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Transcrição:

ATIVIDADES COMO BOLSISTA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA NO JARDIM BOTÂNICO DO RECIFE ACTIVITIES AS A TECHNICAL COOPERATION FELLOW IN THE BOTANICAL GARDEM OF RECIFE Introdução Apresentação: Relato de Experiência Brendo Ramonn Coutinho Paes 1 ; Bruno Leal Viana 2 DOI: https://doi.org/10.31692/2526-7701.iiicointerpdvagro.2018.00711 Os Jardins Botânicos de todo o mundo buscam, em seu cotidiano, criar e estabelecer estratégias que visem à proteção do mundo natural, atualmente tão degradado e desrespeitado. Valorizar e compreender a importância desses espaços é fundamental, pois estão diretamente ligados com a melhoria da qualidade de vida da população. A finalidade principal dos Jardins Botânicos é preservar e conservar a biodiversidade para que as gerações futuras possam desfrutar de todos os benefícios que a natureza proporciona, mantendo, dessa forma, a garantia da sobrevivência humana. Segundo Capra (2002), o que fazemos contra a natureza humana fazemos contra nós mesmos, uma vez que todos fazem parte de um mesmo sistema. O Jardim Botânico do Recife (JBR) foi criado através do Decreto 11.341 de 1º de agosto de 1979, a partir da reformulação do Parque Zoobotânico do Curado que fazia parte da mata do antigo Instituto de Pesquisa Agropecuária do Nordeste (IPEANE). O espaço está inserido num fragmento de Mata Atlântica de aproximadamente 11 ha onde se encontra vinculado à Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Prefeitura do Recife e está localizado na BR-232, km 7,5, no bairro do Curado. Atualmente, o JBR se enquadra na categoria A, sendo um dos cinco melhores do país. Apresenta estruturas como o viveiro florestal, a casa de vegetação, a área de telado, além de coleções de bromélias, orquídeas, cactos e os jardins de plantas medicinais, de palmeiras e o sensorial, sendo um ambiente desenvolvido para atividades de pesquisas científicas, 1 Acadêmico de Bacharelado em Agronomia, IFPE Campus Vitória de Santo Antão, e-mail: brendopaesagro@gmail.com 2 Doutorado em Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco (Recife), e-mail: brunoleal@recife.pe.gov.br

conservação e educação ambiental, realizadas pelos bolsistas e seus respectivos orientadores, contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida pela disseminação do conhecimento. Relato de Experiência Atividades realizadas pelo bolsista As atividades são desenvolvidas pelo bolsista em três áreas: Educação Ambiental Processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política. (MOUSINHO, 2003). As práticas de educação ambiental realizadas pelo bolsista têm, de forma geral, o objetivo de ampliar os conhecimentos dos visitantes sobre variados aspectos do Meio Ambiente e de sua interação humana com ele, envolvendo desde a importância da conservação de espécies nativas até ao valor das pesquisas florestais, passando por tópicos como Água, Energias renováveis e Uso consciente da tecnologia para despertar nos visitantes a sua importância como agente transformador do ecossistema. Imagem 1: Atividade de Educação Ambiental. Fonte: Própria Esta atividade é dividida em três etapas: a primeira é abordar na área calçada do jardim sobre sua estrutura, coleções de espécies (bromélias, cactos e orquídeas) e os jardins temáticos; a segunda etapa acontece dentro do fragmento da Mata Atlântica, observando a natureza e as espécies nativas e exóticas e a terceira etapa é no Núcleo de Educação

Ambiental (NEA), passando um ou dois vídeos sobre a temática da preservação ambiental e sustentabilidade com o intuito de conscientizar o visitante sobre seu papel no meio ambiente. Conservação Ambiental A bolsa de cooperação técnica também envolve a atividade de conservação das espécies no JBR. O bolsista realiza diariamente a manutenção e organização dos espaços de desenvolvimento de mudas, dentre esses espaços, três se destacam: Casa de vegetação, onde são desenvolvidas as etapas iniciais das espécies, como o plantio das sementes em bandejas, o aparecimento das primeiras plântulas e a repicagem para porta-mudas. Área de telado, onde o trabalho é realizado com indivíduos transplantados da casa de vegetação, que possuem certa sensibilidade à luz e/ou possuem um crescimento mais lento, quando atingem um porte mais robusto, são colocados na área do viveiro, onde recebem sol pleno. Viveiro florestal, área onde são acomodadas as plantas de porte mais elevado, de maior resistência à luz e/ou a menores umidades até que alcancem aproximadamente dois metros de altura e sejam destinadas para doação ou plantio. Imagem 2: Atividade de Conservação Ambiental. Fonte: Própria Pesquisa Científica No campo da pesquisa, foi implantado e ainda encontra-se em desenvolvimento pelo bolsista um experimento relacionado à biometria e métodos para quebra de dormência de

sementes de Xylopia frutescens (embirá-vermelha), realizado na casa de vegetação do JBR, que resultará, após análise dos resultados, em publicação em revista científica. Imagem 3: Atividade de Pesquisa. Fonte: Própria Considerações Desta forma, o Jardim Botânico do Recife promove a vivência do bolsista nas mais variadas áreas que ele dispõe, desde o contato com o público nas monitorias até a pesquisa científica, tudo isso promovido pela Facepe (Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia de Pernambuco), que é o órgão fornecedor das bolsas de cooperação técnica e que acompanha as atividades realizadas mensalmente e ao final da bolsa com um relatório final, podendo ser renovado o contrato com o bolsista por mais 1 ano, no qual o estagiário estará desenvolvendo novas atividades de pesquisa, monitoria e conservação, além de participar de eventos como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a qual neste ano terá o apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para sua realização no Jardim Botânico, garantindo maior visibilidade no campo científico da instituição e promovendo aos bolsistas uma maior interação com esta área do conhecimento. Referências CAPRA, F. The Hidden Connections. London: Flamingo, Harper Collins, 2002. MOUSINHO, P. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.) Meio ambiente no século 21.Rio de Janeiro: Sextante. 2003..