Texto: Karina Rabinovitz Ilustrações: Karina Rabinovitz e Silvana Rezende
Texto: Karina Rabinovitz Ilustrações: Karina Rabinovitz e Silvana Rezende Salvador, BA - 2015
Copyright 2015 by Karina Rabinovitz Ilustradores: Karina Rabinovitz e Silvana Rezende Governador da Bahia Rui Costa Secretário da Educação Osvaldo Barreto Secretário de Cultura Jorge Portugal Subsecretário da Educação Aderbal de Castro Meira Filho Chefe de Gabinete Wilton Teixeira Cunha Coordenadora Geral da Coordenação de Apoio à Educação Municipal Nadja Maria Amado de Jesus Coordenador Técnico da Coordenação de Apoio à Educação Municipal Carlos Vagner da Silva Matos Assessora de Comunicação Shirley de Souza Pinheiro Ouvidor José Francisco Barretto Neto Comissão Executiva Carlos Vagner da Silva Matos Claudia Antônia Oliveira Moraes Cristiane Mary Vasconcelos Daiane Morbeck Bomfim Elisa Bastos Araújo Nadja Maria Amado de Jesus Comissão Editorial Carla de Quadros Jorge de Souza Araújo Milena Britto de Queiroz Mônica Menezes Santos Projeto Gráfico e Capa Silvana Rezende Diagramação Patrícia Simplício Catalogação Elma do Nascimento Monteiro - CRB5/1018 Consultoria técnica (Design Editorial) Daniel Dias Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP,) Brasil R116p Rabinovitz, Karina. Pela bahilha afora eu vou bem sozinha / Karina Rabinovitz; ilustrado por Karina Rabinovitz, Silvana Rezende. - Salvador: Secretaria da Educação, Secretaria da Cultura, 2014. 16p.; il. (Coleção Pactos de Leituras) ISBN: 978-85-64531-15-4 ISBN da Coleção: 978-85-64531-03-01 1. Leitura. 2. Literatura Infantil. I.Rezende, Silvana. II. Título. III. Série CDU: 821(81)(0.053.3) Distribuição Secretaria da Educação do Estado da Bahia 5 a Avenida, N o 550, Centro administrativo da Bahia - CAB, Salvador, CEP: 41.745-004, Bahia, Brasil. www.educacao.ba.gov.br Secretaria de Cultura do Estado da Bahia Palácio Rio Branco, Praça Thomé de Souza, s/n - Centro Salvador, CEP: 40.020-010, Bahia, Brasil. www.cultura.ba.gov.br
Sigo costurando há anos a bainha dessa baía que me veste. As espumas das ondas que lambem meus olhos são as rendas desse vestido. No tempo certo estará pronto e eu vou passear enfeitada de mar. 3
Talvez passe na padaria, pegue um saco de sonhos e coma na Praça dos 15 Mistérios, que flutuam bem acima das 7 Portas. Qual a hora certa de entrar ou sair? De fechar ou abrir? Numa Avenida Sete, talvez espere o sétimo dia, desarme todas as feiras e descansábado. 4
Talvez me perca na Liberdade ou encontre uma Estrada da Rainha (da rainha Nzinga, da ginga) onde moram memórias e de lá escorregue no tobogã do ontem pro amanhã, da Ladeira da Água Brusca até Água de Meninos e com eles navegue pela estrada, num barco de lua crescente, sem destino nem chegada. 5
6
Depois brinque de amar, de amarelinha em Amaralina e de lá pegue o ônibus, cujo destino é Portão até Vida Nova. Chegar, talvez, num dia de chuva, relâmpago, trovão e quando saltar no ponto, por encanto, avistar o Portão, a Vida Nova virá, então. 7
E aí quem sabe eu dance no Largo dos Aflitos e quando em perigo Chame-chame PeriPeri, índio-salvador-surfista de trem do subúrbio. 8
Aprender com ele a surfar na Barra, na praia do farol da Barra da saia de uma Princesa Isabel. Aprender a boa lição de uma cidade em ebulição, em abolição. 9
Clarear a Mata Escura, amolecendo as grades com grandes sonhos de justiça, num Campo Grande bem cheio de grandes sonhos sem grades. Depois de tudo ir mais além. 1010
Num passeio sem fim no Santo Antônio Além do Carmo, dos carros, dos ônibus, buzinas, engarrafamentos e fumaças. Atravessar as estações Pirajá, Primavera, Mussurunga e Verão, subir nos Dendezeiros mais altos, pra fazer uma casárvore de festas, onde tocam bandas de acarajazz. 11 11
12
Depois de tudo enfim, quem sabe eu empine meu coração no céu da Boca do Rio, junto com as tantas outras pipas coloridas. 13
14
Este seria um Bomfim, mas por enquanto nada é assim. E sigo costurando há anos a bainha dessa Bahia que me despe. 15
Karina Rabinovitz é poeta. Tem 5 livros de poemas publicados, mas é que eu não sabia que se pode tudo, meu Deus! (2014), O LIVRO de água (2013), poesinha pra caixinha [de fósforo] (2012), livro do quase invisível (2010) e de tardinha meio azul (2005). Este é seu primeiro livro infantil e nele experimentou, pela primeira vez, fazer ilustrações, o que realizou junto com Silvana Rezende, com quem trabalha desde 2005, experimentando e realizando interações entre poesia e artes visuais. Escreve com o desejo de desplanificar a poesia, promovendo a expansão da palavra, para além do papel plano, levando-a para espaços públicos e resgatando a convivência com os poemas, seu som, respiração, vibração e imagem. http://karinarabinovitz.blogspot.com
A Coleção Pactos de Leituras, no âmbito da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, integra as ações do Programa Estadual de Alfabetização na Idade Certa e tem como objetivo ampliar as práticas de leitura e contação de histórias nas classes de alfabetização. As obras literárias dessa coleção contribuem para garantia do direito à alfabetização até os oito anos de idade, meta prioritária do Programa Educar para Transformar um Pacto pela Educação, e promove a divulgação da produção literária de autoria baiana.