pode correr mal porque os Governos mudam. Ainda assim, o governante sublinhou que o que foi feito deve ser preservado. Pode ser corrigido, mas não deverá ser para perder. Lembrando que é preciso definir o que é mercado para todas as formas de produção de eletricidade, o presidente da APREN admitiu, por sua vez, que é necessário abrandar o ritmo de crescimento das energias renováveis em Portugal pois o défice tarifário ainda está a crescer deverá atingir os 3800 milhões de euros em 2013, o consumo está a cair e ainda está em marcha alguma capacidade atribuída no passado. Ainda assim, para António Sá da Costa, a luta da troika contra as rendas excessivas do sector elétrico teve o mérito de mostrar que os subsídios e prémios à produção não se limitam às renováveis, beneficiam todas as tecnologias, desde o carvão e gás natural, passando pelas grandes barragens e cogeração. Todas pesam na fatura dos consumidores. No entanto, as elétricas recusam o cenário de paragem na atribuição de nova potência. A partir de 2018/20 iniciar-se-á o ciclo de substituição e reconversão dos atuais equipamentos, garantindo nova procura. Mas, até lá, defendem os produtores, é preciso colocar no mercado potência não instalada, para que a máquina não seja parada, assinala João Manso Neto, presidente da EDP Renováveis. PUB um leque alargado de serviços de apoio aos proprietários Os proprietários de imóveis estão confrontados com o aumento do IMI, taxas camarárias, os encargos inerentes à sua habitação e as alterações legislativas que regulam os seus direitos e obrigações. A Aprenor Associação de Proprietários do Norte de Portugal é uma nova estrutura associativa que lhe proporciona um conjunto único de serviços: gestão de condomínios, aconselhamento jurídico, atualização de rendas, arrendamento de imóveis, obtenção de benefícios fiscais em IMT, IMI, IVA, apoio à conservação de imóveis, assistência técnica. Ao fazer a sua pré-inscrição na associação pode começar já a beneficiar dos serviços sem qualquer compromisso, tendo a opção de se tornar posteriormente associado, em condições preferenciais, com isenção de joia. Pode efetuar a sua pré-inscrição por telefone (tel. 223399492) ou por e-mail aprenor@gmail.com. Aprenor Associação de Proprietários do Norte de Portugal Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 6.º - 4000-263 Porto

10 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 ATUALIDADE China Sourcing Fair na África do Sul Pelo terceiro ano consecutivo, a feira China Sourcing Fair irá ser realizada, no Centro de Convenções Gallagher, em Joanesburgo, de 28 e 30 de novembro. Esta é a última parte do road show global em 2012, na sequência das ações em Hong-Kong, Dubai, Miami, São Paulo e Mumbai. Seminário debateu inovação tecnológica no setor têxtil Evidenciar o potencial da indústria têxtil e os apoios para o arranque de negócios inovadores no setor foi o objetivo central do seminário A tecnologia do presente a inovar nos têxteis do futuro que o BICMINHO promoveu, ontem, no Museu da Indústria Têxtil, em Vila Nova de Famalicão, no âmbito do i9eibt. Vinhos portugueses destacam-se nos EUA A revista norte-americana Wine Enthusiast acaba de eleger, na edição de dezembro, 10 vinhos portugueses na lista Top Cellar Sellection. Portugal garantiu o quarto lugar numa selecção de 100 vinhos para guardar, depois dos EUA, França e Itália. Integram a Cellar Selection 2012 os vinhos: Quinta do Vale Meão 2009 tinto (Douro), posicionado em 12º lugar, seguido por Herdade do Esporão 2008 TN Touriga Nacional (Alentejano) em 18º lugar, Quinta da Romaneira 2008 Tinto (Douro), em 27º, Taylor Flagdate 2009 Vintage Porto, em 36º, Quinta do Castro 2009 Reserva Vinhas Velhas (Douro) em 48º, Dão Sul 2009 Casa de Santar Conde de Santar (Dão) em 57º, Cartuxa 2009 Pêra-Manca Branco (Alentejo) em 67º, Niepport 2009 Vintage Port em 75º, Prats & Symington Lda 2009 Chryseia (Douro) em 83º e Luis Duarte 2010 Rubrica Branco (Alentejano) em 91ª posição. Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, afirma que, para além da qualidade, a excelente relação custo benefício está a ser muito valorizado no mercado norte- -americano. PUB CONSULTÓRIO LABORAL Providência cautelar de suspensão de despedimento Ontem cheguei ao meu posto de trabalho e deparei-me com uma situação, no mínimo, caricata. O mesmo havia desaparecido. Confrontado o meu superior hierárquico, informou-me que havia sido despedido por facto que me era imputável, por decisão que me foi entregue pessoalmente, e que devia abandonar as instalações da empresa. Este despedimento deve-se, na realidade, ao facto de ter insultado um colega de trabalho há mais ou menos uma semana. Contudo, até então, nunca me havia sido levantado qualquer procedimento disciplinar. Como posso reagir? Por vezes é necessário reagir, de forma imediata, a situações que configuram um despedimento que poderá ser ilícito. Para este efeito, os trabalhadores devem conhecer os meios que têm ao seu dispor para contrariar, judicialmente, a decisão de despedimento. Esse conhecimento revelarse-á imprescindível para garantir a efetiva defesa dos seus direitos. Uma das principais faculdades que os trabalhadores dispõem é a providência cautelar de suspensão do despedimento, prevista e regulada nos artigos 386.º do Código do Trabalho (CT) e 34.º e ss. do Código do Processo de Trabalho (CPT). Como o próprio nome exprime, esta providência cautelar visa suspender os efeitos práticos da decisão de despedimento, até que os motivos, e respetivos procedimentos, sejam validados pelo Tribunal. Conforme preceitua o artigo 386.º do CT, o trabalhador deve instaurar a providência de suspensão do despedimento, no prazo de cinco dias úteis a contar da data da receção da comunicação do despedimento ( ). Este prazo é de caducidade, pelo que o exercício não atempado desse direito prejudica a hipótese de proteção do trabalhador. Nos termos do disposto no artigo 34.º CPT, tendo sido apresentado o requerimento inicial no prazo supra referido, o juiz ordena a citação do requerido para se opor, designando, ainda, data para a audiência final, que deve realizar-se no prazo de 15 dias. As partes podem apresentar qualquer meio de prova, limitado a 3 testemunhas por facto, sendo certo que o tribunal pode, oficiosamente, desde que considere indispensáveis à decisão, determinar a produção de outras provas que não as indicadas cfr. art. 35.º CPT. Para além disso, sob pena de extinção do procedimento cautelar, no requerimento inicial deve ser requerida a impugnação judicial da regularidade e licitude do despedimento, salvo se já tal já tiver sido solicitado pelo formulário a que alude o artigo 98.º-C CPT. Conforme referido, a ação segue com a realização do julgamento. Contudo, na falta de comparência injustificada do RICARDO MEIRELES VIEIRA Advogado Gabinete de Advogados António Vilar, Luís Cameirão & Associados avlc@avlc-advogados.com www.avlc-advogados.com requerente ou de ambas as partes (sem que se tenha feito representar por mandatário com poderes especiais) a providência é logo indeferida. Na mesma linha de raciocínio, se for o requerido quem falta à audiência, a providência é julgada procedente. Atendendo que estamos perante uma providência cautelar onde é invocado um despedimento (alegadamente) precedido de procedimento disciplinar, o juiz, no despacho que ordena a citação do requerido, notifica-o, também, para, no prazo da oposição, juntar o procedimento disciplinar, que é apensado aos autos cfr. art. 34.º n.º 2 CPT. Note-se que a falta, injustificada, de apresentação deste procedimento acarreta o decretamento da providência, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 38.º CPT. No entanto, se o não cumprimento desta obrigação for justificado até ao termo do prazo para a oposição, o juiz decide a providência com base nos elementos de prova constantes dos autos. Conforme estabelece o artigo 39.º do CPT, a suspensão é decretada se o tribunal, ponderadas todas as circunstâncias relevantes, concluir pela probabilidade séria de ilicitude do despedimento, designadamente quando o juiz conclua: Pela provável inexistência de processo disciplinar ou pela sua provável nulidade; Pela provável inexistência de justa causa ( ). Um dos principais efeitos do decretamento da providência tem natureza retributiva. Isto porque a decisão sobre a suspensão tem força executiva relativamente às retribuições em dívida, devendo o empregador, até ao último dia de cada mês subsequente à decisão, juntar documento comprovativo do seu pagamento. cfr. art. 39.º n.º 2 CPT. Decretada a suspensão do despedimento do trabalhador no respetivo processo cautelar, a situação deste fica em tudo idêntica à que se encontrava antes daquele despedimento. Com efeito, o trabalhador reassume plenamente o estatuto que detinha antes do despedimento, ficando obrigado a retomar o trabalho no dia imediato ao trânsito em julgado da decisão. Isto implica, pois, que o empregador fica obrigado a permitir ao trabalhador a prestação efetiva da atividade laboral. Em suma, no caso em apreço, o trabalhador dispõe de 5 dias úteis a contar da notificação da decisão de despedimento para instaurar um procedimento cautelar de suspensão do despedimento. Se a mesma vier a ser considerada procedente, o trabalhador tem direito a retomar o seu posto de trabalho e a ser ressarcido pela retribuição que, durante o decurso da ação, não tiver sido satisfeita pelo empregador. Esta providência cautelar, pela celeridade que implica, permite ao trabalhador reagir imediatamente ao despedimento, protegendo, dessa forma, a manutenção da relação laboral.

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 11 ATUALIDADE BPO Advogados e AEP realizam seminário sobre cobranças A BPO Advogados e a Associação Empresarial de Portugal Câmara Comércio e Indústria (AEP CCI) realizam no próximo dia 29 de novembro, entre as 14h30 e as 18h30, nas instalações da AEP CCI (Leça da Palmeira), o seminário Cobranças Estratégias Práticas para o Sucesso. Mais informações e inscrições junto da AEP. ACEPI realiza o Fórum Nacional da Fatura Eletrónica A ACEPI realiza o Fórum Nacional da Fatura Eletrónica. A iniciativa decorrerá no próximo dia 29 de novembro de 2012, das 9h00 às 13h00, no Auditório Lispólis, Polo Tecnológico de Lisboa, Estrada do Paço do Lumiar, 44, em Lisboa, com a presença do secretário de Estado da Inovação e Empreendedorismo, do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e do diretor- geral da Autoridade Tributária e Aduaneira. ROGÉRIO FERNANDES FERREIRA, DA RFF & ASSOCIADOS, DEFENDE Novo regime simplificado de contabilidade de caixa será de difícil aplicação O regime simplificado de contabilidade de caixa, uma das propostas fiscais do OE2013 para o setor empresarial, é de difícil implementação, afirma à Vida Económica Rogério Fernandes Ferreira, especialista fiscal e sócio fundador da RFF & Associados. O facto de as empresas empresas poderem entregar o imposto ao Estado apenas depois de receberem dos clientes é uma medida positiva no contexto da atual conjuntura económica, contudo os requisitos que estão previstos na própria proposta, designadamente ao nível de abertura do sigilo bancário, vão dificultar a aplicação da regra e, por outro lado, tal vai implicar que as deduções do IVA também só sejam feitas nesse momento, afirmou Rogério Fernandes Ferreira, sócio fundador da RFF & Associados, à margem da conferência sobre o OE 2013: Propostas Fiscais, organizada pela Rogério Fernandes Ferreira & Associados (RFF & Associados) e que decorreu recentemente no Porto. Descartando a questão da limitação da aplicação da medida a sujeitos passivos de IVA com um volume anual de negócios até 500 mil euros, o que deixa de fora uma boa parte das micro e pequenas empresas, Rogério Fernandes Ferreira assegura que o mais importante é o facto de a medida estar a ser discutida. Agravamento dos pagamentos por conta gera menos liquidez das empresas Já quanto ao previsto agravamento dos pagamentos por conta, o ex- -secretário de Estado dos Assuntos Fiscais concede que este trará menos liquidez e, como tal, mais dificuldades ao funcionamento das empresas. Infelizmente, apenas cerca de 1% das empresas portuguesas paga mais de 50% do IRC e 10% das empresas, com coleta de IRC, paga cerca de 80% do valor global do imposto. Nesse sentido, Fernandes Ferreira considera que os pagamentos por conta são, no fundo, uma forma alternativa de atingir o mesmo resultado, permitindo que empresas que sistematicamente apresentam prejuízo possam ser tributadas de uma forma configurada mínima. Tal significa que existe de facto margem ao nível do IRC para uma tributação de natureza mais objetiva, remata. O novo Harvard Trends é mais, MAS NÃO É DO MESMO. Os requisitos ao nível de abertura do sigilo bancário vão dificultar a aplicação do regime de caixa, afirma Rogério Fernandes Ferreira. É um livro inteiramente novo e com um novo enfoque. PUB DST sensibiliza colaboradores para o ambiente O Grupo Domingos da Silva Teixeira (DST) assinala a Semana Europeia de Prevenção de Resíduos (SEPR) com uma série de iniciativas que procuram alertar e sensibilizar os colaboradores para uma maior educação ambiental, sob o mote Mais do que Reciclar, evita Gastar!. Desta forma, até ao final da semana, os colaboradores da construtora de Braga partilharão o espaço laboral com uma instalação construída com resmas. Continuando a manter a lógica de tendências na área da gestão, com uma escrita de leitura fácil, rápida e acessível a todos, o Harvard Trends 2013 abarca novas áreas até agora menos tratadas, como as apps e redes sociais. Lançamento a 5 de Dezembro

12 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 ATUALIDADE/Opinião Porto 2001/Casa da Música vai ter de indemnizar 60 lojistas O tribunal condenou o Estado, mais concretamente a Porto 2001/Casa da Música, a pagar quase três milhões de euros de indemnização a 60 comerciantes da Baixa do Porto, pelos prejuízos causados pelas obras da Porto 2001. A ação foi movida pela Associação de Comerciantes do Porto, representada pela Pedro Marinho Falcão & Associados. Exportações sobem 22% no porto de Leixões As exportações por Leixões registaram um aumento até outubro de 22%. Em 2011, o crescimento do ano foi de 34%. Entre os mercados de destino destacam-se Marrocos, Angola, Argélia e Reino Unido. Os principais produtos exportados foram ferro/aço, produtos refinados e aromáticos, paralelepípedos, papel e cartão, bebidas, equipamentos e materiais para a construção civil, entre outros. JOSÉ MIGUEL PINTO DOS SANTOS Professor de Finanças, AESE FRANCISCO JAIME QUESADO Especialista em Estratégia, Inovação e Conhecimento Pessimismo dourado O ouro, para surpresa de alguns analistas, continua em alta. Porquê? Oferta retraída e forte procura, costuma ser a resposta. Mas esta explicação não explica nada enquanto não explicar porque a oferta está retraída e a procura forte. O valor de um ativo depende dos cash-flows que se espera que ele gere no futuro e da taxa de atualização apropriada ao risco associado a esses cash-flows. Com estes valores pode-se estimar o preço justo de qualquer ativo, seja de uma ação, de uma obrigação ou de uma vaca. Ou do ouro. Ao contrário de uma vaca, o ouro tem, no entanto, a peculiaridade de só gerar um cash-inflow, ou recebimento, para o seu proprietário: o que se obtém com a sua venda. Note-se que, no caso da vaca, se o seu preço for mais volátil que o do leite, os investidores têm sempre a opção de vender a vaca e ficar sem o leite, ou manter a vaca e vender o leite. Este facto ancora o valor do animal ao valor dos seus produtos: quando o preço das vacas for baixo relativo ao do leite poucos quererão vender vacas e muitos desejarão comprá-las: oferta retraída e forte procura. Como o ouro não produz leite nem paga juros, o seu valor hoje está totalmente dependente do que se espera que venha a ser o seu preço no futuro. A sua única fonte de rentabilidade está na esperança de se poder vender amanhã a um preço superior ao praticado hoje. E esta esperança alicerça-se em nada de muito mais sólido que o subjetivismo dos vendedores e dos compradores de ouro. Quando o otimismo prevalece, o preço do ouro baixa. Quando o ambiente é de pessimismo, o ouro sobe. O ouro sobe sempre que há uma grande crise internacional, guerras e rumores de guerras. Sobe em tempos de crise económica e pânico financeiro. E sobe quando os agentes económicos começam a ter dúvidas sobre o valor futuro da moeda, quando começam a prever inflação. A subida do ouro confirma aquilo que já sabíamos: o ambiente é de pessimismo. FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD CONTINUA A APOSTAR NA PROMOÇÃO DA AMBIÇÃO DA EXCELÊNCIA Uma agenda de mudança A excelência tem felizmente alguns bons exemplos em Portugal. O sucesso do centro de inovação e laboratorial da fundação Champalimaud, mesmo junto ao Tejo, é um exemplo muito concreto do que devem ser as respostas positivas ao nosso futuro coletivo. O investimento da fundação Champalimaud veio demonstrar que há uma capacidade muito concreta de Portugal e os seus principais protagonistas conseguirem agarrar com sucesso a decisiva rota da inovação e, desta forma, alterar duma vez por todas o modelo de desenvolvimento económico para o futuro. Por isso, com esta escolha de Champalimaud fica claro para todos que só há um regresso possível o do futuro e protagonizado por todos. A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma economia interna de serviços com um caráter reprodutivo limitado, criou a ilusão no final da década de 90 dum crescimento artificial baseado num consumo conjuntural Fazer crescer o seu negócio é um desafio. Caso não o fosse, todos os empresários seriam bem sucedidos. Contudo, por cada empresário que desfruta o sucesso, existem muitos mais que se deparam com dificuldades. Os empresários estão a tentar descobrir como fazer crescer os seus negócios.muitos olham para o ambiente concorrencial de forma perplexa e misteriosa, os desafios a ultrapassar parecem estranhos, complexos e manifestamente incapaz de se projetar no futuro. Por isso, as apostas têm que mudar. E a escolha de Champalimaud é um sinal. Portugal precisa efetivamente de alavancar esta aposta da fundação Champalimaud, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objetivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos setores competitivos em que atuar; seleção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de redes ativas de comercialização das competências existentes para aposta em Investimento de Inovação. Com o exemplo da fundação Champalimaud, não podemos parar. O investimento em inovação desempenha no momento presente um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do investimento de inovação associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia tecnologias de informação e comunicação, até mesmo secretos. A maioria dos empresários passa uma boa parte da sua vida profissional a tentar manter as suas empresas vivas, enquanto uma minoria parece que consegue que tudo se encaixe e flua com naturalidade. Este grupo mais pequeno não se limita a fazer com que as suas empresas sobrevivam, concentram-se antes em construir e projetar os seus negócios de uma forma afortunada.tudo parece resultar para eles, enquanto a maioria se desgasta com a dureza do mundo dos negócios. Para esta maioria, a realidade parece, muitas vezes, injusta e complicada. Ao empresário não lhe cabe ser apenas uma boa pessoa, dedicada e trabalhadora. Tem de ser um bom planeador e desenvolver uma boa visão (do negócio). O empresário deve conseguir ver o futuro já com a imagem completa do próximo cenário. Tem de ser capaz de apreciar o processo repleto de obstáculos e desalentos. Exige-lhe disciplina e capacidade para atravessar longas fazes desconfortáveis até alcançar o conforto. Tem de ser capaz de biotecnologia, automóvel e aeronática, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por redes ativas de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas sectoriais (empresas líderes, universidades, centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes. Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o IDE de inovação é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os centros de competência para esta abordagem ativa no mercado global mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial. A fundação Champalimaud está para ficar. Num tempo global em que a aposta no valor e na competitividade devem ser uma motivação coletiva da sociedade portuguesa, aí está um exemplo a seguir. Encare o crescimento do seu negócio como um desafio A maioria dos empresários passa uma boa parte da sua vida profissional a tentar manter as suas empresas vivas, enquanto uma minoria parece que consegue que tudo se encaixe e flua com naturalidade. AZUIL BARROS Especialista no Crescimento de Negócios Partner&Diretor Geral www.quantumcrescimentonegocios.com atacar de frente os desafios se quer atingir o sucesso. O empresário deve ter a capacidade de ultrapassar os desafios de forma jocosa. Deve alimentar a sua alma e a sua mente neste processo porque sabe que isso o tornará mais forte e mais capaz do que antes. Fortalece-o mentalmente e prepara-o para enfrentar melhor os desafios seguintes. Lembre-se que o empresário é o maior crítico de si mesmo. Não há nenhuma opinião mais importante para si do que a sua própria opinião. Para conseguir mais, o empresário tem primeiro que se tornar mais. A oportunidade nunca lhe bate à porta, se não estiver preparado para o receber. Citando Napoleon Hill, a oportunidade aparece com frequência disfarçada sob a forma de má fortuna ou derrota temporária. O que define o empresário não é se alguma vez foi deitado abaixo mas sim quantas vezes se levantou. Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

14 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 ATUALIDADE/Opinião DAVID ZAMITH ACEGE Núcleo do Porto ÉTICA E NEGÓCIOS Reindustrialização centrada na economia Ministro da Economia e do Emprego Como bem refere Luís Mira Amaral, que coordena este dossiê da Revista CIP (Revista de Empresários e Negócios Tri- - - - capacidade de desenvolvimento de novos - O Ministro da Economia sabe o que se passa no terreno, ou sabe liderar uma equipa que é competente, infelizmente lado a lado com os ruidosos campeões do pouco fazer e defensores dos vícios acumulados pelos direitos adquiridos! transacionáveis, afirma, e bem, no edito- Ao que nós, dando os parabéns à CIP pela importância da sua visão estratégica em prol do emprego e da estabilidade futura de uma Europa doente, e com isso a estabilidade e o crescimento futuro de Portugal, gostaríamos de acrescentar que, aliada à produção industrial, à tecnologia e inovação (diferenciação), se cria emprego, se dá estabilidade e segurança às populações, esperança aos jovens e, numa palavra muito esquecida, se une e dignifica a família. É longo o dossier, mas bem formulado, e aponta a saída para a Europa e para Portugal, na base das micro e PME, caso as autoridades europeias o desejem ou tenham essa capacidade de visão estratégica. Mira Amaral, homem experiente e conhecedor do terreno aponta o problema passado de se ter ido longe de mais na deslocalização industrial, porquê? Essa a primeira pergunta, até para evitar que o responsável pela Política Industrial Europeia, Sr. Tajani, não siga a falta de visão, ou os interesses dos seus antecessores, que preconizaram numa aposta clara para o futuro da Europa, pela deslocalização das Manufacturas Tradicionais (nem coragem, ou por interesses, a palavra Indústria foi utilizada!!) e para uma Europa futura pelo investimento nos Serviços e na Sociedade do Conhecimento, ambos fundamentais, mas coxos! Coxos, com o resultado à vista, sem Indústria cai o emprego e cresce a insegurança, e a sociedade do conhecimento, cada vez mais rica a investir de forma brilhante e criativa, legará o saber para a utilização da Indústria essa que não se encontra na Europa! Neste importante dossiê, em boa hora trazido pela CIP, o artigo do nosso ministro da Economia centrada na economia, a quem chamam de académico, vale bem a pena ser lido e relido, o que já fizemos, um verdadeiro manual de visão de futuro para o Portugal e a Europa que a maioria dos Portugueses deseja! Ou o ministro da Economia sabe o que se passa no terreno, ou sabe liderar uma equipa que é competente, infelizmente lado a lado com os ruidosos campeões do pouco fazer e defensores dos vícios acumulados pelos direitos adquiridos! Ao excelente artigo do Senhor Ministro tomamos a liberdade de lembrar alguns aspectos importantes que devem apoiar a estratégia de Reindustrialização: Falar Indústria, só por si, dá ânimo aos empresários. O plano de Reindustrialização será alavancado num Ministério da Indústria? Estudar o exemplo real e crescente sucesso da nossa indústria do calçado, com o apoio dado pela Universidade Católica do Porto para a consolidação desse sucesso, hoje um verdadeiro case study, na centralização associativa, na formação contínua, na qualidade dos líderes empresariais e gestores, no design e inovação (diferenciação), na produção e comercialização até à internacionalização, etc. Ser selectivo, mas dando apoio real aos centros do conhecimento, para que deixem de mendigar e possam ser uma âncora real, como o exemplo da Católica do Porto para o calçado, mas que felizmente pode ser extensivo a outros sectores, como os têxteis, moldes, metalomecânica, vidro, cerâmicas, plásticos e borracha, vidro, madeira, cortiça, automóvel, cordoaria sintética, etc., e onde universidades e centros tecnológicos de forma superior, mas mendigando, colaboram para o sucesso actual das nossas Expor- e do Emprego. Para que o Sr. Tajani, e seus pares, utilizem o futuro Programa Horizonte 2020, dotado de uma verba de J 80 mil milhões para I&D, seja focado nas PME, agregado a um plano europeu próreindustrialização e pró-emprego, e não vermos a sociedade do conhecimento europeia a debitar tecnologia, inovação e quiçá patentes, para uso da indústria asiática e em benefício do emprego asiático. Portugal sabe como ninguém fazer bem, rápido, ser flexível, diferenciador e produzir pequenas e médias séries, a grande e futura procura europeia. Aqui o ministro da Economia aponta as soluções através da criação de clusters (a escala tecnologia e inovadora em crescendo vs. o grande grupo consolidado), ancorados em redes modernas de logística. Ou seja, os nossos dirigentes europeus têm que criar condições de regulação e controlo efectivo para disciplinar as importações, nomeadamente asiáticas, cujos padrões colidam com os nossos padrões europeus, pela contrafacção, falsidade documental, ou dumping. Poucas mas incisivas medidas, aproveitando as nossas próprias ferramentas logo à cabeça, como exemplo da PEGA- DA DO CARBONO, através do controlo real sobre a regulamentação do REACH, OKOTEX, etc. São ferramentas que só por si, bem fiscalizadas, permitirão disciplinar aqueles que vendem, para um mercado que desejamos livre como o nosso, e para os quais só se exige que sigam os mesmos desígnios tecnológicos e ambientais. Parabéns à CIP e sua equipa pela criação de tão importante dossiê, aliada à visão do Ministério da Economia e do Emprego, finalmente a luz ao fundo do túnel por que tanto ansiámos? Como remate final, gostaríamos igual- os pilares fundamentais de qualquer sociedade, nomeadamente pela sua falta em termos de Portugal e da Europa, ambos Portugal tem futuro! NOVOS ARTIGOS DISPONÍVEIS NO SITE VIDA ECONÓMICA www.vidaeconomica.pt JOSÉ FARIA EZ.BIZ - Soluções Empresariais, Lda PAULO C. SEABRA Gerente da empresa Aguadoiro HUGO HENRIQUES Tax Senior Manager www.bcaac.com LUÍS CANELAS ALVES Director Coordenador - SEG -Serviços de Economia e Gestão DIOGO BÁRTOLO Consultor Miranda Correia Amendoeira & Associados OUSAR FAZER A TRAVESSIA A conjuntura económica é por todos nós conhecida, e não será o desagrado, a reclamação, a oposição que manterão o motor da nossa economia em funcionamento, mas sim a perseverança dos gestores de pequenas e médias empresas que lutam dia a dia contra as investidas de gigantes multinacionais estrangeiras e de cadeias de hipermercados, que, embora nacionais, promovem mais a importação do que a produção interna. O PREÇO DA ÁGUA NO SETOR AGROALIMENTAR As empresas do setor agroalimentar estão entre as primeiras a sofrer com a atual conjuntura económica. O consumo dos portugueses tem vindo a diminuir na sequência da diminuição do rendimento das famílias. Assim, impõe-se a solução de um problema que tem onerado escusadamente a indústria agroalimentar nacional. O OE 2013! A AUSTERIDADE! A RECESSÃO! QUE FUTURO? A Proposta de Orçamento de Estado para 2013 fica claramente marcada pela palavra austeridade e, segundo dados veiculados pelo próprio FMI, coloca o país como o segundo do mundo com maior aumento de impostos nos últimos 3 anos, com um agravamento de carga fiscal que representa 2,8% do PIB, apenas atrás da Argentina, e que o aproxima dos países com maior carga fiscal ao nível da tributação do rendimento. É URGENTE EVITAR A INSOLVÊNCIA DAS EMPRESAS PORTUGUESAS De acordo com notícias recentes, até ao final do ano corrente espera-se que o número de declarações de insolvência chegue às oito mil, isto é, mais de 30% em relação ao ano anterior, com especial incidência nos setores do comércio a retalho, imobiliário/ construção civil e restauração/ hotelaria. DELIMITAÇÃO DO OBJETO DO CONTRATO E REGULAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CONTRATUAL É frequente encontrarmos sobretudo nos contratos de grande vulto e nos internacionais cláusulas que visam excluir ou atenuar a responsabilidade de um dos contraentes em caso de incumprimento, ou que visam circunscrever o âmbito das suas obrigações.

16 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 ATUALIDADE/Internacional Bruxelas pressiona Espanha para reduzir défice É mais um aviso da Comissão Europeia. Bruxelas instou o Governo espanhol a concretizar os planos de redução do défice para 2014. As previsões da UE para a Espanha são de 8%, 6% e 6,4%, em 2012 e nos dois anos seguintes, respetivamente. Os objetivos anteriores eram de 6,3%, 4,5% e 2,8%, o que torna ainda mais evidente a necessidade de uma efetiva consolidação orçamental. Este país está em sérias dificuldades, quer em termos orçamentais, quer ao nível do crescimento, com a taxa de desemprego a bater recordes em alta mês após mês. Energia solar abre guerra comercial entre a UE e a China A Comissão Europeia abriu uma investigação antisubsídios contra as importações de painés solares provenientes da China. Esta situação acontece depois de Bruxelas receber uma denúncia da indústria europeia de energia solar. Considera o setor que os painéis solares e os respetivos componentes com origem na China beneficiam de subsídios públicos ilegais. As exportações chineses destes produtos para a UE rondam os 21 mil milhões. Bruxelas vai desenvolver a investigação durante mais de um ano para apurar as responsabilidades e se haverá lugar a coimas. DE ACORDO COM AS PREVISÕES DA OCDE PIB mundial vai crescer a uma média anual de 3% A Índia posiciona-se no primeiro lugar do ranking no que respeita ao crescimento durante os próximos 50 anos. Os consumidores europeus estão insatisfeitos com os serviços prestados pelo setor elétrico. Ainda mais do que em setores como a banca, os telemóveis ou os seguros, adianta um estudo elaborado pela consultora Bain & Company. Os resultados obtidos através do inquérito não deixam de ser surpreendentes. De facto, o fornecimento elétrico gera descontentamento em cerca de 65% dos utilizadores, contra 33% das seguradoras, 24% dos automóveis e 18% da banca. A maioria dos europeus está descontente com o preço cobrado pelas empresas de energia elétrica. O estudo conclui ainda que muitos clientes mudam de empresa tendo como justificação o preço, mas também é verdade que estão mais recetivos à mudança, devido ao mau serviço que é prestado. Ou seja, não é só o custo que conta na equação do consumidor. Além disso, é interessante verificar que a imagem de marca é o fator mais importante na hora de aconselhar um fornecedor, seguindo-se a qualidade do serviço. A consultora, perante esta evidência, conclui é necessária uma comunicação pró- -ativa, por exemplo, uma chamada quando chega uma fatura mais alta do que o normal ou notícias de interesse sobre a empresa para melhorar a sua imagem junto do grande público. É curioso que O PIB mundial deverá crescer a uma média anual na ordem dos 3%, nos próximos 50 anos. No entanto, haverá grandes diferenças entre os países e as regiões, refere o mais recente estudo da OCDE. Os países emergentes de rápido crescimento serão os principais impulsionadores das perspetivas de longo prazo. Entre as economias analisadas pela OCDE que mais crescerão estão a Índia (5,1%), a Indonésia (4,1%), a China (4%) e a Arábia Saudita (3,1%). Em contrapartida, terão crescimentos menores as economias alemã e luxemburguesa (ambas com 1,1%), a japonesa (1,3%), a austríaca, a italiana e a portuguesa (todas com apenas 1,4%), bem como a francesa, a coreana e a polaca (estas com 1,6%). Um outro aspeto interessante é que a dimensão relativa das várias economias vai mudar radicalmente, já que o PIB conjunto da China e da Índia vão superar todas as economias do G7 e, em 2060, será maior que o da OCDE com os atuais membros. A organização refere ainda que as taxas de crescimento dos países emergentes vão abrandar com o tempo, convergindo para as taxas previstas para os países que integram a OCDE. Salienta ainda que o crescimento e a qualidade de vida estão cada vez mais dependentes da implementação ativa de reformas orçamentais e estruturais. Quanto à atual situação, a instituição assume que ainda não se saiu da crise e não se sabe quando tal sucederá e quais serão os efeitos. Nem sequer é possível saber qual o impacto das medidas já tomadas para combater a referida recessão global. O desemprego representa uma das maiores preocupações e já se fala numa eventual geração perdida. Certo é que existe uma margem de manobra muito restrita, sobretudo em termos orçamentais, tendo em conta que se gastou muito dinheiro nos últimos anos para reativar a economia e é uma situação que não se pode manter por mais tempo, sob pena de as consequências serem ainda mais graves no breve prazo. Consumidores europeus descontentes com fornecimento de eletricidade são os britânicos e os belgas que mais se preocupam com o custo da sua fatura de eletricidade. Os espanhóis, em contrapartida, consideram o serviço a variável mais significativa, ainda antes da imagem e do produto recebido. FMI vê sinais de estabilização na economia global O FMI considera que o crescimento global parece estar numa fase de estabilização, depois dos esforços desenvolvidos para fazer face à crise da dívida da Zona Euro. No entanto, insiste em avisar que a atividade económica continua a registar uma evolução demasiado lenta. A crise da Zona Euro e a ameaça de um abismo orçamental nos Estados Unidos são aspetos encarados como os maiores riscos para a economia mundial. As autoridades norte-americanas devem atuar rapidamente, de modo a evitarem o precipício orçamental. Adianta aquele fundo que só assim será possível evitar que o país regresse ao terreno da recessão. O FMI diz que os receios são cada vez mais fortes, pelo que já é evidente uma quebra no investimento empresarial. Por sua vez, os países da Zona Euro que se defrontam com pressões do mercado terão de colocar em prática os respetivos planos de ajustamento orçamental. E, caso seja necessário, terão de pedir ajuda ao fundo europeu de resgate, num mais curto período de tempo possível. Goldman avisa para sérios riscos no setor imobiliário Nas economias desenvolvidas gerou-se um mercado imobiliário que está a evoluir a duas velocidades. Isto porque alguns países estão a recuperar mais rapidamente da recessão do que outros, o que cria, naturalmente, desigualdades geográficas. A entidade financeira Goldman Sachs veio a público lançar um alerta que os agentes de mercado e mesmo os governos nacionais devem ter em atenção. É que se estará perante uma situação propícia à criação de bolhas imobiliárias. De facto, há países em que os preços têm subido rapidamente e de forma acentuada, enquanto noutros a tendência é de forte descida, para preços jamais vistos. A flexibilidade monetária global é mais favorável para as economias que não têm problemas económicos no momento de serem disponibilizadas condições de financiamento. De salientar que a atual crise financeira, em grande medida, teve como foco de origem o setor imobiliário nos Estados Unidos. Ainda que o contágio tenha sido ao nível das entidades financeiras, a Espanha é um bom exemplo de que uma bolha imobiliária pode levar a circunstâncias ainda mais críticas.

18 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 NEGÓCIOS E EMPRESAS Canal MTV tem 465 mil fãs nas redes sociais A MTV é o canal de televisão mais distribuído em toda a Europa, à frente do Disney Channel e do Discovery Channel. A cadeia musical está presente nas redes de 123 operadores, ou seja, em 81% do total. A nível nacional, a MTV Portugal conta também com uma forte expressão nas redes sociais, contando com 465 mil fãs no Facebook. AIP e Casa da América Latina realizam road show de negócios em Évora DORA TRONCÃO agenda@vidaeconomica.pt Os embaixadores dos países da América do Sul visitaram a região de Évora no âmbito da 3ª etapa do road show, organizado pela AIP e pela Casa da América Latina, com o intuito de estreitar relações e criar oportunidades de negócios entre as diferentes comunidades empresariais. Os embaixadores do Brasil, Colômbia, Chile, Equador, República Dominicana e Uruguai marcaram presença neste encontro, efetuando uma breve apresentação da situação económica dos seus países, assim como identificando os principais setores de importação e exportação para eventuais trocas comerciais com Portugal. Évora também se apresentou, com a Herdade da Cartuxa e a Embraer, a protagonizar os momentos altos da visita dos embaixadores, sendo ambas as empresas exemplos de especialização em áreas bem distintas na Região Évora. Rui Espada, presidente da Direção do Núcleo Empresarial de Évora (NERE), considerou que a visita surtiu o efeito desejado ao dar a conhecer as potencialidades da região e criar confiança nos empresários para olhar para os mercados externos como saída possível das dificuldades que vivem nas respetivas atividades. O Alentejo representou, em 2009, 6,4% do PIB nacional e o PIB da Região de Évora cerca de 3,9% do volume de negócios nacional. Os grandes eixos de oportunida- ANJE PORTO Embaixadores da América do Sul visitam região de Évora. des identificados para a Região do Alentejo são a alta tecnologia, a aeronáutica, as energias renováveis, o turismo, Património Cultural, Agroalimentar, Agroindústria, produção vitivinícola e o olival, citando apenas alguns exemplos. O presidente do NERE, Rui Espada, fala de primeiros contatos, que permitirão estudar estes mercados de forma exaustiva, avaliá-los e aproveitar as suas capacidades da melhor forma dado que agora se apresentam mais próximos da região. Horário: 18h30-20h JOSÉ MARTINO engenheiro agrónomo Josemartino.blogspot.com Duas notícias para pensar Preços (IVA incl.) Público Geral: Assinantes VE: 40 G 30 G Organização: Apoio: INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Vida Económica Patrícia Flores E-mail: patriciaflores@vidaeconomica.pt http://livraria.vidaeconomica.pt/ Caros leitores dos meus textos na Vida Económica, nos últimos dias, duas notícias me suscitaram a atenção. A primeira dizia respeito a uma declaração da ministra da Agricultura, Assunção Cristas, sobre a oportunidade de emprego que existia na agricultura em oposição à falta ou à extinção de empregos que se verifica em todo o país e em todos os outros setores económicos. Dito assim, parece que a agricultura vai ser a salvação da economia nacional, o setor capaz de absorver todo o desemprego que existe no país, a Terra Prometida de todos os jovens à procura de primeiro emprego. Eu gostaria que fosse assim. Mas, infelizmente, a realidade é diferente. E é diferente porque o Governo, a Administração Pública não ajuda, apenas trava, obstaculiza, burocratiza, protela. É paradoxal que a ministra da Agricultura cante loas ao sector agrícola, mas depois os serviços dela dependentes tudo façam para colocar pedras no caminho daqueles que querem contribuir para investir, lançar projectos, criar riqueza e emprego. Deixo aqui um conselho à Senhora Ministra: ponha a casa em ordem e vai ver que a agricultura pode dar-lhe muitas alegrias. No meu blogue recebo centenas de pedidos de informação, Não descuro um único. Eu sei porque é que isso acontece. Porque estes jovens, estes casais, estes investidores, que querem apostar no sector agrícola, não têm do lado da Administração a celeridade informativa, a recetividade devida, o profissionalismo merecido que podiam e deviam ter. Não culpo os dedicados profissionais da Administração Central, culpo liderança e métodos organizativos que não motivam e não estimulam. Com o meu blogue, faço muito serviço público, que é algo que me entusiasma. A outra notícia dizia respeito à intenção da RTP de ressuscitar o célebre programa TV Rural, do engº Sousa Veloso. É uma notícia muito feliz e muito oportuna. Nos meus escritos já prestei homenagem ao engº Sousa Veloso. Foi verdadeiro serviço público aquilo que ele fez durante dezenas de anos. Ele foi a cara e o rosto da agricultura portuguesa. Espero que a RTP saiba encontrar alguém com o seu nível de conhecimento, apenas dedicado a servir a agricultura e os agricultores. Pelo meu lado, vou continuar a intervir na comunicação social e no espaço público, como no meu blogue, para servir os agricultores, a agricultura, a economia e o meu país. Sinto que tenho dado o meu contributo.

SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 19 NEGÓCIOS E EMPRESAS LUÍS BRITES PEREIRA, SECRETÁRIO DE ESTADO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E DA COOPERAÇÃO, CONSIDERA Municípios devem ser atores da cooperação nas ações de internacionalização Existe uma responsabilidade partilhada entre o Estado e as empresas na formação de redes para a internacionalização das empresas, afirmou o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Luís Brites Pereira, que participou na conferência O desafio da internacionalização: cooperação económica e para o desenvolvimento, realizada no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia TecMaia. O papel do Governo é o de facilitar e abrir portas, acrescenta o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação. MARC BARROS E JOÃO LUÍS DE SOUSA agenda@vidaeconomica.pt Vida Económica - Acha desejável melhorar o envolvimento da diplomacia económica e também trabalhar ao nível da cooperação para o desenvolvimento? Luís Brites Pereira - O Governo está empenhado nessa medida e já está em curso uma integração activa do Aicep e a rede diplomática. Aliás, já há uma iniciativa para assegurar que as embaixadas tenham plano de negócio. Assegurar que os nossos embaixadores tenham um contributo mais concreto essa preocupação não só existe como já está ativa. Seguramente, há muito para fazer, Luís Brites Pereira, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Paulo Ramalho, vereador da Câmara Municipal da Maia, e António Fernandes, presidente do TecMaia, defenderam a cooperação com as empresas nos mercados externos. mas esse esforço é contínuo. Já se iniciou e estamos fortemente empenhados em que tenha bons resultados. VE - Explicou que o perfil dos embaixadores é diferente, porque eles têm de passar pelas empresas. LBP - O novo concurso vai contemplar uma medida que até agora não existia nos concursos que é assegurar que os jovens diplomatas tenham de fazer um estágio nas empresas. Precisamente para ganharem experiência na dimensão económica, além do conhecimento teórico que devem ter da matéria. Isso é inovação. O senhor ministro dos Negócios Estrangeiros tem promovido essa medida ativamente, o próximo concurso já contempla e este é um exemplo onde também na área da formação dos diplomatas há um empenho em encontrar novas soluções. VE - Podemos ter a esperança de que também as trocas comerciais entre a Europa e o Mercosul sejam liberalizadas? LBP - Isso depende de nós. O que é certo é que, além da Mercosul, há outras organizações regionais, incluindo a Aliança do Pacífico, que às vezes têm uma visão mais aberta do comércio não só entre eles, mas com outros países do mundo, incluindo Portugal e isso é uma oportunidade. VE - Já há países da América Latina que estão mais abertos do que o Brasil por exemplo? O Brasil está protegido contra as importações? LBP - Cada país prossegue a sua política. Tivemos duas visitas esta semana do presidente da Colômbia e do Peru, dois países que claramente estão a olhar para a Europa e para Portugal em concreto como potenciais parceiros. Por isso há aí uma diversidade de respostas. Temos é de saber acompanhar essas respostas, encontrar também oportunidades de negócios, trazendo investimento deles para cá e nós próprios vendendo mais bens e serviços para as economias deles. VE Existem apoios a esse nível? LBP - A novidade é que agora existem condições ao nível da União Europeia para financiar as iniciativas dos municípios na área de cooperação para o desenvolvimento, ou seja, criando serviços e infra- -estruturas a nivel dos países que mais precisam soluções muitas vezes em Portugal já conseguimos. Portanto, que essas soluções possam agora ser aplicadas noutros casos. É juntar, por um lado, a necessidade de desenvolvimento dos países e a capacidade de resposta do lado português, financiado pelo financiamento europeu. Os municipios têm de estar à altura da concorrência que vão enfrentar e por isso é que existe um projeto onde a cooperação portuguesa financia uma parte liderada por uma ONG para o desenvolvimento, ajudar os municipios a criarem capacidade de resposta e a concorrerem às candidaturas. Assim, tornamos os municípios também atores da cooperação. VE - Também pode haver essa cooperação no aproveitamentos dos fundos à inovação? LBP -Tem mais a ver com as necessidades dos países que são apoiados, concretamente, da sua capacidade de resposta. Muitas vezes as necessidades de desenvolvimento são mais básicas. No futuro, é possível que existam linhas especificas para esse tipo de iniciativa. Na cooperação portuguesa, apesar de tudo, estamos a introduzir essa área da capacitação cientifica e tecnológica, reconhecendo que, na área da formação técnica, profissional e científica às vezes, é necessário juntar o know-how português com financiamentos locais. Essa é outra área a explorar. Empresas, municípios e associações empresariais devem criar redes de informação para mercados externos A visita de Luís Brites Pereira ao Parque de Ciência e Tecnologia da Maia TecMaia foi a primeira de uma série de visitas do género que o secretário de estados dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação irá efetuar. Sobre a importância desta presença, Paulo Ramalho, vereador do Desenvolvimento Económico e das Relações Internacionais da Câmara Municipal da Maia, é o reconhecimento da importância da existência de uma política municipal de relações internacionais, que a Câmara Municipal assumiu há alguns atrás, não só no sentido de promoção do nosso território e das suas potencialidades, mas também capaz de atrair investimentos estrangeiros e de promover a internacionalização do nosso tecido internacional, bem como das instituições mais ambiciosas da nossa sociedade civil, afirma à Vida Económica Paulo Ramalho. Por outro lado, é o reconhecimento de que o próprio Governo Central está atento e se interessa pelas nossas acções de internacionalização, estando disponível não só para as apoiar como para as integrar, sempre que possível, no desenvolvimento da sua estratégia nacional. Sendo que, ao que percebemos, a Maia foi o primeiro município escolhido pelo senhor Secretário de Estado para uma série de visitas do género, que entretanto se seguirão, o que, para nós, também não deixa de constituir uma honra, acrescenta o vereador do Desenvolvimento Económico e das Relações Internacionais da Câmara Municipal da Maia. Empresários estão motivados Relativamente ao seminário sobre o desafio da internacionalização e ao encontro com os empresários, Paulo Ramalho entende que os empresários estão perfeitamente motivados para o desafio da internacionalização. E estou a falar também de micro e pequenas empresas. Todos já perceberam que a sustentabilidade das suas empresas não pode ficar dependente exclusivamente do mercado nacional. Agora, precisam de informação, de conhecer melhor a estratégia do Governo e dos caminhos e apoios que estão disponíveis para o processo de internacionalização. E nesse sentido, o seminário e o debate que lhe seguiu foi muito importante, não só pelos esclarecimentos e sugestões que o senhor secretário de Estado deixou, mas também pela possibilidade que os empresários tiveram de colocar de forma muito directa não só as suas dúvidas e preocupações, como também as suas próprias sugestões. Alías, devo felicitar o senhor secretário de Estado pela postura e disponibilidade evidenciada, lamentando que outros governantes não lhe sigam este exemplo de hoje, uma vez que é visitando o mundo real, ouvindo a voz dos seus agentes, que percebemos verdadeiramente, conclui. TecMaia emprega 1500 pessoas Saliente-se que, nesta visita, Brites Pereira ficou a conhecer o conjunto de empresas e atividades desenvolvidas no TecMaia, onde trabalham 1500 pessoas altamente qualificadas. Cerca de 70% da sua produção destina-se aos mercados externos. A conferência visou juntar empresários que apostam nos mercados externos com um responsável do Governo pela diplomacia económica. O enfoque do debate foi dado à necessidade de reforçar sinergias no sentido de capacitar as redes de business intelligence, ou seja, redes capazes de fazer chegar às empresas, sobretudo PME, informação privilegiada sobre abertura de concursos e outras oportunidades de negócio, que lhes permita alcançar novos mercados. Brites Pereira referiu que, no âmbito da diplomacia económica, foi já promovida a interligação do AICEP com a rede diplomática, numa estrutura interligada associada ao Conselho Estratégico para a Internacionalização da economia. Porém, ressalvou que a falta de recursos leva a que, por exemplo, as embaixadas não tenham os recursos humanos necessários. Por vezes o embaixador nem sequer tem conhecimento que as empresas estão a operar naquele mercado.

20 SEXTA-FEIRA, 23 DE NOVEMBRO 2012 NEGÓCIOS E EMPRESAS Rómulo Assis interpreta Brahms com a Orquestra do Norte No próximo dia 24 de novembro, às 21h30, no Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães, o violinista português Rómulo Assis, irá atuar a solo com a Orquestra do Norte para a apresentação do concerto para violino e orquestra em Ré Maior de Johannes Brahms. A direcção do concerto, que integra o ciclo Jovens Solistas Portugueses, será da responsabilidade do maestro José Ferreira Lobo. MultiOpticas abre nova loja na Trofa A MultiOpticas abriu mais uma loja franquiada na Trofa, localizada na Rua D. Pedro V, nº 914. Esta decisão está relacionada com a competição agressiva do mercado de ótica, em que atualmente é fundamental alargar a presença da marca em determinadas regiões, sobretudo as que ainda não tenham uma loja da marca. António Strecht Monteiro homenageado em Gaia António Strecht Monteiro com Carlos Magno, presidente da ERC. A Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica (APICER) apresenta o portal ceramica.pt. Esta é uma plataforma tecnológica capaz de proporcionar às empresas do setor da cerâmica e às estruturas de apoio conhecimento e interação entre profissionais, clientes, parceiros e fornecedores que compartilham de interesses comuns nos mais variados domínios. O site divulga informação de carácter estrutural e conjuntural necessária à transformação dos modelos de negócio e ao aumento da competitividade. Um grupo de amigos homenageou há dias, em Vila Nova de Gaia, António Strecht Monteiro, pelo seu humanismo. Ao longo de 30 anos, Strecht Monteiro ajudou cerca de 1500 doentes, sobretudo portadores de doenças raras e sem tratamento em Portugal, encaminhando-os e acompanhando-os em centros médicos especializados no estrangeiro. Este apoio sempre foi oferecido de forma graciosa a todos aqueles que não tivessem meios suficientes. António Strecht Monteiro foi já homenageado por várias entidades alemãs pelo mesmo motivo e ontem foi a vez de um grupo de amigos promover um jantar de homenagem ao conhecido gestor. O jantar contou com a presença de várias personalidades da vida portuguesa, entre eles ex-governantes, médicos e empresários. Os promotores da homenagem salientaram as qualidades humanas de António Strecht Monteiro e a forma como soube dedicar, de forma quase anónima, uma parte Apicer cria portal Ceramica.pt Através desta plataforma as empresas podem ter acesso a um conjunto de informações relevantes sobre o setor caracterização e perspetivas de evolução, mercados - nacionais e internacionais e produtos que lhes permita obter um conhecimento atualizado do contexto em que se encontram inseridas, explica José Luis Sequeira, vice-presidente executivo da APICER. Encontram-se também disponíveis aqui todos os projetos desenvolvidos no setor da cerâmica. Com o objetivo de apoiar as empresas na alteração dos importante da sua vida a ajudar os que não encontravam no sistema de saúde português uma resposta. Lamentamos que algumas pessoas não possam estar aqui hoje nesta merecida homenagem. Segundo os mesmos, as pessoas portadoras de doenças menos comuns são as mais desprotegidas e muitas vezes esquecidas também pela solidariedade, pelo que a dedicação do António Strecht Monteiro é particularmente meritória. Pelo seu humanismo é uma pessoa invulgar. modelos de gestão e opções estratégicas, o Portal da Cerâmica disponibiliza ainda uma ferramenta inovadora, baseada nos princípios de benchmarking. O Portal contém ainda outras valências, nomeadamente: Plataforma de Negócios, Observatório para a Competitividade e Observatório de Emprego e Formação. O portal Ceramica.pt foi concebido com o apoio do COMPETE, enquadrado no Sistema de Apoio às Ações Coletivas e pode ser consultado em http://www.ceramica.pt/. SÍLVIA VILAS BOAS svb@gmadv.pt (Advogada responsável pelo Departamento de Recuperação de Crédito na Gali Macedo & Associados) A ação Executiva Por fim na posse do desejado título executivo, poderá, então, o credor intentar a ação executiva e agir sobre o património do devedor. A ação executiva tem como objectivo atingir o património do devedor, penhorando os bens que o integram, quer sejam móveis ou imóveis, saldos de contas bancárias ou até mesmo direitos, desde que suscetíveis de gerar capital que garanta o pagamento da dívida. Servem como título executivo as sentenças que condenem o devedor ao pagamento, os documentos que impliquem o reconhecimento de uma obrigação pecuniária e estejam assinados pelo devedor, quer sejam particulares, quer tenham sido exarados ou autenticados por um notário ou por outras entidades ou profissionais com competência para tal, designadamente o advogado, e, ainda, os documentos a que tenha sido atribuída força executiva. Tal como a injunção, também a execução é um processo preferencialmente eletrónico, devendo o requerimento executivo e os respetivos documentos ser entregues por esta via. Não havendo lugar a oposição à execução, toda a ação se processará, em regra, por via eletrónica, não havendo lugar a qualquer deslocação ao Tribunal. Intentado o requerimento executivo, o processo é remetido para o agente de execução, que pode ser designado pelo credor ou indicado pelo Tribunal, se o credor não o fizer. Ao agente de execução cabe efetuar todas as diligências de execução, nomeadamente as citações, notificações, publicações e as diligências de penhora. Na maioria das execuções o agente de execução inicia as consultas e diligências prévias à penhora assim que recebe o requerimento executivo, comunicando ao credor todos os bens que encontrou em nome do devedor. Recebida esta comunicação, o credor indica ao agente de execução os bens que pretende ver penhorados e este procede à efetivação das penhoras. A boa comunicação entre advogado e agente de execução torna-se, deste modo, essencial para o sucesso da recuperação de créditos judicial, nomeadamente porque são, atualmente, dois intervenientes chave para o normal desenrolar do processo. Efetivada a penhora, o devedor é citado, podendo sê-lo antes da penhora, no caso de a citação ter sido requerida pelo credor ou nos casos específicos previstos na lei, para, no prazo de 20 dias, proceder ao pagamento da quantia em dívida ou para se opor à execução e à penhora, se já existir. Citado o devedor, se este não deduzir oposição, a execução prossegue para a venda dos bens penhorados ou para a entrega das quantias existentes à ordem do processo, provenientes, por exemplo, de contas bancárias ou de penhoras de vencimentos ou outros créditos pecuniários. Extinguindo-se a ação assim que a dívida, as custas judiciais e os honorários do agente de execução forem pagos. Havendo oposição à execução ou oposição à penhora, é o credor notificado para apresentar contestação à mesma, seguindo-se a audiência de discussão e julgamento. Esta oposição suspende a execução, excetuando os casos em que tenha havido citação do devedor antes da penhora, nestes casos a execução apenas se suspenderá com a prestação de uma caução. Devido à morosidade dos processos judiciais, a oposição à execução é, muitas vezes, vista apenas como uma forma de atrasar o inevitável pagamento da dívida. A ação executiva, ainda que venha a terminar sem o pagamento da quantia em dívida, permite ao credor a recuperação do IVA. Resta-nos olhar a cada vez mais comum insolvência.