ASSUNTO: Saídas com fim específico de exportação CONCLUSÃO: Na forma do parecer A empresa, acima identificada, solicita esclarecimentos acerca de saídas com fim específico de exportação, relativamente ao Memorando de Exportação, expondo três situações a seguir transcritas: Exemplo 1: O produtor do Estado do Piauí vende soja com fim específico de exportação para Cargill Agrícola em Balsas-MA através do porto de Itaqui em São Luis-MA. Exemplo 2: O produtor vende soja com fim específico de exportação onde há a entrega do produto (soja) nas dependências do silo da Cargill em Balsa-MA onde ocorre o transbordo seguindo para o Porto de Itaqui em São Luis-MA com Nota Fiscal da Cargill com natureza da operação: Remessa para formação de lotes c/ posterior exportação. Exemplo 3: O produtor pode fazer nota fiscal global de venda com fim específico de exportação para filial da Cargil em Balsas-MA, com entrega de remessas por contra e ordem de terceiros para a Companhia Vale do Rio Doce em São Luis-MA, onde a Cargill é cessionária de Silo da CVRD em São Luis-MA. Após os exemplos acima indaga Qual o procedimento correto para acobertar o produtor fiscalmente comprovando que o seu produto foi exportado? Conforme Convênio 107/96. Preliminarmente, alertamos que a matéria sob consulta, conforme a seguir demonstrado, está disciplinada na legislação tributária estadual, incursa, portanto, nos ditames do art. 27, incisos VII e VII do Regulamento da Lei nº 3.216, de 09/07/73, aprovado pelo Decreto nº 1.697, de 07/11/73, in verbis: Art. 277. Não produzirá efeito a consulta formulada: VII - quando o fato estiver disciplinado em ato normativo publicado antes de sua apresentação; VIII - quando não descrever, completa ou exatamente, a hipótese a que se referir, ou não contiver os elementos necessários à sua solução, salvo se a inexatidão for excusável. Passaremos a expor nosso entendimento sobre a matéria: As operações que destinem mercadorias para o exterior são imunes ao ICMS conforme determinado no art. 4ª da Lei 4.257, de 06 de janeiro de 1989, in verbis: Art. 4º São imunes ao imposto:
II - as operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e industrializados semi-elaborados, ou serviços; Parágrafo Único. Equipara-se às operações de que trata o inciso II a saída de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a: I - empresas comerciais exportadoras, inclusive tradings, ou outro estabelecimento da mesma empresa; II - armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. Regulamentando o dispositivo acima o art. 4º do Decreto nº 7.560, de13 de abril de 1989, determina: Art. 4º São imunes ao imposto: II - as operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos primários e industrializados semi-elaborados, ou serviços; 1º Equipara-se às operações e prestações de que trata o inciso II a saída de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, bem como o serviço de transporte a ela relacionado, destinados a: I - empresas comerciais exportadoras, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma empresa; II - armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. 3º O estabelecimento que remeter a mercadoria para as empresas de que trata o inciso I, do 1º deverá emitir Nota Fiscal contendo, além dos requisitos exigidos pela legislação, no campo INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, a expressão: REMESSA COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO (Conv. ICMS 54/97). 5º O estabelecimento destinatário, ao emitir Nota Fiscal com a qual a mercadoria será remetida para o exterior, fará constar, no campo
"INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES" a série, o número e a data de cada Nota Fiscal emitida pelo estabelecimento remetente.... 6º O estabelecimento destinatário, além dos procedimentos a que estiver sujeito conforme a legislação do seu Estado, deverá emitir:.. III - a partir de 28 de julho de 2003, o documento denominado Memorando Exportação, Anexo XXVIII, nos termos do art. 23-A do Decreto nº 9.740, de 27 de junho de 1997. 7º Até o último dia do mês subseqüente ao da efetivação do embarque da mercadoria para o exterior, o estabelecimento exportador encaminhará ao estabelecimento remetente a 1ª (primeira) via do "Memorando - Exportação", que será acompanhada de cópia do Conhecimento de Embarque referido no inciso VIII do parágrafo anterior e do comprovante de exportação, emitido pelo órgão competente. 7º Até o último dia do mês subseqüente ao da efetivação do embarque da mercadoria para o exterior, o estabelecimento exportador encaminhará ao estabelecimento remetente a 1ª (primeira) via do "Memorando - Exportação", que será acompanhada de cópia do Conhecimento de Embarque referido no inciso VIII do parágrafo anterior e do comprovante de exportação, emitido pelo órgão competente.... Pelos dispositivos legais transcritos, o produtor que realizar saída de mercadorias para o exterior ou para estabelecimento comercial exportador, tradings, armazém alfandegado ou ainda para entreposto aduaneiro, deverá emitir nota fiscal de venda com fim específico de exportação amparada pela imunidade ao ICMS. Assim com base na legislação em vigor, a operação descrita no exemplo 1 deve ser realizada através da emissão, pelo produtor estabelecido do Estado do Piauí, da Nota Fiscal de Venda com fim específico de exportação que deverá acompanhar a mercadorias até o destinatário indicado, estabelecimento da Cargill estabelecida na cidade de Balsas MA, e esta, por sua vez, ao efetivar a exportação deverá encaminhar ao estabelecimento remetente a 1ª via do Memorando de Exportação, na forma determinada no 7º do dispositivo transcrito. Quanto ao segundo exemplo, o consulente descreve a mesma operação anterior, informando que, antes da exportação a mercadorias será encaminhada pela Cargill para o Porto de Itaqui em São Luis-MA, tendo como natureza da operação Remessa para formação de lotes. Também neste caso o produtor deverá emitir a Nota Fiscal de venda para Cargill, informando que a mercadoria será exportada. A operação de remessa para formação de lotes, realizada pela empresa exportadora deverá ser realizada na forma como dispuser a
legislação do Estado do Maranhão, e na ocasião da remessa das mercadorias para o exterior deverá ser emitida a Nota Fiscal de exportação e o memorando de exportação, que será encaminhado ao produtor exportador da forma do 7º do art. 4º do RICMS, aprovado pelo Decreto nº 7.560/89. Relativamente ao terceiro exemplo, não entendemos qual seria a operação realizada entre a Cargill e a Companhia Vale do Rio Doce, assim, deixaremos de nos manifestar visto que as informações prestadas são insuficientes para o total entendimento da hipótese, recomendando que, caso seja do interesse do peticionário formule nova consulta acrescentando todos os dados necessários ao exame da matéria. Pelo exposto os documentos que comprovam a exportação, e devem ser conservados pelo prazo estabelecido na legislação para exibição ao fisco quando solicitados, são as Notas Fiscais de venda com fim específico para exportação e a via do memorando de exportação, emitido na forma dos dispositivos acima transcritos. O consulente pergunta ainda: - O produtor pode formar lotes com posterior exportação? - No memorando de exportação é correto ser mencionado no campo que se refere a dados dos documentos de remessas com fim específico de exportação, deverá constar as NF dos produtos ou as NF de remessa para formação de lotes que formou a efetiva venda para exportação. - As notas fiscais do produtor deverão ser relacionadas na NF de venda para o exterior? Ou deverão ser relacionadas no Memorando de exportação no campo que solicita os dados dos documentos de remessa com fim específico de exportação. Para opinar sobre a formação de lotes para posterior exportação feita pelo produtor seria necessário conhecer vários aspectos não informados, novamente solicitamos que o peticionário forneça maiores detalhes sobre a operação. As outras questões tratam do preenchimento do memorando de exportação, o art. 23-A do Decreto nº 9.740, de 27 de junho de 1997, regulamenta determinando, in verbis: Art. 23-A. Na saída de mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o exterior, de que trata o 1º do art. 4º do RICMS, o estabelecimento destinatário, além dos procedimentos a que estiver sujeito conforme a legislação do seu Estado, deverá emitir, a partir de 01 de janeiro de 2002 o documento denominado "Memorando - Exportação", Anexo XXVIII, em três (3) vias, contendo, no mínimo, as seguintes indicações, ficando convalidados os procedimentos adotados, relativamente ao inciso XII, até 31 de março de 2002, e ao inciso XIII, até 31 de outubro de 2003 (Conv. ICMS 113/96):
I - denominação: "Memorando - Exportação". II - número de ordem e número da via; III - data da emissão; IV - nome, endereço e números de inscrição, estadual e no CNPJ, do estabelecimento emitente; V - nome, endereço e números de inscrição, estadual e no CNPJ, do estabelecimento remetente da mercadoria; VI - série, número e data da Nota Fiscal do estabelecimento remetente e do estabelecimento destinatário exportador da mercadoria; VII - número do Despacho de Exportação, a data de seu ato final e o número do Registro de Exportação por estado produtor/fabricante, a partir de 1º de janeiro de 2002(Conv. ICMS 107/01);(NR) VIII - número e data do Conhecimento de Embarque; IX - discriminação do produto exportado; X - país de destino da mercadoria; XI - data e assinatura de representante legal da emitente; XII identificação individualizada do estado produtor/fabricante no Registro de Exportação, a partir de 1º de janeiro de 2002 (Conv.ICMS 107/01); XIII - o nome, o endereço e os números de inscrição, estadual e no CNPJ, do impressor do memorando, a data e a quantidade da impressão, os números de ordem do primeiro e do último memorando impresso e respectiva série e subsérie e o número da AIDF, a partir de 28 de julho de 2003 (Convênio ICMS 32/03). 1º Até o último dia do mês subseqüente ao da efetivação do embarque da mercadoria para o exterior, o estabelecimento exportador encaminhará ao estabelecimento remetente a 1ª (primeira) via do "Memorando - Exportação", que será acompanhada de cópia do Conhecimento de Embarque referido no inciso VIII do caput e do comprovante de exportação, emitido pelo órgão competente. 2º A 2ª (segunda) via do "Memorando - Exportação" será anexada à 1ª (primeira) via da Nota Fiscal do remetente ou à sua cópia reprográfica,
ficando tais documentos no estabelecimento exportador, para exibição ao Fisco.... Sobre este dispositivo cabe informar que as Notas Fiscais referidas são as Notas Fiscais de venda das Mercadorias, emitida pelo produtor com destino ao estabelecimento exportador e o documento emitido pelo exportador tendo como destinatário o adquirente localizado no exterior. Lembramos, porém, que procedimento diverso pode ser autorizado ao produtor estabelecido neste Estado, mediante a concessão de regime especial que regulamente a operação, conforme autorizado pelo art. 55 da Lei nº 4.257/89. É o parecer. À apreciação superior., em Teresina, 21 de setembro de 2005. MARIA DAS GRAÇAS MORAES MOREIRA RAMOS AFTE - mat. 91081-3 De acordo com o parecer. Encaminhe-se à Superintendência da Receita, para despacho final. PAULO ROBERTO DE HOLANDA MONTEIRO Diretor/UNATRI Aprovo o parecer. Cientifique-se ao interessado. Em: / / EMÍLIO JOAQUIM DE OLIVEIRA JÚNIOR Superintendente da Receita Recebi o original Em: / /
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