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Transcrição:

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL FEDERAL DEPARTAMENTO DE CONSULTORIA PARECER nº 00017/2014/DEPCONSU/PGF/AGU PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 00695.000544/2014-12 INTERESSADOS: CARLOS ALBERTO DE PAULA ASSUNTO: IMÓVEL FUNCIONAL DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS EMENTA: I - CONTROVÉRSIA JURÍDICA ENTRE A PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA JUNTO AO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - PFE/INSS E A CONSULTORIA JURÍDICA DO MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - CONJUR/MPS ACERCA DA LEGALIDADE DE OCUPAÇÃO DE IMÓVEL FUNCIONAL DO INSS POR DIRETOR-SUPERINTENDENTE DA SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR - PREVIC. II - PELA AUSÊNCIA DE ÓBICE JURÍDICO À CESSÃO DE USO OBJETO DOS AUTOS, HAVENDO DISPONIBILIDADE DE IMÓVEL FUNCIONAL DO INSS. INTELIGÊNCIA DO ART. 53 DA LEI Nº 12.154, DE 2009, E DO ART. 8º DO DECRETO Nº 7.075, DE 2010, C/C O ART. 1º, CAPUT, DO DECRETO Nº 7.236, DE 2010, E O ART. 8º, III, DE DECRETO Nº 980, DE 1993 (E ALTERAÇÕES POSTERIORES). INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA E TELEOLÓGICA CONSENTÂNEA COM OS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, RAZOABILIDADE, EFICIÊNCIA E ECONOMICIDADE. III - RESTITUIÇÃO DOS AUTOS À CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO. https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 1/9

1. Senhor Diretor do Departamento de Consultoria, 2. A Consultoria-Geral da União - CGU/AGU roga a manifestação da Procuradoria-Geral Federal - PGF acerca da controvérsia jurídica estabelecida nos autos entre a Procuradoria Federal Especializada junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - PFE/INSS e a Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social - CONJUR/MPS acerca da legalidade de ocupação de imóvel funcional do INSS por Diretor-Superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC. 3. A dúvida decorre da interpretação do art. 1º, caput, do Decreto nº 7.236, de 19 de julho de 2010, que prevê que "os imóveis residenciais de propriedade do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, situados no Distrito Federal, observado o disposto nos arts. 4º, 8º, 9º, 10, 12, 13, 16 e 18 do Decreto nº 980, de 11 de novembro de 1993, somente poderão ser cedidos para uso de servidores em exercício no INSS ou no Ministério da Previdência Social.". 4. Nos termos da NOTA nº 00012/2014/DPIM/PFEINSS/AGU, a PFE/INSS entendeu que "somente uma interpretação extensiva do art. 1º do Decreto nº 7.236/2010 poderia sustentar o deferimento do pedido do requerente e, em que pese o princípio da economicidade poder ser, em tese, a justificativa para tal ampliação, o INSS encontra-se vinculado aos expressos dizeres do regulamento, nos termos do art. 37, caput, da Constituição", concluindo no sentido de que "o requerimento do interessado não encontra amparo legal.". Em seguida, submeteu o tema à análise da CONJUR/MPS. 5. Por seu turno, a CONJUR/MPS, por meio da Nota nº 00215/2014/GAB/CONJURMPS/AGU, manifestou-se pela possibilidade jurídica da pretensão, com base, em suma: a) no Decreto nº 7.075, de 26 de janeiro de 2010, que determina ao Ministério da Previdência e ao INSS prestar os serviços de apoio necessário à manutenção das atividades da PREVIC, até sua completa organização, por ser tratar de Entidade que ainda não está totalmente estruturada; b) não obstante o Decreto 7.236, de 2010, ser restritivo, o Decreto 7.075, de 2010, dispõe sobre a colaboração do sistema de previdência como um todo e, nesse sentido, havendo disponibilidade de imóveis funcionais dentro da Previdência, não há óbice a que o mesmo seja utilizado pelo dirigente máximo da outra autarquia; c) Há informação da área técnica de que o pleito atende à economicidade e à eficiência, haja vista o custo mensal alto de manutenção do imóvel desocupado; e, por fim, d) o próprio Decreto nº 7.236, de 2010, determina observância do disposto no art. 8º do Decreto nº 980, de 11 de novembro de 1993 (e alterações posteriores), que, por sua vez, estabelece que os imóveis da União poderão ser utilizados por determinados servidores das autarquias da Administração Pública Federal. 6. No âmbito da Consultoria-Geral da União, foi proferida a Nota Técnica nº 00005/2014/ASSE/CGU/AGU, ainda não aprovada, pela viabilidade jurídica da cessão de uso em questão, com as ressalvas de que, "na hipótese do INSS observar decesso financeiro decorrente de demanda interna por imóveis, inatendida à vista da cessão, a PREVIC deverá arcar com os custos https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 2/9

respectivos" e de que é "recomendável, com fundamento no art. 8º do Decreto nº 7.075/10, o aditamento do Termo de Cooperação ou realização de outro onde seja prevista a possibilidade de cessão de imóveis residenciais como na hipótese em que existente disponibilidade de imóveis residenciais não ocupados". 7. Em seguida, previamente à análise conclusiva da questão pela CGU/AGU, remeteu-se o feito para manifestação da PGF, "face às partes envolvidas", conforme despacho datado de 26 de agosto de 2014, juntado aos autos (SAPIENS) em 1º de setembro de 2014. 8. É o relatório. 9. Para o deslinde da controvérsia, é preciso compreender que a União (Ministério da Previdência Social - MPS) descentralizou atividades mediante a criação de duas autarquias (INSS e PREVIC): a primeira administra o regime geral de Previdência Social e a segunda fiscaliza entidades fechadas de previdência complementar privada e executa políticas para esse regime. 10. Se, por um lado, o INSS é uma autarquia devidamente estruturada há mais de vinte anos, derivada da fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social - IAPAS com o Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, a PREVIC foi recentemente criada pela Lei nº 12.154, de 23 dezembro de 2009 (vide art. 1º, parágrafo único), para desempenhar atividades antes atribuídas à Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social. 11. Assim, por se tratar de Autarquia nova, em fase de estruturação, e por integrar a estrutura temática da Previdência Social, a legislação em vigor preconiza que o MPS e o INSS prestem os serviços e o apoio necessário à manutenção das atividades da PREVIC, até a sua completa organização. Vejamos: 12. A Lei nº 12.154, de 2009, em seu artigo 53, caput e 1º, determina que: Art. 53. Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar, transferir ou utilizar os saldos orçamentários do Ministério da Previdência Social, uma vez atendidas as necessidades de reestruturação deste, para fazer frente às despesas de estruturação e manutenção da Previc, utilizando-se das dotações orçamentárias destinadas às atividades finalísticas e administrativas, observadas as mesmas ações orçamentárias e grupos de despesas previstos na lei orçamentária. 1º Serão transferidos para a Previc os acervos técnico e patrimonial, bem como as obrigações e direitos do Ministério da Previdência Social correspondentes às atividades a ela atribuídas. 13. Por seu turno, os artigos 5º a 8º do Decreto nº 7.075, de 2010, estatuem que: Art. 5º Ficam mantidos, até a sua revisão ou revogação pela PREVIC, observadas as competências da autarquia, os atos normativos e operacionais da Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 3/9

Social, em vigor na data de publicação deste Decreto. Parágrafo único. As referências à Secretaria de Previdência Complementar ou ao órgão fiscalizador ou supervisor das atividades das entidades fechadas de previdência complementar contidas na legislação em vigor devem ser entendidas, a partir da publicação deste Decreto, como referências à PREVIC. Art. 6º Ficam transferidos do Ministério da Previdência Social para a PREVIC: I - os acervos técnico e patrimonial, obrigações, direitos e receitas correspondentes às atividades atribuídas à PREVIC; II - os saldos orçamentários da Secretaria de Previdência Complementar; III - os contratos ou parcelas destes, até o seu termo, necessários à instalação, à manutenção e ao funcionamento da PREVIC, devendo ser formalizados os correspondentes aditivos contratuais; e IV - os materiais de consumo e congêneres adquiridos para atender, no todo ou em parte, às necessidades da Secretaria de Previdência Complementar. Art. 7º Os processos administrativos em tramitação na Secretaria de Previdência Complementar ficam transferidos para a PREVIC. Art. 8º O Ministério da Previdência Social e o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS prestarão os serviços e o apoio necessário à manutenção das atividades da PREVIC, até a sua completa organização. 14. Em decorrência disso, foi firmado Termo de Cooperação entre o INSS e a PREVIC, seguido de termos aditivos, cujas cópias se encontram repousam nos autos. 15. Nesse quadro, entendemos que a interpretação do art. 1º do Decreto nº 7.236, de 2010, não pode desconsiderar o contexto fático e normativo exposto, razão pela qual se impõe uma interpretação sistemática e teleológica do dispositivo, que dispõe in verbis: Decreto nº 7.236, de 2010: Art. 1º Os imóveis residenciais de propriedade do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, situados no Distrito Federal, observado o disposto nos arts. 4º, 8º, 9º, 10, 12, 13, 16 e 18 do Decreto nº 980, de 11 de novembro de 1993, somente poderão ser cedidos para uso de servidores em exercício no INSS ou no Ministério da Previdência Social. https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 4/9

Parágrafo único. Para fins deste Decreto, ficarão a cargo do INSS as competências e obrigações atribuídas pelo Decreto no 980, de 1993, à Secretaria de Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. 16. Em uma análise preliminar, baseada em uma interpretação literal, à semelhança da realizada pela PFE/INSS, poder-seia chegar à conclusão - a nosso ver equivocada - de que os imóveis residenciais de propriedade do INSS somente poderão ser cedidos para uso de servidores em exercício no INSS ou no Ministério da Previdência Social, sem qualquer exceção. Assim, os servidores da PREVIC, ainda que atendessem os demais requisitos legais, não poderiam ser contemplados, exclusivamente por conta da restrição inserta no art. 1º, caput, do Decreto nº 7.236, de 2010. 17. No entanto, como já adiantamos alhures, à luz dos demais dispositivos legais e regulamentares que disciplinam a relação entre o MPS, o INSS e a PREVIC, sobretudo durante a fase de estruturação desta última, entendemos que não nos parece plausível a interpretação literal abordada no parágrafo anterior, mormente quando se trata, no caso, do dirigente máximo da PREVIC, autarquia que integra a estrutura temática do Ministério da Previdência Social. 18. A própria PFE/INSS ressaltou em sua manifestação (NOTA Nº 00012/2014/DPIM/PFEINSS/AGU) que: 11. De fato, parece incongruente que seja dado tratamento diverso aos ocupantes de cargo em comissão da PREVIC e aos da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social, considerando-se que os primeiros absorveram atribuições outrora exercidas pelos segundos antes da criação da Autarquia 19. Não bastasse isso, o próprio art. 1º, caput, do Decreto nº 7.236, de 2010, determina expressamente a observância do disposto no artigo 8º do Decreto nº 980, de 1993, que, com as alterações introduzidas pelo Decreto nº 1.660, de 5 de outubro de 1995, autoriza a cessão de uso de imóveis funcionais do INSS, havendo disponibilidade, para autoridades de outras Entidades da Administração Pública Federal. Vejamos: Decreto nº 7.236, de 2010: Art. 1º Os imóveis residenciais de propriedade do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, situados no Distrito Federal, observado o disposto nos arts. 4º, 8º, 9º, 10, 12, 13, 16 e 18 do Decreto nº 980, de 11 de novembro de 1993, somente poderão ser cedidos para uso de servidores em exercício no INSS ou no Ministério da Previdência Social. Decreto nº 980, de 1993 (e alterações posteriores) https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 5/9

Art. 8º Os imóveis residenciais administrados pela Secretaria do Patrimônio da União, havendo disponibilidade, somente poderão destinar-se ao uso por: (Redação dada pelo Decreto nº 4.528, de 18.12.2002) I - Ministro de Estado; (Redação dada pelo Decreto nº 1.660, de 5.10.1995) II - ocupantes de cargo de Natureza Especial; (Redação dada pelo Decreto nº 1.660, de 5.10.1995) III - ocupantes de cargo em comissão, de nível DAS-4, DAS-5 e DAS-6, em órgão da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. (Redação dada pelo Decreto nº 1.660, de 5.10.1995) (Grifos Nossos) 20. Nesse passo, importante ressaltar que a Diretoria de Orçamento, Finanças e Logística do INSS, responsável pela administração dos imóveis funcionais da Autarquia, atestou nos autos que: a) Há 6 (seis) imóveis residenciais funcionais do Instituto que se encontram desocupados, ocasionando despesas com taxas condominiais no valor de R$ 5.487,96 mensais; b) Enquanto desocupados, a Autarquia deixa de receber os recursos provenientes do pagamento das taxas de ocupação; c) Não obstante a disponibilidade relatada, não existem outros requerimentos para ocupação além do formulado neste expediente e, consequentemente, não se tem perspectiva que esses imóveis vagos sejam utilizados a curto prazo; e d) No seu entender, ante esse quadro, a ocupação pleiteada atende aos princípios da economicidade e da eficiência. 21. Destarte, em arremate, não se vislumbra o óbice jurídico apontado pela PFE/INSS à pretensão vestibular. Ao revés, o eventual atendimento do pedido se figura em consonância com os princípios da legalidade, razoabilidade, eficiência e economicidade. 22. Por derradeiro, segundo a área técnica, os 6 (seis) imóveis disponíveis são "funcionais", ou seja, são imóveis residenciais destinados à ocupação por seus servidores ou dirigentes. Desse modo, são imóveis vinculados às atividades operacionais do INSS, nos termos e para os fins do art. 1º, caput e 1º, da Lei 9.702, de 17 de novembro de 1998. À luz do que consta dos autos, portanto, não são objeto da autorização de alienação (venda) de que trata o caput do referido dispositivo (a rigor, poder-dever de alienação, segundo entendimento do TCU, salvo motivo relevante), que atinge os bens imóveis do INSS considerados desnecessários ou não vinculados às suas atividades operacionais. 23. CONCLUSÃO: https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 6/9

24. Diante do exposto, na esteira do entendimento da CONJUR/MPS, não se vislumbra óbice jurídico ao atendimento do pleito do interessado. Faz-se, contudo, por pertinência, as seguintes recomendações: a) Com arrimo na Cláusula Nona, parte final, do Termo de Cooperação firmado entre o INSS e a PREVIC, e nos termos da legislação de regência, em especial o art. 8º do Decreto nº 7.075, de 2010, e o art. 1º do Decreto n º 7.236, de 2010, c/c o art. 8º, III, do Decreto nº 980, de 1993 (e alterações posteriores), recomenda-se a inserção de cláusula específica, mediante termo aditivo ao Termo de Cooperação, prevendo a possibilidade de cessão de uso de imóveis funcionais do INSS para servidores da PREVIC, dispondo, inclusive acerca do ressarcimento ao INSS pela PREVIC de eventual custo financeiro decorrente da impossibilidade ulterior, por conta da cessão, de atendimento de demanda interna por imóvel funcional (reembolso de aluguéis); e b) Caso venha a ser deferida a cessão de uso objeto do presente expediente, recomenda-se ao INSS demonstrar nos autos que foi recentemente realizada a avaliação do imóvel funcional, visando a evitar, assim, prejuízo aos cofres da Entidade face à cobrança, a menor, da taxa de ocupação. 25. Por fim, sugere-se a restituição dos autos à CGU/AGU, em prosseguimento. 26. É o parecer. À consideração superior. BRASÍLIA, 05 DE SETEMBRO DE 2014. ALOIZIO APOLIANO CARDOZO FILHO Procurador Federal De acordo. ANTONIO CARLOS SOARES MARTINS Diretor do Departamento de Consultoria/PGF https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 7/9

Aprovo. MARCELO DE SIQUEIRA FREITAS Procurador-Geral Federal Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 00695000544201412 e da chave de acesso e1441e80 Documento assinado eletronicamente por ANTONIO CARLOS SOARES MARTINS, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 289778 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br, após cadastro e validação do acesso. Informações adicionais: Signatário (a): ANTONIO CARLOS SOARES MARTINS. Data e Hora: 05-09-2014 16:12. Número de Série: 7751242617204774795. Emissor: AC CAIXA PF-1 v1. Documento assinado eletronicamente por MARCELO DE SIQUEIRA FREITAS, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 289778 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br, após cadastro e validação do acesso. Informações adicionais: Signatário (a): MARCELO DE SIQUEIRA FREITAS. Data e Hora: 05-09- 2014 17:46. Número de Série: 4887923962370573804. Emissor: AC CAIXA PF v2. https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 8/9

Documento assinado eletronicamente por ALOIZIO APOLIANO CARDOZO FILHO, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 289778 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br, após cadastro e validação do acesso. Informações adicionais: Signatário (a): ALOIZIO APOLIANO CARDOZO FILHO. Data e Hora: 05-09-2014 15:02. Número de Série: 5631170142484421083. Emissor: AC CAIXA PF v2. https://sapiens.agu.gov.br/documento/289778 9/9