PROGRAMA PLURIANUAL 2008-2013 FUNDO EUROPEU DE REGRESSO



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Transcrição:

PROGRAMA PLURIANUAL 2008-2013 FUNDO EUROPEU DE REGRESSO 1. SITUAÇÃO NO ESTADO MEMBRO 1.1. A Situação Nacional face aos Fluxos Migratórios Caracterização Geral No âmbito do regresso dos cidadãos nacionais de países terceiros, o quadro de competências nacionais está atribuído ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que é responsável por controlar e fiscalizar a permanência e actividades dos estrangeiros em todo o território nacional. Assegura, também, a realização de controlos móveis e de operações conjuntas com serviços ou forças de segurança congéneres, nacionais e espanholas. Por outro lado, mantém a necessária colaboração com as entidades às quais compete a fiscalização do cumprimento da lei reguladora do trabalho de estrangeiros. Neste quadro, o SEF é também a entidade competente para instaurar, instruir e decidir os processos de expulsão administrativa de estrangeiros do território nacional e dar execução às decisões de expulsão administrativas e judiciais, accionar, instruir e decidir os processos de readmissão assegurando a sua execução, bem como efectuar escoltas de cidadãos objecto de medidas de afastamento. Desde 2005, houve um crescimento das acções de fiscalização desencadeadas pelo SEF indo, assim, ao encontro de uma das prioridades definidas pelo Governo em matéria de luta contra o emprego clandestino. Como consequência directa deste esforço adicional, o número de pessoas identificadas em situação ilegal, bem como as medidas de afastamento desencadeadas, aumentou igualmente. No que concerne às modalidades de regresso, é privilegiado o abandono voluntário, convergindo-se, assim, com o dispositivo nacional e comunitário. PPA - FRegresso 1/16

Especificamente em relação às acções de fiscalização desencadeadas (1), em 2005 foram desenvolvidas 1 076 acções, passando-se para um total de 3 688 em 2006. Nota-se, portanto, um aumento de acções de fiscalização de mais de 200% em 2006. Estas acções incidiram sobretudo em estabelecimentos de restauração, estaleiros e controlos móveis. Cerca de 8% dos estrangeiros nacionais de países terceiros identificados encontravam-se em situação ilegal, sendo a brasileira a nacionalidade que se destaca, seguindo-se a Ucrânia, Cabo Verde e Angola. Retorno Voluntário Em concreto, no que concerne ao retorno voluntário, e como referido, privilegiou-se o regresso voluntário em detrimento do afastamento coercivo, em matéria de regresso de estrangeiros nacionais de países terceiros. Nesta modalidade voluntária de regresso, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) coopera com o Estado Português, tendo em vista pôr em prática uma política efectiva, digna e humana de retorno voluntário de estrangeiros aos seus países de origem ou a Estados terceiros de acolhimento dispostos a recebê-los. Assim, verifica-se que em 2005 regressaram voluntariamente 321 cidadãos; em 2006 este número desceu para 163, o que corresponde a um decréscimo de cerca de 50%, prevendo-se que em 2007 este número cresça novamente, dado que até Setembro já foram efectuados 196 de retornos. As nacionalidades dominantes na modalidade de retorno voluntário continuam a ser o Brasil, seguido de Angola e Ucrânia. (1) Tanto pelo SEF autonomamente ou em conjunto com outras entidades, tais como Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária, Inspecção Geral do Trabalho, Segurança Social e Cuerpo Nacional de Policia de Espanha. PPA - FRegresso 2/16

Retornos Efectuados por Nacionalidade nos Anos 2005 a 2007 (1) País 2005 % 2006 % 2007 (1) % Brasil 117 36,4 74 45,4 129 65,8 Angola 53 16,5 23 14,1 24 12,2 Ucrânia 41 12,8 21 12,9 9 4,6 Roménia 40 12,5 2 1,2 - - Cabo Verde 11 3,4 14 8,6 9 4,6 Rússia 19 5,9 10 6,1 4 2,0 São Tomé e Príncipe 14 4,4 3 1,8 1 0,5 Guiné Bissau 6 1,9 3 1,8 4 2,0 Moçambique - - - - 4 2,0 Argélia - - - - 4 2,0 Bielorússia 5 1,6 1 0,6 - - Cazaquistão 4 1,2 1 0,6 3 1,5 Geórgia 4 1,2 - - 1 0,5 Moldávia 1 0,3 3 1,8 - - Colômbia 2 0,6 2 1,2 - - Senegal - - 2 1,2 - - Moldávia - - - - 2 1,0 Austrália - - - - 1 0,5 Croácia 1 0,3 - - - - Serra Leoa 1 0,3 - - - - Bulgária 1 0,3 - - - - India 1 0,3 1 0,6 - - Timor Leste - - 1 0,6 - - Venezuela - - 1 0,6 - - Uzbequistão - - - - 1 0,5 Paquistão - - 1 0,6 - - Total 321 100,0 163 100,0 196 100,0 (1) - Dados reportados a Set.2007. Fonte: OIM Relativamente ao número de pedidos de apoio de retorno voluntário, em: 2005 verificaram-se 470 pedidos; 2006 verificaram-se 421 pedidos; 2007 (somente até Setembro) verificaram-se 205 pedidos. PPA - FRegresso 3/16

Considerando como candidato principal, para efeitos de retorno voluntário, a pessoa a quem foi aberto o processo de retorno, podem-se salientar como perfil destes candidatos, as características que se passam a descrever: São quase exclusivamente maiores de idade, com ligeira predominância do sexo masculino e encontram-se em Portugal há menos de dez anos (maioritariamente chegaram a Portugal no período compreendido entre os últimos 5 e 3 anos); Quanto às faixas etárias dos candidatos, regista-se uma tendência para o aumento neste ano de 2007 sobretudo na faixa compreendida entre os 18 e os 29 anos; Candidatos Principais Faixas Etárias 2% 3% 2% 23% 21% 32% 33% 30% 34% - 18 anos 18-29 anos 30% 7% 5% 21% 17% 7% 21% 7% 5% 30-39 anos 40-49 anos 50-60 anos + 60 anos 2005 2006 2007 Acerca das habilitações literárias, regista-se que a maior parte dos candidatos apenas tem o ensino básico ou secundário; depois, já com menor percentagem, o universitário; e, finalmente, com alguma relevância, mas menor do que as agora descritas, o ensino técnico. O analfabetismo assume valores praticamente residuais. PPA - FRegresso 4/16

Candidatos Principais Habilitações Literárias 13% 13% 16% 14% 7% 14% Não Indicado Técnico 31% 34% 36% Frequência Universitária Até ao Secundário 34% 30% 38% Até ao Básico Analfabeto 6% 5% 5% 2005 2006 2007 Ano Quanto ao sector de actividades destes candidatos, em 2005 a maior parte pertencia ao sector do comércio/serviços, vindo depois a construção civil e o serviço doméstico. No ano seguinte houve uma inversão da situação, pertencendo a maior parte à construção civil, seguindo-se o comércio/serviços e, depois, com menos representatividade, o serviço doméstico. Finalmente, nos meses de Janeiro a Setembro deste ano de 2007, os desempregados representam a maior fatia, seguindo-se o sector do comércio/serviços, a construção civil (com menor valor) e, já quase residualmente, o serviço doméstico. Candidatos Principais Sectores de Actividade 15% 7% 3% 4% 6% 2% 2% 3% 2% 20% 7% 3% 9% 35% Serviço Doméstico Reformado 41% 22% Sector Primário Sector Industrial 50% Estudante Desempregado 18% 28% Construção Civil Comércio/Serviços 2005 6% 7% 2006 5% 2007 Ano Não Indicado PPA - FRegresso 5/16

As nacionalidades mais representativas, objecto deste tipo de afastamento, foram, no período em análise, o Brasil, seguido da Roménia e, depois, a Ucrânia. Retorno Coercivo No que concerne, especificamente, ao afastamento coercivo, em 2005 registam-se um total de 784 afastamentos executados, em 2006 totalizaram 919 e até Julho de 2007 perfaziam 458, o que, em termos percentuais, representa, respectivamente, 12,8%, 9,6% e 9,8% do total das decisões anuais de afastamento. 2005 2006 2007 (1) Notificações de Abandono Voluntário Processos de Expulsão Administrativa Processos de Expulsão Judiciais 4.874 8.070 3.838 857 988 564 204 204 150 Condução à Fronteira 183 319 116 Total 6.118 9.581 4.668 Afastamentos Executados 784 919 458 (1) - Dados reportados a Jul.2007. Fonte: SEF As nacionalidades mais representativas, objecto deste tipo de afastamento, foram, no período em análise, o Brasil, seguido da Roménia e, depois, a Ucrânia. PPA - FRegresso 6/16

AFASTAMENTOS EXECUTADOS Nacionalidades mais representativas NOTIFICAÇÕES PARA ABANDONO VOLUNTÁRIO Nacionalidades mais representativas País 2005 2006 2007 (1) País 2005 2006 2007 (1) Brasil 320 422 231 Brasil 2.778 4.971 3.030 Roménia 151 152 - Roménia 907 1.401 - Ucrânia 76 74 61 Ucrânia 286 367 160 Moldávia 25 - - Bulgária 127 229 - Venezuela 22 34 20 C. Verde - 198 102 C. Verde - 26 28 Angola 120-98 Fed. Russa - - 12 Guiné Bissau - - 91 Angola - - 12 (1) - Dados reportados a Jul.2007. Fonte: SEF 1.2. Medidas Implementadas pelo Estado Membro Ao nível do enquadramento legal e institucional e com vista a cumprir um dos objectivos do programa do Governo - a necessidade de se dotar o Estado de uma abordagem mais pró-activa na temática da imigração bem como o imperativo da igualdade contribuíram para a criação de nova legislação (2), por forma a adoptar mecanismos de admissão e afastamento mais flexíveis e a garantir aos estrangeiros legalmente admitidos um estatuto jurídico uniforme. Trata-se de nova legislação (3) que, a par de contribuir para a luta contra a imigração ilegal, criou um incentivo ao retorno voluntário. Esse incentivo materializou-se através da eliminação da sanção de interdição de entrada, a qual só se passa a aplicar nos casos em que se verifica o afastamento coercivo/expulsão. Existe, igualmente, uma medida de apoio ao regresso voluntário mas, neste caso, os cidadãos estrangeiros, só poderão ser novamente admitidos em território nacional durante o período de três anos após o regresso, se restituírem os montantes recebidos, acrescidos de juros. Com vista a uma maior eficácia na execução de ordens de expulsão, como forma dissuasora da imigração clandestina, para promoção de canais legais de imigração e para a preservação de ordem pública, foram introduzidas uma série de medidas que passam, nomeadamente, por o expulsando ficar sob custódia do SEF para que seja imediatamente executada a decisão de (2) Essa legislação também era necessária para proceder à transposição, para o ordenamento jurídico de directivas comunitárias adoptadas nos últimos anos. (3) Regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, aprovado pela Lei n.º 23/2007, de 04 de Julho. PPA - FRegresso 7/16

expulsão (caso não seja garantida a execução imediata, existe a concessão de um prazo para abandono do território nacional, ou a sua colocação no centro de instalação temporária, ou, ainda, pode ficar sob vigilância electrónica). Ao nível das infra-estruturas e serviços, foi recentemente criado o primeiro centro de instalação temporária no Porto, onde são acolhidos estrangeiros e apátridas, cuja permanência em Portugal, por decisão administrativa ou judicial, deva cessar. A par deste centro, há que destacar a promoção da gestão em rede dos espaços equiparados a centros de instalação temporária nos aeroportos. Como também já foi referido, houve um aumento das acções de fiscalização desencadeadas pelo SEF. Ainda neste âmbito e designadamente no que respeita ao retorno voluntário, Portugal tem com a OIM, desde 2005, um Protocolo para o Retorno Voluntário de Imigrantes (PRV), destinado a imigrantes desprovidos de recursos necessários para regressarem ao país de origem. Também em parceria com a OIM está em execução o Projecto SuRRIA (Sustentação do Retorno Rede de Informação e Acolhimento), co-financiado pela Comissão Europeia no âmbito da linha de financiamento RETURN, e que tem como objectivos primordiais, para além do apoio ao regresso, incluir também um pequeno apoio à reintegração no país de origem. 1.3. Alocação de Recursos Nacionais O Estado português em matéria de retorno, voluntário ou coercivo, suporta um custo bastante elevado. Deve-se assinalar a circunstância de Portugal ter uma localização periférica e de não usufruir de muita diversidade a nível de ligações aéreas, o que contribui significativamente para o aumento das despesas e para uma taxa de execução em matéria de regresso relativamente baixa (cerca de 9%). No que concerne ao retorno voluntário, em 2006, foram dispendidos cerca de 233 mil euros. Em 2006, este montante decresceu para cerca de 140 mil euros. PPA - FRegresso 8/16

Até Setembro de 2007, o montante dispendido para esta modalidade de regresso cifra-se em cerca de 220 mil euros. Já no que diz respeito ao retorno coercivo, em 2006 foram dispendidos cerca de 582 mil euros e até Julho de 2007 foram registados gastos na ordem dos 307 mil euros. 2. ANÁLISE DAS NECESSIDADES NO ESTADO MEMBRO 2.1. Necessidades do Estado Membro face ao Diagnóstico No quadro da política de imigração, revela-se como factor estrutural a vertente do regresso, a qual, não sendo garantida a sua eficiência, compromete significativamente a viabilidade da estratégia adoptada. A pretendida optimização da gestão de fluxos migratórios e adequado controlo fronteiriço, passa indubitavelmente por medidas consistentes de retorno, que acabam por contribuir para a dissuasão do fenómeno da imigração clandestina. Sucede, porém, que no procedimento de retorno a componente humanitária tem que ser efectivamente salvaguardada e, na medida do possível, incrementada, uma vez que, na maior parte das vezes, coincide com alterações significativas profundas nos projectos de vida inicialmente traçados pelos imigrantes. Daí que se pretenda que a vertente do retorno voluntário seja a primeira opção a ter em conta, devendo ser incentivado em detrimento do retorno coercivo, que deve ser relegado para uma opção residual. Deste modo, impera a necessidade de manter e desenvolver os programas de retorno voluntário, tal como o projecto SuRRIA, ou outros que, nos mesmos moldes ou princípios, venham a surgir. O incentivo ao retornado face a uma nova realidade que se lhe depara no país de origem (ou de acolhimento), assume, aqui, um importante aspecto a considerar, o qual poderá passar, para além de ajuda monetária, por outras medidas de reintegração sócio-cultural nesse país. Só deste modo é que é possível assegurar o carácter duradouro e sustentável das medidas de regresso. No que concerne às fases prévias ao retorno, realça-se a importância da existência de fontes de informação e aconselhamento dos imigrantes por entidades independentes, com PPA - FRegresso 9/16

reconhecida credibilidade, de modo a que esses imigrantes sintam que o acesso a essas fontes não virá trazer repercussões prejudiciais na sua situação jurídica/económica. Deste modo, deve acautelar-se que esses cidadãos fiquem cativos de esquemas paralelos, os quais, muitas das vezes, estão associados a redes de imigração ilegal ou trabalho clandestino. Por outro lado, para contemplar as situações em que decorre um procedimento administrativo de retorno, revela-se extremamente necessária a manutenção e aumento uma vez que, igualmente, se prevê o aumento das acções inspectivas e, como consequência, é espectável o avolumar de situações de identificação de imigrantes em situação ilegal do número de instalações de acolhimento temporário, que garantam aos imigrantes condições dignas durante a fase transitória em que está pendente o procedimento de afastamento. Finalmente, de acordo com o que foi supra referido (acerca do aumento das acções inspectivas), revela-se da mais estrutural importância que a política de afastamento coercivo seja planeada de forma integrada e eficaz, sendo os respectivos ónus e encargos adequadamente assegurados, por forma a que não se protele ou frustre a política global de imigração. Salienta-se ainda, a necessidade de melhorar o sistema de informação sobre cidadãos que foram objecto de afastamento, uma vez que há grande probabilidade de reincidência, nomeadamente através do recurso a documentos falsos ou falsificados. Daí que, a utilização da mais recente tecnologia nesta área revela aqui um papel de importância acrescida. 2.2 Objectivos Operacionais definidos pelo Estado Membro para fazer face às necessidades Face às necessidades descritas, constituem objectivos prioritários do Estado membro: Melhoria das condições de acolhimento temporário; Desenvolvimento de programas de retorno voluntário; Promoção de medidas de incentivo ao retorno e reintegração sustentada no país de origem; Apoio à concretização da estratégia de afastamento coercivo definida pelo Estado membro; PPA - FRegresso 10/16

Desenvolvimento de sistemas de informação sobre os países de origem; Desenvolvimento de sistemas de informação sobre cidadãos objecto de afastamento e respectiva documentação; Promoção de acções de informação, formação e sensibilização sobre os programas de retorno. 3. ESTRATÉGIAS PARA ATINGIR OS OBJECTIVOS 3.1. PRIORIDADE 1 Apoio aos Estados membros no desenvolvimento de uma abordagem estratégica de gestão dos regressos Pretende-se apostar primordialmente no desenvolvimento de planos de regresso e na sua correspondente gestão, de forma integrada e eficaz, designadamente: Apoio a acções de repatriamento de nacionais de países terceiros para os países de origem, de residência ou de trânsito; Estabelecimento e execução de planos de regresso voluntário assistido; Apoio a medidas de incentivo à reintegração no país de origem, com especial prioridade para os cidadãos mais vulneráveis. A concretização dos objectivos específicos desta prioridade e os progressos alcançados durante o período de realização do Programa serão aferidos, designadamente através do grau de realização dos planos e acções de regresso voluntário e reintegração. 3.2. PRIORIDADE 3 Apoio a instrumentos inovadores (inter)nacionais específicos para a gestão de regressos Pretende-se com o investimento nesta prioridade desenvolver e aprofundar práticas que promovam e facilitem os regressos voluntários, designadamente: Apoiar métodos e modalidades de informação e incentivo ao regresso voluntário; Criar novos instrumentos e estabelecer novos métodos de trabalho que acelerem e tornem mais eficazes os procedimentos relativos ao regresso, em cooperação com as autoridades consulares e os serviços de imigração dos países terceiros envolvidos. PPA - FRegresso 11/16

A concretização dos objectivos específicos desta prioridade e os progressos alcançados durante o período de realização do Programa serão aferidos, designadamente através do grau de implementação dos instrumentos e novos métodos de gestão de regressos. 3.3. PRIORIDADE 4 Apoio a normas comunitárias e melhores práticas em matéria de gestão de regressos O objectivo da aposta nesta prioridade é melhorar o conhecimento e a aplicação das normas aplicáveis em matéria de regresso e avaliar as práticas correspondentes. Pretende-se, designadamente: Apoiar acções de informação e divulgação das normas aplicáveis junto dos potenciais destinatários; Apoiar acções de formação dos profissionais que desenvolvam a sua actividade na área do regresso; Avaliar a actividade desenvolvida em matéria de gestão de regressos. A concretização dos objectivos específicos desta prioridade e os progressos alcançados durante o período de realização do Programa serão aferidos, designadamente através do grau de realização das acções de divulgação, formação e avaliação das actividades desenvolvidas na área do regresso. 4. COMPATIBILIDADE COM OUTROS INSTRUMENTOS A programação para o período 2008-2013 do Fundo de Regresso enquadra-se plenamente nas prioridades políticas definidas para o sector, designadamente no quadro do Programa do Governo e das prioridades definidas pelo Ministério da Administração Interna em matéria de segurança e combate à imigração ilegal. A compatibilidade e a complementaridade com outros instrumentos a nível nacional e comunitário, bem como a não sobreposição de financiamentos são princípios básicos de gestão, consagrados na legislação nacional aplicável à execução do Fundo e que encontram ilustração ao longo de todas as fases de execução do Programa, designadamente da seguinte forma: PPA - FRegresso 12/16

A Comissão Mista, que é o órgão consultivo da Autoridade Responsável do Programa, integra representantes dos membros do Governo com competências na área de intervenção do Fundo e intervém na fase de elaboração da respectiva programação, bem como na fase de aprovação de projectos, tendo especificamente como obrigações, entre outras: o Prestar a informação necessária a que seja assegurada a coerência e complementaridade entre o financiamento do Fundo e outros instrumentos nacionais e comunitários pertinentes; o Emitir pareceres sobre a evolução das prioridades de investimentos nacionais na área de intervenção do Fundo. Nas diversas fases de execução do Programa e nomeadamente nas fases de apresentação de candidaturas e de acompanhamento e controlo dos projectos, a Autoridade Responsável solicita ao titular do pedido ou do financiamento, respectivamente, informação sobre a compatibilidade da acção candidata ou beneficiária com outros instrumentos nacionais ou comunitários e averigua da existência de eventuais sobreposições de financiamento. A Autoridade Responsável representa o Ministério da Administração Interna nos órgãos de acompanhamento do Quadro de Referência Estratégica Nacional para o período 2007/2013, que acompanham a execução dos programas apoiados pelos fundos estruturais. A Autoridade Responsável centraliza, no Ministério da Administração Interna, toda a informação respeitante a projectos ou acções que se candidatem ou beneficiem de qualquer tipo de financiamento comunitário, sendo responsável por assegurar a respectiva coerência e a ausência de qualquer sobreposição de apoios. 5. IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA 5.1. Divulgação do Programa A Autoridade Responsável tornará pública a versão final do Programa, após a respectiva aprovação pela Comissão Europeia, procedendo a uma ampla divulgação do mesmo junto das entidades que intervêm na sua execução e de todas as categorias de potenciais beneficiários. Essa divulgação será também assegurada através da publicação do Programa em site próprio e da disponibilização de exemplares do mesmo. PPA - FRegresso 13/16

5.2. Implementação do Princípio da Parceria A preparação do Programa é precedida de uma ampla consulta junto de um vasto conjunto de parceiros, cuja área de competência ou de acção se desenvolve na área de intervenção do Fundo. Esse conjunto de parceiros engloba autoridades e organismos públicos, organizações internacionais, organizações não governamentais e outras entidades representativas da sociedade civil. Aquando do início da preparação do Programa, a Autoridade Responsável convoca e promove reuniões abertas com os referidos parceiros, solicitando o respectivo contributo, designadamente para efeitos do diagnóstico da situação nacional e da definição de necessidades e objectivos para a área de intervenção do Fundo. Os parceiros são posteriormente chamados a participar nas sucessivas fases de elaboração do Programa, até o mesmo ser submetido à aprovação da tutela política. O mesmo procedimento será desenvolvido aquando da reanálise intercalar do Programa. PPA - FRegresso 14/16

6. PLANO FINANCEIRO INDICATIVO 6.1 Contribuição Comunitária 6.1.1. Quadro Financeiro Programa Plurianual - Draft do Plano Financeiro Quadro 1: Contribuição Comunitária Estado Membro: PORTUGAL Fundo: Fundo Europeu de Regresso (em mil euros - preços correntes) 2008 2009 2010 2011 2012 2013 TOTAL Prioridade 1 606,44 665,24 803,34 1.105,74 1.541,34 1.807,74 6.529,83 Prioridade 3 80,86 88,70 107,11 147,43 205,51 241,03 870,64 Prioridade 4 121,29 133,05 160,67 221,15 308,27 361,55 1.305,97 Assistência Técnica 93,12 99,02 112,88 92,68 116,88 131,68 646,26 TOTAL 901,70 986,00 1.184,00 1.567,00 2.172,00 2.542,00 9.352,70 PPA - FRegresso 15/16

6.2 PLANO FINANCEIRO GLOBAL Programa Plurianual - Draft do Plano Financeiro Quadro 2: Plano Financeiro Global Estado Membro: PORTUGAL Fundo: Fundo Europeu de Regresso (em mil euros - preços correntes) 2008 2009 2010 2011 2012 2013 TOTAL Contribuição Comunitária 901,70 986,00 1.184,00 1.567,00 2.172,00 2.542,00 9.352,70 Financiamento Público Nacional 300,57 328,67 394,67 522,33 724,00 847,33 3.117,57 Financiamento Privado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 TOTAL 1.202,27 1.314,67 1.578,67 2.089,33 2.896,00 3.389,33 12.470,27 % Contribuição Comunitária 75% 75% 75% 75% 75% 75% 75% PPA - FRegresso 16/16