Manual de Projeto de Sistemas Drywall paredes, forros e revestimentos



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Transcrição:

Manual de Projeto de Sistemas Drywall paredes, forros e revestimentos 1

Prefácio Este é o primeiro manual de projeto de sistemas drywall publicado no Brasil um trabalho aguardado por arquitetos, engenheiros, designers de interiores, projetistas, tecnólogos e também pelo meio acadêmico, que careciam de uma base técnica confiável para especificar essa moderna tecnologia. O drywall vem sendo utilizado regularmente no país desde meados dos anos 90. Esse curto período foi suficiente para que conquistasse a preferência dos líderes da cadeia de negócios da construção civil, sobretudo os maiores incorporadores, construtores e escritórios de arquitetura do país, e vem obtendo novos adeptos a cada dia, em razão das muitas vantagens que proporciona a todos os envolvidos e, em especial, aos moradores e usuários de imóveis com vedações internas executadas com esse sistema. A Associação Drywall, fundada em 2000 com a missão de difundir essa tecnologia no Brasil, vem desenvolvendo uma série de ações visando oferecer as mais completas informações técnicas e econômicas não só ao meio profissional, mas igualmente ao consumidor final. Nesse sentido, entre outras ações, lançou em 2004 o Manual de Montagem de Sistemas Drywall, dirigido aos construtores e prestadores de serviços especializados nesse segmento, e agora, completando esse esforço, lança este manual. Dois fatores fundamentais nortearam este trabalho: o desempenho técnico de paredes, forros, revestimentos e detalhes arquitetônicos os mais variados que utilizam a tecnologia do drywall e a liberdade estética que esta proporciona. Assim, por meio de orientações detalhadas e fartamente ilustradas, os profissionais da área de projeto têm à sua disposição as informações básicas para que exerçam plenamente sua criatividade, sem perder de vista as características desejáveis em cada caso, como rigidez, conforto acústico, isolamento térmico e resistência ao fogo, entre outras. Em resumo, com este manual, elaborado pela Associação Drywall com o apoio do CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço, o mercado brasileiro passa a contar com a base que faltava para o aproveitamento das inúmeras possibilidades dos sistemas drywall, permitindo harmonizar estética e funcionalidade com ganhos econômicos. Associação Drywall 3

Prefácio/introdução O presente manual tem o objetivo de auxiliar todos os profissionais da construção civil que especificam sistemas em chapas de gesso, como arquitetos, engenheiros e demais especialistas. Este documento apresenta orientações para a correta especificação dos projetos com sistemas drywall. 5

Índice 1. Informações, recomendações gerais e limitações de uso 2. Componentes dos sistemas 2.1. Chapas de gesso 2.2. Perfis metálicos em aço galvanizado 2.3. Fixações (parafusos e buchas) 2.4. Massa para juntas e massa para colagem 2.5. Fitas 2.6. Acessórios 2.7. Lã mineral 2.8. Ferramentas necessárias para montagem 3. Estocagem, transporte e manuseio 3.1. Recomendações gerais 4. Sistemas drywall 5. Paredes 5.1. Definição e observações gerais 5.2. Nomenclatura das paredes 5.3. Especificação 5.4. Utilização por ambiente 5.5. Tabela de desempenho 5.6. Quantitativo 5.7. Instalações nas paredes drywall 5.7.1. Instalação elétrica, som e telefonia 5.7.2. Instalação hidráulica 5.7.3. Instalação sanitária 5.7.4. Instalação de gás 5.7.5. Instalação de aspiração 5.8. Fixação de peças suspensas em paredes drywall 5.9. Paredes especiais 5.10. Detalhes técnicos 7

6. Forros 6.1. Definição e observações gerais 6.2. Nomenclatura dos forros 6.3. Especificação 6.4. Recomendações 6.5. Tabela de desempenho 6.6. Quantitativo 6.7. Fixação de cargas 6.8. Forros especiais 6.9. Detalhes técnicos 7. Revestimento 7.1. Definição e observações gerais 7.2. Nomenclatura dos revestimentos estruturados 7.3. Nomenclatura dos revestimentos colados 7.4. Especificação 7.5. Utilização por ambiente 7.6. Tabela de desempenho 7.7. Quantitativo 7.8. Detalhes técnicos 8. Acabamento 8.1. Definição e observações gerais 8.2. Níveis de qualidade da superfície 9. Impermeabilização 9.1. Definição e observações gerais 9.2. Impermeabilização da base das paredes em áreas úmidas 8 10. Exemplos de especificação

Informações, recomendações gerais e limitações de uso 1 O presente manual tem o objetivo de auxiliar todos os profissionais da construção civil que especificam sistemas drywall, como arquitetos, engenheiros e demais especialistas. Este documento apresenta orientações para a correta especificação dos projetos com sistemas drywall: paredes, forros e revestimentos executados com chapas de gesso. Estes sistemas devem sempre ser utilizados em áreas internas e não sujeitas a intempéries. Não utilizar o drywall em áreas externas das construções. Estes sistemas não possuem função estrutural e sua utilização deve limitar-se à função de vedação ou compartimentação. Não utilizar os sistemas drywall em ambientes com umidade elevada e contínua, tais como saunas ou piscinas aquecidas e cobertas. Utilizar somente os componentes recomendados pelos fabricantes de chapas de gesso. A lista das empresas fabricantes dos componentes dos sistemas drywall em conformidade com os parâmetros de desempenho técnico está disponível no site www.drywall.org.br Para informações referentes à montagem dos sistemas drywall, consultar o Manual de Montagem também editado pela Associação Drywall. 9

2Componentes dos sistemas 2.1. Chapas de gesso 2.1.1. Definição São chapas fabricadas industrialmente mediante um processo de laminação contínua de uma mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão, em que uma é virada sobre as bordas longitudinais e colada sobre a outra. As chapas de gesso devem ser produzidas de acordo com as seguintes Normas ABNT: NBR 14715:2001, NBR 14716:2001 e NBR 14717:2001. 2.1.2. Especificação A especificação das chapas de gesso deve respeitar os seguintes valores: Característica geométrica Tolerância Limite Espessura 9.5 mm 12.5 mm ± 0.5 mm 15 mm Largura +0 / -4 mm Máximo de 1200 mm Comprimento +0 / -5 mm Máximo de 3600 mm Esquadro 2.5 mm / m de largura Rebaixo (1) Largura Mínimo 40 mm Máximo 80 mm Profundidade Mínimo 0.6 mm Máximo 2.5 mm (1) A borda rebaixada deve estar situada na face da frente da chapa e sua largura e profundidade devem ser medidas de acordo com a NBR 14716. Característica física Limites Espessura da chapa (mm) 9.5 12.5 15.0 Densidade superficial da massa (kg/m 2 ) Mínimo 6.5 8.0 10.0 Máximo 8.5 12.0 14.0 Variação máxima em relação à média das amostras de um lote ± 0.5 Resistência mínima à ruptura na flexão (N) Longitudinal (1) 400 550 650 Transversal (2) 160 210 250 Dureza superficial determinada pelo diâmetro máximo (mm) 20 Absorção máxima de água para chapa resistente à umidade RU (%) 5 Absorção superficial máxima de água para chapa resistente à umidade RU tanto para face da frente quanto para a face do verso característica facultativa (g/m 2 ) 160 10 (1) (2) Amostra com a face da frente virada para baixo. Carga aplicada na face do verso. Amostra com a face da frente virada para cima. Carga aplicada na face da frente.

2.1.3. Tipos de chapa Tipo Código Aplicação Standard ST Para aplicação em áreas secas Resistente à Umidade RU Para aplicação em áreas sujeitas à umidade por tempo limitado de forma intermitente Resistente ao Fogo RF Para aplicação em áreas secas, necessitando de um maior desempenho em relação ao fogo 2.1.4. Tipos de borda Borda rebaixada Borda quadrada 2.1.5. Condutividade térmica λ = 0.18 W/m o C (0.16 Kcal/h m o C) 2.1.6. Higroscopia A chapa de gesso se comporta perante a umidade como um regulador: absorvendo umidade quando o ambiente está excessivamente úmido e liberando-a quando o ambiente está seco. 2.2. Perfis metálicos em aço galvanizado 2.2.1. Definição São perfis fabricados industrialmente mediante um processo de conformação contínua a frio, por seqüência de rolos a partir de chapas de aço galvanizadas pelo processo de imersão a quente. 2.2.2. Especificação As chapas de aço galvanizado para a fabricação dos perfis metálicos devem estar de acordo com a NBR 15217:2005, destacando-se os seguintes aspectos: Espessura mínima da chapa: 0,50 mm Revestimento galvanizado mínimo: Classe Z 275 (massa de 275 g/m 2 dupla face) 2.2.3. Tipos de perfis Tipo de perfil Desenho Código Dimensões nominais (mm) Utilização Guia G 48 48/28 Paredes, forros e (formato de U ) G 70 70/28 revestimentos G 90 90/28 11

Tipo de perfil Desenho Código Dimensões nominais (mm) Utilização Montante M 48 48/35 Paredes, forros e (formato de C ) M 70 70/35 revestimentos M 90 90/35 Canaleta C C 47/18 Forros (formato de C ) e revestimentos Canaleta Ômega O 70/20 Forros (formato de Ω ) e revestimentos Cantoneira CL 25/30 Forros (formato de L ) e revestimentos Cantoneira de reforço CR 23/23 Paredes (formato de L ) 28/28 e revestimentos Tabica metálica Z Variável Forros (formato de Z ) Longarina L Variável Forro removível Travessa T Variável Forro removível 12